Orfanato Abandonado
O gerente auxiliar estava dirigindo enquanto Haibara folheava a pasta de arquivo com os dados da nossa missão, no banco de trás eu olhava pela janela com o rosto apoiado na minha mão, Nanami sentado do meu lado. Ele estava quieto e parecia estar perdido em pensamentos.
-É um lugar bem propício para maldições, costumava ser um hospital psiquiátrico e depois virou um orfanato de crianças que perderam os pais durante guerras. A ocupação mais recente foi uma escola infantil. Mas não ficou aberta por muito tempo, na verdade, nem chegou a abrir.
Ele continuou falando sem realmente ligar se estávamos prestando atenção - Um dos funcionários morreu durante a reforma e outros 3 foram parar no hospital, desde então tudo foi abandonado. Uma lenda se espalhou pela cidade, então, ninguém sequer se aproxima de lá.
-Parece interessante - falei - alguma informação da maldição mesmo?
-Aparentemente de terceira ou segunda classe - respondeu - nada que nós três não possamos lidar. Falando nisso pode falar mais sobre as suas linhas amaldiçoadas? Vai ajudar caso precisemos de apoio.
-Pode ser - respondi me ajeitei no banco. - Para ataques uso o Julgamento de Aisa, são linhas cortantes posso manipular cada uma do jeito que eu quiser. Aisa ou Átropos na mitologia grega era a moira responsável por cortar a linha da vida.
-Karakuri Ningyo... Bom funciona como uma marionete, consigo dar apoio físico controlando os movimentos de uma pessoa. Mas preciso tocar ela primeiro para criar um vínculo.
-E a última é... Restrição de Aracne, ela faz o que o nome diz. Por mais que agora eu já não tenha a mesma simpatia pelo nome como antes. Mas também deriva de uma lenda.
-Gojo-san vai tirar sarro de você com certeza. - Haibara comentou -, os segundo anistas são incríveis, você vai ver só. Não é mesmo Nanami?
-Eles estão um ano na frente é de se esperar - ele respondeu.
-Eu admiro o Getou-san. Acho ele um feiticeiro incrível.
-Você é uma pessoa legal demais para ser um feiticeiro Haibara-san - falei despretensiosamente.
-Não sou do tipo que pensa demais nas coisas, dar o meu melhor em algo e saber que estou ajudando é uma ótima sensação.
Não tivemos tempo de finalizar a conversa já que chegamos até o prédio abandonado, foram algumas horas de viagem de carro. Era uma construção nada simpática que se estendia por muitos metros e num palpite bem grosseiro deveriam ter umas 100 salas a vista. Ignorando a parte que foi abandonada no meio da reforma.
-Charmoso - falei.
-Eu vou abaixar a cortina - o gerente disse - por favor tomem cuidado, essa é a primeira missão de vocês três.
- "Surja das sombras e torne-se mais escuro que o breu... E então purifique e exorcize aquilo que for impuro"
A tela então desceu deixando tudo mais escuro, já fazia algum tempo que eu não ia pro campo, pode ser que eu estivesse um pouco enferrujada. Os dois garotos seguiram na frente, sem realmente se preocupar comigo.
-Nossa esse lugar está realmente deplorável não é mesmo? Sinto como se tudo pudesse desabar em um instante - um passo em falso e foi tudo que precisou. Haibara estava na frente então ele acabou não conseguindo reagir, Nanami pelo contrário pulou para trás, usei os meus fios de restrição para pegar Yu pela perna.
-Você está bem? - perguntei espiando pelo buraco abandando um pouco da poeira que subiu com o pequeno desabamento.
Ele olhou pra mim de cabeça para baixo - Boa pegada [Nome]! Oh, parece que tem um belo porão por aqui, por que não nos separamos? Você pode ir com Nanami inspecionar os andares e eu dou uma olhada por aqui encontro com vocês depois.
Abaixei ele até que ele estivesse no chão - Bom acho que somos nós dois Nanami-san.
-Você não precisa usar honoríficos sei que não é da sua cultura, não é necessário o uso sem sinceridade - ele disse sem medir palavras.
-É gentil da sua parte - respondi - agradeço por isso.
Subimos alguns andares em silencia então resolvi tentar puxar assunto - Então, qual a sua técnica jujutsu? - perguntei já que não tinha nenhum sinal de uma maldição.
Ele pareceu ponderar se realmente respondia, mas no fim deu seguimento na conversa - Minha técnica pode forçar um ponto fraco em qualquer oponente que eu enfrente, na área de 7/10 do corpo. Pense no alvo como uma linha reta se você acertar um ataque no "ponto" será um acerto crítico. Consigo causar dano em coisas mais fortes do que eu.
-E se for algo com poder mágico fraco, consigo até cortá-lo em dois com essa espada sem ponta.
-É bem interessante - falei, chegamos no terceiro andar foi quando senti uma distorção no ambiente - Parece que nosso convidado está aqui.
-Fique em alerta. - Nanami empunhou a espada coberta de selos de encantamento ele não percebeu, mas toquei levemente na gola da sua jaqueta criando um link. Nunca se sabe o que pode acontecer.
Olhei para trás quando tive a sensação que estava sendo observada, entretanto, a vibração estava vindo do outro lado do extenso corredor, na direção que estávamos andando. Algo não estava certo, mas não tive tempo de terminar meu pensamento já que a maldição avançou para cima de Nanami, ele desviou com agilidade e eu pulei para trás logo sentindo meu tornozelo ser enrolado por algo viscoso e fedorento.
-Não é apenas uma Nanami é um par - falei e procurei um lugar para poder lançar meus fios a fim de sair daquela distorção que parecia como areia movediça. Mas o prédio já estava caindo aos pedaços se eu escolhesse o lugar errado poderia causar um desmoronamento bem na minha cabeça.
Era arriscar ou afundar para se sabe lá onde.
As vigas de suporte ainda deviam ser fortes o suficiente então foi a minha aposta, e agradeci as forças maiores por estar certa. Nanami estava tendo certa dificuldade com a outra maldição, ela se movia rápido demais.
-De quanto tempo você precisa para acertar essa coisa no ponto certo - perguntei em alerta para não ser atacada pela segunda maldição.
-Nada mais do que alguns segundos, acha que consegue fazer algo? - ele perguntou.
-Talvez, restrinja a área de ataque que consigo a prender - juntei as pontas dos meus dedos fazendo com que as minhas linhas aparecessem.
-Você quer que eu seja a isca?
-Resumindo, sim.
Bom não tinha outra opção, ele não era rápido o suficiente pra acertar o ponto fraco da criatura. O garoto fez uma careta, mas não negou, meu colega se isolou na parte mais estreita do corredor apenas esperando pelo ataque. Uma vibração assim como a que tive na escola apareceu e a maldição saiu da parede.
Joguei as minhas linhas de restrição usando um pequeno truque para que elas se movimentasse mais rapidamente, Nanami viu a chance e atacou exorcizando a primeira delas. Quase que instantaneamente a segunda saiu do chão se lançando na direção dele, puxei o fio de trama que preguei em suas vestes evitando o ataque.
Ele caiu de costas nos meus pés.
-Me desculpe por não ser tão gentil, mas estamos com as opções severamente reduzidas aqui.
A maldição mergulhou no chão se escondendo novamente, ela atacaria em breve principalmente que a companheira fora destruída.
Estendi a mão e ajudei Nanami a levantar - A maldição vai atacar de novo precisamos sair daqui.
Um estrondo barulhento e nós dois fomos lançados para fora do prédio a maldição no nosso encalce pronta para nos devorar ou fazer coisa pior. Para o bem da nossa sobrevivência puxei algumas linhas. Prendi Nanami numa viga para evitar a sua queda e a maldição teve um pequeno encontro com Aisa.
Ainda prendi outra linha para evitar a minha queda, a maldição se desfez no ar enquanto eu e Nanami estávamos pendurados nos destroços dos prédios. Olhei para cima e ele parecia estar um pouco angustiado - Espero que não tenha medo de alturas Nanami.
-Ei - olhei para baixo para encontrar Haibara acenando - vocês dois parecem estar se divertindo. E acabaram com a maldição!
Soltei as linhas até que estivéssemos seguros no chão.
-E então o que encontrou no porão? - perguntei batendo as mãos nas minhas calças tirando um pouco de pó.
-Nada demais muitos ratos, mas nenhuma maldição. - ele deu de ombros.
O gerente auxiliar se aproximou - Vi o momento que o véu se desfez, bom trabalho vocês três. Vou informar a escola que a missão foi bem sucedida.
-Isso quer dizer que vocês dois trabalharam em conjunto não foi? - Yu comentou - Sabia que não ia demorar para se tornarem amigos.
-Se tornar amigo de [Nome] significa estar constantemente pendurado eu dispenso - ele saiu andando na nossa frente.
-Ele tem medo de alturas não tem Yu? - perguntei vendo o mais alto se afastar.
-Com certeza.
N/A: Essa história está esquentando ein...
Obrigada pelo apoio.
Até mais! Xx
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top