Capítulo Oito

Depois do selinho que Jennie deu em mim, não consegui esquecer o toque dos seus lábios. O final de semana pareceu demorar anos para acabar, e eu só queria ver ela, apenas ela. Muitas pessoas entravam e saíam do metrô e, mesmo sabendo que Jennie só vem dia de semana, ainda tinha um pingo de esperança em vê-la.

Segunda-feira finalmente chegou.

De repente, lá estava Jennie, adentrando o vagão e vindo até o mesmo lugar de sempre. Rapidamente tirei minha mochila do banco ao meu lado e a deixei sentar ali no local.

— Parece cansada — disse, vendo-a deitar a cabeça em meu ombro enquanto resmungava alguma coisa. — O que foi?

— Meu pai foi me procurar, fez o maior barraco e no final, eu nem consegui dormir, pensando nas palavras duras e cruéis que ele disse pra mim — tirou seus óculos e mexeu em minha mão. Já sabendo o que ela queria, passei meu braço por trás de seu pescoço, abraçando-a.

— O que ele disse?

— Disse que se eu não fosse embora com ele, iria mandar pessoas pra me matar. Não dei bola, já que aquele velho tava totalmente bêbado — fechou os olhos.

— Jennie, isso é perigoso. E se ele realmente mandar pessoas pra te matarem? Isso não pode acontecer. Você não pode...

— Lisa, calma! — olhou para mim, ou melhor, para minha boca. — Eu não vou morrer. Ninguém vai me matar, ok? — perguntou, sem olhar em meus olhos. Surpreendi-me quando ela deixou um selar em minha boca — Ok?

— Ok... — deixei escapar num sussurro, em choque do que ela havia feito.

A garota se acomodou em meus braços e relaxou, provavelmente tentando dormir um pouco e descansar a mente, nem que seja por trinta minutos.

— Que decepção! Essas mulheres de hoje em dia precisam de um homem que preste, porque os que têm são tudo gay — uma senhora falou atrás de mim, e outras pessoas concordaram.

Suspirei pesadamente, apenas escutando esses comentários preconceituosos. Olhei para Jennie, que parecia alheia ao que estava acontecendo ao redor. Minha mente fervilhava de indignação, mas eu sabia que o mais importante agora era o bem-estar dela.

— Jennie — sussurrei, tentando manter a calma. — Vamos pensar em algo para resolver essa situação com seu pai. Não quero que você fique preocupada ou com medo.

Ela abriu os olhos lentamente e sorriu levemente.

— Obrigada, Lisa. Eu sei que posso contar com você — murmurou, antes de fechar os olhos novamente e se aconchegar mais em meus braços.

Enquanto Jennie começava a adormecer, eu pensava em encontrar uma maneira de protegê-la e garantir que ela se sentisse segura. Eu sabia que precisava ajudá-la, mas sair do metrô agora não era uma opção. Então, teria que pedir ajuda para alguém. Ou melhor, para o Jungkook. Mas como eu faço esse desgraçado aparecer aqui?

Se eu pensar nele e desejar que venha aqui, o rapaz aparece em minha frente? Ou talvez se eu ver um vídeo dele no celular? Como eu faço para ver esse demônio?

— Não precisa pensar muito, Lalisa — olhei para o banco à minha frente, vendo que ele estava sentado ali. — Não fala nada, as pessoas vão te achar louca. Pense no que quer e eu leio seus pensamentos.

"O quê?"

— Eu só tô visível pra você, anjo. Agora me fala logo o que quer, tenho ensaio daqui algumas horas.

Suspirei, assentindo e olhando para Jennie rapidamente, percebendo que a garota cochilava confortavelmente no meu ombro.

"O pai dela quer matá-la. Acha que consegue me ajudar a protegê-la?"

— Como quer que eu ajude? Sou um demônio, não um segurança — cruzou os braços e as pernas.

"Duvido muito que você não tenha seguranças sendo um idol. Arranje pelo menos dois para ela. Por favor, Jungkook!"

Ele suspirou, olhando para os lados e pensando no que falar. Aquele homem tinha uma aparência tão diferente da personalidade.

— Eu vou ver o que consigo fazer.

"Obrigada!"

— Agora será que eu posso ir ensaiar ou você tem mais algum pedido pra me fazer? — arqueou as sobrancelhas.

"Pode ir, mas não se esqueça do que eu te falei."

— Tá, tá — murmurou, antes de desaparecer em sua fumaça preta.

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