Capítulo XI - A Agência LED... e o Jefferson

Lawrence deixou o celular de lado e voltou a se deitar.

Giselle já havia deixado o hospital e voltado para sua casa, assim como a mulher com o corte no ombro. A enfermeira que cuidou de Lawrence não se encontrava mais à vista do detetive, que também pretendia deixar o local em pouco tempo. Estava apenas esperando que sua perna parasse um pouco de doer.

O detetive sorriu enquanto encarava o teto. Estava feliz, apesar de tudo. Machucado, assustado e possivelmente amaldiçoado para o resto de sua vida, mas, ainda assim, feliz. Fazia muito tempo que não via nenhum deles e todos se reuniriam de uma só vez! Era incrível! Seus melhores amigos juntos.

A maneira como haviam se conhecido não era das mais comuns. Eram todos de nacionalidades diferentes: Lawrence era escocês, Elsie era sueca, Dawil era inglês e Jefferson era russo, e todos se mudaram para países diferentes. As chances de eles se tornarem amigos — ou mesmo se conhecerem — eram muito baixas, mas, talvez por alguma influência do destino ou do que cada um quisesse acreditar, isso aconteceu.

Knopp tinha sete anos quando se mudou da Escócia para a França e, aos vinte, conheceu o homem de cabelo rosa. Mini Dawil estava fazendo seu PhD e Lawrence em seu terceiro ano na faculdade quando se tornaram amigos. Os dois se encontravam todos os dias após as aulas na biblioteca para conversar e debater alguns assuntos, ou simplesmente falar bobagens até Lawrence ter que ir para casa.

No final do ano seguinte, Dawil se mudou para a Alemanha para concluir seu PhD, sendo este o motivo da separação dos dois e consequentemente dos sete anos que ficaram sem se ver. Durante esse tempo, Lawrence estudou sobre a arte da dedução e a criminologia, fazendo de tudo para seguir os passos de seu grande ídolo e amigo.

Alguns anos depois, Lawrence recebeu uma carta de Mini Dawil com uma notícia: após concluir seu doutorado, conheceu mais dois detetives incrivelmente talentosos. Elsie Harper e Jefferson Gusev possuíam grandes habilidades de investigação e raciocínio, e, mais do que isso, cada um possuía suas peculiaridades, o que foi o fator principal de interesse de Dawil por eles. Logo todos se tornaram amigos, apesar das várias diferenças entre eles. No entanto, o tempo fez com que cada qual tomasse o seu caminho, mas sem que perdessem o contato um do outro.

Oito anos haviam se passado desde o primeiro encontro de Lawrence Knopp com o icônico detetive de cabelos cor-de-rosa. Finalmente, após tanto tempo, estariam todos juntos.

Lawrence sorriu. Mal podia esperar.

• • •

Mini Dawil foi o primeiro a chegar em Dancourt.

Apareceu no início da tarde do dia seguinte. Usava no cabelo um laço amarelo desta vez, o que ainda seguia sua tabela de cores. O encontro dos dois após tanto tempo foi emocionante: se abraçaram tão forte que Dawil tinha a certeza de ter adquirido uma escoliose. No entanto, decidiram esperar para comemorar de verdade quando todos estivessem reunidos, o que não tirava a emoção de toda aquela cena.

• • •

— Que Deus nos proteja do mal que nos assola.

Toda a igreja ergueu as mãos ao ouvir as palavras do padre Larousse. O local estava cheio e os dois detetives quase não conseguiram um assento, mas chegaram a tempo de assistir à missa de Josué enquanto esperavam Jefferson chegar. Eles não sabiam se deveriam erguer as mãos também, então apenas ficaram observando, ainda que recebessem olhares de desaprovação de algumas senhoras.

— Que as mortes causadas por Abelone nos façam lembrar de nossa pequenez — ele continuou. — Não desperdicemos nossa vida lutando contra o que há além dela. Andemos no caminho da luz e nos afastemos do território do Maligno. — A interpretação poderia ser tanto literal quanto metafórica naquele contexto e os dois detetives também não sabiam qual dos sentidos o idoso desejava dar à sua prece. Provavelmente o primeiro. — O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

• • •

Quando Jefferson Gusev chegou, no final da tarde, a reunião iniciou oficialmente.

Lawrence havia se instalado em uma das casas vazias do vilarejo e se deu a liberdade de ficar lá pelo tempo que precisasse — tempo esse que ele esperava não ser longo. Mal via a hora de concluir logo aquele caso, ainda que soubesse estar longe de encontrar a solução. Não que estivesse preocupado demais com isso: sabia que, uma vez que estavam todos juntos, não havia caso que não conseguissem resolver.

— Nunca vou me acostumar a te chamar de Gusev — Lawrence comentou. Os dois estavam sentados na beira da cama de casal, enquanto Elsie Harper, na tela do computador de Dawil, conversava com eles via webcam. — É um nome tão estranho.

— Bom, é o meu nome de verdade — o russo respondeu. Usava lápis de olho naquele momento, como era um costume seu, e, tal qual seu chá de lichia, não poderia esquecê-lo no País de Gales. — Você precisa se acostumar.

— Ainda bem que você manteve o "Jefferson" — Elsie disse ao ouvir a fala, alguns segundos depois. — Pavlov Gusev é muito mais estranho.

— Vocês querem parar de falar do meu nome?

A conversa se estendeu durante mais de uma hora. Os detetives contaram sobre suas vidas pessoais, sobre tudo o que mudou em todos aqueles anos e os casos em que haviam se envolvido. Todos se mostraram empolgados ao saber que Lawrence havia decidido seguir o caminho da investigação criminal. Foi importante para Lawrence receber o apoio de seus ídolos — mais que isso, seus melhores amigos — e, cada vez mais, ele se sentia próximo de se tornar um detetive profissional.

Após mais algum tempo jogando conversa fora e falando mal do nome russo de Jefferson, depois de o sol se pôr e vários vizinhos reclamarem do barulho, Lawrence subiu, soltando um grunhido de dor, em uma cômoda, segurando uma taça vazia e uma faca. Bateu uma na outra repetidas vezes para chamar a atenção para si. Os presentes pararam de conversar e olharam para o ruivo. Um silêncio ficou no ar por alguns segundos.

— Eu sempre quis fazer isso.

Lawrence colocou os objetos no chão e voltou a parecer um homem sério.

— Antes de mais nada, preciso dizer que estou muito feliz em ver todos vocês aqui — ele começou. — Havia conversado com Dawil sobre isso após resolver meu último caso: disse a ele que gostaria que nós todos nos encontrássemos algum dia, mas se passaram alguns meses e não tocamos mais no assunto. Porém, como todos nós estamos aqui juntos, agora, posso dizer que a morte de Laura veio mesmo a calhar.

Percebendo que não era uma maneira muito gentil de se abordar a morte de uma jovem, ele tentou consertar:

— Por mais que isso pareça uma piada de mau gosto, isso nos lembra sobre a urgência desse caso. Acredito que a morte de Laura tem um significado maior do que parece. Giselle ligou para mim — para Thomas, na verdade — por causa da morte da amiga e no dia seguinte seu pai, desaparecido há anos, morre também. Duas mortes em poucos dias. É algo surreal.

Mini levantou a mão. Lawrence apontou para ele, incentivando-o a falar.

— Eu não tenho ideia do que você está falando.

Os outros murmuraram, concordando.

— Você me disse apenas que era um caso sobrenatural — falou Elsie. — E que era pra eu ficar por aqui já que você não me queria por perto.

Lawrence não teve tempo de responder que não foi exatamente aquilo que ele disse, pois Gusev já havia começado a falar:

— Você me disse que foi perseguido por um fantasma e que perdeu suas pantufas. — Jefferson apontou para os pés do ruivo, que estavam dentro de um par de sapatos pretos que claramente o incomodavam.

Knopp então percebeu que não havia explicado a eles direito sobre do que se tratava tudo aquilo. Era melhor voltar a contar tudo desde o começo.

— Esse vilarejo é assombrado por uma maldição — ele disse. Apontou para a enorme floresta através da janela, atrás de si. — Um homem morreu naquela floresta, trinta anos atrás. Cédric Abelone Manoury, um ladrão de joias, se escondeu lá ao fugir da polícia, mas acabou morrendo lá dentro e, desde então, mata qualquer um que tente entrar na floresta. Com exceção de mim e do padre. Não sei por que, mas nós dois conseguimos sobreviver à maldição.

Vendo que seu público não estava convencido, ele prosseguiu:

— Já ouvi vários relatos dos moradores sobre pessoas que morreram ao entrar na floresta. A primeira delas foi um homem que ninguém do vilarejo conhecia. Alguns meses depois, um tal de Leon Courbet fez o mesmo. Muitos morreram, mas a polícia já foi acionada e nunca encontrou nada. Além disso, nunca um policial foi morto por Abelone, de forma que eles não acreditam mais nos habitantes, mas, ainda assim, Giselle Gray me ligou, esperançosa. Não posso tirar as esperanças dela.

Os demais continuaram em silêncio. Foi Dawil quem expressou o pensamento de todos:

— Como pode ter certeza de que tudo não passa de boato?

Lawrence não tinha certeza, não absoluta, mas ele sabia que havia algo de errado.

— Não sei até que ponto as histórias que ouvi são verdadeiras, mas acreditem em mim: há algo lá dentro. Laura Grandis desapareceu na manhã de quarta-feira, a menina sequer foi à escola naquele dia. Eu mesmo encontrei sua sandália jogada no chão da floresta quando entrei lá. Sobrevivi, felizmente, embora não possa dizer o mesmo de minhas pantufas. Mas, além disso, encontrei o corpo do pai de Giselle, Marcel Gray. Eu mesmo o presenciei morrer, ao menos, estava prestes a morrer quando fugi de lá. — Ele mostrou o cordão quebrado em seu pescoço, que havia escondido até então. — Encontrei isso com ele. É uma foto de Giselle mais nova, com seis ou sete anos, a idade que tinha quando Marcel a abandonou. — Guardou de novo o cordão e encarou todos. — Algo está acontecendo lá dentro, eu sei disso, e preciso da ajuda de vocês para descobrir o quê.

De início, ninguém disse nada, e nem poderiam. Aquela história não conseguiria ser processada de imediato. Havia algo, como Lawrence dissera, algo real. Aquilo estava além de apenas boatos de moradores. No entanto, se fosse realmente o caso de uma maldição, não saberiam como proceder.

— Talvez seja real — disse Jefferson. — Às vezes, as coisas são como as pessoas querem que seja. Me parece que a ideia de uma maldição é muito forte aqui no vilarejo. Se é assim que pensam, não vejo por que não ser verdade.

— Não vamos aceitar isso logo de cara — cortou Dawil. Jefferson era alguém que gostava de criar metáforas e teorias e não era hora para filosofar. — Deve haver alguma explicação racional para tudo isso. Não digo que estou duvidando de você, Lawrence, de jeito algum, mas isso está fora de minha zona de conforto. Várias vezes já trabalhei com casos de sobrenaturalidades irreais, quase sempre eram pessoas fantasiadas assustando outras pessoas. Pode ser isso o que está acontecendo agora.

— Não acredito que seja apenas isso. Não se trata de assustar: mortes reais estão acontecendo. Também não estou preparado para aceitar a existência do sobrenatural — admitiu Lawrence, silenciando o grupo que começava a murmurar entre si —, mas não consigo encontrar uma explicação para o que aconteceu lá dentro. Creio que entenda como me sinto, Elsie.

A loira assentiu, sem nada dizer. Ela entendia. Lembranças de sua adolescência na cidade sueca de Helsingborg não lhe permitiam descartar por completo a possibilidade da existência de algo além da vida.

— Foi por isso que eu os chamei aqui — o ruivo prosseguiu, olhando nos olhos de cada um ali presente, física ou virtualmente. — Preciso que me ajudem a encontrar uma explicação para tudo que vi, pois não estou disposto a trabalhar contra espíritos. Concordo com Dawil: o mundo dos humanos é minha zona de conforto e prefiro continuar nela por enquanto.

Elsie abraçou Iguana, que acabava de passar ao seu lado. O animal claramente não ficou feliz com o contato físico.

— O que quer dizer?

— Não consigo fazer isso sozinho — admitiu, por fim. — A trama desse caso me parece muito mais complexa que a dos meus casos anteriores.

Law ignorou o comentário irônico de Jefferson sobre seu longo histórico de detetive.

— Existem algumas pontas soltas que precisam ser amarradas. — Ele as enumerou: — O diamante roubado por Abelone; os dois primeiros sujeitos a morrer na floresta; a morte de Laura; o fato de o Padre ter saído ileso de lá de dentro; o desaparecimento de Marcel durante todos esses anos; o fato de policiais não serem afetados pela maldição... Além, claro, de tudo que eu vi e vivi lá dentro.

Os demais detetives ouviram a tudo, atentos. Eram muitos detalhes de uma mesma trama, mas que não se conectavam — a menos, é claro, admitindo uma explicação sobrenatural para tudo o que aconteceu, mas não era papel de um detetive aceitar o imaginário como resposta.

Dawil foi o primeiro a se manifestar.

— Pode contar com a gente, Lawrence! — Ele sorriu. — Vamos encontrar uma solução para esse mistério.

— Confesso que a história me assustou um pouco — admitiu Elsie, levando alguns segundos até receber a mensagem do outro lado da linha. — Mas estamos aqui em busca da verdade, e a verdade se revelará.

— Você deveria ter chamado a gente antes de fazer a burrice de entrar na floresta. — Jefferson completou. — Mas fico feliz que não tenha morrido.

Eles não sabiam dizer se aquilo era exatamente uma mensagem inspiradora, mas foi a coisa mais simpática que já haviam ouvido sair da boca do russo, então aceitaram o comentário.

— Vou dividir as tarefas.

Lawrence nunca tinha sido um líder antes, e a nova sensação era muito boa.

— Dawil, posso afirmar com toda a certeza que você é, de longe, o mais inteligente de nós quatro — disse, no que todos estavam de acordo. — Por isso, você vai ser a mente pensante do grupo. Vamos fazer as investigações e o que recolhermos vai ser passado para você, enviaremos mensagens para seu celular conforme formos descobrindo informações novas. Quero que use ao máximo sua inteligência para desvendar esse caso, embora eu não tenha certeza se a humanidade está pronta para ver você usando cem por cento de seu cérebro.

Dawil fez um gesto com a mão, tímido, mas assentiu, concordando. Ele sabia que era verdade.

— Mas, antes disso, preciso que leve Giselle Gray e sua mãe até o aeroporto. Coloque as duas em um avião para a Inglaterra. Elsie, você irá recebê-las lá. — Ele apontou para a mulher através do notebook. — Quero que vasculhem sua antiga casa. O fato de Marcel Gray estar aqui não pode ser uma coincidência, e lá deve haver algum indício do motivo de seu desaparecimento. Foi por isso que pedi para ficar aí por enquanto, não é que eu não te queira por perto — ele explicou. — Bem, não é só por esse motivo.

Elsie sabia que ele estava brincando. Bem, ela esperava que fosse brincadeira. A loira fez continência.

— Pode deixar.

— Jittad. — Knopp ignorou o comentário do russo a respeito do seu real sobrenome. Não se importava: estava muito animado, finalmente sentia que aquela investigação ia começar a andar. — Preciso que interrogue os habitantes de Dancourt. Recolha opiniões, depoimentos, suspeitas, qualquer coisa. Visite todas as casas da cidade, não deixe ninguém de fora. Descubra o que sabem sobre a história de Abelone e esses dois primeiros sujeitos a entrar na floresta. — Então, lembrou-se de algo. — Há também uma garota, uma menina negra, baixa e de cabelos longos, mas não sei seu nome. Ela me fez uma estranha demonstração de afeto antes de eu entrar na floresta, e, pela confusão que os outros moradores exibiram, aquilo não parecia algo típico dela. Além disso, ela era amiga de Giselle e de Laura. É um palpite, mas acho que ela pode saber de algo.

O russo simplesmente acenou com a cabeça. Era o máximo de empolgação que conseguia demonstrar.

— Mas e você? — ele perguntou. — Você não pode ficar sem fazer nada. O papel de inútil já é da Elsie.

— Ei! — a loira reclamou.

— Não se preocupe. Acharam que eu ficaria de fora da melhor investigação da minha vida? — Law mais uma vez ignorou o comentário irônico de Jefferson sobre seu longo histórico de detetive. — Eu vou tentar descobrir como exatamente Laura Grandis foi morta. Isso pode nos dar uma pista do que está por trás de tudo e espero que não seja de fato o fantasma de Abelone. Eu vou descobrir o que acontece naquela floresta.

Os outros detetives protestaram de imediato, surpreendendo Knopp. Ele estava louco? Ele não podia fazer aquilo, era muito perigoso. Da primeira vez, suas pantufas foram destruídas, na segunda poderia ser muito pior.

— Você está louco?! — Gusev perguntou.

— Você não pode fazer isso! — Harper exclamou. — É muito perigoso!

— Da primeira vez, suas pantufas foram destruídas — alertou Dawil. — Na segunda, pode ser muito pior.

— Calma, calma... Vou estar seguro — Ele garantiu, e todos se calaram. — Não vou realmente entrar lá, vou só ficar do lado de fora e tentar encontrar algo importante.

— O quê, por exemplo? — perguntou Dawil.

— Não sei — admitiu. — Mas deve ter alguma explicação para os sussurros e as marcas de garras.

Assim que foi assegurado o bem-estar do detetive ruivo, todos concordaram com a divisão.

Eles terminaram de combinar os últimos detalhes do plano de ação e o sentimento de empolgação ficava maior a cada minuto. Tudo daria certo, Lawrence sentia isso. Giselle poderia descansar tranquila sabendo que o caso estava nas melhores mãos possíveis.

Elsie levantou a mão, querendo se pronunciar.

— Creio que falo por todos aqui quando digo que esse é um momento incrível na vida de vocês, afinal não é sempre que se tem a oportunidade de trabalhar com a minha ilustre pessoa. — Antes que pudessem fazer um comentário sobre sua autoestima, ela prosseguiu: — Por isso, quero tornar tudo isso oficial para podermos oficialmente investigar esse caso. Antes de mais nada, qual vai ser o nome da nossa agência?

Ainda que houvesse discordâncias quanto ao uso da expressão "ilustre pessoa" para se referir a Elsie Harper, todos concordaram que era uma ótima ideia. No entanto, não possuíam nenhuma ótima ideia para o nome da agência.

— Que tal Os Donos da Lei? — sugeriu Mini.

— Genérico demais — Elsie discordou. — Os Caça-Fantasmas soa bem para a ocasião, não acham?

— Esse foi específico demais — foi a vez de Jefferson ir contra. — E podemos até levar um processo por causa desse nome.

— Relaxa, ninguém vai entender a referência.

Todo mundo vai entender a referência.

— Têm certeza que Os Donos da Lei não é legal?

Sugeriram alguns nomes, mas nenhum deles agradou ao grupo. Sempre havia alguém para discordar, de modo que a tarefa levou algum tempo. Foi então que Lawrence lembrou-se de sua conversa com Thomas Kitt enquanto vinham para Dancourt e teve uma ideia.

— Que tal LED? — sugeriu.

Os colegas o olharam, como se tentassem entender o motivo da sugestão.

— São nossas iniciais — explicou ele. — "L" de Lawrence, "E" de Elsie e "D" de Dawil.

Todos gostaram da ideia, menos Jefferson, obviamente, que fez questão de mostrar sua indignação.

— E onde eu entro nisso? — perguntou. — Também sou importante!

Os detetives tentaram formar um nome que incluísse a letra J ou a G, mas não conseguiram. Não lhes veio nada à mente. As letras se recusavam a formar uma palavra com as outras.

— E se for simplesmente "LED e o Jefferson"? — perguntou Elsie, como sempre implicando com o russo.

— Então vai ser isso mesmo — Lawrence se pronunciou, ignorando os protestos de Gusev. — Está decidido. Amanhã a Agência LED e o Jefferson vai investigar a floresta e ganhar um monte de estrelinhas de bom comportamento.

Todos comemoraram. O russo desistiu de tentar fazê-los mudar de ideia: pelo menos seu nome ficaria em destaque.

— Agora vamos todos dormir — disse o ruivo, batendo uma palma —, porque amanhã será um dia cheio de emoções, descobertas e nenhuma morte, assim espero.

Após um grito de comemoração, mais vizinhos reclamando e Elsie encerrar a chamada de vídeo, os três detetives se organizaram para se deitar. Lawrence e Dawil concordaram em dividir a cama de casal, enquanto Jefferson ficaria com a cama de solteiro. Uma vez que estavam de banhos tomados, dentes escovados e corpos aconchegados em seus leitos, deitaram-se, mas ninguém conseguiu dormir de imediato. Estavam todos muito felizes pelo reencontro e ansiosos com a investigação que fariam no dia seguinte. Mas Lawrence, em particular, tinha todos os motivos para se sentir feliz e ansioso.

Finalmente se sentia um detetive de verdade.

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