A REUNIÃO
Atualização dupla, porque eu amo vocês!
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Capítulo 6 – A Reunião
Jimin encarava a sala com nervosismo. Nunca pensou que estaria de frente para tantas pessoas. Nora havia convocado os quatro principais conselheiros responsáveis de cada clã dos submundanos e a ONU havia mandado seis representantes dos humanos para a reunião. Todos estavam apreensivos e nervosos com qual seria o grande motivo daquela reunião e o porquê depois de tanto tempo haviam sido convocados juntos.
Não havia uma reunião de Submundanos e Humanos desde a assinatura dos tratados e o fim da guerra, quando Villians foi erguida e todos os Submundanos escondidos, mas agora, Jimin observava tudo com atenção e medo, porque se sentia apreensivo com a ideia de algo dar errado. Jungkook estava sentado ao seu lado na mesa, mas ainda assim sentia-se nervoso com tudo aquilo.
Nora já estava falando a algum tempo, sobre como o tempo de paz era bom e como muito tempo já havia se passado, como os humanos já haviam de certa forma se acostumado com a existência de submundanos e que não tinham mais o que temer, mas alguns rostos pareciam impacientes.
– Me desculpe, mas pretende chegar a algum lugar? – Um homem alto, com sobrancelhas grossas, olhos pretos e que vestia um terno sob medida questionou com um tom grosseiro. Ele parecia ser o principal representante dos humanos e causava calafrios em Jimin.
– Na verdade sim. – Nora afirmou o encarando sem medo. – Estamos em paz com os humanos a mais de 20 anos e recentemente lutamos uma pequena guerra civil contra meu povo porque não estamos contentes em continuar nos escondendo. – Jimin ficou surpreso em ver que Nora estava sendo sincera e percebeu que talvez essa fosse a maior qualidade dos submundanos, manter as coisas às claras. – Villians foi criada para ser algo temporário, um refúgio até que os humanos se acostumassem com a gente, mas nada está sendo feito para que possamos nos reintegrar com o seu povo.
– Querem voltar? – O homem riu, como se fosse uma piada. – Está brincando, certo? – Jimin sentiu o gosto amargo na boca, mas não disse nada. – A guerra durou 100 anos e estamos em paz a apenas 20, acha que isso é o bastante para apagar tudo o que aconteceu? – Nora riu, com um humor debochado que surpreendeu Jimin, enquanto jogava um dos lados do longo cabelo ondulado para trás do ombro.
– Você não era nem nascido durante a guerra, garoto. – Ela murmurou com humor e os outros conselheiros também riram com certo deboche. – Vivemos os 100 anos dela e sobrevivemos a eles. Se tem alguém que tem que superar, é a gente e não vocês.
– Não terão apoio do governo e duvido que terão do povo. – Ele afirmou. – Isso que estão pedindo é ridículo. Estão bem onde estão, têm o espaço de vocês e podem continuar assim. Até mesmo permitimos que um ou outro viva com a gente. Por que dificultar as coisas?
– Porque somos privados de muitas coisas. – Sebastian, o novo representante dos feiticeiros, disse com certa raiva. – Somos imortais, passaremos a eternidade nos escondendo, por que vocês não conseguem lidar com o diferente?
– Vocês são perigosos! – O humano rebateu irritado.
– E vocês não são confiáveis. – O representante do lobo, Matias, rosnou. – Matam uns aos outros por nada. Não tem irmandade ou confiança. Nós não deveríamos confiar em vocês.
– O pedido está negado. – Bateu na mesa se levantando. – Tentem de novo daqui a 100 anos. – Resmungou enquanto saia, mas Jungkook se levantou.
– Acho que vai gostar de conhecer Park Jimin Hardy. – Disse alto, puxando o menino, que estava chocado com a clara recusa humana, para se levantar também. – Duas semanas atrás ele era humano. Veio fazer intercâmbio aqui. Apaixonado por magia e submundanos, mas acabou morrendo durante a rebelião.
– Vocês quebraram o acordo. – O homem sussurrou perplexo enquanto observava o garoto.
– Salvamos a vida dele. – Jungkook o corrigiu.
– Eu não chamo isso de salvar nada. – Voltou a dizer enquanto se aproximava. – Como ele morreu?
– Cortaram a garganta dele, porque ele acreditava na união dos povos. – Jungkook continuou com seu texto decorado. – Ele acreditava que poderíamos ser um só. Acha mesmo que vão ficar contra isso?
– Isso é só o que você está dizendo. – O homem riu sarcástico, mas tinha medo em seu olhar e o Seelie viu isso.
– Eu não minto.
– Ninguém vai ficar sabendo sobre isso. Essa história não vai sair daqui. – O tom de voz era firme e ameaçador e Jungkook deu um passo pra frente, se colocando entre o menino e o homem de forma instintiva, sem saber direito o porquê. – Esqueçam essa ideia estúpida e voltem a brincar de pirlimpimpim, porque temos coisas mais importantes agora do que um monte de aberrações querendo voltar a luz do sol. – E com isso todos os homens de ternos saíram, deixando para trás o clima pesado e um tanto assustador.
- Deveríamos ter torturado ele. – Milena, a representante dos Seelies, comentou com um olhar vingativo. – Nunca vi um homem pendurado de ponta cabeça falar naquele tom de voz.
– Humanos nunca irão nos aceitar, Nora. Foi idiotice tentar. – Matias murmurou irritado. Os olhos verdes transbordando a ira que os rosnados presos em sua garganta não vazavam. – Ainda arriscamos a vida do menino.
– Com Bardo morto e os traidores presos, pensei que teríamos uma chance. – Clarice, representante dos vampiros, se manifestou pela primeira vez, encarando Nora com carinho. – Não será dessa vez, velha amiga. Teremos tempo para tentar novamente.
– Eu me recuso a acreditar que esse desgraçado falou assim com a gente. – Jungkook murmurou irritado. – Aquilo foi um tom de ameaça? – O pensamento de que aquele humano idiota havia sim ameaçado o seu humano idiota, o deixava tão possuído de ódio que mal conseguia raciocinar, não havia transformado Jimin em vampiro para que um humano metido a besta ousasse apontar o dedo para ele.
– Então é isso? Acabou? – Jimin perguntou encarando Nora com receio e ela sorriu triste, encarando o menino. Dava pra ver que Jimin estava arrasado e desnorteado. Ele havia passado semanas se dedicando naquele projeto. Desde que havia aberto os olhos como um vampiro, sua vida havia sido aquilo, unir os mundos, mas na hora H, mal conseguiu abrir a boca.
– Sinto muito. Teremos mais chances no futuro. Humanos morrem e essa é a vantagem da imortalidade. – Tentou o consolar, mas Jimin parecia decepcionado ao todo. O vampiro se levantou, respirando fundo e recolhendo sua pasta, com documentos e ideias de tudo o que havia pensado para reintegrar os submundanos ao mundo real, ideias que nunca seriam ouvidas, porque não haviam lhe dado aquela chance.
Sentia os olhos ardendo e o nó na garganta e não queria chorar na frente de todo o conselho, então queria apenas sair o mais rápido possível daquela sala. Sabia que Jungkook estava o seguindo, quando ouviu passos no corredor e logo mãos o puxando e a sensação de ser abraçado e confortado.
– Vamos dar um jeito, idiota. – O Seelie murmurou. – Isso não acabou. Ah, você tá chorando? Sério mesmo? – Mesmo que estivesse reclamando, Jungkook o abraçava com força, acariciando seu cabelo, sem deixar que ele se afastasse. Jimin se sentia seguro e amparado, se apoiava nele e não tinha medo ou vergonha que o Seelie o visse chorando naquele momento. – Você é tão sentimental. Tudo bem, chega disso. Você quer que eu torture ele pra você? Podemos descobrir o pior pesadelo dele e então fazer ele ter visões com isso até enlouquecer.
– Você é a pior pessoa do mundo. – Jimin murmurou enquanto o circulava com os braços e tentava controlar o choro.
– A pior? Você tem certeza? – Disse pensativo. – Se continuar falando esse tipo de coisa, eu vou acreditar e vou ficar me sentindo especial. – Jimin riu pelo comentário, mas se sentia levemente melhor.
– Eu estraguei tudo, não foi? – Questionou com um olhar triste e Jungkook suspirou. – Eu não consegui falar nada. – Disse com decepção. – Eu tinha tantas ideias e a Nora tava contando comigo, mas eu não consegui...
– Jimin. Tá tudo bem. Vamos conseguir dar um jeito. Vamos pensar juntos em uma solução. – O Seelie afirmou segurando seu rosto entre suas mãos. – Essa foi a primeira tentativa. O primeiro não. Ele foi o primeiro idiota e ainda virão muitos outros. Estamos querendo algo grande, uma revolução, temos que estar prontos pra ouvir vários nãos, não podemos desistir fácil assim. Ele não ouviu, vamos para o próximo.
– E qual é o próximo? – Questionou fungando.
– Nora e o conselho não podem participar do próximo passo, porque isso começaria uma guerra diplomática. – Avisou enquanto encarava o vampiro e tentava limpar o rosto melado de lagrimas. – Mas eu, você e todos aqueles seus amiguinhos sem noção nenhuma de privacidade, podemos conseguir sozinhos.
– Tá falando dos meninos? – Jimin questionou um pouco confuso e o Seelie riu irônico revirando os olhos.
– É. Eu to falando dos meninos.
– O que precisamos fazer? – Perguntou encarando o Seelie com curiosidade. Sabia que os amigos topariam qualquer coisa e que não seria um problema, mas gostaria de participar do plano dessa vez.
– Bom, o feriado é em dois dias. Não seria sensato te tirar daqui agora, mas acho que vamos ter que ir para o mundo mortal depois dele.
– Vamos voltar pra casa depois do feriado? – Jimin perguntou surpreso e Jungkook ficou confuso e irritado. Jimin não considerava sua casa a casa dele? Então o vampiro ainda achava que tinha uma casa no mundo mortal?
– Pensei que minha casa fosse sua casa? – Questionou analisando o menino com atenção e Jimin o encarou confuso.
– Bom, ela é. Você é o meu dono. – Jimin murmurou enquanto limpava uma lágrima que estava na sua bochecha. – Mas eu tenho uma casa do outro lado. Eu morava perto do SeokJin, o irmão do New e a gente sempre combinava de jogar jogos juntos ou algo do tipo. – Explicou e notou as mãos do Seelie apertando suas bochechas com mais força, então se soltou. – Você vai amar conhecer eles. Tem o Hoseok e o Yoongi e o Namjoon...
– Claro, vou amar conhecer um monte de humanos. – Jungkook o interrompeu, um pouco irritado e enciumado. – Escuta. Vamos pra casa agora, a nossa casa de verdade.
– Se quebrarmos as barreiras e Villians não existir mais, provavelmente vamos morar no meu apartamento. – Jimin o lembrou. – E já aviso que você vai ter um treco quando entrar lá, porque eu pedi pro Jin aguar as minhas plantas, mas a chance dele ter esquecido e ter matado todas é bem grande.
– Eu não sei quem é, mas já odeio ele. – Jungkook murmurou puxando a pasta da mão do vampiro. – Avisou a eles que agora não é mais humano? – Questionou casualmente.
– Seria uma conversa esquisita para se ter por mensagem. – Jimin disse rindo. – To guardando para se ter pessoalmente. Se vamos pra lá em alguns dias...
– Ótimo. Pense em como vai contar. – Murmurou, enquanto caminhava pelo corredor do ministério, levemente mais tranquilo por ver que o menino tinha se acalmado.
– Acha mesmo que ainda tem um jeito? – Jimin perguntou e Jungkook o olhou de rabo de olho.
– Tem. Daremos um jeito. Confie em mim. – Jimin sorriu de lado, ao ver a confiança no olhar azul do Seelie e negou com a cabeça, pronto para provocar Jungkook.
– Da última vez que eu confie em você, cortaram a minha garganta.
| SWEET MAGIC |
Quem está curioso para saber como é o feriado do Dia dos Mortos?
Um Feriado voltado a Luxúria e Sangue?
Eu volto amanha, Boa noite.
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