SWEET MAGIC
| AVISO |
Quem leu o livro passado, sabe que o nosso atual Jungkook (Antigo Jonathan) Tinha uma queda pelo JM do livro passado, nosso atual Will. E por passarem muito anos juntos e terem uma relação muito forte, é comum que os pensamentos do Jungkook estejam sempre voltados pra ele e para as lembranças que tiveram.
Ele não estava apaixonado, mas ama Will de certa forma.
Eu sei que a cena do sofá na história passada gerou muito desconforto, mas lembrem-se que somos feitos de nossas memorias, experiências e erros, e assim como todo mundo, ele também tem as dele. Então não fiquem bravos com os comparativos ou memorias sobre o Will. Porque tudo o que ele viveu com o Will, o tornou quem ele é hoje.
BOA LEITURA
Capítulo 1 – Sweet Magic
| 96 Horas antes |
Jungkook lia os papéis na sua frente com concentração e riu com um pensamento rápido que passou pela sua cabeça. Estava escuro e sabia que no dia seguinte teria um confronto difícil contra os traidores, as pessoas que queriam derrubar o atual conselho e começar uma revolução contra os humanos.
Pensou por um breve segundo que a confusão de uma guerra contra os humanos não seria de todo ruim, gostaria de ter uma desculpa para poder dar uns bons tapas naquele serzinho irritante que zanzava de um lado para o outro na loja de Jacky Monroe e se achava no direito de falar tanto.
Ele era só um humano, um convidado, deveria estar ali para conhecer sobre os submundanos e ajudar, só isso, mas Jimin tinha o dom de falar mais do que a própria língua. Por sorte não ajudaria no confronto do dia seguinte. Will não era louco o suficiente para levar o humano e o deixaria na loja, onde era seguro para ele.
O Seelie então encarou a planta ao seu lado, a mesma que havia deixado na sala de reuniões durante uma semana para coletar o nome de todos os traidores e depois desviou o olhar para a parede branca de sua casa.
"E se fosse uma armadilha?"
E se nem todos estivessem lá durante o ataque? E se soubessem que seriam emboscados? Se tivesse uma cabeça por trás ou Will não conseguisse? Não que não confiasse no feiticeiro, longe disso. Jungkook conhecia Will uma vida toda, confiava nele de olhos fechados, conhecia tudo sobre o feiticeiro e daria sua vida por ele, sabia de todo o poder que o menino possuía, mas era como se um sexto sentido gritasse que alguma coisa daria errado, como se algo lhe alertasse que precisava de um plano B.
Se algo desse errado na floresta, precisava garantir que o humano ficaria vivo o suficiente para que voltassem. Jimin não poderia morrer em hipótese alguma, não que Jungkook ligasse pra vida dele, de maneira nenhuma, ele não ligava, na verdade, ficaria aliviado se alguma coisa fizesse Jimin calar a boca definitivamente, mas um humano já havia morrido, um acordo já havia sido quebrado.
Thomas de LaViolette, um vampiro francês com pose de artista renascentista havia transformado Nicolas, um menino baixinho e asiático de cabelos pretos revoltados que cursava literatura, em um vampiro no último verão e agora o vampiro francês estava pagando sua punição preso ao seu amigo Will, o feiticeiro do fogo que amava usar roupas do século passado e óculos falsos para esconder o verdadeiro poder que os olhos roxos púrpuras guardavam, mas Jungkook amava aquilo, amava os olhos, o cabelo branco curto e bagunçado e cada pequeno jeito destrutivo que Will carregava, mas agora o feiticeiro era a punição de Thom.
Não que isso fosse uma punição, bom, Will poderia ser difícil, mas não era bem uma punição. Jungkook já havia dormido com o feiticeiro vezes o suficiente para saber que Will poderia ser chamado de várias coisas, mas punição não era uma delas.
E Jungkook estava até feliz em ver como o maldito vampiro estava concertando o coração do seu amigo, era bonito de se ver, Will merecia ser feliz, mesmo que ele não achasse isso, mas agora precisava pensar em uma solução. Se outro humano morresse, seria difícil de esconder e então uma guerra realmente poderia explodir.
– A não ser que... – Um sorriso diabólico surgiu em seus lábios com o pensamento cruel, mas negou, isso seria descumprir os acordos, mas seria melhor do que ele definitivamente morto. – E se ele voltar, será um símbolo da revolução. – Estralou a língua no céu da boca, enquanto puxava uma das tranças curtas da lateral esquerda do seu cabelo laranja. – Além de tudo, ainda o transformo na merda de um herói.
Se levantou da mesa de jantar de sua casa e foi até sua estante, deveria ter sangue em algum lugar, costumava receber doações para desgarrados e guardava para fazer algumas mágicas. Suspirou quando encontrou, talvez aquela loucura desce certo afinal. Seria difícil entregar aquilo para o humano sem que os outros vissem, sabia que Will seria contra, isso sem falar de todo o resto.
Will era aprendiz de Jacky, um dos maiores feiticeiros de Villians, que era casado com Nora Monroe, a segunda na linha de sucessão do conselho de Villians, ela jamais autorizaria algo daquele tipo em sua loja e mesmo que ele tivesse a sorte dos dois não estarem ali, Isaac, o filho legítimo do casal, estava na casa e era um grande amigo do humano, nunca aprovaria a ideia.
O mestiço seria contra e estragaria completamente o plano. Precisava dar um jeito de burlar tudo isso, mas não enganaria o idiota, contaria para Jimin a sua ideia, porque não seria estupido como Thom havia sido de quebrar os acordos, seria uma decisão de Jimin tomar ou não o sangue. E se escolhesse não tomar e morresse pelo caminho, seria uma decisão sua também. Jungkook teria feito sua parte.
– Eu poderia colocar no achocolatado. Ele toma isso, não toma? – Murmurou para si mesmo. Tinha quase certeza de ver o menino tomando isso pela loja enquanto folheava livros que Nora o entregava com a intenção de o fazer calar a boca. – Seria estranho se eu o desse algo como isso. – Resmungou irritado por pensar tanto e caminhou até a própria geladeira.
Não conhecia o humano, não sabia do que ele gostava. Seria mais fácil se fosse com Will. O feiticeiro gostava de vinho Seelie, poderia dar isso e ele tomaria até ficar bêbado, então transariam em algum lugar estranho e desconfortável, até o menino de cabelos brancos se sentir nostálgico e começar a se culpar por algo bobo e chorar de culpa. Jungkook esperava que ele não chorasse com Thom, seria horrível se ele fizesse.
Havia passado pouco tempo com Jimin e todo o tempo que havia passado ao lado do humano havia parecido uma tortura sem fim. Ele falava demais, sobre tudo. Havia lhe contado sobre seu ex namorado, que surpreendentemente era um Seelie e sobre coisas que odiava e então sobre coisas que gostava e tudo o que Jungkook pensava era que ele deveria ficar quieto e fazer a porra do trabalho em silencio.
Estavam juntos apenas para achar a localização dos conspiradores e isso era tudo, mas o menino não conseguia trabalhar de boca fechada e Deus, queria tanto ocupar a boca do maldito humano com alguma coisa, qualquer coisa, apenas para que ele ficasse quieto.
– Não é como se eu tivesse outra coisa. – Reclamou pegando a garrafa de vinho com mau-humor. – Ele vai gostar, vai deixar ele alegre. – Murmurou maldoso, porque tinha certeza de que se o menino tomasse demais o veneno de dragão que tinha ali, iria o derrubar. – Se ele morrer, pelo menos não vai sentir. – Deu de ombros despejando o sangue dentro do vidro de vinho e o lacrou. – Agora eu tenho que contar o meu plano para aquele cabeça de vento.
Jungkook pensou em escrever uma carta de fogo, seria muito mais fácil, mas do jeito que Jimin era, a chance dele sair gritando animado que tinha recebido sua primeira correspondência mágica era gritante, então preferiu não. Precisava de algo melhor, mais discreto. Encarou a pena em cima da sua mesa e sorriu, mas negou, era tentador a ideia de torturar o menino, mas não faria aquilo.
A pena iria fazer aparecer escrito em fogo na pele dele, com certeza ele nunca esqueceria, mas não seria discreto, apenas satisfatório talvez. Se perguntou por que a ideia de causar dor em Jimin parecia lhe chamar tanta atenção, o menino não havia lhe feito nada, mas queria tanto o ouvir gritar, que era quase doentio, até mesmo pra ele.
– Eu quase espero que alguém mate ele. – Sussurrou assustado. Aquele menino era um perigo para sua mente. Caminhou até sua sala e viu a estante de livros, riu ao encontrar uma coisa que julgou perfeita. – Ele vai ficar tão puto. Vai ser adorável. – Resmungou pegando o livro de histórias infantis e começando a rabiscar seu plano dentro. Conseguia imaginar a cara de Jimin quando recebesse aquele livro, ele acharia um insulto, então ficaria irritado e vermelho e provavelmente tentaria o ofender. Seria lindo de se ver. – Beba a porra do vinho, idiota. – Escreveu no final, quase como uma súplica, porque a ideia dele optar por não beber e algo acontecer, o assombrava, mesmo que nunca fosse admitir.
No dia seguinte, chegou cedo e quando entregou o livro para Jimin, teve a reação que esperava, o menino ficou furioso, os olhos em tons de avelã pareciam a ponto de disparar raios e as mãos tremiam em um impulso quase homicida e só se acalmou ao ver os rabiscos a mais no livro. Jungkook reforçou que ele deveria ler o livro todo e o Seelie só relaxou para sair da loja, quando viu o menino golar o maldito vinho.
Foi bem mais fácil lutar com o pensamento de que ele estava seguro, de que mesmo se algo acontecesse, ele tinha um plano B. Não sabia por que se preocupava e se recusava a admitir que se preocupava. Preferia acreditar que era por um bem maior, mesmo que estivesse longe de ser alguém benevolente, preferia acreditar que era para não começar uma guerra, que era para ter o símbolo da sua revolução talvez, para acreditar que tinha muitos outros motivos.
Mas quando viu Bardo rasgar a garganta do humano, percebeu que não poderia mentir, porque aquilo doía, mesmo sabendo que nem tudo estava perdido, ainda doía ver o corpo caído. Tentou se conter, manter a pose e as aparências, ainda que sabendo que ninguém em específico o observava, mas não queria admitir para si mesmo que aquilo o atingia.
– É. Realmente triste demais. – O Seelie murmurou com um pouco-caso fingido, se aproximando do corpo caído e o virando sem cuidado algum, assustando Isaac pela forma violenta que Jungkook tratava o corpo morto. – Não entendo vocês. Quando ele finalmente cala a boca, vocês choram. Eu to é feliz. – Resmungou, enquanto checava o corte fundo, sentindo seu estômago embrulhar ao ver aquilo. – Finalmente cinco minutos de paz.
– Jungkook. – Will o repreendeu, se soltando de Thom e dando um passo à frente, pronto para chutar o amigo para longe do humano. – Esse realmente não é o momento de ser um grande babaca. – Avisou. – O que tá fazendo? – Questionou ao Seelie e Isaac que estava ao lado, em choque, observava tudo sem entender.
– Eu? Nada demais. – Disse com um tom bem-humorado enquanto virava o humano de frente, o posicionando de forma que pudesse o pegar no colo. – Mas caso queiram saber, gostaria de apresentar a vocês o plano B.
| Agora |
Jungkook já estava cansado de esperar. O corte já havia se fechado a quase sete horas. Isaac e Niel já haviam ido dormir. Nicolas e Luke, que haviam aparecido de última hora durante a batalha, também já haviam se retirado. Will e Thom haviam avisado alguma coisa sobre decoração, que Jungkook não tinha prestado muita atenção e haviam aparatado para a casa do feiticeiro.
Nora e Jacky haviam voltado a algum tempo, mas estavam cansados demais depois de um longo tempo falando com o que havia sobrado do conselho e também haviam ido descansar e tentar se curar dos ferimentos de batalha. Jungkook estava ali, no sofá da loja, esperando o ex-humano acordar de sua transformação, porque sabia que ele poderia acordar a qualquer segundo e acordaria com fome.
Will havia surtado com o seu plano B e Jungkook só percebeu que tinha se oferecido como dono, quando já tinha feito. A ideia de se ligar ao maldito tagarela parecia uma tortura, mas agora enquanto o olhava dormir de boca calada, via um certo charme na coisa toda, talvez fosse o sangue que manchava de leve a camiseta, é talvez fosse isso.
Não era as covinhas, ou as bochechas fofas e muito menos o cabelo macio e castanhos. Era o sangue na roupa, com toda certeza, o sangue. Bufou ao perceber que encarava o menino e voltou a se jogar ali, mal-humorado por toda aquela merda. Agora seria um maldito dono, não era exatamente o que planejava, ainda mais com alguém como Jimin, que parecia apertar todos os malditos botões errados.
O menino fazia ele querer surtar, despertava o pior lado do Seelie, o lado que queria fazer ele sofrer, gritar e chorar, isso não poderia ser saudável de forma nenhuma. E para piorar a situação, agora como dono, teria controle sobre Jimin, o menino o obedeceria, sentiria necessidade em servir e agradar e não poderia mentir para ele. Seu sangue Seelie por ser meio anjo e meio demônio já funcionava como um maldito soro da verdade e já possuía propriedades alucinógenas que deixariam o vampiro em êxtase e Jungkook não queria nem lembrar o que o veneno do sanguessuga iria fazer com ele.
Como iria lidar com todo o tesão? Agora que Will e Thom estavam apaixonados e trocando cortinas, ou seja lá o que estivessem fazendo, não poderia mais foder com o amigo, não tinha a quem recorrer. Theodor iria aceitar dormir com ele? O humano era sempre tão imprevisível. Só conseguia imaginar que aceitar ser dono dele seria a pior coisa que poderia acontecer em sua vida.
Acordou de seus pensamentos ao sentir o pé do humano se movimentando e ele o cutucando e ao olhar em seus olhos, agora abertos, se corrigiu mentalmente.
Vampiro, Park Jimin Hardy agora era um vampiro.
| SWEET MAGIC |
EAE? GOSTARAM? DEVO CONTINUAR?
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