A DOR DE UM DEMÔNIO
(Para quem já leu Apenas um pouco confuso, vai pegar essa cena e esse sentimento, para quem não leu, leia, é o melhor livro de todos e eu sou cadelinha da coleção straight guy)
Capítulo 11 — A dor de um Demônio
~ 1857 | Quarto principal em Symoon |
— Por favor... — Jimin ofegou, perdido, corado e trêmulo, com os olhos desfocados presos no demônio em uma súplica que nunca era atendida.
Aquilo já havia virado quase uma maldita rotina. Jungkook se irritava com Jimin por qualquer mínima coisa e então, de um segundo para o outro, já estava com seus dedos dentro do menino, o fazendo implorar por mais, o torturando com aquela eterna agonia que nunca chegava ao fim.
Vendo Jimin se contorcer sob seus toques e sussurrando palavras sujas em seus ouvidos, apreciando cada mínima reação do feiticeiro, que naqueles momentos, parecia tão entregue e perturbado.
Para depois, quando Jimin estivesse fraco, frágil e destruído, o abandonar no quarto e ir atrás de alívio solo, porque a mera ideia de tocar em Jimin de verdade, o atormentava como o inferno não fazia.
— Jun... — As palavras sôfregas e cortadas escapando em gemidos baixos e obscenos torturavam Jungkook tanto quanto, e a cada vez que o ciclo se repetia, mais Jungkook se odiava por tudo, por ser o que era e por manter aquilo, por ser covarde e incapaz.
Por se deixar levar por algo que acabaria matando os dois.
— Não. — Rosnou irritado, com o maxilar travado em pura raiva e revolta. — Termine, Jimin. Goze pensando no meu pau, como o pervertido sujo que você é. — Fracassando em desobedecer, Jimin fez, sentindo o corpo convulsionando em prazer, enquanto se agarrava ao demônio como se ele fosse tudo o que tinha, o que na maior parte do tempo era verdade.
Jimin conseguia sentir o demônio rígido contra seu corpo, enquanto movimentava o quadril contra o dele, esfregando seu pau duro, molhado e nú, contra as calças feitas sob medida que o demônio usava.
Não era a primeira vez, já havia notado em outras circunstâncias que apesar das falas preconceituosas e de afirmar achar nojento, Jungkook ficava tão excitado quanto ele em momentos como aquele.
A respiração do demônio também estava ofegante e quente, contra seu rosto, e assistiu com prazer quando Jungkook fechou os olhos com força, ofegando baixo ao sentir a mão esperta do feiticeiro o tocando.
— Não. — Murmurou contra o pescoço de Jimin, e se não o conhecesse, Jimin quase acreditaria que Jungkook poderia estar implorando.
— Não saia. — Jimin respondeu em um sussurro tão baixo que nem mesmo tinha certeza se tinha dito algo. — Fique.
— Não.
— Não precisa ser sexo, Jun. — Murmurou trêmulo, sentindo as pernas bambas e bem abertas convulsionando contra o pau do demônio, quase implorando por ele. — Pode pensar nisso só como um buraco. Um buraco úmido, quente e disposto para você usar. — O pau do demônio contraiu contra sua mão e Jimin choramingo com a ideia. — Eu já gozei então nem vou participar. Eu juro.
— Você é um pequeno...
— Por favor. — Murmurou novamente, aproveitando que o demônio ainda não havia se afastado, para abrir sua calça. — Seria um desperdício não aproveitar depois de tudo o que você fez.
Jungkook retirou a cabeça do ombro de Jimin e o encarou com raiva, uma raiva sem motivo que não conseguia entender e Jimin achou que ele se afastaria ou o machucaria de alguma forma, mas ao invés disso, Jungkook o beijou, com força e brutalidade, como uma repreensão muda, mas o demônio se movimentou contra a mão do feiticeiro, fodendo seu punho com vontade.
E Jimin não pensou duas vezes antes de direcioná-lo para o lugar certo, sem deixar de corresponder ao beijo duro que Jungkook lhe forçava.
Mas assim que a ponta se forçou contra o anel de Jimin, se separaram ofegantes e perdidos. O feiticeiro observou o olhar conflitante do demônio, e iria dizer algo, qualquer coisa, mas a feição se transformou em algo irritada no mesmo momento em que Jungkook se forçou até o final.
— Eu realmente quero te destruir, Jimin. — Murmurou ofegante e furioso contra a boca do feiticeiro.
— Eu sei... — Jungkook negou, travando o maxilar enquanto saía e voltava com força, impulsionando o corpo miúdo para cima.
— Você não faz ideia. — A voz parecia verdadeiramente perturbada e Jimin acreditava já estar acostumado a ser o foco da raiva de Jungkook, mas naquele momento era diferente e quando tentou o puxar para perto, Jeon se afastou, pressionando uma mão contra o abdômen de Jimin enquanto o comia com fome.
E observou com satisfação seu pau sumir dentro do feiticeiro.
— Isso é... — Jimin negou, sentindo o próprio pau duro reagir ao estímulo, mas negou ao sentir a pressão da mão do demônio em seu estômago aumentar.
— Consegue me sentir? — Jeon questionou com um sorriso sádico. — Consegue sentir o quão fundo eu estou. — Jimin choramingou, aquilo intensificava tudo, conseguia ver seu estômago levemente estufado cada vez que Jeon metia e revirou os olhos, jogando a cabeça para trás, perdido nas sensações e no conhecimento de que finalmente tinha o demônio daquela forma.
Era o homem que amava, o homem que havia amado sua vida toda e finalmente o tinha. Finalmente estava completo e satisfeito, tremendo em prazer, chorando em volta do pau que o fodia da forma certa, o comendo sem qualquer cuidado, porque Jungkook sabia que era dele, que poderia fazer o que quisesse, porque Jimin jamais o afastaria.
— Era isso que você queria, não era? Era isso que você sempre quis. — As palavras atingiam o nervo certo e Jimin se sentia próximo e sensível, a um passo de gozar novamente, da melhor forma possível. — Sempre me olhando daquele maldito jeito, implorando como uma prostituta sem vergonha.
— Jun... — Jimin revirou os olhos, sentindo o prazer o levar, se agarrando nas mãos do demônio, que o segurava pelo quadril, o prendendo contra seu corpo.
— Porra... — Jeon murmurou baixo, com a respiração falha, gozando dentro do feiticeiro.
O demônio sentiu as pernas de Jimin relaxando na cama, exausto, fraco e sensível. Observou com calma a expressão nublada e apaixonada estampada no rosto do menino e pela primeira vez na vida, não soube o que fazer.
Não sabia como se sentia e muito menos como viveria depois daquilo. Estava confuso, irritado e frustrado. Jimin despertava coisas novas e assustadoras, coisas que não entendia e que nunca havia sentido antes. Era perturbador e parecia perigoso.
Rolou para o lado, saindo de dentro do feiticeiro e se sentou na cama, de costas para Jimin, apoiando os cotovelos nas pernas, e a cabeça entre as mãos.
O feiticeiro o observava e sentiu seu sorriso morrer ao ver o quão inquieto e perturbado Jungkook estava. Não sabia o que passava em sua mente, mas queria conversar, queria ter algo a dizer ou ao menos coragem para perguntar o que estava errado.
— Jun...
— Não. Você não entende. — O demônio murmurou com raiva, se levantando, arrumando a calça, e Jimin se desesperou ao notar que ele sairia.
— Então me explica. — Pediu com a voz trêmula, e hesitou ao ter a atenção do demônio, mas Jungkook não disse uma palavra antes de se transformar em corvo e voar para longe.
Os dias seguintes foram difíceis e confusos para Jimin. O demônio o evitava, havia passado muito tempo fora e quando voltou parecia raivoso e ainda mais hostil e explosivo.
Jimin se perguntava o que tinha de tão ruim em dormir com ele. Porque Jungkook estava agindo como se tivessem cometido um pecado, quando o demônio não tinha escrúpulos nenhum.
Será que era tão ruim assim? Será que não era digno nem mesmo de alguns minutos de prazer culposo? Sabia que não era correspondido, sabia que nunca seria, mas se Jungkook ao menos se sentia atraído, porque não fingir por alguns segundos que poderia ser real?
— Onde você estava? — A voz que saia da escuridão do quarto assustou Jimin. Não havia visto Jungkook voltar e não o esperava em seu quarto o questionando sobre seu paradeiro.
— Encontraram mais dois corpos. — Murmurou baixo, engolindo o bolo de sua garganta. — Feiticeiros da escuridão.
— E você achou uma boa ideia ir até lá sozinho?
— Eu não podia ficar sentado aqui esperando você para sempre. — Respondeu levemente amargo. — Você sumiu há 3 dias. Eu nem ao menos sabia se você voltaria.
Uma risada amarga e cruel escapou da garganta do demônio.
— Que foi? Estraguei sua fantasia? — Perguntou de forma cruel. — Você esperava o que? Uma declaração calorosa e flores? Talvez uma serenata ou um poema?
— Está sendo ridículo. — Jimin questionou magoado.
— Não, Jimin. Você é ridículo. — Rebateu impaciente. — Você fica fantasiando com homens gentis e palavras doces, mas se apaixonou por um demônio. Um agente do caos, que vive pela dor e sofrimento de outras pessoas. — Se aproximou a passos decididos e viu Jimin engolir em seco com a aproximação. — É o que eu sou. É quem eu sou. Nem mesmo você pode mudar isso.
— Eu sei...
— Sabe? Porque para mim, parece que você nunca entendeu nada. — Resmungou amargo, encarando o menino com crueldade. — Mas me deixe esclarecer algumas coisas para você. — Jimin sentiu os olhos ardendo, porque podia imaginar o que viria pela frente. — Não existe amor no nosso relacionamento, Jimin. Você é uma maldita prisão pra mim, uma da qual eu tenho que aceitar, porque a próxima pode não ser tão agradável. Estou tentando te manter vivo, mas às vezes realmente quero te ver morto.
— Jun... — O murmúrio baixo e fragilizado não parou o demônio que parecia decidido a machucá-lo naquele momento e Jimin sabia o que ele estava tentando fazer.
Jimin sempre sabia.
Havia notado nos últimos anos. A forma como Jungkook tentava quebrar seu coração, sendo cruel de propósito na tentativa de fazer com que Jimin o odiasse. Tentando afastá-lo a todo custo, matar qualquer resquício de amor que Jimin poderia nutrir por ele. Apagar qualquer sentimento que pudesse ter por ele.
E Jimin entendia. Entendia que o demônio só conhecia a dor e o ódio, que seria mais fácil para ele entender o desprezo de Jimin do que o amor, e já havia tentado lhe odiar, mas sempre se pegava o amando.
Porque Jungkook estava quebrado, como ele. Porque o demônio não sabia o que era amor e Jimin daria tudo para poder ensiná-lo. E o amaria enquanto pudesse, mesmo que isso o assustasse. Porque Jungkook havia sido torturado por uma eternidade ou duas e tinha medo do amor.
E Jimin entendia, entendia porque havia passado pela mesma coisa. Porque o que sentia também o assustava e a única diferença entre eles era que Jimin não precisava temer o futuro.
Estava livre. Nunca mais estaria à mercê de outra pessoa, nunca mais teria que viver o pesadelo que viveu, mas Jungkook... Jungkook poderia voltar para tudo aquilo. O demônio nunca seria livre de verdade, ele ainda era um prisioneiro.
E pior do que nunca ser amado, é saber o que é e perder.
Jimin imaginava que aquele era um dos medos do demônio e o motivo pelo qual ele o protegia e o salvava no último segundo. O medo de voltar para torturas diárias agora que sabia o que era gentileza e respeito, e o amor de Jimin apenas pioraria tudo para ele no final.
E se Jungkook precisava o machucar para se proteger, se ele precisasse o destruir para viver, Jimin aceitaria. Porque ele o entendia e não queria o mudar. Havia se apaixonado pelo monstro assustador no canto da sala e sabia disso.
— Eu não criei expectativas, se é o que acha. — Respondeu se abraçando, engolindo o bolo amargo em sua garganta. — Eu sei que não existe amor ou qualquer chance dele. Sei que você é cruel por natureza e sei que me quer morto. — Desviou o olhar para o chão. — Acredite, eu sei de tudo isso e em momento nenhum pensei qualquer coisa diferente do que é. Mas talvez você coloque muito mais significado do que realmente existe.
— O que quer dizer? — Jeon questionou franzindo a testa, encarando Jimin com atenção.
O feiticeiro lhe encarou com confiança, decidido a aliviar o medo de Jungkook, mesmo que tivesse que mentir sobre isso.
— Sou um pirralho hormonal, lembra? — Perguntou com um tom suave, engolindo o choro que se acumulava em seu coração. — Infelizmente não existem homens em que posso confiar e todas as vezes que tentei, você precisou me salvar. — Dando um passo para frente, Jimin continuou. — Me sinto atraído por você e pensei que poderíamos fazer isso juntos. Não espero flores ou uma serenata, nem mesmo esperava por qualquer mínimo sinal de afeto. Queria prazer e alívio e foi o que você me deu. — Ao se ver próximo do demônio, procurou por seus olhos, forçando Jungkook a lhe encarar. — Não precisa ser mais do que foi.
— Está mentindo, não está? — Questionou com o olhar cheio de rancor.
— E isso importa?
Jeon lhe observou com cautela, os olhos brilhando de um choro segurado, a voz fraca e o corpo levemente encolhido. E suspirou antes de responder.
— Não. Na verdade não.
| SWEET DEMON |
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top