𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄



❝muitos humanos são monstruosos,
e muitos monstros sabem
se fazer de humanos.❞

— V. A. Vale





— Você é a resposta, não é? — Ben pergunta em meio aos tremilicos de seu corpo. — Você é um deles Kenzie... eles criaram tudo isso embase aos seus testes! Você realmente acha que seus sonhos em que você acorda assustada são apenas pesadelos? — O lorou pergunta.

Paralisei. Como ele sabia disso?

— Não sei do que você está falando, Ben. — Minto para o mesmo, agarro uma pedra que estava aleatoriamente em cima da bancada. — Você deve estar alucinando por conta do ferimento.

O garoto que parecia possuído ri.

— Sua cara não me engana! Você foi criada com eles! Você nos matou lentamente. — Um calafrio correu por todo o meu corpo ao lembrar de um dos meus pesadelos, torturando os rostos dos meninos conhecidos. — O que todos eles vão achar quando descobrirem que você os torturou? Apagou suas mentes com o dis...

— Dissipador. — Interrompo com um sussurro, em choque por lembrar daquela imensa máquina.

— O que será que Thomas vai fazer quando descobrir que sua confidente, sua namorada, matou seus pais? Ou melhor, quando descobrir que você o deixou trancafiado fazendo ele passar por testes cerebrais amarrado a um crank? — Ben levanta o olhar me ameaçando.

Como ele podia saber de tudo isso? Nunca havia comentado sobre aqueles sonhos, muito menos para Thomas, ja que a maioria ele estava no meio.

Se aquilo realmente fosse real, eu nunca me perdoaria por ter matado seus pais, por ter quase o matado, minha cabeça mergulhava em mais uma chuva de acusações.

Um grito me tira a atenção, fazendo eu segurar a gélida pedra com mais firmeza. Ergo a cabeça rapidamente vendo Ben se contorcer ainda de pé.

— Kenzie — Thomas entra na sede distraído. — Quer ajuda pra levar alguma... — O mesmo olha em choque para Ben.

— Puta merda! — O garoto xinga baixinho. — Ben, não é? Sei que não nos falamos muito, mas... Tá tudo bem? — Ele me encara, colocando seu braço esquerdo em minha frente, fazendo eu me afastar lentamente.

Quanto mais nos afastamos de Ben, mais sentia meu corpo vibrar de medo. Aos poucos, porém mais rápido que eu esperava o garoto loiro se joga em cima de nós, fazendo um barulho ensurdecedor da maca caindo no chão.

— A culpa é de vocês! Eu vi vocês, vocês fizeram isso. — Ben berrava a plenos pulmões, seus olhos radiavam ódio.

— Que merda cara, você está enlouquecendo. — Thomas empurra Ben, fazendo ele cair para o lado direito.

Chutei as costelas do mesmo, que sibilava algo inaudível. Em questão de segundos e sem pensar, empurrei seus ombros para trás e me sentei sobre sua cintura.

Contendo sua mão esquerda, jogo a pedra em que segurava para Thomas, que acertou no canto da cabeça do louro, ele começou a ficar atordoado.

— Corra Kenzie! — Thomas grita me puxando de cima do garoto, me guiando para fora da sede. Agradeci mentalmente por ser observadora e observar como minho corria e desviava de obstáculos que apareciam.

— Ele está nos seguindo ainda? — Thomas pergunta me fazendo olhar para trás. Ben corria tão rápido que parecia algo irreal.

— Você quer a resposta verdadeira, ou a esperançosa? Porque elas são bem diferentes de uma da outra. — Arfo em meio a frase.

Por que raios a enfermaria era tão longe do resto da clareira?

No momento exato, quando estava prestes a reagir, Ben agarrou meu pé com uma força surpreendente, fazendo-me rolar para longe e deixando-me vulnerável. Senti o peso dele sobre mim, imobilizando meus membros, enquanto lutava para me libertar. Cada chute que eu desferia parecia encontrar apenas o ar.

Então, num movimento repentino, Thomas irrompeu na cena, seu punho se fechando na mandíbula do louro, causando um impacto sonoro e fazendo-o recuar momentaneamente, enquanto se jogava contra ele com força.

— Chame ajuda Kenzie, vá depressa! — Enquanto estava sendo enforcado, Thomas conseguiu reunir forças para falar com voz rouca e determinada, suas palavras ecoando na tensa atmosfera ao nosso redor.

Para meu alívio, avistei os Clareanos correndo em nossa direção. O cenário era caótico.

Newt se aproxima deles, acertando o rosto de Ben com uma pá, fazendo ele ir ao chão. O mesmo agora imobilizado fora agarrado por Gally.

Thomas se levanta rapidamente, seus olhos encontrando os meus em busca de garantia. — Você está bem? — Com um gesto rápido, ele se aproxima, seu toque firme em meu braço, verificando se meus ferimentos ainda estavam fechados.

— Sim, esta tudo bem. — Minto novamente, eu era muito boa nisso. — Só estou em choque, e você? — Pergunto analisando seu rosto cheio de preocupação.

Ele apenas assente por um momento, recuperando-se do susto. Num piscar de olhos, uma roda de espectadores se forma ao redor dos garotos agitados, cada um observando com uma mistura de preocupação e medo.

Alby parecia estar mais consciente do que todos ali, sua postura denotando uma compreensão profunda do que se desenrolava diante de nós. Mesmo eu, tendo conhecido Albay há pouco tempo, já conseguia antever seus pensamentos e ações. Enquanto o moreno, com olhos perspicazes, examinava minuciosamente o corpo de Ben em busca de possíveis ferimentos, ele se destacava entre a multidão, assumindo o papel de líder natural, ficando à frente a roda.

Ben chorava incansavelmente vários "não, por favor", pois o mesmo sabia o que o líder procurava.

— Levantem a blusa dele. — Alby ordena. Meus olhos se cruzam com o de Gally, fazendo o mesmo a ameaçar vir até mim, sussurrando um "Você está legal?".

Por que ele se importava? Apenas assenti com a cabeça novamente.

— Levantem a blusa dele! — O garoto moreno grita, fazendo Gally puxar a bainha da camisa de Ben. Revelando uma ferida horrenda na barriga pálida do garoto.

— Não, por favor! — Ben implorava. — Eu não quis fazer isso, eu escutei aquela voz vindo do labirinto. É culpa deles! — O mesmo choramingava apontando para nós.

— Ele está delirando! — Chuck se aproxima apertando minha mão firmemente, retribuo o gesto com um sorriso de canto.

— Por favor! Me ajudem. — Implora Ben, já soluçando de chorar.

— Minho, o que aconteceu lá dentro? — Alby olha para o asiático que estava serio.

— Não vi, nos separamos assim que ele falou sobre essa tal voz feminina vinda do labirinto. Segundo ele, a mesma estava o chamando. — Minha garganta seca, ele me encara.

— Eu escutei essa mesma voz vindo do labirinto. — Desvio o olhar de minho para Alby. — Ela me chavama.

— Quando? — O líder nato pergunta.

— Essa manhã. — Thomas de forma sincronizada comigo.

Tommy assente com um olhar minha pergunta silenciosa, ele também ouvirá a mesma voz.

Enquanto Alby levantava e ordenava que Ben fosse levado para amassador, Chuck continuava apertando minha mão, assustado com aquela cena que lembrava a todos que aquele lugar não era tão seguro quanto parecia ser.

— Precisamos conversar. — Gally sussurra para mim, enquanto carregava Ben se esperneando juntamente com Newt até a ala leste da clareira.

Fiquei surpresa com tal ato.

— Volte às suas funções, clareanos! Acabou o show. — Alby grita a ordem para a roda de meninos.

— Até que você correu bem, ratinha. — Minho se aproxima. — Vocês dois, na verdade. Quem sabe algum dia vocês fazem parte da maldição dos corredores, ahn? — O asiático fala batendo no peitoral de Thomas.


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Era hora do banimento de Ben e todos os garotos estavam com um olhar sombrio no rosto. O garoto louro choramingou ao ser forçado a andar para o labirinto.

— Por favor, me escutem. Apenas me escutem, por favor! — Ben implorou, enquanto os guardiões de cada função da clareira o empurrava para entrar no círculo da morte.

— Ela é a chave! — O louro novamente aponta para mim. Todos o ignoram. — Por favor Minho, Alby, não façam isso, por favor! Não façam.

Eu simplesmente não conseguia olhar nos olhos dele enquanto o mesmo implorava por ajuda. Não era culpa de Ben, ele fora picado por algo que eu havia criado juntamente com Thomas, e agora ele estava passando pela transformação.

— Polos! — Alby grita, fazendo as grandes varas abaixarem para a altura do peito do garoto. Fazendo o mesmo ser forçado a entrar no labirinto.

— Não, não, não. Parem, por favor. — Ben chorava ao entrar entre as paredes do labirinto já se fechando. Eu não conseguia via ver aquela cena.

Apenas escondi meu rosto no braço de Thomas fazendo o mesmo desviar o olhar para mim. Sua mão pesada afagava meu cabelo.

O grito de Ben foi a coisa mais alta que todos escutaram, antes do silencio mortal se instalar.

Alby, o líder, se virou para todos os clareanos ali presentes, quebrando o silêncio com uma voz rouca e grave.

— Ele pertence ao labirinto agora.

Ninguém ousou falar mais nenhuma palavra até todos se afastarem da porta principal do labirinto.





001. buenas besties,
me contem o que acharam desse cap.

002. o Ben revelando altas
coisas do passado da Kenzie, juro... Mais
pra frente vocês vão entender tudo direitinho.

003. votem muuuito e deixem algum comentário, isso ajuda como um incentivo para continuar postando aqui.

004. não esqueçam a estrelinha <33




XOXO

yas.

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