Villain
Investida, desvio e contra-ataque, estávamos naquilo a algum tempo e tudo que eu consegui fazer foi acertar um soco.
Parte da sala estava destruída, alguns dos cabos elétricos expostos e os monitores com as imagens das câmeras todos quebrados. Não sentia mais a minha perna direita, nada além da força de vontade me mantinha de pé na frente de Ryker, eu não daria a ele o prazer de me ver quebrar. Minha satisfação era ver que ele não estava tão melhor, os diversos cortes estavam fazendo a sua função em fazer ele sangrar. Do mesmo jeito que havia feito comigo.
Senti a bile vir a minha boca misturado com um gosto metálico, mal tinha energia amaldiçoada para me defender dos ataques do comandante quem diria para contatar Gojo e ter um pingo de esperança que eles estavam por perto.
-Você é tão divertida – rosnou na minha direção, sorrindo em seguida – Está tão destruída, mas mesmo assim eu consigo ver o fogo queimando por trás dos seus olhos.
Ele cortou o ar com a espada lançando um ataque na minha direção, apertei o cabo da lança improvisada a girei neutralizando o ataque.
Precisaria que Ryker me desse uma abertura logo, durante todos as investidas que o comandante havia feito na minha direção eu havia colocado pequenas armadilhas – fios finos quase imperceptíveis, fortes o suficiente para mover um corpo.
Esperei o momento certo em que ele avançou brutalmente, cego e tolo. Essa seria minha chance. Respirei fundo e juntei o que restava das minhas forças para puxar Ryker não passava de um boneco e eu a mestre de marionetes. O barulho das linhas se movimentando rapidamente cortou o ar, sem brecha.
O homem bateu com as costas nos cabos de energias expostos. Os cortes podiam parecer imprecisos, mas o meu objetivo era cobrir o comandante de sangue, afinal o líquido vermelho é um condutor de eletricidade. E pelo menos algumas centenas de volts deveriam estar passando por aquela corrente de alta tensão.
Os dedos dele se retorceram pelo choque enquanto ele grunhia como um animal sendo abatido, andei até ele praticamente me arrastando com nada além do puro ódio. Ergui a lança e encostei ela no seu peito empurrando devagar sentindo o metal cortar centímetro por centímetro da carne do comandante até chegar seu coração.
O restante das minhas linhas percorriam o corpo dele apertando e quebrando seus ossos em múltiplos lugares ao mesmo tempo, uma linha mais letal estava enrolada em seu pescoço o sufocando enquanto o próprio sangue impedia o ar de entrar em seus pulmões.
Encarei os olhos ametistas do comandante - Lembre-se do meu rosto enquanto estiver queimando no inferno, seu filho da puta.
Um último impulso, e um puxar de linha – o coração parou de bater ao mesmo tempo que sua cabeça caiu no chão.
Minha visão ficou embaçada e meu corpo desabou sem forças. Encarando o teto com as marcas da nossa luta senti as lágrimas vindo aos meus olhos e soluços escapando pela minha garganta seca.
Se eu dependesse das minhas habilidades sozinha não conseguira nunca derrotar o homem, ganhando somente a minha morte no processo. Mas a mente deturpada e maníaca havia contribuído me deixando com uma grande vantagem na questão de estratégia, ele não estava ligando para o que estava a nossa volta.
Ryker tinha um único objetivo e isso o deixou completamente cego.
As partes do meu corpo que eu conseguia sentir começaram tremer e a ter espasmos, pânico surgindo como titã e me levando para um jardim de agonia, medo rastejando pela minha pele se dobrando sobre meu peito me impedindo de respirar.
Uma sombra densa e escura – que eu já não sabia se era real ou não – surgiu na minha visão, seria a própria morte vestida em escuridão que viera para me buscar?
No chão vulnerável, esgotada e quase sem consciência disparei pelo único fio que me restava.
*Por favor, não me deixe morrer.
***
Akio Kimura – POV
Estávamos numa bifurcação quando Gojo-kun quase caiu no chão repentinamente, podia ouvir a sua respiração ofegante tentando buscar ar. A mão apertando fortemente o tecido do uniforme em cima do peito e até mesmo seu característico óculos havia ido para o chão, o garoto se encostou na parede enquanto se recuperava da repentina conexão.
-Precisamos nos separar – ele disse – Não temos mais tempo, precisamos encontrar [Nome] agora!
-Vá pela esquerda eu irei pela direita. Se ouvir o sinal de Nonato-kun saia imediatamente da instalação está me ouvindo?
Sem precisar de uma segunda fala Satoru partiu correndo pela direita enquanto eu segui para o outro corredor, as paredes impecavelmente brancas se tornavam cada vez mais incômodas e nauseantes. Fui ver algo diferente quando encontrei uma grande porta de madeira escura empurrando para criar uma passagem dei de cara com uma visão impressionante.
Era o fundo do mar. Bem ali na frente dos meus olhos uma enorme estrutura dava uma visão panorâmica da imensidão azul, entretanto meu olhar se fixou na figura loira que estava na frente dele.
-Akio Kimura – sua voz a princípio parecia doce, mas estava entrelaçada com um pouco de raiva – Não imaginei que fosse você a chegar aqui, esperaria que Miller fosse a minha carrasca.
-Então, sabe o que vim fazer.
Ainda se virando uma bala foi disparada na minha direção se separando em duas a alguns metros de me acertar.
-Ouvi boatos sobre a sua técnica jujutsu, a habilidade de colocar energia amaldiçoada em cartas de baralho e as manipular livremente. A princípio parece boba, e ainda assim te deixou bem conhecido... O Ilusionista.
-Nunca atendi por esse nome – segurei uma carta entre os dedos enquanto a via carregar a arma me perguntando aonde teria usado as outras balas do cartucho.
-Ah sim, sua fase rebelde. Suponho que todos tenhamos uma, sabe que [Nome] me deu um bom trabalho escapando por aí. Você pode se orgulhar por isso, entretanto foi uma luta em vão.
-Não vai ser o suficiente para a salvar ou impedir que o jujutsu seja erradicado da terra antes mesmo de ser criado.
-Porque fazer isso Vega – seu nome saiu como um sibilo da minha boca, amargo –, protegemos as pessoas, maldições vão continuar existindo independente do passado.
-Por quê? – uma gargalhada – Existem tantos porquês, me diga Akio. Por que vocês feiticeiros jujutsu se acham no direito de fazer algo apenas porque salvam algumas pessoas? Por que vocês apenas favorecem os fortes?
-Por que me deixaram para ser açoitada num convento a anos atrás? – o olhar que foi lançado na minha direção não tinha nada além de ódio e puro ressentimento, a mulher ergueu a mão com a pistola e coçou a cabeça com ela antes de voltar a falar diretamente comigo – Surpreso?
-Ah sim, nunca vou me esquecer de como aquele feiticeiro jujutsu olhou e me deixou para morrer naquele inferno, penalizada por ver horrores que eu não escolhi. Sendo obrigada a me punir por ter nascido "impura e endemoninhada." – Vega nesse ponto andava de um lado para o outro enquanto falava, seria uma estratégia para me distrair? Apesar de não aparentar ser.
– Pelo menos até que eu aprendesse o que era mentir, engraçado não? Punida por falar a verdade que meus olhos viam, e a partir do momento que comecei a pecar, as coisas ficaram muito melhores.
-MNão deixe que isso prejudique o seu julgamento, na verdade, eu não me importo. – nesse ponto a mulher estava de costas para mim – Podem continuar existindo maldições, mas saber que fui eu que coloquei um fim nos vermes do seu tipo, isso, sim, não tem preço.
-Você não se importa das outras pessoas sofrerem? Não é o plano da Gaia controlar o mundo?
-Me importar? Deveria? Ninguém pareceu ligar enquanto me batiam com um chicote e quanto Gaia... Prometeu cumprirá sua missão, o mundo que será moldado depois disso não me importa.
-Não resta humanidade em você – ergui as minhas cartas vendo para onde a situação estava seguindo, feiticeiros jujutsu estavam longe de serem bons ainda havia muitos pontos negativos na organização. Regras ultrapassadas e sem sentido, mas mesmo assim não poderia deixar que esse plano medonho continuasse.
-Realmente, não resta – Vega destravou a pistola a apontando na minha direção – Mas é isso o que me faz a vilã da história não?
N/A: UAU!
Muitas revelações, Ryker foi de base, quebra da quarta barreira (ou quase kkk).
Será que finalmente Gojo encontrou a querida [Nome]? Quem era a figura da "morte"?
Descobriremos nos próximos capítulos!
Até! Xx
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