AMULETO

Oie, voltei. Amaram?

Antes de começar o capítulo, eu gostaria de reforçar uma ideia:

O Jk do passado (dos flashbacks) é cruel e sanguinário, mas o Jk do presente é só mimado e dependente emocionalmente do Jimin.


Vcs notaram essa diferença?

Enfim, boa leitura, espero que gostem.


COMENTEM BASTANTEEE!!!


Capítulo 12 — Amuleto

~ 1857 | Escritório principal em Symoon |

— Você pode levar isso um pouco mais a sério? — Jimin questionou cansado e o demônio bufou.

— Eu não sei porque você está tão preocupado. Feiticeiros da escuridão estão morrendo, quem se importa? — Questionou sem paciência. — Não conheci um único feiticeiro da escuridão que não fosse um desgraçado de marca maior.

— Obrigado?

— Não é um problema seu. — Continuou, sem se importar em corrigir o que disse. — Não sei porque está se metendo nessa merda toda, mas no momento, isso não é um problema seu, não faça ser. Se continuar se metendo onde não deve, pode acabar se envolvendo de verdade nisso.

Jimin o analisou com atenção antes de suspirar e soltar a pena em sua mão, se encostando na cadeira grande de madeira maciça para observar melhor o homem à sua frente.

— Não está minimamente curioso com isso? — Questionou confuso e descrente. — São feiticeiros portadores de demônio e eles estão morrendo aos montes, não está preocupado ou curioso com o que aconteceu com os demônios? Onde eles estavam ou onde estão agora?

Jungkook parou por um segundo, como se pensasse no caso e então negou com um sorriso impertinente.

— Não. Nem por um segundo.

— E se o que pegou eles estiver vindo atrás de nós, hum? Nos enquadramos no perfil das vítimas.

— Não chame eles de vítimas, faz parecer que eles não mereciam. — Resmungou mal humorado e se levantou. — E não vou ficar aqui vendo você brincar de detetive com pessoas que não importam.

— Onde você vai? — Perguntou confuso e perdido. Não estavam nas melhores das situações e não ter Jungkook ao seu lado o deixava ansioso.

— Para Madame Fifi. O que acha? Quer vir comigo? — Perguntou sarcástico, e riu ao ver Jimin revirar os olhos ao escutar o nome do bordel.

— Estou bem. — Suspirou desviando o olhar.

Desde a ultima, e única, vez que dormiram juntos de fato, não haviam mais tocado no assunto e Jimin sabia que Jungkook não pararia de visitar bordéis e jovens tolas e inocentes, era idiotice pensar que ele pararia depois de tudo.

E nem ao menos poderia reclamar ou mostrar chateação, porque havia afirmado para o demônio que não se importava, que o que tinha era unicamente carnal e que ele não precisava se preocupar, ou se assustar, com seus sentimentos. Estava tudo bem.

E foi isso que Jimin repetiu para si mesmo ao ver o demônio passar pela porta. Estava bem. Jungkook continuaria sendo Jungkook e ele não poderia mudar aquilo. O demônio não o correspondia e estava bem com isso.

Se levantou da cadeira e caminhou até a estante de livros, procurando por um de seus mais antigos, um que havia roubado da antiga Sun Hall, um que falava sobre magia negra e demônios. E ao encontrá-lo, voltou para sua mesa.

Talvez naquela noite, ele deixasse os assassinatos de lado e se focasse em algo mais importante.

//~//

— Tem certeza que não quer ir comigo? — Jungkook questionou mais uma vez naquela noite.

Jimin estava estranho. Havia recusado convites formais para eventos requintados da nobreza que antes ele teria obrigado Jungkook a acompanhá-lo. Estava escondendo alguma coisa e Jungkook sabia disso.

A forma como se fechava em seu escritório, como fugia do assunto e se escondia do demônio deixava claro que estava escondendo algo. Algo que Jungkook provavelmente não gostaria de saber.

— Tenho. Não estou no clima para um baile. Se tiver que ouvir Lorde Trenear falar mais uma única vez sobre seu novo kit de caça, irei atirar nele com aquela maldita besta. — Respondeu falsamente impaciente e Jungkook travou o maxilar ao ver que era falso, que a desculpa era falsa, que a irritação e impaciência eram falsas, que Jimin estava mentindo.

— Ótimo. Estou saindo então. Não me espere acordado. — Resmungou amargo e saiu porta afora, em direção a carruagem, mas antes de entrar, encarou a enorme casa e por um segundo pensou no pior. — Inferno. — Resmungou irritado, e logo se voltou para o empregado. — Leve a carruagem para a Mansão Trenear e se Lorde Park perguntar, eu estava dentro dela. — O empregado pareceu confuso por um segundo, mas sendo discreto como era, apenas concordou com a cabeça em um movimento simples, logo indo falar com o cocheiro.

Jeon fez o caminho dos fundos para entrar na casa, mas assim que ficou sozinho, se transformou em corvo e voou até o segundo andar, se esgueirando para a janela do escritório.

Observou Jimin concentrado de frente para a própria mesa, atento a um livro que Jungkook não se lembrava de ter visto antes. Tentando chegar mais perto, voou para cima do armário, se escondendo entre as tralhas que Jimin guardava por ali.

— Tem que dar certo dessa vez. — Resmungou exausto, esfregando o rosto com clara frustração. — Tem que dar certo. — Repetiu antes de se levantar.

Jeon observou o feiticeiro desenhar dois círculos de invocação e quase grasnou alto em revolta ao ver o que Jimin pretendia com aquilo.

— Obsecro te paulisper, ob singulare ac momentaneum munus. Reddendo tibi offero tributum (Te invoco por um momento, para uma tarefa única e momentânea. Em troca lhe ofereço um tributo) — Jimin murmurou de olhos fechados, sentindo a magia circular por suas veias e Jeon sentiu a raiva borbulhar ao presenciar Jimin invocando outro demônio.

Preparado para atacar caso necessário, assistiu uma figura grotesca aparecer no círculo de frente para Jimin. Meio humano meio bode, com chifres e dentes afiados, não conhecia aquele maldito demônio, mas o mataria no mesmo instante se ele ameaçasse seu Jimin.

Sabia o que estava acontecendo nos últimos meses. Havia sido informado do plano e até mesmo haviam o convidaram para participar da rebelião, mas Jungkook negou, se preocupando apenas em manter seu maldito feiticeiro longe de problemas, o que era difícil, já que Jimin estava curioso como o inferno sobre os corpos que estavam aparecendo aos montes.

Se aquele demônio sequer pensasse em levantar uma única garra em direção a Jimin, morreria sem nem ao menos saber o porquê.

— Em que posso ajudá-lo hoje, mestre? — O demônio questionou parecendo educado, e pior, familiarizado a Jimin. Jungkook não podia acreditar naquilo, era um ultraje.

— O de sempre. — Disse com um tom cansado, que revirou o estômago de Jungkook. — Segure isso. Irei soltá-lo e então tentarei convocá-lo novamente. — Explicou com paciência enquanto entregava o que parecia ser um amuleto ao demônio.

— O senhor não vai desistir nunca não é? — O demônio perguntou rindo, parecendo bem humorado.

— Irei recompensá-lo pela ajuda. — Jimin insistiu, dando um passo para trás. — Ego vos liberabo. — Resmungou com os olhos brilhando em um roxo vivo. — Irei convocá-lo novamente, dessa vez, não se submeta de primeira. — Avisou indo para o segundo círculo, e o demônio, a contra gosto, assentiu.

— Gosto de me submeter ao senhor. — Resmungou com um tom flertador. — Já deixei claro mais de uma vez que adoraria assumir a posição e assinar sob sua marca.

Jeon sentiu o sangue ferver. Não podia acreditar naquilo, naquela maldita traição. Era isso que Jimin estava fazendo nos últimos dias? Era isso que fazia quando Jungkook saia? Se aliava a outros demônios, de níveis inferiores ainda por cima? Aquilo só podia ser um pesadelo terrível.

Mataria o desgraçado se ele tivesse tocado em seu feiticeiro.

— Recuse. — Insistiu, fechando os olhos novamente para se concentrar. — Obsecro te paulisper, ob singulare ac momentaneum munus. Reddendo tibi offero tributum. (Te invoco por um momento, para uma tarefa unica e momentanea. Em troca lhe ofereço um tributo)

Assim que Jimin abriu os olhos o demônio se mantinha parado, no mesmo lugar, no mesmo círculo da primeira invocação e o encarava com confusão.

— O senhor fez errado? — Questionou confuso. — Não senti a invocação.

Jungkook encarou a cena com curiosidade, deixando a raiva ser substituída por confusão. O que tinha dado errado? O que Jimin estava fazendo?

— Tem certeza? — Jimin perguntou com o coração disparado. — Devo tentar novamente? — O demônio concordou, confuso e Jimin repetiu as palavras com atenção, usando o máximo possível de seu poder.

— O que... — O demônio murmurou confuso. — Deu certo? — Questionou fascinado e chocado. — Isso... isso é impossível.

— Parece que não é mais. — Jimin murmurou sem reação.

Do alto do armário, Jungkook encarava a cena paralisado, sem saber o que aquilo significava. Jimin havia encontrado um jeito de protegê-lo da próxima invocação, mas o que diabos aquilo significava.

Ele pretendia soltá-lo? Pretendia ir embora? Não sabia o que pensar.

As coisas estavam confusas desde que haviam dormido juntos. Jungkook sabia que isso pioraria tudo. Que era um erro e que deveria ter evitado, mas sempre que tentava se afastar, Jimin o atraia de volta. Como uma armadilha feita especialmente para Jungkook, uma da qual ele não conseguia escapar.

O garoto lhe perturbava desde sempre, com sentimentos confusos, olhares apaixonados e aquela coisa que não o deixava sair de perto, o mantendo acordado de olhos nele, apavorado com a ideia de perdê-lo, ao mesmo tempo que tinha medo demais de tê-lo.

Jimin era tudo o que tinha. Era tudo o que ele já teve. Era a maldita luz da sua vida escura e solitária. Era ao mesmo tempo, a melhor e a pior coisa que já havia acontecido em sua vida.

E sabia que suas atitudes estavam dificultando ainda mais a situação. Sabia que deixá-lo sozinho, magoá-lo de propósito, afastá-lo ou mentir dizendo ir a bordéis apenas piorava tudo, mas o que poderia fazer? Como resolveria o que não tinha solução?

Queria o melhor para ele, mas também queria o manter ao seu lado. Odiava a ideia de vê-lo com outro, mas não sabia o que fazer com todo aquele afeto que ele lhe oferecia. Sabia que seria mais fácil lidar com seu ódio, mas uma parte sua gostava de como ele parecia o amar. Sabia que ele nunca seria feliz consigo, mas a ideia de deixá-lo ir o matava.

Nunca havia pensado no que era melhor para outra pessoa. Era egoísta por natureza e estava bem com isso, mas sempre que pegava Jimin lhe olhando com tanto afeto, desejava mais para o garoto. Desejava poder ser o que ele queria, o que ele precisava.

Jimin o fazia questionar coisas inquestionáveis. O fazia ter pensamentos que iam contra cada fibra do seu ser, sem nem ao menos perceber e isso apavorava Jungkook.

— Todos vão ficar loucos quando souberem disso. — Jimin negou, se apressando a interrompê-lo.

— Não pode contar para ninguém sobre isso. Lhe darei esse amuleto em troca do seu silêncio, mas não tenho matéria prima para fazer mais e o que tenho é para meu próprio demônio.

— Droga, esse cara é tão sortudo. — Murmurou emburrado, e Jimin engoliu o bolo em sua garganta, engolindo a resposta mal criada de que Jungkook não concordaria com ele. — Quer dizer, só por ter você. Deve ser uma droga ser do tipo escuridão. Viver de sentimentos negativos deve ser uma droga. — Deu de ombros em seu monólogo. — Agradeço todos os dias por ser um Sitri. Você sabe, luxúria é sempre muito mais divertida do que caos e a soberba.

— Imagino que sim. — Murmurou só para não deixá-lo falando sozinho, mas logo enxergou uma oportunidade, e sentindo o peito apertado, se agarrou a ela. — Você sabe muito sobre demônios da escuridão?

— Sei muito sobre todos os tipos. — Respondeu com um tom libidinoso e seu sorriso aumentou ao ver o feiticeiro desviar o olhar. — Consigo sentir o cheiro do seu desejo por ele. — Murmurou atrevido, instigando o feiticeiro. — Sinto muito por você. Até onde eu sei, Demônios da Escuridão não podem ter sentimentos felizes.

— O que? — Jimin perguntou com o peito apertado em angústia.

Jungkook era incapaz de ter qualquer sentimento bom? Não, era claro que não. Ele podia não ser carinhoso ou apreciar o amor e afeto de Jimin, mas ele com certeza tinha humor e se beneficiava do prazer. Ele não era incapaz de ter sentimentos bons, apenas não havia tido muitas oportunidades de sentir eles.

— É o que dizem. São uma das classes mais antigas de demônios. Os mais poderosos e os que mais sofrem com invocações. — O demônio parou um segundo, pensativo, antes de continuar. — Também ouvi certa vez que é impossível ser feliz perto deles.

Jimin o encarou incrédulo, negando.

— Isso é mentira. Ele é cruel às vezes, mas...

— Você não parece feliz. — O demônio afirmou com certeza, cravando uma faca no estômago de Jungkook, que ouvia a conversa com atenção.

Sabia que Jimin não era feliz e que provavelmente nunca seria ao seu lado, mas ouvir outra pessoa afirmar aquilo para o seu garoto, ver Jimin tentar negar o inegável, era de longe uma das piores coisas que já havia visto.

Ele havia tentado afastar Jimin, lhe dar uma chance de se salvar, fazê-lo desistir da ideia ridícula de que o amava, porque sabia que cedo ou tarde o menino iria descobrir a verdade. Iria perceber que tudo aquilo não passava de um sentimento distorcido de carência e solidão, que havia confundido atração e desespero, com amor.

Mas mesmo sabendo que não era real, algo vibrava dentro de si ao afirmar que Jimin o amava. Um frio na barriga que o apavorava e o encantava. Porque a ideia parecia assustadora e utópica. Porque sabia que não era verdade, mas desejava que fosse.

Porque sabia que quando ele percebesse que toda a escuridão em sua vida vinha do demônio, iria odiá-lo. E mesmo contrariando cada molécula egoísta de seu ser que se agarrava a Jimin, tentava apressar o processo, porque Jimin era sua luz e seu maior medo era que ela se apagasse completamente por sua causa.

— Felicidade não é uma constância, é algo passageiro e eu já fui feliz ao lado dele em alguns momentos.

— Como quando? — Questionou irônico e Jimin tentou se lembrar de algum momento específico em que havia sido feliz ao lado de Jungkook.

Mas tudo o que tinha eram momentos de paz onde o encarava em silêncio ou momentos em que se divertiam juntos provocando dor e sofrimento em pessoas ruins. Passou a vida toda amando Jungkook e sofrendo por não ser retribuído, mas isso não significava nada.

— Acha mesmo que isso é verdade? — Devolveu a pergunta, sem querer admitir explicitamente que não tinha argumentos.

— Não sei. Eu escuto muitas coisas o tempo todo. Isso é o que todos dizem, mas também dizem que é impossível amar um... — Deixou no ar, analisando o feiticeiro. — No entanto, parece que você gosta de contrariar coisas impossíveis. 


| SWEET DEMON | 

ESTÃO GOSTANDO???

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