CAPÍTULO III - Voltando para casa


            Oie, demorei a postar, mas vocês não pediram por mais e eu realmente fiquei esses dias meio desanimada com algumas coisas. Uma amiga disse que desistir não é uma atitude que devemos ter eu voltei, espero que goste do capitulo nele vocês conhecerão um pouquinho do Benjamin é bom conhece-lo antes de que ele encontre seu grande amor, se gostarem digam deem um feedback eu agradecei muito. Beijos Pri.

Benjamin

                   Estou voltando para São Paulo a terra onde fui feliz e ao mesmo tempo tão infeliz, tudo acabou de um momento para o outro, eu nunca quis ser quem sou o CEO de uma construtora de renome internacional. Aqui no Brasil meu cunhado Carlo estragou tudo deixando um rombo no capital da empresa e uma divida enorme com o fisco, terei que reestruturar e fazer mudanças para que tudo possa voltar a ser como antes e eu saia desse lugar o mais rápido possível.

Não queria ter trazido minha família, mas Estela insistiu em vir agora estou aqui ouvindo os lamentos dos meus filhos Benicio, Bruno e Bianca. Os nomes dos meus filhos começam com a letra B insistência da minha esposa eu achei brega, mas fui voto vencido, todos eles se parecem comigo loiros de olhos claros, logico que o fato de Estela também ser loira contribuiu.

– Senhor, estamos aterrissando preciso que coloque o cinto. – Disse a comissária de bordo.

– Claro – Interrompo meus pensamentos, continuo escutando Bianca brigando com os irmãos. - Pelo amor de Deus será que dava para vocês calarem a boca eu gostaria de um minuto de silêncio.

Amo as crianças, mas elas cansam a Estela não vê porque está entupida de calmante, ela detesta voos longos eu não consigo pregar o olho nem com um caminhão de remédio. Logo uma menina bonita me vem à cabeça a sua lembrança é o que me da força nos dias difíceis, o sorriso fácil, a pele negra tão diferente da minha e que ao mesmo tempo se completavam, o cabelo comprido com cachos fartos eu adorava enrola-los nos meus dedos.

O grande amor da minha vida vive aqui, há vinte anos atrás eu voltei e procurei por Maria, foi pouco antes do meu casamento ela já tinha outro é uma filha percebi que não podia atrapalhar aquela família tão bela, fiquei ali desejando que elas fossem minhas. Voltei a Europa casei com Estela não por amor, mas devido a um acordo de família, poderia ser pior logo depois vieram os filhos , levei a vida como um autômato esperando que acabasse rápido.

O talento para os negócios me permitiu levar a construtora na Europa em países como Itália, Espanha e Portugal a uma das maiores do mundo, deixei a empresa do Brasil a cargo do meu cunhado o patife detonou tudo jogou o nosso nome na lama, sabia que o idiota era incompetente, mas ladrão foi uma surpresa.

–Vocês vão para casa, eu vou direto para a empresa quero começar o quanto antes. – Esclareci para que Estela não grudasse em mim.

– Vá mesmo quanto antes for mais rápido de pais horroroso, odeio isso aqui prefiro a Itália. - Porque essa criatura não calava a boca me perguntei- Só vim mesmo para que não fique sozinho.

Sozinho era o que mais queria, não desejava voltar para o país, ter que lidar com uma empresa problemática, uma família que nunca quis e o pior uma irmã fragilizada que lutei para proteger e não consegui. Ah Clara como eu vou te ajudar? Se eu soubesse como sofria com aquele embuste teria feito algo de preferencia matado aquele desgraçado, e agora minha irmã está sofrendo de uma depressão profunda, me lembro de Carlo na nossa juventude era bem apanhado, mas algo nele não me inspirava confiança, Clara muito romântica não demorou a se apaixonar por ele tentei alerta-la já era tarde ela não me ouvia, sua família já não tinha muitas posses, mas mantinham um sobrenome de tradição o que fez meu pai aceitar o casamento, assim que se casaram foi oferecido a Carlo a empresa daqui se conhecesse como era o seu caráter não teria aceitado, o prejuízo que nos deu foi de muitos milhões, a única satisfação que tive foi ver meu pai espumar de raiva o velho ficou processo apesar de aposentado e com um pé na cova seu Mario detestava perder dinheiro.

Minha chegada à empresa é tumultuada os funcionários andam de um lado para o outro como se fossem baratas tontas.

– Quero os relatórios dos gastos nos últimos seis meses, me ligue com o Sergio preciso conversar com ele, me traga uma lista de todos os funcionários próximos ao Carlo, à equipe que contratei para auditoria estará aqui em pouco tempo quero todos os documentos já separados para auditoria inclusive os últimos balancetes. – Bradei ordens para uma secretaria assustada, ela que se virasse.

A sala que era de Carlo é bem luxuosa, uma foto de Clara de semblante fechado acompanhada dos meus dois sobrinhos, assim que chegar a casa terei que lidar com eles me sinto cansado só de pensar parece que tenho o mundo nas costas. A secretaria me avisa que Sergio estava ao telefone, o cara é um excelente advogado está me ajudando bastante ele tem muitos contatos dentro do governo é assim vou conseguir resolver meus problemas com o fisco.

– Sergio gostaria que viesse a empresa, temos que muito a fazer preciso convocar uma coletiva de imprensa, e quero negociar a divida com a receita federal.

O advogado me escutava com atenção meu ritmo deve tê-lo assustado, afinal eu mal tinha chegado é já estava trabalhando, o dia foi como um turbilhão reuniões e mais reuniões eu e Sergio analisamos fatos, despedi algumas pessoas, toda a equipe que era fiel a Carlo será investigada se algum deles o tiver ajudado terá que pagar perante a justiça.

Fiz o que pude na empresa, agora era hora de ir para casa a mansão era antiga, imponente e fria como a alma de quem a habita. Nenhum morador desse mausoléu foi feliz.

– Ainda bem que chegou Benjamin, que lugar horroroso essa casa velha quanto tempo demora até que termine tudo e possamos voltar para a Europa?

Estela não se cansa de ser inconveniente e mimada, como eu gostaria de vê-la longe de mim.

– Se quiser pode voltar para a Europa ou ir aos Estados Unidos, eu disse para não vir então para de reclamar nos meus ouvidos meu dia foi muito estafante e não preciso ouvir suas lamurias. – Não queria ser rude, mas não pude controlar.

– Onde está minha irmã? Preciso falar com ela.

Um sorriso de escarnio se passou pelo rosto de minha esposa, a infeliz não se compadecia com o sofrimento de ninguém.

- Aquela lá parece uma alma penada ou uma defunta vagando por essa casa eu não aguento aquela criatura chorando.

- Eu não admito que fale assim da Clara se não está satisfeita vá para um hotel volte para casa mas nunca mais fale mal de minha irmã.

Hoje a Estela estava testando a minha paciência, como eu gostaria que sumisse.

– Se vou morar aqui queria reformar a casa transforma-la em um lugar digno de nossa família.

- Se lhe der alguma ocupação faça como queira.

Subi as escadas a casa realmente parecia nefasta, acho que incorporou o espirito de minha irmã sem ânimo sem vida, cheguei à porta do quarto bati esperei alguns segundos e ninguém atendeu entrei por conta própria e me deparei com uma cena de cortar o coração, Clara deitada na cama visivelmente abatida tendo trinta e sete anos, mas aparentando ter dez anos a mais, ela me olhou e pude notar olheiras e vincos ao redor dos olhos, na pequena mesa de cabeceira ao lado da cama um vidro de calmantes ao observa-los percebi que eram fortíssimos.

- Me desculpe por não ter vindo antes querida, tive que colocar as coisas nos eixos na construtora. – Alisei seus cabelos como fazia quando era menina.

Clara sempre foi uma menina tímida, na infância e adolescência sofreu muito por estar acima do peso, o nosso pai a desprezava porque de acordo com seus padrões destorcidos ela não era o padrão de excelência da sociedade que vivíamos. Seu Mário vivia a mandando para spas e exigindo que fizesse regimes e dietas complicadas chegando ao cumulo de priva-la de algumas refeições quantas vezes levei o jantar escondido para que não passasse fome.

- Sempre me protegeu não é Ben? Mas nem você consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo eu devia ter cuidado mais de mim, devia ter percebido que o Carlo não me amava só estava interessado no nosso dinheiro eu lembro de ter me avisado e boba continuei me enganando. – As lagrimas rolavam pelo seu rosto.

–Não se martirize meu bem foi enganada, fomos enganados Carlo não só te roubou ele roubou a todos nos o cretino deixou um rombo na empresa não tinha como saber. – Expliquei ainda o que Carlo fez.

– Mas eu sabia Ben percebi que alguma coisa não estava certa vi alguns documentos estranhos ouvi conversas estranhas ele falava sempre de uma conta no exterior se tivesse avisado as coisas não teriam ido tão longe, e ainda começou a trazer moças para cá, não escondia as amantes me humilhava por causa do peso dizendo que não era mulher para ele.

Me levantei e comecei a caminhar pelo quarto tentando assimilar tudo que minha irmã contava o desgraçado do Carlo tinha perdido a noção trazendo amantes Clara continuou contando os absurdos que meu cunhado fazia quando trouxe duas garotas de programa para casa e seus filhos quase o pegaram, o seu desdobramento para preservar as crianças a revolta do Arthur meu sobrinho mais velho.

– Clara devia ter me avisado teria vindo em seu socorro e colocado seu ex marido no lugar. – Seu queixo tremeu quando eu disse ex, mas ela teria que se acostumar com sua nova realidade.

– Pensei que pudesse refazer meu casamento eu o amo tanto ainda mesmo fazendo tudo que fez é o pai dos meus filhos, queria preservar minha família. – Chorosa passou a mão pelos cabelos em um gesto nervoso quando notei seus pulsos marcados não acreditei no que vi.

– O que é isso nos seus pulsos Clara?

Seu rosto se contraiu e mais lagrimas rolaram fui aos poucos notando um hematoma, um arranhão ela apanhou.

– Ele te bateu? Perguntei mas já sabia a resposta.

– Muitas vezes, uma vez na frente do Arthur que reagiu e acabou apanhando.

Deus que tipo de homem e esse um homem é sempre mais forte o cara estava batendo na mulher é no filho.

– Escuta aquele homem não te merece, vai levantar dessa cama e se reerguer eu vou achar o desgraçado e acabar com ele por ter nos roubado e ter te batido e mais está na ora de pensar nos meus sobrinhos. Vou te deixar dormir, mas amanhã te quero em pé.

O meu sobrenome devia ter uma maldição, os únicos filhos de meu pai herdeiros de uma fortuna e os dois adultos tão infelizes, Clara procurando alivio na comida e nos remédios e eu vou procurar a companheira que me cabe à garrafa de uísque.  

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