CAPÍTULO 52


— Mas quem diria que você passaria disparado na frente do Sebastian e realizaria o sonho de morar com a namorada primeiro que ele? Eu certamente não — Loren riu consigo mesmo enquanto girava sentado na cadeira de rodinhas de frente para o monitor do meu computador. — Qual vai ser o próximo passo, Zad? Espera, eu posso adivinhar: "Alison Walters e Zaden LeBlanc convidam você para seu casamento, dia 16 de maio, às 18 horas da tarde, no..." e bom, eu não posso pensar em tudo, né? O local fica sob a jurisdição de vocês.

— Primeiro: você é um canalha insuportável.  — Eu balancei a cabeça, achando graça da provocação dele. — Segundo: é óbvio que o horário escolhido seria lá por volta das 15 horas da tarde. Alison e eu somos festeiros. A comemoração ia começar cedo e só terminar bem tarde.

Loren parou de girar na cadeira, arqueando exageradamente uma de suas sobrancelhas escuras, que pareciam modelar seu rosto em uma eterna expressão de desdém. O efeito tinha se tornado ainda maior com o piercing que ele havia feito na ponta de uma delas.

Dio mio — ele deixou uma risada incrédula escapar. — Você realmente já pensou nisso? Puta merda, Zaden. Segura essa emoção, irmão. A Alison faz o tipo de garota que pode ter cada detalhe do casamento organizado na cabeça, mas só vai pensar em casar de fato daqui a no mínimo uns dez anos — meu amigo prosseguiu, agarrando o cubo mágico montado pela metade que havia em cima da minha escrivaninha. — Além do mais, o Sebastian tem cara de quem não vai te perdoar se você casar primeiro que ele.

Eu ri, porque podia soar exagero, mas ele tinha razão.

— Sem brincadeira, o Sebastian parece aquelas mulheres de filmes de época cujo maior sonho é casar e constituir família — eu disse. — Você lembra daquela vez em Nova York quando estávamos eu, você e o Chuck tomando café da manhã e o Seb chegou do nada na mesa perguntando do que achávamos que ele tinha mais cara?, se era de pai de menina ou menino?

Loren deu uma risadinha, revirando os olhos.

— É claro que eu lembro. Eu vivo pela oportunidade de tirar sarro da cara dele trazendo esse assunto à tona na frente da Amélia — ele disse, se concentrando em girar as partes corretas do cubo em suas mãos. — Mas caso queira minha opinião sincera, ele tem mais cara de pai de menina. Daqueles babões abomináveis que carregam uma câmera no pescoço para registrar até o que a filha faz na fralda.

— Que nojo — fiz careta, apesar de sentir um sorriso querendo se formar no meu rosto ao imaginar Sebastian tirando fotos de uma fralda cheia de merda.

Como se em sincronia com o rumo de meus pensamentos, um sorriso maléfico se abriu no rosto de Loren.

— "Sebastian Dubrov: cantor, compositor, pau mandado da mulher e fotógrafo de cocô de neném", uma biografia disponível em todos os sites e livrarias do país — e então desatou a rir da própria piada.

Loren podia ser dono de um senso de humor ácido e às vezes até um tanto quanto maldoso, mas tinha uma risada engraçada – o que me deixava sem opção a não ser rir junto com ele.

— Cara, você é tão sacana — falei, arremessando uma almofada da minha cama na cara dele, que protegeu o rosto com as mãos poucos segundos antes de ser atingido. — Ainda bem que você está de volta. Não conheço mais ninguém com tanto talento para piadas idiotas quanto você.

— Vou interpretar como um elogio — ele devolveu, cheio de sarcasmo, inclinando a cabeça repleta de cabelos negros bagunçados para o lado. — Mas vou ser humilde e dizer o que você quer realmente ouvir: também senti saudades. Ter estado em turnê com a banda pela primeira vez foi sensacional, mas posso te garantir que sua ausência foi sentida em todos os momentos. Não é o mesmo sem o nosso guitarrista e alívio cômico ambulante. Além do mais, tive que cantar a sua parte em "Following Me Like a Ghost" ao vivo e não sei se gostei de como soei — acrescentou.

— O seu tom de voz é um pouco suave demais para essa música, mas o arranjo que Sebastian fez para adaptar a mudança de timbre ficou ótima. Eu particularmente gostei tanto que acho até que deveríamos gravar uma versão acústica da música com você cantando a minha parte — apontei, ao passo em que Loren não levou em consideração.

— Nah. Prefiro ficar como segunda voz.

— Você quem sabe — falei, unindo as mãos e estalando os dedos. — E outra coisa: quem disse que eu sou o alívio cômico do grupo? Eu sou o galã. Você é o alívio cômico.

Loren olhou para mim como se eu tivesse acabado de dizer o maior absurdo da face da Terra.

Non, cazzo. Fala sério, Zaden. Eu sou chato pra caralho. Você é o alívio cômico — ele apontou para mim com o indicador. — Os únicos que acham graça no que eu falo são você e os caras e isso porque já se acostumaram com o meu senso deturpado de humor. Se eu abrir a boca para falar o que eu penso em público, vou ser cancelado. Linchado. É por isso que só respondo o necessário nas entrevistas. Além do mais, as garotas gostam. Eu fico com um ar de astro do rock calado e misterioso.

— "Calado e misterioso" — desdenhei. — Esse é o Charles. Você é "o baixista com ar de bad boy" — eu disse, fazendo o sinal de aspas com os dedos para que o meu amigo entendesse a referência. — Eu aposto que aquela jornalista que te descreveu assim era uma fã encubada. Isso se não fizer parte de um dos seus fã clubes. Ela puxou a cadeira para tão perto de você que por muito pouco não acabou no seu colo.

— E quem disse que ela não acabou no meu colo depois daquela entrevista? — ele devolveu, maliciosamente.

Sacudi a cabeça. Eu não sabia porque ainda me dava ao trabalho de ficar surpreso.

— Bom, você pode transar com quem quiser, mas pelo amor de Deus, não esqueça de usar preservativo. Existem muitas fãs loucas dispostas a fazer todo tipo de coisa para engravidar de você — alertei. — Fora o risco de pegar DST de uma estranha qualquer.

Loren bufou, colocando o cubo mágico agora com as quatro partes perfeitamente iguais de volta sobre a minha escrivaninha.

— Obrigado, pai, mas eu sou praticamente um especialista no que diz respeito à educação sexual — disse, voltando a girar na cadeira de rodinhas. — O Charles também fica com várias e não vejo nenhum de vocês vindo dar lições de moral ou aconselhamentos a ele.

— Mas que história é essa? — Alison indagou, parada de pé na soleira da porta do meu quarto, sua mão ainda na maçaneta que havia acabado de abrir. Ela estava boquiaberta, para dizer o mínimo. — Meu irmão, Charles, fica com... com várias... garotas aleatórias dos shows de vocês?

Loren paralisou no meio de seu giro com a cadeira de frente para mim, de modo que ficasse propositalmente de costas para Alison para não ter que encará-la. O rosto dele se contorceu na típica expressão de pesar de alguém que havia sido pego falando algo que não devia, e não pude evitar sorrir diante da sua reação. Alison Reyna Walters sabia como botar medo em alguém.

Tentando recuperar a pose, Loren virou a cadeira na direção de Alison e então disse, no seu melhor tom de despreocupação:

— É, Ali. Sinto te dar essa notícia, mas o seu irmão mais velho transa. Ele não é mais um garotinho puro — suspirou, com falsa melancolia. — Eles crescem tão rápido, não é? Daqui a pouco você pode até ser tia.

— Cale a boca, Lorenzo.

— "Tia Alison, tia Alison! Me dê um abraço, tia Alison!" — Loren choramingou, afinando a voz para que se assemelhasse a de uma criança. Percebendo que Alison não pretendia esboçar nenhuma reação, ele cruzou os braços, deixando as costas pressionarem o encosto da cadeira. — Até que soa bem, vai. E veja pelo lado bom: os seus sobrinhos imaginários parecem gostar de você.

— Eu não vou acreditar em nenhuma palavra do que você está dizendo — ela disse, fuzilando-o com os olhos antes de fechar a porta atrás de si e adentrar no meu quarto com passos decididos, parando de pé bem ao meu lado. — E eu não vou ser tia nem tão cedo.

— Se pensar assim te conforta...

— Loren — eu o adverti, para que ele não continuasse a estressá-la. — Chega desse assunto. Tenho certeza que a vida sexual do Charles não é da conta de nenhum de nós.

— Além do fato de que espalhar mentiras é errado — Alison pontuou.

Grazie a Dio então, porque eu só falo a verdade. E quero deixar claro que tudo isso só começou porque o seu namorado veio querer tomar conta da minha vida sexual, por isso a culpa é dele — Loren respondeu, olhando feio na minha direção antes de se voltar para Alison. — Agora vamos direto ao ponto: qual é a razão de você ter pedido para que eu viesse aqui, minha doce e querida amiga, além de para me caluniar e me recepcionar horrivelmente, é claro?

— Porque preciso da sua ajuda, é claro — ela ironizou, assumindo a mesma posição de braços cruzados que ele.

— E é me tratando dessa maneira que você espera que eu te ajude, garota ingrata? — Loren indagou, se virando para mim logo em seguida: — Zaden, você está deixando a Alison mal acostumada com a realidade da vida. Per favore, pare de aliená-la.

Antes que eu pudesse sequer abrir a boca, Alison tirou o celular do bolso e deu play na gravação de voz da conversa entre a Professora Brunet e o aluno anônimo:

— Eu preciso que você escute isso aqui e me diga se consegue distinguir de quem é essa voz — ela disse, entregando o aparelho nas mãos de Loren, que o levou até o ouvido com um olhar de puro tédio.

No entanto, sua expressão não demorou muito tempo para ir completo desinteresse ao mais genuíno choque:

— Eu te ajudei a falsificar os trabalhos de todos os alunos de que você não gostava. Adulterei as avaliações que me pediu de um jeito tão profissional que ninguém pensaria duas vezes em duvidar da veracidade. E quando te peço um pequeno favor em troca, você recusa? Só pode ser piada.

— Mas que porr...

— [...] Eu estaria comprometendo o meu emprego.

— Eu estou pouco me fodendo para o seu emprego. Reprove Zara ou vai todo mundo ficar sabendo dos seus negócios sujos. E mero aluno? Fique sabendo que a minha família é tão rica quanto a dela. Uma pobretona como você deveria saber o seu lugar e nunca falar comigo desta maneira. Terminamos aqui. Depois não diga que não avisei, professora.

A gravação termina poucos segundos depois.

— E aí, Loren? — indaguei, apontando com o queixo na direção dele. — Essa adorável voz reproduzindo nessa gravação palavras tão cheias de amor e carinho te soa familiar?

— Gianluca — meu amigo disse, sem rodeios. — Não tenho dúvida alguma de que é ele. O som pode estar um pouco distante, mas eu reconheceria a voz desse merdinha em qualquer lugar. Isso sem falar no sotaque. Meu primo é bom em disfarçar, mas qualquer pessoa que conviva com ele por tanto tempo quanto eu seria capaz de reconhecer.

— Eu desconfiava que fosse ele, mas não tinha certeza. Por isso precisava da sua ajuda — Alison explicou, pegando de volta o telefone que Loren estendia na direção dela. — A Brunet me fez ficar com notas tão baixas na disciplina dela ao ponto de eu ser suspensa da equipe de dança e ficar de fora da apresentação do Instituto no Festival de Arte. Foi por sorte e por puro acaso que eu estava presente para ouvi-la tendo uma conversa que pudesse servir de prova para a minha alegação quanto a ter tido minhas notas adulteradas. E ao que parece, essa gravação me leva a crer que eu não fui a única vítima desse esquema de falsificação. Mais alunos estão sendo prejudicados por causa dos serviços ilegais do seu primo e da falta de caráter dessa mulher asquerosa.

Loren assentiu, pressionando os dedos contra os olhos.

— O Gianluca sempre foi uma dessas crianças problemáticas. Ele levava amigos bem mais velhos do que ele para a casa dos pais e dava festas quando eles não estavam. Se algo sumisse ou fosse danificado, Luca encontrava um jeito de fazer com que eu fosse o culpado. Mais tarde, ele começou a roubar dinheiro do cofre do meu tio. Eu só não levei a culpa por isso também porque Zaden conseguiu fazer com que ele fosse pego — falou, com o semblante cada vez mais sombrio. — Quando meus tios descobriram, as coisas mudaram drasticamente para o meu primo. Ele teve todos os aparelhos eletrônicos confiscados, mesada cortada e passou um ano estudando num colégio interno militar. Eu me mudei da casa dos meus tios antes que ele voltasse. Não mantive contato, então só esperava que ele tivesse mudado pelo menos o suficiente para se tornar um garoto minimamente decente, mas vejo que fui otimista demais. Sinto muito por essa merda toda ter respingado em você, Ali. Eu não devia ter te pedido para se aproximar dele.

— Você não tem que me pedir desculpas, Loren. As ações do Luca não são e nunca foram sua culpa — Alison disse, colocando a mão sobre o ombro dele.

— Na verdade, se tem alguém aqui que deve se desculpar, esse alguém sou eu — falei, com um suspiro. — O Gianluca nunca teria mirado em você se não fosse por mim. Ele não gostou ter sido mandado para a puta que pariu por minha causa e quis descontar em você porque sabia que iria me atingir. Como se isso já não bastasse, agora está chantageando a Brunet para prejudicar a minha irmã também. Aquele fodido está testando a minha paciência até o limite.

— E quando ela chegar ao limite, você vai respirar fundo e manter a calma — Alison disse, olhando para mim. — Luca quer que você se revolte contra ele, que o ataque, porque só assim ele vai ter como fazer algo diretamente contra você. Denunciá-lo por agressão, intimidação ou coisa pior e manchar a sua imagem e a da banda por associação. Você não pode se esquecer, Zaden, de que é uma figura pública. Você é famoso. As pessoas te reconhecem na rua. Não pode se dar ao luxo de cair na armadilha desse mau caráter.

Eu ergui as sobrancelhas, surpreso e um tanto quanto admirado. Por ter sido criado em uma família cujo ramo de atuação era o meio jurídico, geralmente era sempre eu quem listava possíveis acusações, riscos de denúncias ou termos penais, mas desta vez havia sido Alison. E ela tinha falado tão bem e com tanta confiança que quase parecia uma advogada em ação. Acho que ser uma LeBlanc estava no destino dela.

Sorri, sentindo o coração martelar de orgulho dentro do peito.

— Você tem razão, mon étoile — assenti, trazendo-a para perto pela cintura e depositando um beijo em sua têmpora. — Eu vou manter a calma.

— Ótimo — ela murmurou, me abraçando de lado, uma de suas mãos subindo e descendo carinhosamente pelas minhas costas.

Loren olhou estarrecido para nós dois.

— Eu sei que ter pego vocês dois se enroscando no quarto da Alison deveria ter sido o bastante para que eu não ficasse mais chocado com essas demonstrações de afeto, mas ainda fico completamente sem reação vendo você receber um abraço dela. Eu juro, não consigo me acostumar — ele disse, fingindo calafrios.

— Pois eu consigo. Eu me acostumei, para ser sincero — brinquei, deslizando o dedo indicador pela nuca de Alison, que estremeceu levemente antes de se voltar para Loren:

— Você acha que consegue entrar no quarto do Luca e arranjar alguma prova de que ele seja o autor dessas falsificações? Caso seja inviável para você, eu posso usar só a gravação como prova, mas seria algo bem circunstancial.

— Além do fato de que você, Bryan e Peter correriam o risco de receber alguma punição por terem invadido a sala dos professores e gravado escondidos a conversa de duas pessoas sem a permissão de nenhuma delas — acrescentei. — Ter alguma prova de que Gianluca está falsificando as avaliações de outros estudantes seria um fator chave para que a suspensão de Alison fosse revogada, porque com o dele na reta, a primeira coisa que ele pensaria em fazer seria em jogar toda a culpa para cima da Brunet.

— Jogar a culpa para cima dos outros é algo que ele é realmente especialista em fazer — Loren murmurou, com amargura. — Eu posso tentar. Mas apesar de ter passado boa parte da minha adolescência morando com os meus tios, não sou próximo deles. Aparecer de repente para uma visita seria suspeito, e Gianluca não poderia estar lá de jeito nenhum. Entrar no quarto dele seria arriscado.

— Loren, você não tem que se sentir na obrigação de fazer isso — Alison ressaltou, para o caso de talvez estar fazendo um pedido desconfortável demais ao nosso amigo. — Se você não fala com os seus tios e não se sente bem indo até lá, eu nunca insistiria para que você fosse mesmo assim. Então você não precisa se forçar a ir, ok?

— Alison, não seja ingênua. Ninguém me força a fazer nada. Se digo que posso tentar, é porque eu posso e quero tentar fazer o possível para ajudar você — ele disse, delicado como uma planta carnívora, tamborilando os dedos nos joelhos cobertos pelos jeans. — Essa semana haverá uma festa a fantasia promovida pela liga de restaurantes da minha família. É um evento beneficente conhecido, e nenhum integrante da família Ferrara pode deixar de ir. Meu avô está vindo direto da Itália só para estar aqui. Acontecerá na casa dos meus tios esse ano, então será a ocasião perfeita para que eu entre no quarto do Gianluca sem levantar suspeitas. Mas vou precisar de cobertura, o que significa que vocês estão indo também.

— Mas está tudo bem irmos sem termos sido convidados? — Alison perguntou.

— Pfft. Sou o neto mais velho do dono de toda aquela porcaria. Vou mandar colocarem o nome de todos vocês na lista — Loren declarou, se levantando da cadeira e caminhando em direção à saída do meu quarto. — E podem avisar a Sebastian, Charles e Amélia de todo o nosso plano. Vamos precisar de todos em campo. O meu primo pode agir como um estúpido, mas de burro não tem absolutamente nada. Se ele perceber alguma movimentação estranha, vai se livrar de tudo que puder incriminá-lo. Arrivederci — e sem mais, ele foi embora.

Alison olhou para mim, incerta.

— Você acha que isso tudo é uma boa ideia?

— Bem, é uma ideia no mínimo arriscada. Mas não se preocupe: estaremos todos juntos. E você tem a gravação como plano B. Se der errado, ao menos será mais uma história para contar aos nossos futuros filhos.

Ela revirou os olhos.

— Nem venha me falar nisso. Estou enjoada até agora ouvindo a vozinha irritante do Loren me chamando de "Tia Alison". Eu o amo, mas ele é tão cretino.

Eu dei risada. Aquela era provavelmente uma opinião popular entre todos os nossos amigos.

— Veja o lado positivo: nossos filhos não chamariam você de "tia".

Ela bufou.

— Sinceramente? Tenho que praticar balé. Não posso ficar aqui perdendo tempo com essas conversinhas bobas — falou, seguindo o mesmo trajeto que Loren havia feito até a porta do quarto. — E nem invente de aparecer durante o meu ensaio e me atrapalhar igual você fez hoje de manhã.

Revirei os olhos. A garota conseguia ler meus pensamentos.

— Tudo bem. Mas se você passar mais de duas horas ensaiando e não sair para fazer um lanchinho, eu serei obrigado a atrapalhar. Que fique claro — avisei.

— Argh. Pare de me monitorar e vá cuidar da vida das suas irmãs — Alison falou por cima do ombro, segurando a maçaneta.

— Tenho tempo de sobra para monitorar você e cuidar da vida delas — rebati, com um sorriso afiado. — Vejo você em duas horas e meia, Alison Reyna. Tique-taque.

Ainda pude ouvi-la xingando baixinho antes de fechar a porta.

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