Capítulo 8
Entrei no quarto dela, e assim que consegui fechar as janelas e achar o interruptor, analisei cuidadosamente cada detalhe. É um quarto repleto de coisas. Fotos nas paredes, ursinhos de pelúcia, uma cama esticada e arrumada perfeitamente, uma penteadeira organizada com maquiagens e umas luzinhas no espelho, um guarda-roupas grande cinza, talvez a única coisa que não é colorida naquele lugar.
Tirei a roupa que ela me deu para vestir, dobrei e coloquei em cima de sua cama.
Olhei de lado para o espelho da penteadeira, era estranho me ver assim de corpo inteiro. Coloquei a calça e quando eu ia colocar minha camiseta, algo chamou minha atenção em cima de seus livros na cômoda. Uma foto, ela com a irmã e um cara mais velho, poderia ser o pai dela.
Ah, é. Ela não fala muito dele, na verdade, eu não me lembro de alguma vez que ela falou dele. Outra fotografia chamou minha atenção. Dessa vez, era ela e uma mulher. A segurei e sem querer caiu outra fotografia por de trás do porta-retratos.
Lexi e um cara, que parecia ser mais velho do que ela, mas não tão velho assim. Ela sorria muito, com a mão esquerda segurava um algodão doce e com a outra, segurava a mão desse cara. Me pergunto quem é ele e porquê ela escondeu essa foto. A devolvi no lugar, eu não falaria nada se ela também não falasse. Não vou dizer que fiquei fuçando no quarto de uma garota.
De repente, ela abriu a porta.
- Já terminou?
-Eu poderia estar pelado - Digo, cruzando os braços, percebendo que ainda estou sem camisa.
- Estava demorando muito.
Revirei os olhos. Ela que me empurrou para cá. Coloquei minha camiseta sob o olhar dela, que nunca desviou dos meus olhos. E quando passei por ela, coloquei a mão no seu cabelo e o baguncei.
- Ei!
- Eu sei onde é a saída, valeu estorvo.
Passo pela porta, indo em direção á sala, saindo de sua casa.
A sensação do cabelo dela ainda estava na minha mão, encarei minha mão, mas eu não podia ficar mais tempo, não mesmo. Fui até minha moto, coloquei o capacete e fui para casa.
__**__
- Por que demorou tanto? Esperei uma eternidade para poder jantar. - Dizia Renesmye, minha irmã, que estava sentada no sofá.
- Não precisa me esperar para comer. - Digo, colocando o capacete em cima da mesa.
- Onde estava? - Ela enfiava uma garfada de macarronada de microondas na boca.
Pensei. Onde eu estava exatamente? Poderia dizer: Na casa de uma amiga. Mas havia milhares de perguntas como: Que amiga? Sua namorada? Desde quando você tem amiga? - E se eu dissesse que estava na casa da garota que eu estava ensinando a nadar, ela perguntaria como isso aconteceu, quando, quem é ela. E isso nunca acabaria, pelo menos, não ainda hoje.
- Por aí.
- Como sempre. - Ela tira sua atenção de mim e volta a olhar para a TV.
Entro no meu quarto, jogando as chaves da moto em cima da cama. E por mais que eu não quisesse, aquela maldita foto escondida ficou rodando na minha cabeça. Quem era aquele cara? Bem, não tenho ideia. Não que eu esteja interessado porque não estou.
Estou ensinando ela a nadar, nada mais. Um relacionamento estritamente profissional.
- Eu e Ethan temos um relacionamento estritamente profissional.
Um relacionamento? Que exagero. Por sorte, ela não me pega com aquela foto na mão. Eu não saberia explicar.
Desculpa, essa foto estava aqui.
Não estava, porque estava mexendo nas minhas coisas?
Ah, perguntas demais. Ela sempre pergunta demais. Chama meu nome demais. Ela sempre é demais, e eu a conheço á semanas.
As melhores partes é ver ela tentando nadar de um lado para outro como se já soubesse, diz que viu uns vídeos no YouTube, mas isso não é o suficiente. Ver um vídeo e tentar na prática é totalmente diferente.
Mas para Lexi, tudo parece o mesmo.
Ethan parece as vizinhas curiosas daqui de casa. A preocupação de Renesmye com seu irmão me emociona. Se gostou do capítulo deixa a estrelinha e comenta o que achou.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top