Um Passo a Frente



Pacome continuou me levando pelos corredores gélidos e compridos, não conseguia me lembrar o percurso pelo qual havíamos seguido já que todas as paredes pareciam iguais. Chegou ao ponto de eu me perguntar se ele estaria brincando comigo ou de fato aquele era o caminho real para a "purificação".

O termo não soou nem um pouco atrativo aos meus ouvidos, o que quer que seja o plano deles eu sabia estar com problemas. Minha mente estava simulando seguidas vezes o que eu poderia fazer para me livrar e escapar daquele local, sabia que estava na pior situação possível teria que lutar sozinha.

Finalmente ele parou no que parecia uma cúpula estava revestida com algum material escuro que eu não consegui identificar o que era e bem no centro dela um amontoado de pedras que não combinava em nada com a aparência tecnológica do local.

As rochas maciças e acinzentadas se erguiam do chão como pilastras, eram duas colunas paralelas perfeitamente posicionadas suas bases eram retangulares e largas se afinavam conforme apontavam para o céu. Ainda que não pudesse ver podia sentir a pressão no ar, as rochas tinham uma força arrebatadora que devia estar se perpetuando por séculos e mais séculos desde a criação do mundo.

Entretanto, não pude deixar de notar cabos retorcidos de metal que ligavam a estrutura a algo que parecia um trono, retorcido disforme e de um metal sujo.

Pacome soltou meus pulsos e pernas passando em seguida os braços por trás dos meus joelhos mudando o meu acento, assim que ele me colocou no trono foi como uma onda elétrica se reverberasse pelo meu corpo. Os pelos da minha nuca se eriçaram e um calafrio fez com que a minha coluna tremesse, que diabos era aquilo?

-Imaginei que tivesse uma reação – o comandante disse levemente surpreso – Mas não que fosse imediata.

Ele voltou a prender as minhas mãos no meu novo assento, assim como as pernas – Supostamente esse metal que você está sentada um dia já foi a própria foice de Cronos, aquela que lhe foi presenteada pela Mãe-Terra. – ele me olhou com os olhos sérios e eu podia ver uma sombra de pena por trás das orbes cor de âmbar dele. – Mas julgando pela sua reação deve ter ao mínimo uma certa quantidade de energia amaldiçoada, então sua origem verdadeira é incerta.

-Vou tirar a sua mordaça, não faça nada de engraçadinho – ele puxou o pano da minha boca em seguida indo até uma sala lateral e voltando com um carrinho, franzi meu cenho vendo o suporte balançar com um soro desconhecido.

-O que é isso?

-Você não precisa saber – ele respondeu e colocou a agulha forçadamente no meu braço – Vai fazer efeito em breve.

E então ele me deixou, sozinha sem nenhuma explicação sobre o processo. Eu não tinha meio de fugir, com isso já estava conformada, mas ainda havia algo que eu poderia fazer. Doeria como o inferno, mas mesmo assim era algo.

Respirei fundo e joguei a minha cabeça pra trás antes de me dobrar e pegar a maldita da lâmina com os dentes, soltei um sibilo de dor. As faixas que estavam ali seriam um grande problema, mesmo que fosse apenas alguns segundos eu precisava mostrar a Gojo o que estava acontecendo.

Meu coração bateu mais rapidamente no meu peito, como um tambor se preparando para a guerra, mordi ainda mais forte o metal. Só teria uma chance de fazer isso, soltei o ar que estava em meu pulmão e num único movimento, puxei.



***



Foi sorte de Gojo estar na sala com Akio-san e os estrangeiros quando a conexão foi reestabelecida, a náusea foi tão forte que ele teve que colocar a mão na boca e se curvar para frente.

A base da sua coluna queimava assim como a perna direita, o lembrando da sensação de quando Toji a havia retalhado porem pior mais profundo como se a dor estivesse nascendo dos seus próprios ossos. Geralmente ele se dava bem com o volume de informações sendo jogada para cima dele, afinal era isso que os seis olhos lhe proporcionavam, mas ter uma nova gama de sensações o invadindo sem aviso novamente o deixou atordoado.

Estava preparado para isso, na primeira vez havia sido inútil pelo menos agora ele deveria tirar alguma informação. O tempo a sua volta pareceu parar, ficando mais devagar e sem cor. Envolta de seu corpo uma fina linha vermelha flutuava se embrenhando numa segunda de cor azul.

O destino e o tempo.

Satoru fechou seus olhos se focando apenas no que estava sendo enviado por mais estranho que isso soasse, era uma sala escura com algo que parecia um portal de pedra, na lateral um apoio de hospital com um soro talvez? Olhando mais em volta no chão a lâmina que estava interferindo, dessa vez ele deu uma boa olhada, seu formato era estranho não era uniforme tinha desenhos e era de um ouro vivo.

Em contrapartida, ele conseguiu ver o porquê da dor na perna retornar, a grande ferida sangrava, mas aparentemente graças a algumas faixas não estava tão ruim quanto poderia estar.

Vamos lá [Nome] me dê algo mais concreto do que isso, não vou conseguir te achar assim, pensou.

Como se seu pedido fosse atendido outras imagens começaram a chegar, o caminho que havia tomado depois de desmaiar Nanami, um carro, uma sala gigante e uma vista do fundo do mar.

Mar?

Então foi quando informações realmente apareceram, anúncios no mercado de recompensas eles poderiam usar isso para a rastrear, alguns mapas e mais informações, além disso o grupo de pessoas que deveriam ser os comandantes dentre eles uma mulher que Satoru julgou como maníaca.

Aos poucos as sensações foram se dissipando como se ele mesmo estivesse ficando inconsciente, o tempo voltou ao seu curso e o ambiente as suas cores normais.

Akio-san se aproximou e ainda um pouco ofegante Satoru levantou a mão – Me dê um caderno.

Ainda com uma sensação de enjoo no estômago o garoto pegou uma folha e começou a anotar as informações mais relevantes, sobre o local as fichas e a arma.

-Que merda aconteceu aqui? – Miller cruzou os braços.

Akio ponderou por um momento se deveria falar sobre as descobertas para a antiga professora por fim ele resolveu manter o assunto por cima – [Nome] e Gojo-kun possuem uma ligação, a teoria de Telles sobre a maldição estava certa.

O choque passou pelo rosto da professora e logo depois ela gargalhou – Mesmo depois de tudo Telles ainda continua acertando em todo o qualquer palpite.

-Ele morreu – Gojo disse enquanto ainda escrevia.

-O quê? - a mulher disse.

-Tinha esse painel super estranho cheio de informações com o escrito Anthony Telles, Feiticeiro Jujutsu de Grau 1. Status: morto – ele completou – Ah e vocês estão com recompensas falsas, podemos rastrear os anunciantes por eles.

-Mas o que me deixa preocupado é o falto deles estarem preparando um ritual, Yaga-san – ele chamou – A arma que impedindo [Nome] de usar o poder, ela é dourada com esses fios de luz tem um formato estranho como se...

-Fosse uma ponta quebrada de lança – Miller completou e então se virou para os alunos gregos falando algo que não era possível compreender. Um deles abriu a bolsa tirando um notebook, em seguida ele virou a tela mostrando exatamente o que Satoru tinha visto.

-A adaga de Lete – Miller disse – Era uma das armas que tínhamos guardadas no monastério deve ter sido saqueada quando eles nos atacaram da primeira vez. Ele não necessariamente impede que você use práticas jujutsu, mas faz com que você esqueça como usar.

-Lete é o rio do esquecimento não é? – Akio-san perguntou – Um rio da mitologia onde quem se banha tem sua memória apagada, total ou parcialmente.

-Exato – a mulher colocou a mão no pescoço suspirando – Quanto mais tempo o indivíduo passa com ela mais seu conhecimento sobre as coisas somem, mas supondo que você teve contato [Nome] deve ter tirado de alguma maneira.

-Consegue falar sobre os anúncios? Nonato tem certa afinidade com computadores ele vai conseguir rastrear e-

A porta abriu de repente revelando um outro garoto.

-Nanami-

-Eu quero saber exatamente o que está acontecendo aqui.








N/A: Olá! Obrigada por ler até aqui.

Eu sempre penso, "preciso explicar isso nas notas do próximo cap" mas sempre esqueço o que é T.T

Memória ruim, hoje é isso vejo vocês na semana que vem ou próxima dela. (seguindo aquela de att em até duas semanas)

See ya, Xx

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