CAPÍTULO 38

Saio da firma de advocacia dos meus pais tão transtornado que teria até esquecido o capacete da moto se não fosse por Victor, que corre para me entregar o equipamento assim que me vê subindo na motocicleta. Eu agradeço e me despeço dele no automático, encaixando o capacete na cabeça e então dando partida na moto, o motor vibrando sob o meu corpo. Minha cabeça está à mil; tudo o que minha mente consegue reproduzir são ecos da conversa do meu pai com aquela mulher e o momento exato em que ela erguia aquele garotinho loiro nos braços.

Sempre me orgulhei de ter pais como os meus. Pais que haviam construído uma família unida, amorosa, numa casa alegre e cheia de filhos. Por causa deles, eu cresci sendo amado e cuidado pelas minhas irmãs mais velhas, que me guiaram e me ensinaram tudo o que sabiam. Quando a minha vez de assumir o posto de irmão mais velho chegou, me dediquei para que as mais novas fossem tão amadas e bem cuidadas quanto eu havia sido. Tínhamos uma união de aço, minhas irmãs e eu. Não importava a diferença de idade ou a que distância estivéssemos: sabíamos muito bem que podíamos confiar um no outro para o que precisássemos. Tudo isso porque fomos criados vendo o laço de amor e confiança que havia entre nossa mãe e pai.

Mamãe sempre foi a maior admiradora do meu pai. Era nítido no modo como ela falava dele. Comigo não era diferente; eu o tinha como um ídolo. O meu pai podia ser bem exigente quando queria, mas era uma figura paterna justa, divertida e que tratava a todos nós com carinho e respeito. Nunca percebi favoritismo da parte dele. Minhas irmãs e eu éramos tratados de maneira igualitária; ele nunca deixou nenhum de nós de escanteio. E apesar de todo o tempo que passava trabalhando, ele sempre se fez presente em nossas vidas, assim como mamãe. Perdi as contas de quantas vezes eu disse que no dia em que tivesse filhos, gostaria de ser um pai ao menos metade daquele que o meu era.

Era assustadora a rapidez com a qual toda a imagem idealizada que eu possuía dele havia se desfeito com apenas uma conversa entreouvida às escondidas atrás da porta da sala de reuniões do seu escritório.

Eu não conseguia acreditar que ele tinha traído a minha mãe. Traído e tido um filho com outra mulher. Mesmo sendo casado. Mesmo já tendo uma família. Mesmo já tendo cinco filhos que o admiravam e o enxergavam como um herói em carne e osso.

Um herói traidor que engana a esposa e mal reconhece a existência do filho bastardo, pensei, com amargura, lembrando das acusações da mulher sobre o meu pai não se importar com o filho que havia tido fora do casamento. O seu outro filho.

Parecia que eu não era mais o único garoto do papai.

"Basta olhar para o que o seu filho se tornou: um playboyzinho idiota que sai por aí fazendo burradas no show da própria banda e se autoproclamando um astro do rock! Você também tem outro filho! Mas ao menos se importa com ele? Não!"

Repasso sem parar cada frase pronunciada por aquela mulher, e fico tão perturbado que só percebo o quão acima da velocidade estou indo quando um carro buzina com força para avisar que se eu não parar, nossos veículos vão se chocar no meio do cruzamento. É por muito pouco que consigo virar a moto e pressionar o freio a tempo de evitar a batida.

Meu coração martela desesperado no peito com a súbita onda de adrenalina, e respiro fundo para me orientar e tentar organizar as ideias antes de voltar a pilotar. Não posso me permitir ficar abalado ao ponto de causar um acidente. Tenho que estabelecer um foco e não me desviar dele até que tenha chegado onde devo estar. Fecho os olhos, soltando o ar novamente e dizendo a mim mesmo que Alison está esperando por mim. Visualizar o rosto dela faz com que parte considerável da tensão esmagadora em meus ombros se disperse, e respirar se torna muito mais fácil quando mentalizo um daqueles seus sorrisos espertinhos.

Com o foco estabelecido, assumo novamente o controle da moto e sigo pela estrada dando atenção extra ao meu redor até o momento em que tiver chegado ao meu destino.

🎸

Toco o interfone da porta de Alison, retirando o celular do bolso da jaqueta ao senti-lo vibrar pelo que deve ser a vigésima vez. Meu pai está me ligando sem parar desde que saí da firma sem falar com ele, provavelmente com medo de que eu vá correndo contar todos os seus segredinhos sujos para minha mãe. Não me incomodo em atendê-lo; não sinto a menor vontade de falar com ele. Simplesmente recuso a sua chamada e então desligo o telefone.

Ouço o clique suave da trava de segurança da porta diante de mim sendo aberta, e logo em seguida Alison surge em meu campo de visão. Ela está usando uma blusa branca de mangas longas e calça jeans rosa com minúsculas sapatilhas de balé bordadas nas laterais, detalhe que faz com que eu abra um pequeno sorriso. Está na cara que foi personalizada especialmente para ela. Admiro em silêncio o momento em que o pingente de palheta de guitarra em seu pescoço captura um raio de sol, fazendo a prata cintilar com o contato.

— Ok — Alison começa, abrindo espaço para que eu entre depois de alguns segundos analisando meu rosto sem dizer nada. Assim que a porta atrás de nós é fechada, ela cruza os braços, parando de frente para mim. — Você claramente não está bem. Vai me contar o que aconteceu?

Engulo em seco, assentindo.

— Podemos ir para o seu quarto primeiro? É algo bem... particular.

— Claro que sim — ela respondeu, indo até as escadas com a testa franzida de preocupação. — E não precisa se preocupar com a possibilidade de alguém ouvir. Meus pais não estão em casa.

Fico ligeiramente aliviado com a informação. Apesar dos pais de Alison serem duas das pessoas mais discretas e confiáveis que conheço, não quero ter que compartilhar um assunto de família tão desconfortável com eles.

Assim que chegamos ao quarto de Alison, me permito deixar escapar um suspiro trêmulo que nem me dei conta de estar segurando.

— O meu pai tem um caso com outra mulher.

Minha declaração a desarma totalmente.

O quê? — ela ecoa, chocada. — O seu pai está traindo a sua mãe? Tem certeza de que não foi um mal entendido?

Balanço a cabeça em confirmação, sentando na ponta da cama dela.

— Se está traindo ela atualmente, eu não sei, mas fez isso em um passado não muito distante — digo, massageando as têmporas que tinham começado a latejar. — Eu o peguei conversando às escondidas com uma mulher que estava pedindo dinheiro. No início achei que era alguma coisa relacionada a trabalho, mas desconfiei que não no instante em que ela começou a jogar na cara do meu pai o tanto de dinheiro que ele gastava comigo e com as minhas irmãs.

Alison veio sentar ao meu lado, sua testa ainda mais franzida do que antes.

— Como assim? Quem essa mulher pensa que é para criticar o seu pai por dar aos filhos dele uma vida boa?

Pedras afiadas parecem rasgar minha garganta quando respondo:

— Alguém que engravidou de um filho do meu pai que não leva uma vida nem de longe tão boa quanto a nossa.

— O seu pai teve um caso e um filho com outra mulher? Mas... — as palavras morrem na boca dela conforme a ficha da gravidade da situação vai caindo. — Zaden, isso é... Meu Deus. Eu não sei nem o que te dizer. O seu pai nunca pareceu ser o tipo de homem que faria uma coisa dessas. Você sabe quantos anos esse filho dele tem?

— Não sei direito. Eu o vi de relance, mas não tem muito mais de cinco anos. O que significa que aconteceu quando eu tinha catorze — falei, puxando os cabelos para trás. — Não faz o menor sentido para mim, Alis. Tento reviver as memórias e pensar em algum momento que o casamento dos meus pais tenha estado abalado e não consigo encontrar um só. E mesmo que tivesse; não tem justificativa. Não tem perdão.

Sinto as mãos dela tocarem minhas costas, deslizando de baixo para cima lentamente, em movimentos que fazem com que meus músculos relaxem aos poucos. Quero dizer a Alison que não preciso que se preocupe ou que tenha pena de mim, que sou velho o bastante para lidar com o que está acontecendo. Quero parecer forte e dizer que estou bem, mas a verdade é que não estou. Toda a percepção que eu tinha a respeito do relacionamento dos meus pais foi abalada: e se aqueles que diziam que havia sido somente uma união de negócios tivessem razão? E se o amor e a fidelidade que sempre vi e admirei neles não passasse de uma mentira? E se a traição que descobri fosse apenas uma entre um montante?

— Por mais... por mais que eu tente, não consigo entender — digo, com a respiração entrecortada. — Por que o meu pai ficaria com outra mulher? Minha mãe sempre fez de tudo por ele. De verdade, ela sempre fez tudo. Sempre esteve ao lado dele, fosse no trabalho ou em casa. Como ele pôde, Alison? Eu não... — faço uma pausa, tentando abrandar o tom embargado da minha voz. — Por que ele teve outro filho? Não fomos o suficiente para ele? Não fomos o bastante? Eu não fui bom o bastante?

— Zaden, você sabe muito bem que não se trata disso...

— Será mesmo? — perguntei, duvidoso. — Porque o meu pai sempre quis que eu seguisse os passos dele. Você lembra como ele surtou quando eu contei que queria seguir carreira como guitarrista? Como passou quase um mês inteiro me proibindo de sair com a banda até finalmente cair na real e dizer que tudo bem contanto que eu melhorasse as minhas notas?

Ela anuiu.

— É claro que eu lembro. Foi a primeira vez que vi o seu pai agir daquele jeito.

— Nunca contei isso pra ninguém, até porque foi um caso isolado, mas no dia em que falei que queria ser guitarrista, ele até me bateu — admiti em voz baixa, ao passo em que o rosto de Alison se transformou em uma expressão de pura perplexidade. — Foi só um tapa. Ele me pediu desculpas logo depois, mas ainda me lembro vividamente da sensação. Você conhece o meu pai; esse tipo de coisa não é do feitio dele. Tanto que antes disso ele nunca tinha encostado um dedo em mim ou nas meninas. Sei lá. Acho que o decepcionei tanto que acabei tirando ele do sério. Não fui em nada o filho que ele esperava que eu fosse, sabe? — balbuciei, encarando meus sapatos. — Nunca fui o melhor da turma. Nunca me interessei direito pela firma. Nunca quis ser advogado como os meus pais ou como Zelina e Zaya. Não é de se surpreender que...

— Pare — Alison exigiu, me fazendo erguer o olhar para ela. — Zaden, eu quero que você me escute bem: o fato de o seu pai ter tido um caso e um filho com outra mulher não tem absolutamente nada a ver com você não ter atendido às expectativas dele de se tornar advogado. Eu entendo que pense isso por estar magoado e tentando encontrar uma razão para o que aconteceu, mas a culpa não é sua. Além do mais, já faz vários anos que o seu pai aceitou a sua decisão de ser músico e entrar para a banda. Tanto que ele até mandou construir um estúdio inteirinho só para mostrar como te apoiava, coisa que tenho certeza de que ele não se daria ao trabalho de fazer se não fosse de coração.

Assenti, sabendo que Alison tinha razão, toda a razão. Constrangido, viro o rosto para que ela não veja a umidade em meus olhos. O gesto, no entanto, acaba se mostrando inútil, porque logo sinto seus dedos tocando minha bochecha, seu polegar enxugando com delicadeza uma lágrima que havia insistido em escorrer.

— Não precisa tentar esconder a sua tristeza de mim. Eu sei o quão duro deve ter sido o golpe de ter descoberto uma coisa dessas, principalmente para você, que cresceu com uma noção de família perfeita e sempre a teve sobre um pedestal — ela disse, afagando meus cabelos lentamente. Fecho os olhos, me entregando às carícias. — Você se esquece de que por mais que vocês dividam o mesmo sangue, eles ainda são seres humanos individuais que podem cometer erros e nos decepcionar a qualquer momento. O erro que o seu pai cometeu é dele e só dele. Não é uma questão de você, das suas irmãs ou da sua mãe não terem sido o bastante. Você pode ter falhas, mas elas não anulam o fato de que você é um filho maravilhoso que daria orgulho a qualquer pai. Nunca se esqueça disso, ouviu? Você é o bastante. Mais do que isso, até.

As palavras ditas por Alison ressoam com tanta força em meu coração que sinto repentinamente uma necessidade absurda de tocá-la. Em um impulso, avanço na direção dela, abraçando-a com tanta força que termino por derrubar a nós dois no colchão da cama. Ela me abraça de volta imediatamente, o que me deixa loucamente feliz. Seus braços estão ao redor do meu pescoço, meu queixo em seus ombros e meu nariz enfiado entre os cachos macios de seu cabelo preto. Quero gravar aquele momento em minha memória para sempre; a sensação de completude, de reconhecimento. De que aqui e agora, dentro desse abraço, tudo está certo.

— Obrigado, ma princesse. Falar com você de algum jeito faz com que toda essa situação pareça menos horrível — murmuro, me erguendo um pouco sobre ela para poder olhar seus olhos castanho-escuros, límpidos e profundos como as águas de um lago. — E desculpe o drama. Sei que posso ser um bebê chorão às vezes.

Ela abriu um pequeno sorriso, seus lábios cheios se erguendo adoravelmente de cada lado da boca. Belle, belle, belle. A dona do sorriso mais lindo do mundo.

— Não tem drama nenhum. Não dessa vez, pelo menos — acrescentou, me dando uma piscadela. — E você sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa. Além do mais, como você mesmo disse, não é sempre que você é um bebê chorão. Só às vezes.

Eu estreito os olhos diante da provocação, sabendo que tenho total vantagem estando por cima dela. Alison percebe isso também, mas não rápido o bastante para impedir que eu segure seus pulsos e imobilize seus braços acima da cabeça, deixando-a completamente sem defesa debaixo de mim. Já estou quase cantando vitória quando me lembro que a garota com a qual estou lidando possui pernas torneadas extremamente competentes, e por pouco consigo prendê-las entre minhas coxas antes de levar uma joelhada na virilha.

Abro um sorriso triunfal, enquanto Alison luta para se libertar, movimento que faz com meus olhos sejam inconscientemente atraídos para seus seios, os quais começam a me dar a forte impressão de estarem totalmente livres debaixo da blusa branca de mangas longas e gola alta que ela está usando.

— Correndo o risco de parecer indiscreto, mas assim... você está usando sutiã? — pergunto, sem conseguir me conter.

Ela fica imóvel imediatamente.

— Por que você está me perguntando isso?

— Porque eu consigo ver direitinho o contorno dos seus...

— SAI DE CIMA DE MIM AGORA MESMO! — grita, voltando a se debater, com o rosto tão vermelho que parece ser fruto de uma reação alérgica. 

Não tenho problema algum em atender o pedido dela, mas ao mesmo tempo sei que assim que soltá-la serei obrigado a sofrer as consequências da sua fúria mal contida.

Portanto, prefiro continuar segurando-a.

— Calminha, Alison, vamos manter a calma — digo, sorrindo com gentileza, aproximando o rosto do dela. — Perguntei só por curiosidade, não por safadeza.

— Você é um loiro sonso pervertido, é isso o que você é. Um tarado por peitos! — ela ergueu o quadril, tentando me atingir lançando o corpo contra o meu.

Engoli em seco, tentando ignorar suas investidas.

— Hmm, acho melhor você não fazer mais isso, hein? Tem certas partes minhas que eu infelizmente não posso controlar — alerto, incisivo o suficiente para que Alison saiba do que estou falando. A compreensão preenche sua expressão, e logo ela para de jogar o quadril contra o meu. — E sobre eu ser tarado por peitos, você errou: acho seu bumbumzinho bem mais interessante. Apesar de que os seus seios também têm se tornado cada vez mais atraentes aos meus olhos. Com todo o respeito, é claro.

Alison revirou os olhos, mas o ínfimo tremor que perpassou seus lábios não me passou despercebido. Aquela falsa puritana. Ela fazia jogo duro comigo, mas no fundo se divertia até os ossos. Estava na hora de usar a arma infalível da qual ela tanto zombava: a técnica de bater os olhinhos.

— Zaden, agora eu estou falando sério. Se você não me soltar...

— Se eu te soltar, você vai querer me bater — sussurrei, encarando-a sem desviar o olhar do dela. — Mas aqui, nós dois podemos nos divertir muito mais. De várias maneiras — acrescentei, me aproximando tanto que nossos narizes se tocaram. Ela prendeu a respiração, se recusando a ceder. Como minha tacada final, pisquei os olhos devagar, olhando-a fixamente. Assisti maravilhado as pupilas de Alison se dilatarem, mal acreditando em mim mesmo. Engoli com dificuldade, sentindo minha boca secar; o poder que Alison detinha sobre mim era tanto que ela nem precisava se esforçar para conseguir me afetar. 

Não sei quem encontra os lábios do outro primeiro, se sou eu ou se é ela. O que sei é que em questão de segundos, perco a noção de tudo ao meu redor: a única coisa que importa é esse beijo, a sensação da língua de Alison tocando a minha e o calor do corpo dela se arqueando sob o meu. Sem conseguir controlar a ânsia de tocá-la por nem mais um momento, solto seus braços, deixando-os livres para fazerem o que quiserem, assim como minhas mãos percorrem livremente a cintura dela, apertando-a com firmeza. Alison geme baixinho contra minha boca, e o que mais quero é ouvir esse som mais uma vez.

Ela afasta a minha jaqueta, e eu retiro a peça pelos ombros em um só movimento, jogando-a em algum ponto do quarto. Eu a beijo novamente, desejando ter mais dela, sempre mais. Me torno dolorosamente ambicioso quando estou com Alison. Suspiro frustrado quando os lábios dela deixam os meus para irem em direção ao meu pescoço, e acaricio a pele debaixo da sua blusa, meus dedos deslizando por sua barriga até tocarem os seios por debaixo do tecido. Ouço seu gemido novamente, mais alto dessa vez. Fico tão fascinado pela profundidade dos sentimentos que aquele murmúrio desperta dentro de mim que mal escuto a série de passos barulhentos que se movem pelas escadas até que cheguem ao quarto.

— A moto dele está aí na frente. Aposto que os dois estão aqui... Ah, Dio mio! Dio mio! — a voz grita, fazendo com que eu salte imediatamente para longe de Alison, ficando de pé em um pulo. — Meus olhos precisam de alvejante! Acabo de presenciar uma cena digna de filme de terror!

Fico sem reação por um instante, sem entender ao certo o que está acontecendo. Alison, por sua vez, se encontra absolutamente estupefata encarando os visitantes recém chegados.

Charles chuta a jaqueta jogada no piso na minha direção.

— Suponho que isso seja seu — ele diz, com uma cara não muito agradável.

Sebastian franze a testa, levando a mão ao queixo em uma pose reflexiva.

— Acho que estou tendo um dèjá vu.

— O que diabos vocês estão fazendo aqui no meu quarto?! — Alison grita, abismada.

— Bem, essa é uma longa história — Loren diz, me direcionando um sorriso sarcástico. — Em contrapartida, acho que nenhum de nós tem dúvidas do que você e o Zaden estavam fazendo aqui no seu quarto.

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