Infinito encontra o Destino
Itálico - Acontecimento passado
O dormitório não era nada muito extravagante, mas tinha seu charme. Assim que entrei já sabia que a minha parte favorita seria a vista da janela, ela pegava uma boa parte do terreno da escola. A cama parecia confortável ela ficava encostada na parede, também tinha um banheiro e uma pia. Me lembrava algo como um mini apartamento.
-Você pode ficar a vontade para decorar a seu gosto - Akio-san disse - Seus uniformes já estão no armário, vou aguardar lá fora. Saia quando estiver pronta.
Assenti com a cabeça e ele saiu, como fiquei bastante tempo parada consegui pedir algumas customizações. As calças eram de um tecido mole que permitia uma boa movimentação, eu honestamente não me dava bem com saias então tratei de eliminar elas logo no começo. A parte de cima era como o blazer masculino com a diferença que as mangas eram curtas eu geralmente usava bastante os braços quando manipulava minhas linhas.
Assim que terminei sai do quarto e como esperado o mais velho estava aguardando no corredor - Até que fica bem em você.
-Esse foi de longe o maior elogio que recebi de você, obrigada.
Saindo para a parte externa da escola o sol brilhava, mas não tão intensamente por estarmos na parte da manhã. Apenas o suficiente para esquentar, acho que devia ser algo em torno de umas 10 horas. A escola era tão grande que eu mal via funcionários, ou alunos.
A distância, após andar por algum tempo, vi duas figuras paradas próximas à escadaria principal, uma delas era alta e esguia e a segunda silhueta era um pouco mais baixa, mas estava se mexendo de um lado para o outro.
- Yu Haibara e Kento Nanami - o meu acompanhante falou assim que nos aproximamos - Essa é a nova aluna do primeiro ano.
-Oh, Akio-san! Finalmente voltou da sua licença, que bom - o mais baixo falou, ele tinha o cabelo escuro e bem liso. Parecia ser do tipo de pessoa positiva, ou do tipo desapegada.
No contrário o chamado Nanami, tinha uma feição séria, julgaria que ele não estava muito feliz. Fosse por alguma situação anterior ou por minha conta.
Que belo grupo que formaríamos.
Me curvei de leve - Espero que possamos nos dar bem, me chamo [Nome].
-Você tem um sotaque engraçado - o mais baixo, Haibara falou. - É da onde, algum lugar na Europa não?
-Haibara-kun, infelizmente esse é um assunto restrito - Akio-san disse ao meu resgate, aquele garoto era bem perceptivo. - Vocês precisam apenas confiar em [Nome].
-Como podemos confiar em alguém que não conhecemos?
-Acredito que-
Foi como se uma pequena vibração chegasse ao meu corpo, o canto da minha visão ficou com um tom azulado, do telhado do prédio a nossa direita uma maldição pulou direto para Akio-kun.
Era um emaranhado de carne grotesco e corpulento, eu só consegui identificar uma cavidade que imaginei ser a boca por conta dos dentes, se é que podia chamar disso, e um único olho vermelho e preto no topo de tudo.
Minha mente conseguiu ler qualquer uma das ações e micro ações do ambiente. O que eu não contei para o diretor Yaga é que com a Chrono eu consegui atuar em níveis microscópicos de ações. Fosse a respiração de Akio-kun ou a folha que estava caindo na árvore a 10 metros de nós era como estar dentro de um novelo de lã, cada ação dentro de um raio de 30 metros estava ligada a um fio de tom azulado. As ações maiores representavam fios de maior espessura e as ações mais irrelevantes eram finas como uma teia de aranha.
Ergui a minha mão direita, Julgamento de Aisa.
A maldição que então estava "parada" no ar foi fatiada em 5 partes, claro que tudo isso num nanossegundo. Para as outras pessoas ali tudo acorreu num piscar de olhos.
Eu sabia que a escola possuía uma barreira então não tinha maneira daquilo ter entrado aqui por acaso, também sabia que Akio-kun poderia muito bem ter reagido.
-Era para ser um teste? - perguntei - Bom saber que você confia em mim.
-Não foi uma ideia minha - ele respondeu - Foi uma solicitação-
Pela segunda vez eu senti a vibração no ar, mas essa era diferente de tudo que eu já tinha presenciado antes, era uma ação tão rápida que eu quase não consegui ler, uma pressão no ar se fez presente tão forte que uma rajada de vento se formou pelo choque.
Minhas linhas de restrição estavam presentes e envolviam o suposto "atacante", porém elas não encostavam no corpo dele, a pessoa que estava na minha frente era claramente um garoto... Esguio e mais alto do que eu, estava vestindo o uniforme da escola então deveria ser um dos alunos, subindo o meu olhar para seu rosto foi que eu vi.
Um único fio vermelho.
Vice-Diretor Telles e Miller estavam me acompanhando enquanto fazia o meu relatório de missão. Não tinha acontecido muitas vezes, mas eu consegui ver o fio do destino dessa vez.
-O que é determinado pela providência, sorte, o que há de acontecer. O fio que une duas pessoas. São inúmeros os significados que pode ter... Até mesmo a mitologia nórdica tem o seu próprio arquétipo do que é destino; O que se traduz em tudo que é predestinado, passado, presente e futuro entrelaçados.
-Soa como uma maldição pra mim - respondi ainda deitada no sofá do escritório olhando para o teto - Não deveria existir algo como livre arbítrio ou seria isso uma ilusão também? Apenas um nome para justificar a relação de causa-efeito.
-Você está entrando num caminho de pensamento um tanto quanto controverso. - minha professora me disse.
-Quando eu penso no destino penso num enorme tapete - vice-diretor chamou a atenção com a fala. Ele girou na cadeira dele cruzando os braços em cima da barriga - Nossos atos se comportam como fios, seguindo a sua teoria de técnica jujutsu, se entrelaçando e entremeando. Cada pequena ação e curva do fio desencadeia uma série de consequências na obra final, e isso não precisa necessariamente se isolar a somente nós, mas afeta as pessoas a nossa volta também.
Ele continuou divagando em voz alta - Entretanto o que fazemos no passado pode ser cobrado no presente. Já vimos algumas vezes promessas que viram maldições.
-E se a linha predestinada do destino nasceu de uma promessa que não foi cumprida em outra vida?
-Você pode tirar uma foto se quiser.
Pisquei meus olhos recobrando a minha consciência, franzi a minha sobrancelha. Os convencidos são os piores. - Não, obrigada.
Girei as minhas mãos desfazendo as linhas de restrição, não adiantaria nada contra ele e dei alguns passos para trás colocando alguma distância entre nós. Tão rápido quanto o flash vermelho apareceu ele sumiu deixando apenas uma sensação incômoda.
-Gojo-kun achei que tinha pedido apenas para Getou-kun atacar - Akio-san disse.
-Qual é Akio-kun, foi tudo tão rápido. A novata ainda está inteira está vendo? Neh, Suguru sua maldição não fez nem cócegas. - o garoto de cabelos brancos se virou para um segundo rapaz que vinha andando preguiçosamente na nossa direção.
-Eu vi, ou melhor... Não vi - ele respondeu.
-Bom isso prova que [Nome] é tipo, super forte não é? - Haibara tirou o foco da conversa. - Pelo menos eu achei.
-Você tem razão Yu - o tal de Gojo completou e se virou olhando nos meus olhos por cima dos óculos de sol que ele usava. - Eu vi algo bem interessante. Não podemos trocar ela pela Shoko? Vai ser bem mais divertido.
-Temos uma regra para idades e vamos manter assim. - o mais velho ali respondeu - Me desculpe [Nome], mas foi apenas um teste obrigatório para observar suas habilidades. Assim os alunos do primeiro ano podem confiar em você.
-Tudo bem - respondi e balancei a mão -, reparei quando nenhum de vocês reagiu que tinha algo.
-Mesmo assim ninguém aqui pareceu entender o que aconteceu - Nanami que até então estava quieto falou.
-Tenho bons reflexos, nada além disso. E eu uso linhas amaldiçoadas - não era exatamente uma mentira, mas não era a verdade completa. Juntei as minhas duas mãos e das pontas dos meus dedos surgiram fios quase transparentes.
-Legal, você consegue se mexer como o Homem-Aranha?
-Satoru...
-Só uma curiosidade, vocês são tão chatos.
O outro segundo anista balançou a cabeça - Bom temos uma missão para ir, bem-vinda a Tóquio [Nome].
-É isso ai - Gojo disse com uma postura desleixada - Espero te encontrar de novo mulher aranha.
Balancei a minha cabeça num aceno, o tipo de personalidade dele não era a que mais me agradava um tanto quanto exibido e abusado.
-Bom querendo ou não somos um time agora, então melhor nos esforçarmos para dar certo ou então essa experiência vai ser ruim para nós três. - falei me virando para meus companheiros de sala.
-Ela tem razão Nanami - Haibara comentou e estendeu a mão na minha direção - Tenho um bom olho para pessoas então sei que você não é ruim. Espero que possamos nos dar bem.
Apertei a mão dele - Igualmente.
O outro pareceu um pouco relutante, mas estendeu a mão para mim apesar de não falar nada, seria um pouco mais difícil conquistar a confiança dele.
-Ótimo, já que acabamos por aqui - Akio-san tirou um pequeno envelope do paletó. - Que tal irmos para a primeira missão?
N/A: Olá mais um teste.
Como todas as minhas outras histórias, essa não será "abandonada" porém possuirá um cronograma bem aleatório de postagem.
Também gosto de abordar personagens mais secundários e criar um enredo que corre em paralelo a história original.
Obrigada pelo apoio.
Até. Xx
Att: Essa história tem um desenvolvimento de romance slow burn, ou seja eles demoram a se involver romanticamente.
Mas prometo que se você der uma chance vai se apaixonar por outros personagens e ficar no mínimo intrigada com a história da querida [Nome]
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