37# - Lidando com o Inevitável
- Ah! - gritou Akutsu caindo, estava tentando executar um mortal girando o seu ceifador em direções diferentes - Isso é impossível, a única coisa que irei conseguir é amputar um dos meus membros.
- Isso é mais fácil do que aparenta ser - disse Miriko executando o mesmo salto perfeitamente.
Ela era uma das principais generais do exército imperial, e estava orientando o exército nos treinos e os nossos jovens espadachins estavam participando, mas este treino era bem diferente do que eles estavam habituados. Nem tinha passado meia hora, mas eles já estavam cansados e ofegantes.
- Espera..., peço uma pausa, não aguento mais! - gritou Mizuki, nem se aguentava em pé, e também o forte sol que fazia não facilitava a vida de ninguém.
- Parece que Noby foi muito leve com vocês, estou impressionada porque eu não tive a mesma sorte - respondeu Miriko rindo - Ainda lembro-me do dia que cheguei a implorar para que alguém me matasse de tantas dores que sentia por todo o corpo, era tanta que nem conseguia pensar em outra coisa.
- Isso...era...suposto, fazer-nos sentir melhor? - perguntou Terui se aproximando junto de Hikaru arrastando uma pedra enorme - Bem que eu preferia estar onde Konoe e Naomi estão treinando neste exato momento.
- Elas estão em ambientes diferentes do nosso por causa de suas chamas, e não iriam progredir se treinassem aqui conosco - explicou Miriko retirando o seu capacete e deu um gole no seu pote de água - Uh, está mesmo quente, melhor fazermos uma pausa de meia hora, não quero mortes antes dos verdadeiros conflitos começarem.
- Graças a Deus, mas porque a Rukina não pode fazer parte? - perguntou Hikaru sentando - ela tem talento e aprende muito rápido.
- Sem chama e principalmente idade suficiente, essas duas coisas não valem muito - Miriko molhou a cara e olhou pra ele - E além disso, ela nem o treino básico recebeu, então está fora de questão a participação dela.
- General Miriko e menino Terui! - gritou um soldado que vinha a correr - O imperador solicita a vossa presença na sala do trono.
- Eu? - perguntou Terui despercebido, o soldado abanou a cabeça concordado - Mas porque?
- Vai lá, que nós iremos continuar aqui a treinar - respondeu Akutsu empurrando ele.
- Eu não irei demorar - limpou-se e foi junto de Miriko até a sala do trono e quando as portas abriram, a sala estava cheia de representantes de vários domínios e clãs, e para a surpresa de Terui, Maris e Ryuki estavam na comitiva que representava o clã Miyazaki.
- Agora estamos completos, desejo a todos boas vindas! - anunciou Meiji antes de sentar em seu trono - Meus senhores, reuni vocês para falarmos de como iremos lidar com o clã Tokugawa e os seus aliados, porque algo terrível está por vir.
Essa notícia fez a sala transbordar de murmúrios. Meiji levantou do trono e dirigir-se para mesa de estratégia que exibiu o mapa fiel do Japão.
- Fiquem calmo meus senhores, considerem isto como uma prevenção, já que os meus espiões informaram que está tendo muita movimentação militar em Edo - olhou a volta e viu caras desanimadas - Eu sei que sou muito novo para isto, mas peço que confiem em mim, eu sei muito bem o que estou fazendo, então antes de julgarem, oiçam.
- Está bem, menino Meiji, estamos ouvindo - disse Mori Takachika, líder do domínio Choshu - Vamos ver do que você é capaz.
- Olhem, em caso do ataque do clã Tokugawa, teremos duas frentes para depender - dizia traçando várias linhas - uma marítima e a terrestre, onde é que podemos defender melhor?
- A verdadeira pergunta a fazer é, qual é o melhor sítio para cada clã defender? - disse Kiyoto terminando o seu raciocínio - Isso quem pode dizer somos nós próprios
- Então - perguntou Meiji - quem sabe qual é o seu melhor sítio para defender.
- O clã Miyazaki se voluntária para a frota marítima, as nossas chamas serão uma grande vantagem - disse Maris - mas precisamos de mais homens para aumentar o nosso pequeno número de tropas.
- Nós podemos dar-vos homens - respondeu Shimazu Tadayoshi, líder do poderoso domínio Satsuma, era o que tinha mais força militar - não farão muita falta na frente terrestre.
- Perfeito, o exército imperial também irá ceder homens - Meiji bateu na mesa e falou alto - tenho o prazer de anunciar que o exército britânico virá ao nosso auxílio daqui a umas semanas.
- Ficamos impressionados que tenha conseguido tal façanha, onde eles irão atracar?
- Eles virão pela costa sudeste controlada pelo domínio Satsuma, então sugiro que quando chegarem pra casa avisem os seus homens para que perguntem antes de atacar, e por fim, os domínios e clãs restantes irão auxiliar a frente terrestre, mais alguma questão?
- Sim, eu tenho uma - perguntou Yamauchi Toyonori, líder do domínio Toda - E se ganharmos, o que faremos com os prisioneiros de guerra, executamos ou entregamos aos ingleses?
- Independentemente do que acontecer, nós somos civilizados acima de tudo, então serão julgados, porque nem os europeus tiveram influência no nosso desenvolvimento ao longo do tempo até os dias de hoje, então não iremos entregar a ninguém, serão encarcerados porque o meu pai dizia que a prisão sempre foi pior que a morte.
- Pelo jeito que conheço Yoshinobu - afirmou Saigo Takamori, do domínio Satsuma - é só encurralados ele em seu castelo que se renderá na hora, eu posso garantir.
- Tomará que sim, então assim declaro esta reunião encerrada, podem voltar para as vossas casas e prepararem os exércitos, porque os conflitos comecarão em breve, tomem nota desta data: 9 de Novembro de 1868.
Gradualmente, cada comitiva começou a abandonar o palácio aos poucos. Os últimos foram os domínios Choshu e Satsuma que juntos formavam a aliança Satcho, Meiji havia os chamado.
- O que foi, menino Meiji? - perguntou Takachika preocupado - pela sua cara, o assunto não é bom.
- Infelizmente não é, os meus agentes afirmaram que há espiões do Tokugawa nos vossos territórios.
- Mas como! - gritou Tadayoshi indignado - Nós temos segurança rigorosa nas fronteiras, só se os espiões forem traidores, nós iremos tomar medidas para achar e aniquilar as ameaças.
- Lamento por esses inconvenientes, mas mudando de assunto. Fico feliz que tenham deixando as diferenças ideológicas de lado e tenham se dado bem.
- Hahaha, quem sabe após a nossa vitória sobre os Tokugawa, a aliança continuará até o fim de nossas vidas.
- Não fales disparates parceiro, vamos embora - Takachika começou a andar - Não podemos tomar mais o tempo do menino Meiji.
- Está bem parceiro, espera por mim...
Foram-se e Terui se aproximou de Meiji.
- Eu acho que não havia necessidade de eu ter vindo, ou tens algo para me contar?
- Sim, eu tenho - Meiji apoiou-se à mesa de estratégia - estes serão os últimos meses que lutarás com os teus companheiros de formação, porque eu irei colocar vocês todos em destacamentos diferentes.
- Não entendo, porque você fará uma coisa dessas?
- Apesar de termos armamento avançado, apoio da Inglaterra e a Aliança Satcho do nosso lado, não podemos abrir mão dos soldados dominantes das chamas, então formei destacamentos com chamas específicas para eu ter melhor controle da situação.
- E eu, onde irei ficar? - perguntou Terui inquieto.
- O seu pai pediu que fosses com ele para a linha este da frente, mas eu queria que me acompanhasse com o exército imperial até Edo pela linha central, onde todos exércitos irão se reunir para o último avanço.
- Está bem, farei o que estás a dizer - Terui pegou em Maris e Ryuki que estavam passando e dirigiram-se a porta - Até logo.
- Vai bem Terui, aproveita e faz bons momentos, porque precisarás deles para não perder a sanidade nas horas mais negras...
Fim de Capítulo.
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