Favores sexuais.

KJ piscou algumas vezes voltando a si aos poucos, ele tentou se mexer e viu que estava impossibilitado. Sentado e amarrado.

— Mais que porra é essa? — reclamou alto e sentiu uma leve pontada na cabeça, como se tivesse bebido tanto na noite anterior que estava de ressaca – porém, ele não tinha bebido e estava de tarde ainda.

O rapaz focou sua visão e inclinou a cabeça para o lado esquerdo ao ver a silhueta de uma menina de cabelos ruivos compridos, short curto e blusão dos bananas de pijamas.

— Mais que porra é essa? — Agora ele se questionava.

Madelaine virou-se na direção do rapaz assim que escutou sua voz e sorriu sem mostrar os dentes chamando as meninas com a mão, já que Lili estava deitada no chão olhando para o teto e Camila roía as unhas e pensava que suas amigas tinham matado o KJ.

— ELE TÁ VIVO! — Camila gritou jogando as mãos para o céu em agradecimento e caminhou até suas amigas.

E lá estavam elas uma ao lado da outra, Madelaine no meio, Lili a sua esquerda e Camila a sua direta todas encarando o confuso e amarrado KJ Apa que tinha o cenho franzido e uma expressão confusa em seu rosto.

— Entendi. — KJ falou de maneira rápida. — Entendi, meus amigos pagaram vocês para me prestarem favores sexuais, mas não estou a fim obrigado. — ditou sorrindo forçado.

— Acho que abusei no clorofórmio. — Lili falou olhando para Madelaine.

— O que te faz pensar que somos prestadoras de serviços sexuais garoto? — Mad perguntou com certa raiva e segurou sua vontade de dar uma tapa na cabeça de KJ.

— Se não é isso, eles estão gravando mais um vídeo idiota. — KJ falou rápido. — Cole seu puto, saia de onde você está. — Gritou. — Eu já descobri essa palhaçada e irei te bater por me amarrar numa cadeira desconfortável e me algemar. — Riu da situação.

Camila o acompanhou e Madelaine bufou.

— Cole não está aqui, ainda. — Lili falou com um sorriso perverso. — E só pra constar KJ Apa, isso aqui é um sequestro! — Afirmou.

E pela entonação da voz de Lili o rapaz percebeu que aquela garota falava sério, deixando-o parcialmente assustado e pensando mil besteiras – naquela altura ele já imaginava que iriam vender seus órgãos para o mercado negro ou pediriam um resgate absurdo por ele. Ele assistia filmes.

Madelaine sorriu ao ver a cara de confusão do rapaz, e pisou levemente no pé dele para chamá-lo de volta a realidade, tomando uma bronca de Camila, pois elas não estavam ali para machucar ninguém.

— Ok. — KJ falou baixo. — Digamos que eu acredite que isso é um sequestro. O que vocês irão fazer comigo? — questionou.

— Estava pensando em vender seus órgãos pro mercado negro. — Madelaine usou sua melhor arma o sarcasmo e KJ tremeu.

— Ela está brincando. — Camila falou rapidamente. — Nós só vamos mantê-lo aqui e bom.. O que vamos fazer senhor? — questionou retoricamente.

Elas haviam planejado um sequestro e executado o primeiro deles, mas não sabiam o que de fato fariam. E aquilo tornava a situação cômica, pois a única que tinha certeza que faria alguma coisa era Lili e essa alguma coisa era proibida para menores de dezoito anos.

— Eu sinceramente acho que você só está aqui pra fazer companhia aos seus amigos que chegaram mais tarde. — Madelaine falou sorrindo. — Mas você não é de se jogar fora, quem sabe rola um sexo. — Brincou.

Camila arregalou os olhos e levou a mão na boca, chocada com as palavras da amiga.

— Falsa puritana. — Lili cantarolou.

— Vai à merda Lili. — Camila xingou alto e colocou novamente a mão na boca, agora por ter falado o nome de Lili – ela viu em um filme policial que não podia falar seus nomes aos sequestrados.

— Então seu nome é Lili? — KJ perguntou e a menina afirmou sorrindo.

— E essas são Madelaine e Camila. — Apontou para as meninas ao falar seus nomes e acabou por ganhar uma bela tapa na nuca por Camila.

— Você acabou de assinar nossa passagem só de ida pra prisão! — Camila falou alto.

— Nós assinamos essa passagem quando decidimos sequestrar ele, o Charles e o Cole. — Madelaine falou rápido e sentou-se de lado no colo de KJ.

Fazendo não só o menino arregalar os olhos como suas amigas, aquele era um lado da Madelaine que elas não conheciam.

— Ué mudou de personagem? — Lili brincou. — Pensei que eu era a puta e você a nerd. — Riu de sua piada. — Amiga volta a ser a nerd por que eu não sei nada sobre esse papel! — Afirmou.

KJ pigarreou sorrindo, voltando a achar que aquilo era uma brincadeira de seus amigos.

— Então vocês estão interpretando papéis? — KJ perguntou.

— Não. — Madelaine falou ainda sentada no colo do rapaz. — Você realmente foi sequestrado. — Deu um peteleco no nariz do rapaz e levantou-se do seu colo. — E vamos usar você de isca para sequestrar o próximo da lista. — Sorriu balançando o celular de KJ na frente do garoto.

— Como? — Camila perguntou. — Olha você está sequestrado, mas se quiser comer, beber água ou ir ao banheiro avisa. — ofereceu de maneira calma olhando na direção de KJ.

— Simples. — Madelaine falou cheia de si. — Mandamos uma mensagem para o Melton falando de uma festa, dizemos que uma amiga do bonitão ali — apontou para KJ. — Irá buscá-lo na praia pra levá-lo para casa onde tá rolando a tal festa e BUUM! — gestuou uma explosão. — Nós o apagamos assim que ele entrar pelos fundos da casa. — concluiu sorrindo. — Dois coelhos em uma tarde só. — Comemorou.

— Isso não é tão fácil assim. — KJ gritou mexendo-se na cadeira. — Ele pode muito bem não aceitar! — Afirmou, fazendo Lili e Camila concordarem.

— Qual foi? — Madelaine resmungou — Vocês estão de que lado? — ralhou, levemente irritada. — Vai ser fácil sim, pensamentos positivos! — Cruzou os dedos fazendo Lili fazer o mesmo. — E Cami, para de ser boazinha com ele, se não ele te enrola.

— Mas... .

— "Mas" nada. Ela tá certa! — Lili ditou.

Camila bufou mas concordou com as amigas que não poderia dar muita mordomia ao "sequestrado".

Lili sentou-se ao lado de Madelaine e ajudou a menina com a mensagem para o Charles.
Agora as três estavam na sala. Lili e Madelaine sentadas no sofá, e Camila empoleirada atrás do mesmo, dando uma ampla visão de sua bunda a KJ que resmungava alguns palavrões e tentava em vão se soltar.

— E SÃO DOIS COELHOS! — Madelaine gritou levantando-se do sofá e pulando o mesmo.

Lili riu da amiga e Camila assustou-se caindo de cara no sofá pelo jeito que se encontrava antes.
Madelaine parou em frente ao KJ e praticamente esfregou o celular na cara do menino.
E no celular tinha a afirmação de Charles dizendo que estava indo a tal festa e sozinho, já que nenhum dos meninos estavam a fim de festa – para sorte das meninas – e falou também que ficaria esperando a tal amiga de KJ buscá-lo na praia.

— Idiota! — KJ falou sério.

Agora não se sabia se esse xingamento havia sido direcionado a Charles ou a menina que estava começando a tirar-lhe do sério, Madelaine.

— Já vou avisando que eu me recuso a ir buscar o Charles. Me recuso! — Camila falou pausadamente encarando as duas amigas.

— Você é frouxa. — Lili reclamou, revirando os olhos. — Madelaine, você vai e a Cami apaga ele quando ele chegar.

— Ué, porque você não vai? — Mad perguntou cruzando os braços e olhou a morena por cima do ombro.

— Porque eu preciso comer alguma coisa e comprar algo pro dinossauro comer. — Lili explicou com um sorriso exagerado. Mas Madelaine sabia que a menina estava com tanto medo de ser pega quanto Camila.

— Tudo bem, vai lá comprar comida. Mas não demora! — Madelaine ordenou olhando para o celular que alertou uma mensagem de Charles. "Chego em quinze minutos". — Lili, rápido. Preciso de vocês duas aqui, e ele chega em quinze minutos! — ditou agitada, se levantando, e fez com que a loira desse um pulo do sofá e saísse praticamente correndo da casa.

— Eu tô suando, eu vou desmaiar. — Cami falou voltando a sentar-se no sofá.

— Estou vendo que vocês são profissionais em. — KJ que agora havia parado de tentar se soltar, debochou e riu abertamente da situação em que Camila se encontrava.

— Ok, você já está me irritando, ruivinho. — Mad suspirou. — Camila, pega o cala a boca dele, antes que eu corte a língua dele com uma faca. — Falou fazendo com que mais uma vez KJ arregalasse os olhos.

Camila se levantou em silêncio e caminhou até a sacola que estava em cima do balcão da cozinha, revirou a mesma e encontrou uma fita isolante ali, pegou o objeto e voltou para a sala entregando-o nas mãos de Madelaine. A garota pegou a fita isolante que sua amiga havia acabado de lhe entregar e caminhou calmamente com um sorriso debochado nos lábios, em direção a KJ que já começara a murmurar inúmeros palavrões e tentava desviar da garota. Mad pegou um pedaço generoso da fita e colocou por cima da boca do garoto, dando dois tapas nada leves por cima e se afastou.

— Pronto, agora que calamos o papagaio podemos pensar tranquilamente. — Mad falou se jogando no sofá.

— Não é melhor levar ele logo pro quarto, Mad? Aí é meio desconfortável, coitado do garoto. — Cami falou baixo e olhou KJ de relance, que parecia estar com mais ódio do que nunca.

— C, vai preparar seu paninho com clorofórmio para quando eu trouxer o Charles, por favor. — Madelaine ditou pausadamente tentando conter a vontade de sacudir a amiga.

Dez minutos se passaram e Madelaine se encontrava na praia, no local ande ela havia marcado com Charles. O problema é que ela não havia marcado um lugar específico, e agora teria que procurar o garoto apenas com a ajuda de seus olhos, já que teria que se livrar do celular de KJ antes que Charles aparecesse.

— Meu Deus! — Madelaine parou no meio da praia ao se lembrar que não havia especificado o local que Charles precisava encontrá-la. — Eu sou o cérebro, e se eu já estou fazendo merda é claro que esse sequestro não vai dar certo! — Bufou impaciente enquanto enfiava a unha na lateral do iPhone de KJ na intenção de remover o chip, o que não era uma tarefa nada fácil para ela que não usava unhas stiletto, como Lili.

Depois de levar uma pequena surra do aparelho de KJ, a garota finalmente conseguiu remover o chip e o quebrou no meio com a ajuda de seus dentes, caminhou em direção ao mar e arremessou o celular de KJ dentro do mar, sem dó, nem piedade.

Madelaine caminhava pela praia que estava praticamente vazia — quele local de Malibu era bem pouco frequentado e por isso as três amigas o escolheram — quando viu Charles de longe, o rapaz andava pelo calçadão e olhava ao redor no intuito de encontrar a garota que fora descrita para ele, por quem ele acreditava ser KJ. Ela acenou estericamente na tentativa de chamar a atenção do moreno e conseguiu. Charles acenou de volta e sorriu abertamente para a garota que caminhava em sua direção.

— Você deve ser a garota ruiva que KJ disse que viria me buscar. — Charles falou assim que Mad aproximou-se o suficiente para ouvi-lo, e lançou um sorriso um tanto quanto galanteador na direção da garota.

— Eu mesma, em carne, osso e areia! — Madelaine respondeu brincalhona, na intenção de não demonstrar seu nervosismo, e estendeu a mão para o garoto, que logo a apertou. — Prazer, pode me chamar de M. — Ela disse sorrindo de lado.

— Ok, me chame de C. — Charles brincou e logo Mad começou a andar em direção a casa onde as meninas a aguardavam.

— Não tem graça chamar você de "C", eu já sei o seu nome. — Madelaine falou puxando assunto.

— Finge que não sabe e me chame assim, gostei disso. — Ele brincou e piscou o olho esquerdo pra garota.

"Ok, ele está dando em cima de mim?" Madelaine pensou e logo revirou os olhos de forma discreta.

Eles caminharam por alguns poucos minutos enquanto conversavam e Madelaine inventava como estava ótima a tal festa privada para onde ela o estava levando. A festa privada e imaginária, diga-se de passagem.

Madelaine parou em frente a porta dos fundos da casa e deu duas batidas leves na porta. Quando Charles notou o silêncio logo estranhou. Festa sem música?

— Tem certeza que isso é uma festa? Não estou ouvindo nada. — Charles questionou desconfiado.

— Absoluta. — Mad virou-se de supetão para o rapaz. — A casa tem proteção externa anti ruídos. — Inventou e o moreno apenas assentiu.

Madelaine passou Charles a sua frente assim que a porta foi aberta, e ele logo passou pela mesma adentrando a casa. Camila surgiu por trás da porta e colocou um pano encharcado de clorofórmio no rosto de Charles, porém o mesmo não apagou de imediato, o que fez com que Camila se desequilibrasse e acabasse soltando o garoto. Madelaine tentava segurá-lo enquanto o mesmo olhava o local com o rosto perplexo com o que via, seu amigo amarrado e com fita isolante tampando sua boca. As meninas dentro da casa se desesperaram. Madelaine tentava apagar Charles a todo custo, enquanto Camila começara a chorar de nervoso e KJ se debatia no canto da sala tentando em vão pedir por socorro.

Enquanto isso Lili estava do lado de fora da porta tomando a maior surra da fechadura, pois estava com as mãos repletas das sacolas de papel do Chipotle. A loira já era atrapalhada e lesada por natureza, com as mãos ocupadas era uma negação ainda maior. Ela finalmente conseguiu destrancar a casa. Lili se posicionou em apenas um pé e deu um tremendo chute na porta, por conta de suas mãos estarem ocupadas, e acertou em cheio a cabeça de Charles que tentava sair, o fazendo cair no chão completamente inconsciente

— Meu Deus! O que você fez, sua ogra!? — Camila gritou e Lili olhava sem reação para o que acabara de fazer. — Esse definitivamente está morto! — Choramingou desesperada enquanto ajoelhava-se no chão ao lado de Charles.

— Vocês nos salvou! — Mad comemorou puxando Lili para dentro e pulou Charles indo trancar a porta. — Ele estava quase conseguindo fugir!

— Gente! Mas o que aconteceu? — A loira perguntou perplexa ainda olhando a situação.

— Parece que o moreno ali é resistente a clorofórmio... — Mad falou apontando para Charles que ainda estava apagado no chão. — Deve estar acostumado já. — Debochou. — Enfim, vai colocar isso na cozinha que eu vou dar um jeito no bonitão aqui junto com a C. — Lili assentiu para a ordem da amiga e dirigiu-se a cozinha.

Camila e Madelaine tiveram uma tremenda dificuldade para tirar o garoto do chão, mas depois de no mínimo umas dez tentativas falhas, conseguiram. Lili havia ligado o rádio e agora Breath on me da Britney Spears preenchia o ar.

— As pessoas vão achar que transformamos isso aqui num puteiro, com esse tipo de música, L! — Cami gritou num tom debochado, e sacudiu a cabeça em negação ao ver a amiga dançando pela cozinha enquanto comia alguma coisa que ela não conseguiu identificar, e Lili não deu a mínima atenção para a morena.

Madelaine já havia amarrado Charles a uma cadeira razoavelmente longe de KJ, e colocado fita isolante em sua boca por precaução. KJ resmungava coisas que ninguém conseguia entender e tentava chutar o ar, em vão.

As garotas se alimentaram e conversaram um pouco. Hoje a noite seria a festa em que elas teriam que pegar Cole. E o que ficou decidido foi que Camila — que agora alimentava KJ — iria ficar ali cuidando dos garotos, pois era a mais medrosa e a que mais tinha paciência, enquanto Lili seria a isca e Madelaine iria junto da amiga para assegurar de que ela não surtaria e estragaria tudo.

A noite caiu e as duas garotas já estavam prontas e dentro do carro da mãe de Lili, enquanto Camila choramingava pedidos de desculpas para Charles enquanto o alimentava. Agora era a parte mais complicada do plano, fazer com que Cami não ficasse com dó e soltasse os garotos e ter certeza de que Lili não surtaria novamente quando visse Cole em sua frente.

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O QUE ESTÃO ACHANDO?????

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