"VAAAAMOS, MIS AMOOORES-"
Jin Ling cobriu o rosto e encostou a testa na parede assim que as portas do elevador fecharam-se.
— Burro. Burro. Burro. SUA ANTA! — Bateu pé, enrubescendo dos pés à cabeça. — Eu- de todas as pessoas- O JIUJIU NÃO!
Ele quis arrancar os próprios cabelos, mas passou tempo demais arrumando-os, então se conformou em bater o pé e gesticular loucamente com os braços.
— Eu vou ter que mudar de país. — falou, o coração acelerado pelo pavor. —Eu- eu vou mudar de nome e me mudar p'ra puta que o pariu e NUNCA MAIS ENCARAR O JIUJIU NA VIDA!
Abriu a boca num grito mudo, mas recompôs-se bem na hora que o elevador chegou ao térreo. Respirou fundo e seguiu andando até seu destino.
— Ok. Certo. A burrada já foi feita. — Continuou falando sozinho, mas num volume baixo para não pensarem que ele é maluco. — Foca no date, Jin Ling. Quer dizer- não deixa ele descobrir que é um date- melhor, só aproveita a companhia dele. Ele ser seu amigo já é muito bom. Não é necessariamente um date, até porque não vai ser só a gente. É. Certo.
Quando foi que ficou tão desesperado? Ele não era assim! O que aquele menino fez consigo!? Patético ...
Respirou fundo de novo. Forçou o coração garganta abaixo.
— Ele é seu amigo, e você vai estar com os seus outros amigos, também. — Sussurrou, e encarou ao próprio reflexo na vitrine da loja ao falar: — Não. Estrague. Tudo.
Mas sua confiança e determinação morreram quando recebeu uma mensagem de Lan Yuan.
Sr Anjo👼
Ñ surta
Mas o meu Baba e o tio wanyin se juntaram
Vo tentar despistar eles p vc
Corre
Ainda dava tempo de fugir para o Brasil e ganhar a vida vendendo milho verde na praia?
Poucas vezes em sua existência o menino correu tão rápido como naquela ocasião. Ele desviou de pedestres como se estivesse numa corrida de obstáculos e atravessou a rua como se fosse imortal.
Logo, avistou a fonte de toda aquela palhaçada, e de algum jeito, não conseguiu ter vontade de esganá-la.
Lan Jingyi estava todo pleno, bem no meio do caminho feito de pedra portuguesa da praça. O Sol do meio-dia realçou o brilho de seus olhos e sorriso. O cabelo pareceu especialmente sedoso, jogado para o lado, e como ele decidiu deixar o cabelo crescer um pouco ... ficou charmoso demais para o coração de Jin Ling aguentar.
O Lan virou para si. Seus olhares se encontram. Jin Ling tropeçou numa pedra portuguesa solta e caiu. Em meio à vergonha e desespero, conseguiu distinguir a risada do crush.
Oh, ele definitivamente iria mudar de nome, fugir para o Brasil e ganhar a vida vendendo milho verde na praia. Ou será que assassinar Lan Jingyi já bastava?
— Com pressa, Jovem Dama? — Questionou ao se aproximar, e logo estendeu a mão para ele. — Cuidado. A pedra portuguesa daqui não tem manutenção desde que a Vovó casou.
Fez biquinho, calor tomando conta de si. Aceitou a ajuda para levantar, e deu de cara com um sorriso suave.
— Machucou? — Tornou a perguntar, procurando por ralados no joelho alheio.
O coração de Jin Ling galopou em sua caixa torácica. Seus batimentos podiam ser ouvidos em sua cabeça, e gritavam "TCHUBIRAU-DAUM-DAUM, TCHUBIRAU-DAUM-DAUM, TCHUBIRAU-DAUM-DAUM, TCHUBIRAU-DAUM-DAUM" sem parar.
— S-só o susto. — Gaguejou, subitamente tímido. — E ... e a mi-minha mão dói. Só um tiquinho.
Lan Jingyi franziu o cenho. Virou-lhe a mão para analisar a palma, e encontou-a toda ralada. Sem nem titubear, beijou os "machucadinhos".
— Pontcho, A-Ling. Agora, se acalma. Por que 'cê veio correndo? 'Tá sendo perseguido?
Ah, é. Ele esqueceu que deveria estar desesperado, puxando o crush para longe.
— Estou. — falou de bate e pronto, o que fez o outro congelar no lugar. — E a gente tem que dar no pé. Tipo, agora.
Sem esperar mais, agarrou Lan Jingyi e voltou a correr.
— Pera-pira-pora! — Pediu, mas o mais baixo ignourou-o por completo. — Quem 'tá te seguindo!? Por quê!?
— Meu Jiujiu. — Concedeu, atravessando a rua como se ambos fossem imortais. — Eu ... deixei uma informação confidencial escapar. Agora ele e o Tio Wei sequestraram o A-Yuan e 'tão vindo atrás da gente.
— Informação confidencial? Que tipo de informação? — O mais alto estremesseu só de pensar, tentando acompanhar o passo do outro. — Descobriram que a gente que armou pro seu Jiujiu topar com o Lan Xichen no restaurante!?
— ... Não. Pior. — Respondeu, sentindo-se entrar em combustão espontânea. — Tipo, bem pior.
— QUE MERDA PODE SER PIOR QUE ISSO!?
— NÃO GRITA! ELES PODEM ACHAR A GENTE!
— VOCÊ 'TÁ GRITANDO TAMBÉM, CACETE!
Trincou a mandíbula, parando de correr. A lei da inércia é uma vadia, então Lan Jingyi quase deu de cara num poste com uma lata de lixo embutida.
— Você conhece a cidade melhor do que eu. Onde a gente se esconde?
— 'Cê sabe que vocês vão se encontrar uma hora ou outra, né?
— Não se eu me mudar pro Brasil e ganhar a vida vendendo milho verde na praia. — Cruzou os braços e empinou o nariz. — Sugiro que faça o mesmo. Você 'tá no olho do furacão, também. Mas, primeiro, precisamos de um esconderijo, e rápido.
O garoto gemeu de frustração. Coçou a nuca, pensativo, antes de estalar os dedos. Analisou rapidamente a roupa de sua dupla e passou a puxá-la ao correr.
— Vem comigo! Eu conheço um atalho p'ra casa da Vovó.
— A gente precisaria passar perto da praça. — Lembrou, alarmado. — Vão nos encontrar facinho!
— Confia em mim, Jovem Dama. Só corre e me segue.
Apertou os lábios, nervoso. No entanto, agarrou-se ainda mais ao crush e seguiu-o até seja lá onde ele o estava conduzindo.
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