A ÚLTIMA CARTA

Capítulo 20 — A última carta.

— Acredita na audácia daquele Seelie? — Jungkook resmungou entrando no quarto. — Me chamando para um bar submundano. Com aqueles...

— Fala dos seus amigos? — provocou Jimin, rindo ao ver a cara emburrada do demônio.

Jungkook poderia não querer admitir, mas era claro para todos de que, apesar das reclamações, o demônio gostava sim de todos os Monroes, de todos, do Seelie, do lobo, dos vampiros, feiticeiros e até mesmo dos humanos.

Querendo ou não, agora eram como tios agregados da família. E Jungkook teria que aceitar aquilo em algum momento.

— Que merda você está fazendo aí? — Questionou em uma mistura de medo, frustração e raiva, porque conhecia aquele papel envelhecido que Jimin usava para suas cartas de despedidas.

— Ah. Bem, você sabe...

— Não. Eu não sei. — Negou irritado. — E caso tenha se esquecido, você perdeu seu direito a escrever cartas depois da gracinha da semana passada.

Jimin tentou segurar a risada diante a clara repreensão do demônio, mas era ridiculamente apaixonado pelo tom mimado e malcriado de Jungkook.

— Você tem que entender, amor. Eu precisava contar aquilo. Eu explodiria se não falasse.

— Era um momento particular. — Protestou emburrado e Jimin se levantou de sua mesa para se aproximar do namorado.

— Não tem do que se envergonhar.

— Engraçado você falar isso agora. Depois de ter me envergonhado.

— Você se emocionou vendo um arco iris. O que tem de vergonhoso nisso? — Questionou com falsa sinceridade, o circulando com os braços em um abraço cheio de intimidade e carinho, como se não tivesse passado dias rindo só com a lembrança do momento. — Você ainda não se acostumou com todas as emoções e elas veem de repente. Ninguém pode te culpar.

— Está desviando do assunto. — Acusou Jungkook, cansado daquele tópico. — O que estava fazendo?

Jimin mordeu os lábios, claramente nervoso e Jungkook suspirou. Decepcionado e confuso.

Jimin estava feliz nos últimos dias, sabia disso, porra, conseguia sentir o quão feliz ele tava.

Então porque, no inferno, seu homem havia voltado a escrever cartas de despedida?

O medo de que o garoto finalmente houvesse se cansado pairou sobre sua mente, e o nervosismo de Jimin apenas piorava tudo.

— Eu... não ia te mostrar agora, você receberia ela no momento certo, é claro, mas...

— Eu não quero. — afirmou, apertando o menino em seus braços, com medo de que ele fosse embora. — Já li todas as suas cartas, já sei as palavras decor. Algo sobre me amar e querer me dar a liberdade ou algo assim.

Jimin sorriu, se soltando das mãos fortes para ir até a mesa, pegar o papel.

— Na verdade, essa fala sobre eu te amar demais e querer te prender ainda mais a mim. — Explicou com um sorriso tímido, mas confiante.

— O que? — Questionou puxando o papel. — O que é isso?

— Uma certidão de casamento. A tradição humana. você sabe. — Informou. — Will está pensando em pedir Thom em casamento. Algo sobre ele gostar desse tipo de coisa mais tradicional e romântica. E então, depois do dia do arco íris, percebi que você nunca teve uma experiência romântica de verdade.

— Você... ia me propor em casamento? — A voz mórbida e indiferente tornava difícil saber o que ele pensava sobre o assunto, mas Jimin não se intimidaria.

— Eu vou te pedir em casamento. Tenho tudo planejado. — Contou animado, mas seu sorriso se tornou surpresa ao ver os olhos do demônio brilhando. — Ah Deus, você não vai chorar de novo, não é?

— Eu quero me casar com você! — Afirmou com a voz embargada. — Quero fazer isso. Quero todas essas coisas ridículas e sem importância com você, Ji.

Jimin sorriu, rindo fraco, sentindo o amor transbordar de um coração para o outro.

— Quem diria que o demônio no canto da sala tinha um lado tão doce.

Fim! 

| SWEET DEMON |


Foi isso. Espero que tenham gostado.

Muito obrigado por acompanhar e até uma próxima.


Irei tirar umas férias da escrita, mas não pararei de escrever. 

Então não é um adeus, é apenas um até logo. 



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