DECISÃO
Faltam 5 capítulos para o final de tudo, irei postar a cada 2 dias, porque quero acabar no ano novo. : D
Capítulo 12 – Decisão
Jimin encarava Jungkook de longe enquanto virava outra dose de bebida e esperava Luke dar a sua tacada. Ele estava conversando com Will, próximo demais. Não sentia ciúmes, é claro que não. Por que sentiria? Não é porque eles haviam sido parceiros de cama durante anos e Jungkook tivesse deixado claro que Will tinha sido o mais perto de um amor que ele já havia tido, que Jimin sentiria ciúmes do feiticeiro.
Will era comprometido com Thom e estavam bem juntos, não tinha com o que se preocupar. Aquilo era ridículo e ele sabia que estava sendo bobo. Jungkook estava cedendo aos poucos e logo perceberia que era mais do que apenas um dono. Perceberia que esse título era supérfluo e insuficiente e que precisavam de algo a mais para nomear aquilo que tinham. Só torcia para esse dia chegar logo, porque era um pouco frustrante ouvir o Seelie dizer todos os dias coisas que odiava em si, mesmo que todas elas fossem um elogio mascarado, pelo menos era o que queria acreditar.
– É sua vez. – Nick avisou rindo com a distração do amigo. – Sabe, podemos conversar sobre isso se você quiser. – Sugeriu enquanto dava de ombros, como se fosse uma sugestão casual e ele não estivesse louco para se meter, mas Isaac riu, porque era clara a empolgação de Nicolas.
– Eu só tô nervoso porque o dia da transmissão está chegando. – Desconversou, voltando a endireitar o taco e tentar mirar a bolinha. – Já é na quinta e eu to com medo de falhar de novo. Pode dar muito errado agora se não conseguirmos o apoio popular.
– Acho que vão conseguir sim. – Isaac disse com um sorriso reconfortante enquanto observava a bolinha branca bater na vermelha e depois na azul, mas nenhuma delas acertar os buracos da mesa.
– Vocês pretendem mostrar o rosto durante a transmissão ou vão manter o anonimato? – Nick perguntou curioso, já que ainda não sabia qual era o grande plano do Seelie.
– Jungkook pretende fazer um grande show e expor os políticos por trás da barreira. Na quinta vai ser a reunião televisionada sobre a paz entre as nações, ele quer invadir a reunião. – Isaac contou com um sorriso de lado. – Iremos imobilizar todos para que eles não lutem, será de forma pacífica. – Se adiantou a dizer ao ver que Nick iria questionar algo.
– Mas mesmo que imobilizem os da sala, os que estão fora, irão tirar a transmissão do ar. – O Vampiro pontuou como se fosse lógico. – Não irão conseguir falar com quem vocês querem.
– Yoongi disse que consegue manter a gente no ar e invadir o resto dos servidores, pra que coloque a gente ao vivo em todos os lugares. – Jimin disse com confiança. – E sendo sincero, se eu soubesse que o Yoon, sabia fazer algo como isso, eu nunca teria comido o último bolinho de chocolate. – Contou com um arrepiou, quando se lembrou do dia que o amigo apenas o deu um peteleco na testa por ficar sem o bolinho, quando poderia ter feito um estrago bem ruim.
– Eu tenho até medo de saber onde ele aprendeu algo assim, mas não vou questionar. – Isaac comentou com o olhar no nada. – O importante é que temos um plano e ele é bom. Só temos que manter a guarda e impedir que as pessoas cheguem até o Jimin. Jungkook vai botar vocês a par do plano amanhã ou depois, mas ele já tem um esquema de proteção. – Disse analisando a mesa, o próximo a jogar era Isaac, mas ninguém se importou em apressar o mestiço, que apenas continuou ali, conversando. – A ideia é deixar que ele fale, tudo o que ele não teve a chance de falar da última vez.
– Isso se eu não foder com tudo. – Jimin murmurou emburrado e olhou de relance para Jungkook que agora encarava Will e Thom com um olhar sério e intenso. – O que acha que vai acontecer quando tudo acabar?
– O que quer dizer com isso? – Isaac questionou confuso, parando de mexer no taco e o analisando.
– Jun é meu dono porque quer ficar comigo agora, durante o momento da revolução, enquanto ele acha que eu sou útil pra tudo isso, mas depois, quando as barreiras caírem... – Jimin se calou, franzindo o cenho com o pensamento de que o Seelie o via como algo dispensável e que isso era da natureza dele e que talvez fosse por isso que ele resistia tanto em admitir certas coisas. – Ah. Deixa quieto. É bobagem minha. – Engoliu em seco. – Vou pegar uma bebida. Já volto. – Avisou, indo em direção ao bar. Desviou de alguns lobos que costumavam ficar por ali, alguns até da alcateia de Nick e então foi até o bartender e pediu por um drink forte, que o fizesse dormir até o dia seguinte. – Vai ser melhor assim. – Murmurou enquanto passava o dedo pelo sal caído no balcão. – Ele vai voltar a viver a vida dele e eu vou ter a chance de encontrar alguém que não tem medo de admitir que gosta de mim.
– Eu gosto de você. – Escutou a voz atrás do seu corpo e se arrepiou com o quão próximo ela saiu de seu ouvido. – E nunca tive medo de admitir isso.
– Miles. O que pensa que tá fazendo? – Jimin disse dando um passo pra trás e suspirou ao ver o sorriso no rosto do Seelie. – Já conversamos sobre isso. O que tá fazendo aqui?
– Relembrando, eu acho. – Murmurou com um ar nostálgico olhando ao redor. – Nos conhecemos aqui, lembra?
– É. Eu lembro. – Resmungou engolindo em seco, analisando os olhos azuis a sua frente, que já não eram mais tão familiares. – Miles, não vou voltar com você. Estou feliz com o Jun. – Afirmou, tentando soar firme.
– Está? Pensei que tivesse ouvido agora mesmo você reclamando. – Sorriu sarcástico. – Vamos lá, Ji. Sabemos como essa história termina. Por que está sendo tão teimoso? Me de uma noite e eu te lembro de tudo o que você gostava em mim. – O vampiro sentia seu peito apertado pela forma como ele falava, conseguia ver agora a forma como Miles o manipulava, a forma cruel como ele o usava. Não era saudável, Jungkook estava certo.
– Senhor, sua bebida. – O bartender avisou deixando o drink em cima da bancada e Miles sorriu, se aproximando para tocar o rosto de Jimin com cuidado.
– Beba seu drink, meu amor e vamos pra casa. – Disse com um tom carinhoso. – Quando terminarmos, duvido que irá dizer não pra mim.
– Quando eu terminar com você, duvido que irá conseguir dizer qualquer coisa. – Jimin escutou a voz de Jungkook baixa e assustadora, mas Jungkook não ousava tocar em nenhum dos dois, apenas encarava a intercessão, o ponto onde Miles tocava Jimin, com total ódio. – Solte ele.
– Ou o que? Vai o obrigar a fazer algo? – Miles provocou. – Sabe que se depender dele, se ele tiver que escolher, ele irá escolher a mim. Ele sempre escolherá a mim. Porque ele me ama. Ele me amou primeiro. Eu fui o primeiro. E você está com medo. Tanto medo que tem que se esconder atrás de uma ligação. O obrigando a se afastar de mim. – Jimin o encarou com uma espécie de alívio, porque aí estava, o Miles que conhecia, o cruel e venenoso. Aquele que o machucava de propósito. Só não esperava o silêncio de Jungkook, muito menos que ele se afastasse aos poucos, os deixando sozinho.
Observou o percurso de Jungkook saindo do bar e sentiu seu peito se apertando. Franziu o cenho com a interpretação de que aquilo, as palavras de Miles haviam de fato machucado Jungkook. Ele realmente sentia aquele medo e isso passou a ser o seu.
– Está errado, Miles. Eu nunca escolheria você. – Jimin avisou enquanto corria até a mesa para pegar seu celular que havia deixado ali com os amigos e se despedir. – Eu tenho que ir. Vejo vocês amanhã. – Avisou um pouco esbaforido.
– Aconteceu alguma coisa? – Jin questionou ao ver o amigo tão perdido e apressado.
– Acho que Jun está chateado. – Avisou já indo em direção a saída. – Vou consertar as coisas. – Gritou uma última vez, antes de se concentrar em sua missão. Sua mente trabalhava em todas as possibilidades.
O Seelie não conhecia muito bem a cidade e não poderia ter ido para muitos lugares, esperava que ele tivesse ido para o apartamento ou quem sabe esperar no carro, como a boa criança emburrada que ele costumava ser, mas assim que saiu na noite gelada, se surpreendeu ao encontrar ele sentado no banco do outro lado da rua.
– Eu fiquei preocupado. – Avisou suspirado enquanto se aproximava e notava o nariz vermelho do menino de pele brilhante e olhos azuis. – Está chorando?
– Estamos fazendo amor? – A pergunta saiu como uma dúvida real e Jimin engoliu o ar ao ser questionado sobre aquilo. Jungkook não o encarava, como se fosse incapaz de manter aquele contato naquele momento, mas Jimin sabia que ele prestava atenção.
– Não sei. Estamos? – Devolveu a pergunta, mas o Seelie continuou parado, olhando para o nada e o vampiro assistiu, quando os olhos começaram a se encher de lágrimas. Jimin jurou que veria o inferno congelar antes de ver aquele ser orgulhoso chorar, mas ali estava, Jungkook chorando na sua frente. – Eu gosto de pensar que sim. – Admitiu e isso foi o bastante para o Seelie o encarar com surpresa. – Gosto de pensar que sempre que você diz que me odeia, não é isso que quer dizer. – Riu bobo, sentindo seu nariz também pinicar, com um choro que logo viria. – É assim que to me mantendo nesses últimos tempos. – Uma lágrima escorreu de sua bochecha e teve que abaixar a cabeça, olhando para o lado, porque sabia que estava sendo observado. – Hoje, o pensamento de que, quando as barreiras caírem e eu não for mais útil, você vai me descartar, passou pela minha cabeça e foi assustador, porque eu não quero que você vá, mas não quero passar o resto da minha nova imortalidade, ao lado de alguém que me odeia, ou que não sabe que me ama.
Jungkook continuava em silencio, o encarando com um olhar que parecia querer dizer muito, mas que não dizia nada e Jimin fechou os olhos, sentindo os lábios trêmulos e o coração apertado, sentia o corpo todo meio bambo e sabia que estava entrando no mesmo maldito loop de sempre, onde se dedicava demais, se entregava demais e não era correspondido na mesma intensidade.
– Eu sei que no final, você vai embora, mas gostaria que tomasse sua decisão antes, pra eu ao menos poder me preparar.
| SWEET MAGIC |
QUEM ESPERAVA VER O JUNGKOOK/JONATHAN CHORANDO?
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