Relatividade


-Hum, interessante – Akio-san disse assim que terminou de ver a carta. Já se tinha passado algumas horas desde que eu mesma tinha lido. A informação ainda não entrara na minha cabeça. – Infelizmente esse tipo de registro ficaria guardado pelo próprio clã. É muito difícil até para alguns membros da família conseguir esse tipo de informação.

O mais velho passou a mão pelo rosto - Posso pedir para o diretor intervir e tentar alguma coisa. Mas não tenho certeza se vamos conseguir algo.

Ponderei se eu falava mais alguma coisa sobre o encontro com o Gojo, mas mesmo antes de eu comentar ele me perguntou. – Mais alguma coisa que você quer me falar?

-Até mesmo para um feiticeiro a sua percepção é muito afiada Akio-san – suspirei me sentei na minha cama e comecei a relatar. – Quando encontrei Satoru Gojo pela primeira vez... Eu vi a linha vermelha, embora eu não entenda o que isso significa já que o que penso é que vai além de uma lenda sobre almas gêmeas.

-O estranho é que hoje quando nos encontramos novamente e ele segurou no meu pulso, de alguma maneira fez com que refletisse no físico. A lâmpada do poste estourou e pareceu que o metal se retorceu na nossa direção.

Akio-san ficou com uma feição séria – Por acaso você sabe o tipo de pessoa que o Gojo-kun é?

Balancei a cabeça negando, meus colegas de primeiro ano com certeza tinham um respeito pelas habilidades dele, mas nunca passamos desse comentário. Eu realmente não sabia quem o garoto era.

-Bom, Satoru vem de uma família de feiticeiros jujutsu, uma que já foi tão renomada quando a própria família Zenin – começou a contar. – Mesmo sendo um estudante ele já mostra níveis absurdos de energia amaldiçoada e uma técnica jujutsu poderosa.

-Mukagen – Akio-san continuou - É uma técnica que ele herdou da própria família, uma manipulação precisa de espaço num nível microscópico e até nano, estamos falando até de átomos aqui, é uma técnica refinada que tem vários níveis de aplicação. Mas não vamos entrar tanto nesse assunto.

-E o que a técnica dele tem a ver com a minha exatamente? – perguntei.

-Os humanos normais quando estão na escola aprendem sobre a teoria da relatividade, até mesmo você já deve ter ouvido sobre isso. Espaço e tempo não podem ser desvinculados e são uma unidade.

-Essa mesma teoria diz que vivemos em quatro dimensões, sendo três de espaço e uma de tempo. Qualquer evento ocorrendo na natureza, seja uma bola caindo ao chão, seja a explosão de uma estrela, deve ser caracterizado pela sua posição nesse espaço-tempo quadrimensional.

-Você vai ter que explicar isso de uma maneira muito mais simples Akio-kun...

-Certo vamos lá – ele começou – Se eu pegar meu celular e jogar pra você, na física comum falamos da posição inicial, o momento que eu jogo, a posição final; o momento que você pega o celular e o tempo que ele levou para chegar até ai certo? É o mesmo princípio do seu fio de Chrono, onde a ação começa onde ela termina e o tempo que leva pra fazer isso.

-Quando se tem a relatividade, falamos de dois eventos no espaço-tempo, separados por uma distância. Quando se analisa esses dados ele podem dizer o local e a hora em que ele ocorreu, ocorre ou ocorrerá.

-Então você está dizendo que as nossas técnicas são um complemento uma da outra?

-Não sei se eu diria complemento, mas que elas podem funcionar juntas é inegável. A questão do poste provavelmente é porque a gravidade é formada pela deformidade do espaço-tempo, causada por dois corpos. Então por um segundo vocês dois se tornaram o ponto de referência de gravidade.

-Minha cabeça está doendo – reclamei e joguei meu corpo para trás encarando o teto do meu quarto – E como isso é possível?

-A junção do espaço com o tempo causa efeitos peculiares – ele disse – Eu não sei como vamos investigar isso mais a fundo, mas supondo que as suas técnicas de alguma forma se "ajudam" e que o fio vermelho pelo menos significa algum tipo de familiaridade. Vocês dois tem muito mais a ver do que se imaginaria.

Estiquei a minha mão para cima – Diretor Telles costuma especular sobre a akai ito ser uma maldição ou algum tipo de promessa não cumprida... Existem pessoas que conseguem criar ou manipular maldições com palavras não é mesmo?

-Sim, existem alguns clãs com casos semelhantes – o assistente respondeu – Aonde quer chegar?

-Se fosse uma maldição comum todos os feiticeiros deveriam poder enxergar, então, por que só é visível em certos momentos? É preciso ter algum tipo de treinamento especial?

-Ou algum tipo de olhos especiais?

Akio-san pareceu de dar conta de alguma coisa e se levantou rapidamente – Vou iniciar algumas pesquisas se concentre nas suas missões e nas atividades da escola enquanto eu não retornar com resultados.

-O que aconteceu? – me sentei e perguntei.

-Eu posso ter uma ideia da onde começar a procurar, mas não vai ser tão fácil – o mais velho andou até a porta – Continue com cautela [Nome], e não comente sobre seus pensamentos com mais ninguém.

Assim ele se foi me deixando sozinha com meus pensamentos, minha têmpora latejava pela onda de informações jogadas em cima de mim de repente. Era sobre a minha mãe, umas loucuras de espaço e tempo e um mistério que estava longe de ser desvendado.

O que eu não tive de emoção desde que  saí da Grécia tive em um dia. Respirei fundo fechei meus olhos e imaginei o som das ondas do mar batendo na costa. Sempre que eu ia dormir no monastério aquele som ritmado me fazia ficar calma, em pouco tempo comecei a ficar sonolenta.

Só não sabia e que do lado de fora alguém escondido no breu da noite me tinha em pensamentos.



Um bar localizado na parte mais escura da cidade com um único cliente. O barman colocou pela terceira vez uma dose de whiskey para o homem parado em sua frente, ele tinha os cabelos escuros desgrenhados e girava uma foto antiga na mão.

-Se me permite, é a terceira dose que toma sozinho essa noite.

-Você não devia se enfiar nos assuntos dos outros velhote – ele respondeu numa quase ameaça – Mas é uma comemoração.

-Sobre o-

Um único movimento e o cadáver do funcionário caiu no chão sem vida – Eu avisei para não se enfiar no assunto dos outros.

De uma vez o líquido âmbar desceu a sua garganta proporcionando uma queimação, o homem levantou o copo na altura dos olhos observando o seu reflexo, a cicatriz no canto da boca nunca o deixaria esquecer do que a sua família tinha feito.

Ele tirou uma nota amassada do bolso e passou pelo balcão colocando ela em cima do cadáver – Não conte para ninguém meu amigo é um segredo, mas depois de tantos anos a minha sobrinha está de volta.

O homem se levantou – Fique com o troco, pelo menos até um ladrão entrar aqui e levar tudo.

E nisso a figura alta e esguia sumiu na noite de novo, levando a única lembrança viva de Suyen Zenin com ele.






N/A: UAU, bem puxado esse capítulo eu pesquisei muito pra conseguir fazer essa relação do espaço-tempo. É um teoria real do Albert Einstein, tem umas paradas bem loucas, mas eu vou dar uma adaptada pra ficar legal na história.

Então físicos ou pessoas que sabem sobre essa teoria, me desculpem pelos erros mas eu sou de humanas não entendo muito não haha.

Vou colocar os links do que eu usei na minha pesquisa caso interesse a alguém.

É isso até a próxima. Xx





https://youtu.be/kJ5xNaSIeTI

https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/dilatacao-tempo.htm

https://www.maisbolsas.com.br/enem/fisica/entenda-teoria-da-relatividade

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2206200301.htm#:~:text=Nela%2C%20para%20falar%20de%20tempo,cont%C3%ADnuo%20se%20chama%20espa%C3%A7o%2Dtempo.

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