41# - Calor do Momento

- Outra vez! - gritou Seiji mais uma vez para com Terui. Estava treinando ele para ter mais controle da sua chama - Eu sei que podes melhorar isso...

- Tens a certeza? - respondeu Terui ofegante, já estava a ficar cansado de tanto usar o poder de sua chama - Pelo que acabei de ver, estou a ficar muito bom nisto...

- Bom, não é o suficiente, tem de estar perfeito! - gritou Seiji deliberadamente, mas rapidamente concentrou-se e continuou a falar - Me desculpa, é que tu não sabes como é uma guerra, e acredita, tu não irás gostar do que verás nos próximos dias. 

- Eu sei, mas isso não significa que eu tenho de lutar como você...

- Então, como vão os meus dois homens favoritos? - disse Yuriko vindo com uma bandeja com chá quente nas mãos - Fico feliz que tenham voltado a falar de novo.

- Eu também - respondeu Seiji pegando em uma das chávenas com um sorriso no rosto. Era raro ver ele sorrindo, mas quando Yuriko estava prestes a comentar sobre isso, dois soldados aparecem ofegantes.

- Meu senhor, a general Miriko solicita a vossa presença no quartel-general imediatamente - disse um deles extremamente inquieto.

- Parece que temos de ir - quando ia levantar, Terui juntamente de Seiji são abraçados com força por Miriko - O que foi, mãe?

- Eu quero que voltem pra mim sãos e salvos, está bem? - disse com sua voz dócil e lagrimas caiam de seu rosto - vocês são as únicas coisas que tenho de importante na minha vida.

- Calma mãe, eu prometo que cuidarei de nós os dois - respondeu Terui sorrindo, após isso levantaram-se e deixaram ela sozinha. Não demoraram muito e chegaram, encontrando Miriko agitada na entrada do quartel.

- Ainda bem que chegaram, um de nossos espiões informou que uma grande quantidade de soldados pertencentes ao clã Tokugawa estão a caminho de Quioto, e nós já preparamos um batalhão para interceptar uma parte deles na ponte Koeda, Terui, você foi destacado neste batalhão, que será liderado por Tadayuki.

- Como assim, parte deles? - perguntou Seiji confuso - Eles se separaram?

- Sim, eu destaquei outro batalhão para interceptá-los em Fumishi, você irá liderá-lo, impedindo eles de atravessar a ponte Bungo.

- Certo, Terui, toma cuidado e certifica-te que voltes vivo - disse Seiji pegando em seus ombros.

- Está bem, pai - após separarem-se, Terui foi dirigido até o seu batalhão que já estava de saída, e para sua surpresa, Akutsu e Hikaru estavam lá.

- Parece que não me sentirei sozinho - disse Terui aliviado - E pra que tantos soldados e artilharia.

- Cortesia do dominio Satsuma, e nunca se sabe quando alguma coisa pode acontecer - respondeu um homem vindo com um enorme símbolo do clã Satsuma no peito - Chamo-me Ōkubo Tadayuki, e tu deves ser Terui, o filho prodígio de Seiji, será uma honra lutar do seu lado.

- O prazer é todo meu, só espero que corra tudo bem em Toba...

- Todo mundo aqui não quer que aquilo se torne um banho de sangue, então seremos o mais cautelosos possível, mas chega de conversa, vamos lá!

Fez sinal e todo mundo começou a andar.

- Onde estão os outros? - Perguntou Terui inquieto.

- Bem, Mizuki, Naomi e Konoe estão no batalhão que vai para Fumishi, enquanto Ryuki e Maris foram para Awa, onde irão partir para Edo pelo mar - explicou Hikaru.

- Continuo preocupado com Mizuki ir sem mim, será que ela vai comportar-se? - perguntou Akutsu.

- Esperemos que sim - respondeu Terui pegando em seu ombro acalmando ele - mas agora a preocupação tem de ser com nós mesmos. 

Depois de algumas horas andando, finalmente eles avistam a ponte Koeda, Tadayuki antecipou-se e começou a ordenar.

- Eles ainda não chegaram, então temos de ser rápidos - Aceleraram o passo chegando na ponte - Não temos muito tempo, comecem a levantar as barricadas e posicionem os canhões ao longo do rio.

A quantidade de homens permitiu que estivessem preparados a tempo, em que todo mundo estava em uma posição estratégica onde Terui ficou junto de Tadayuki, e um esquadrão armado até os dentes no meio da ponte. Hikaru ficou junto de outros no início da ponte. E por fim, Akutsu ficou no lado direito, junto a um dos canhões.

- Lá vêm eles! - gritou Tadayuki e o esquadrão junto a ele posicionou-se apontando as suas armas.

O pequeno exército de 2.000 homens vinha lentamente e na sua frente, Sasaki Tadasaburo vinha imponente mandando a maior parte parar enquanto ele e o comandante Tokugawa, Tomotaka, avançaram até onde Tadayuki e Terui estavam.

- Que surpresa agradável encontrar o exército Satsuma, ou bem dizendo, uma pequena porção dele - zombou Sasaki - Eu tenho uma mensagem muito importante de nosso líder para o imperador.

- Eu acho que com essa quantidade de homens, vocês irão fazer algo bem além do que entregar uma simples mensagem, não achas?

- Considera isto como uma simples precaução devido a alguns eventos recentes, mas eu posso ir junto do comandante, deixando o resto aqui, o que acham?

- Perdoe a minha indelicadeza, mas fui instruído para não deixar nenhum de vocês passar.

Enquanto os dois tentavam chegar a um consenso, os soldados atrás estavam inquietos e impacientes, e Akutsu via claramente isso nos olhos deles. 

- Mas o que eles estão fazendo aí parados... - disse um deles com o dedo no gatilho - Será que o comandante irá deixá-los passar?

- Não, senão eles, já estariam a passar - respondeu Akutsu - Melhor controlar as emoções para não fazer nenhuma borrada, entendeu?

De repente, eles vêm o general Tomotaka voltando as pressas em seu cavalo para o outro lado do rio, deixando Sasaki sozinho.

- Ei, o que ele está fazendo? - perguntou um soldado.

- Ele deve estar indo chamar o exército, rápido, atirem nele antes que chegue lá - gritou outro soldado preparando para disparar - Morram, seus malditos.

- Vocês enlouqueceram, não irei deixá-los - Akutsu estendeu a mão e queimou os mosquetes deles sequencialmente, mas não impediu a tempo, deixando o último disparar, e a bala por pouco não tocou o general, mas atingiu a carruagem com pólvora perto dele e a mesma explodiu fazendo ele cair do cavalo, e o animal correu desgovernado, arrastando ele e pegando todo mundo de surpresa os homens do clã Tokugawa.

Sasaki olha para trás para ver ocorrido e a sua expressão facial muda no momento seguinte.

- Então esse era o vosso objetivo, acabarem conosco como ratos indefesos?!? - gritou Sasaki pegando em seu revólver e tentou dar um tiro em Tadayuki a queima-roupa, mas Terui convocou a sua arma sagrada e pós-se na frente defendendo a bala - Saí da frente garoto, antes que eu te magoe.

- Nós não vamos lutar..., mande os seus homens se acalmarem - disse Terui com uma cara séria.

- Foram vocês que dispararam primeiro, e eu não tenho autoridade sobre os homens, mas sim o general, e algo me diz que ele não está feliz com a explosão - guardou o revólver, e começou a andar na direção oposta - Boa sorte com isso.

Uma enorme quantidade de cavalos passou no lado dele com samurais manejando espadas flamejantes e vinha na direção deles.

- Não deixem a lâmina tocar em vocês! - gritou Tadayuki pegando no mosquete, alvejando um dos cavaleiros - Terui, cuidado!

Quase a ser atingido, Terui defende, mas é empurrado para fora da ponte, e ele consegue segurar-se na borda a tempo. Um dos soldados de armaduras tenta ajudá-lo, mas é decapitado na hora. Quem aparece a seguir é Tadayuki que consegue puxá-lo.

- Essa foi por pouco - disse o ajudando a levantar.

- O que faremos agora? - perguntou Terui...

- Iremos resistir até eles desistirem - Tadayuki fez sinal e Akutsu ordenou o disparar dos canhões. E apesar de que os homens do clã Tokugawa terem canhões, mas devido ao forte poder de fogo que eles estavam sendo submetidos, não conseguiam usá-los.

- É inútil, ao contrário de nós, eles já estavam melhor preparados para isto - disse Sasaki metendo a mão na cara - Mande todo mundo recuar, se isto continuar, seremos aniquilados desnecessariamente.

- Por mais que eu não queira, terei de concordar com você - respondeu Tomotaka desiludido - Mas o que faremos se eles virem atrás da gente?

- Simples, se irmos pela estrada principal, iremos deitar abaixo algumas árvores e incendiamos elas, atrasando eles.

- Excelente ideia! - Tomotaka deu dois passos para frente e começou a gritar - Retirada!

- Olha Terui, eles estão se retirando - disse Tadayuki apontando - Parece que vencemos.

- Eles próprios sabiam que não tinham chance - disse Hikaru vindo lentamente com um grupo de soldados - Aqui os "corajosos" querem ir atrás deles.

- Não será necessário, nós já vencemos esta batalha, mas ainda falta muito para isto acabar...

Fim de Capítulo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top