Capítulo Quatro

O metrô estava vazio, o que era um milagre. Aproveitei aquele silêncio para pesquisar mais sobre esse Jungkook. Foi um pouco difícil, mas consegui sozinha.

"Jeon Jung-kook OMC, mais frequentemente creditado na carreira musical apenas como Jungkook, é um cantor, compositor, dançarino e produtor musical sul-coreano. Jungkook ganhou destaque mundial como membro do grupo masculino BTS, formado em 2013" — li em pensamento o que via na tela do celular. "Nascimento: 1 de setembro de 1997 (27 anos), Mandeok-dong, Busan, Coreia do Sul. Irmãos: Jeon Jung-hyun; Altura: 1,77m."

Nossa, aqui tem tudo sobre ele. O que o mundo virou? Na minha época isso não era tão normal não.

— Tá se divertindo pesquisando sobre mim? — arrepiei ao escutar uma voz grossa em meu ouvido. Ao olhar para trás, vi ele, Jeon Jungkook, sorrindo como se fosse uma pessoa normal. — Parabéns, você me achou, Lalisa.

— Por que me colocou aqui? — fui direto ao ponto, atrás de uma resposta convincente.

— Pra te ajudar. Aí, aí, Manobal — andou pelo metrô. — Você já se meteu em tanta encrenca. Se continuasse lá fora, iria morrer assassinada por alguém.

— E por que me trancou aqui?

— Eu não te tranquei, você pode sair a qualquer momento. Mas, já sabe as consequências se fizer isso. E eu tô te ajudando a não morrer porque eu gostei de você. Mas você não vai ficar mais muito tempo aqui. Aqueles retardados que querem te matar estão quase morrendo de "causas naturais" — sorriu maliciosamente, fazendo aspas e se sentando em minha frente. Cruzou as pernas e os braços, encarando-me nos olhos.

Se não fosse pela Kim Jennie, eu não saberia sobre ele. Tenho que agradecê-la depois. Falando nela, hoje não a vi. Tudo bem que hoje é sábado, mas ainda assim, estranhei não tê-la tagarelando ao meu lado.

— Kim Jennie? Por que ela fica na sua mente o tempo todo, hein? Tá apaixonada? Mas vocês se conheceram há dois dias, Lalisa.

Esse filho da puta...

— Ah, e pare de xingar a minha mãe, eu não sou filho da puta.

— Você leu minha mente? — ele assentiu. — Como? Como você fez isso? É o diabo mesmo, né? Está possuído ou fez um pacto?

— Aí, relaxa, eu não tenho nada a ver com o diabo, não. Eu nasci assim, com esses brilhantes poderes — sorriu, apontando para o metrô vazio. — Não é uma delícia quando o metrô fica sem ninguém? — relaxou, colocando as mãos atrás da cabeça e fechando os olhos.

— Ele vai ficar ainda mais confortável quando você sair daqui.

— Uou! Pra que tudo isso? Eu tô te ajudando a não morrer e você fala isso pra mim? — fingiu estar ofendido. — Pra sua sorte, vou continuar sendo seu anjo da guarda mesmo com você me tratando que nem uma bosta.

— Anjo? É isso o que é? Você é um anjo? — ele assentiu. — Que tipo de anjo é esse? Veio do inferno, né? Só pode. Você tem um monte de tatuagens e piercings por todo o corpo.

— Peraí! — levantou-se, visivelmente estressado. — Não é porque eu tenho tatuagens e piercings que eu não posso ser anjo. Não sei se sabe, mas tenho que me enturmar e me disfarçar entre os humanos, e bom, eu amo ter meu corpo cheio de tatuagens. Ninguém nunca me levou a sério por eu ser o mais novo entre os meninos do BTS, então sempre fui visto como criança.

— Fez tatuagens pra começarem a te ver como adulto?

— Exato.

— Funcionou?

— É óbvio que não — sentou-se novamente, indignado e triste também. — Enfim, saiba que sei tudo o que faz. Eu tava tentando me esconder, mas a Jennie estragou isso.

— Não estava planejando se apresentar formalmente pra mim?

— Eu estava, mas só quando você estivesse livre disso aqui — se referiu ao metrô. — Por enquanto, eu nem apareceria na sua frente — cruzou os braços, olhando para a janela. — Tantos lugares legais e você ficou presa justo num metrô — franziu o rosto, vendo a paisagem acinzentada do lado de fora.

— Quem será que me prendeu aqui, né? Essa pessoa deve ser muito ruim mesmo.

— Tem certeza que vai me julgar a esse ponto do campeonato? Eu sou bem emotivo, ok? Vou chorar desse jeito — imitou uma voz embargada, limpando suas lágrimas invisíveis. — Agora falando sério, aguenta apenas alguns meses, logo, logo você vai sair daqui e vai poder viver um romance lindo com a Jennie.

— Eu vou te caçar assim que eu sair daqui.

— Entre um anjo e uma humana, quem você acha que vence? — perguntou, se levantando e sorrindo vitorioso. — O anjo, obviamente — inclinou-se e colocou a mão no topo da minha cabeça, bagunçando levemente meu cabelo. Franzi o cenho, afastando-me dele. — Até mais, Lalisa! Não saia daqui! — começou a andar pelo metrô, logo desaparecendo em uma fumaça preta.

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