🎶 45
Skyler Henderson
Passei mais uns dias na casa do Jake até o dia da revisão no hospital, o doutor Michaelson disse que estou bem e que agora devo descansar e me alimentar corretamente, já que vou passar três meses sem fazer absolutamente nada em casa.
— Vocês não vão?! — Digo vendo que só eu e o meu irmão que fizemos as malas.
— Nós combinamos algumas coisas. — Clover disse recebendo massagem em seus ombros do Ray. — Coisas entediantes.
— Sério?! Não vão pra casa?! — Pergunto e todos eles fizeram que não. — Aquela mansão que vive cheia agora só vão ter três pessoas convivendo nelas?
— A gente não vai pra você relaxar sem nenhum problema, Sky. — Keira respondeu segurando um brinquedo do filhote. — E também, vamos fazer as nossas coisas longe da outra.
— É, fica tranquila. Cada uma vai aproveitar as férias do jeito que quiser. — Margo afirmou junto das irmãs. — Tenham boas férias.
— Valeu, até a próxima. — Steven disse por mim, acenando pra ele e fomos andando até o lado de fora, o Jake esperava por nós. — Foi um prazer te conhecer, Jake.
— Igualmente, Steven. Vejo vocês qualquer dia desses. E se cuida, Sky.
— Okay. — Digo acenando para o australiano e nós dois entramos no táxi que dirigiu até o aeroporto.
Eu e Steven ficamos conversando sobre várias coisas durante o vôo, cantamos algumas músicas que marcaram a nossa infância, rimos de piadas ruins e dormimos. Quando eu acordei, já estávamos no carro com o Tyler que me observava.
— Bom dia, Sky. — Sorriu. — Hoje será um dia um pouco movimentado para nós dois, a reunião. Espero que eles procuram um jeito de mudar essa gestão da turnê, eu já estava achando estranho e quando o Kevin me contou, vi que está na hora de por um ponto final nisso.
— O que vamos fazer?
— Negociar. — Foi tudo o que ele disse, voltando a tomar o seu café gelado.
Acho que isso quer dizer outra coisa, mas ele sabe o que faz. O carro parou na gravadora e saímos sem o meu irmão, que foi diretamente para casa. Nós entramos na gravadora e estava um movimento bem pacífico pela recepção, como sempre foi. Falamos com alguns funcionários e entramos no elevador, estou me sentindo nervosa, como fosse a primeira vez de estar subindo pra lá.
— Enquanto você dormia, o Steven me entregou os atestados da cirurgia, dos exames e da consulta.
— Você acha que eles vão entender?
— Vão ter que entender. — A porta do elevador se abriu. — De um jeito ou de outro.
Eu nem sei o que tem na mente do Tyler, mas não gostando muito disso.
— Tyler, o que você vai fazer?
— Relaxe, você vai ver logo logo. — Ele fez um sorriso meio malvado, que o deixou bem parecido com a Margo. Tenho medo quando eles fazem essa cara. — Bom dia.
— Bom dia. — Digo e os mesmos, incluindo o dono da gravadora retribuíram a nossa saudação.
Me sentei ao lado do Tyler e fiquei esperando alguém começar a falar. Por que estou tão nervosa?!
— Nós iremos começar primeiro. — Um dos chefes disse, segurando uma leve papelada. — Recebemos vários depoimentos da gestão do Hanson e eles adoraram ter compartilhado o palco com você durante os últimos meses e que estão ansiosos pela próxima vez.
— Isso é bom. — Sorri e continuei dando atenção.
— E também vimos que o seu contrato, o primeiro está próximo de expirar. — Levantei a minha mão. — Qual é a sua dúvida, Sky?
— O que acontece se o contrato expirar?
— Você vai deixar de trabalhar para a Jive e não poderá lançar uma música sem a gravadora que tem os advogados que trabalham com direitos autorais. Entendeu?
— Sim. — Assenti e fiquei quieta novamente.
— Então, nós fizemos mais um contrato pra você que durará mais dois anos e nele terá um orçamento de cem milhões de dólares para cada álbum e se fizer sucesso, ganhará um terço a mais no seu orçamento.
— É muito dinheiro…
— E não é incrível?! — O mesmo me interrompeu. — E você vai ter mais ainda, se assinar mais um contrato. De marketing. Esse contrato, você vai ganhar quinhentos mil caso se envolva com uma celebridade que está em alta.
— É… eu já namoro uma celebridade que está em alta…
— Kevin Richardson?! — Eles riram de mim. Isso me machuca, mas fez o sangue ferver na força do ódio. — O sujeito é sete anos mais velho do que você. A sua imagem é de adolescente e não de uma adulta!
— Eu não me importo com a minha imagem! — Me levantei e apontei o dedo pra ele. — Eu sou feliz com ele e serei com mais ninguém, está entendido?! Eu não vou assinar esse contrato!
— Sky… — Senti a mão do Ty segurar o meu cotovelo e me sentei de volta.
— Sério que não vai assinar, será com um de seus amigos. — Levantei uma sombrancelha e vi o mesmo mexer em mais um papel. — E ele mesmo se ofereceu, o Jonathan Thompson.
O QUÊ?! MAS ESSE CARA NÃO TAVA PRESO?!
— Ele nunca foi o meu amigo. E ele fez várias coisas comigo, eu não quero. E eu já disse, não vou assinar o contrato.
— A gente não se importa o que tenha acontecido com você, porque isso é financeiro, isso é investimento para a Jive. Você vai fazer o que a gente bem mandar.
— Nem morta. — Retruquei. — Vocês só pensam na merda do dinheiro e não nas condições de seus clientes, não é?! Eu fiz uma cirurgia semana retrasada, estou doente e vocês nem sequer mandaram um sinal de fumaça perguntando se eu estava bem, só ficaram contando o dinheiro que receberam dos shows!
— Você não sabe o que fala, menina. — O dono disse e jogou os dois contratos para mim. — O Johnny te ama, te admira e é só tem vinte e cinco anos! Só quatro anos na sua frente, Sky. Vocês são jovens, talentosos e dedicados com o que fazem. Vocês dois são o par perfeito…
— Vão se ferrar! — Digo olhando feio pra ele. — Aquele desgraçado já passou dos meus limites e ninguém gosta dele, só algumas pessoas porque admiram o “talento” merda dele. Eu já vou dizer pela terceira vez, EU. NÃO. VOU. ASSINAR. A. PORRA. DESSE. CONTRATO!
— JÁ CHEGA! — Outro funcionário gritou. — Você vai assinar essa merda pelo seu próprio bem!
— Você está ameaçando a minha cliente?! — Tyler se impôs. — Ela já disse que não, parem de insistir e ela não vai renovar o contrato, ponto final. A Sky está doente de tanto trabalhar e ela poderia ter parado na emergência se continuasse com a turnê agora! Eu liguei pra vocês várias vezes explicando a situação dela e vocês dizendo “vai passar, não é nada demais, continua”… mas se FOSSEM OS SEUS QUERIDINHOS VOCÊS FARIAM TUDO SEM DESCULPAS, NÃO É?!
— Peterson, pode tirar o cavalo da chuva…
— TIRAM O DE VOCÊS! E eu não sou Peterson, eu sou Banks. — Estou mentalmente aplaudindo de pé para ele. — E eu não vim aqui pra assinar contratos e nem negociar. Eu encontrei uma proposta maior, melhor e irrecusável. Vocês, seus machistas, só fizeram explorar as minhas garotas e elas nem tiveram mais tempo de curtir a vida, de fazer o que mais gostam. Bem que eu estava desconfiando desde do princípio, estavam muito bonzinhos para o meu gosto.
— Sabe que você trabalha aqui…
— Eu nunca trabalhei pra vocês, eu trabalho para os meus dez queridos clientes.
Vi a mão dele embaixo da mesa segurando o meu primeiro contrato e o peguei.
— Adeus, seus trouxas! — Me levantei e rasguei o contrato inteiro, depois joguei como confete em cima deles.
Eu e o Tyler fomos andando até a porta, escutando alguém da mesa nos chamar.
— Podemos saber em qual gravadora você negociou?
— VSF. — Tyler respondeu com um sorriso sarcástico e saímos da sala de reunião. — Vamos sair logo deste lugar.
Eu comecei a me sentir incrível depois de ter rasgado o contrato. Eu li no contrato de marketing que além de eu ter uma relação com o nojento do Thompson, eu teria que fazer coisas que sim, poderiam mudar completamente a minha imagem. Ainda bem que tenho o Tyler pra reforçar as coisas.
Assim que saímos daquele prédio, saí correndo pela calçada, passando por várias pessoas e subi em um dos bancos.
— EU ESTOU LIVRE! — Gritei com todos os meus pulmões e senti uns flashes próximos de mim.
Daí começou a se amontoar de gente e paparazzis começarem a fazer várias perguntas e vi o Tyler perto do carro e fui correndo até ele, entrando no automóvel.
— Pé na tábua, Rick! — Ty disse e ele pegou atalhos que dão caminho para a minha doce casa. — Você tá maluca?! Podem criar várias coisas sobre você nas fofocas!
— Tyler, eu estou livre! — Digo ainda sentindo a euforia. — Eu saí daquele inferno e vou para a… em qual eu vou, Ty?
— RCA. Além de ser uma das antigas e uma das melhores, não exploram ninguém. — Disse tirando o seu casaco. — Depois que eu descobri que fizeram a Britney forçar uma voz nasal, foi o limite.
— Nossa… — Digo recuperando o fôlego da corrida que eu dei. — Ty, você é demais!
— Ah, que isso. Agora você vai descansar e se cuidar. Depois nós vamos resolver os últimos ajustes na gravadora. A Ash deve estar louca pra te ver.
Kevin Richardson
— Ela caiu direitinho. — Keira disse pelo telefone e começamos a rir. — Falta muito para o álbum sair?!
— Dentro de umas semanas já estarão disponíveis. — Howie respondemos. — Apareceu algum bicho aí, K?
— Não, por incrível que pareça. Brian, não precisa se preocupar com o Rocky e a Margo.
— Mas eu não disse nada.
— O Howie disse. — Margo falou e ouvimos um latido. — Rocky, na cortina não!
— Ele cismou com a cortina do Jake. — Clover falou. — Kevin, o que você vai fazer? Só disse para a gente não ir pra casa.
— Até eu quero saber. — Howie olhou pra mim, levantando as sobrancelhas.
— Eu não vou contar, é surpresa. — Digo e todo mundo chiou. — Vocês vão saber em breve, dou a minha palavra.
— E eu te dou uma livrada na cabeça! — Jackie retrucou. — Pra quê tanto suspense?!
— Só vou dar uma dica: viagem.
Ficou um silêncio entre eles.
— Vão pra Kentucky, não é? — AJ perguntou e fiquei calado. — Eu sabia. Ele vai levar a Sky pra Kentucky!
— Triste porque a gente não vai. — Nick disse revoltado. — Aquela cachoeira é muito legal e só fomos uma vez pra lá!
— E a culpa é minha?! — Olhei incrédulo para ele.
— É, porque a hospedagem é de graça. — Brian retrucou com os braços e a cabeça deitada na mesa. — E ainda tem as comidas da tia.
— Nossa, é verdade! — AJ sorriu. — Ela ainda enche o prato, você faz questão de comer até explodir! Vai Kev, deixa a gente ir?
— Vai, Kev. Por favor? — As meninas foram falando do outro lado da linha.
— Na próxima vocês vão.
— Isso é o mesmo que dizer “na volta a gente compra”! — Faith gritou. — Que palhaçada, Kevin! Eu gostava de você!
Chegou outra ligação do telefone, era o Tyler. Ela já chegou. Me despedi de todo mundo e peguei o resto das minhas coisas, levando até o meu carro. Saí de Malibu e fui trafegando até a casa da Sky, quase no fim da tarde. Toquei na campainha e fiquei esperando.
— Eu não tô esperando ninguém. — Ouvi a Ash falar.
— Quem é? — Era ela.
— Entrega especial. — Digo e ouço a porta ser destrancada.
— KEVIN! — Sky me abraçou bem apertado e fui retribuindo. — Ai que bom ver você depois de tudo o que aconteceu.
— O que aconteceu? — Pergunto e a mesma foi me puxando até o sofá. — Quais são as novidades?
— Eu tava com uma hérnia aqui ó. — Sky levantou uma parte da sua blusa e dava pra ver um pouco da cicatriz. — Quer tocar?
— Não, Sky. — Digo ainda olhando para a cicatriz.
— E estou com exaustão! — A loira sorriu, o que dava pra ver as suas olheiras nitidamente. — E a bomba! Eu saí da Jive!
— Sério?! Quando?!
— Hoje! — Começou a rir. — Aí em breve eu estarei na RCA.
— Que bom, meu amor. — Beijei a sua testa. — Espero que eles sem importem com a sua saúde, se não vão ter que me ouvir.
Sky me abraçou de novo e beijei o topo de sua cabeça. Depois, ela ficou me contando como foi os shows e os fãs que conheceu em cada lugar que passaram. Eu amo o jeito que ela fica alegre falando do seu trabalho, rindo de alguns momentos com as meninas, me deixa contagiado com o seu jeito que não tem mais volta. Desde que nos conhecemos, eu sempre apreciei esses momentos de conversa que temos, tudo entre a gente vai fluindo e falando sobre qualquer coisa enquanto a hora passa. Não é cansativo, é o que nos deixa mais próximos, conhecendo mais um pouco do outro mesmo já sabendo de tudo em apenas dois anos.
No dia seguinte, eu acordei mais cedo e disposto. Preparei o café da manhã para mim e para a Sky, depois subi para o quarto. Ela está dormindo bem. Os seus músculos que estavam tensos meses atrás, estão se relaxando aos poucos e a sua expressão de preocupação já sumiu, dá pra ver um leve sorriso se desenhar em seus lábios, como estivesse sonhando com algo bom, algo que a deixa tranquila.
Fui limpar o meu rosto e ouvi a mesma murmurar, ela chamava por mim.
— Kevin… eu amo ele. — Está sonhando. — Eu sou feliz com ele e serei com mais ninguém… eu não vou assinar o contrato… eu não vou assinar…
Ela está se agitando. O que será que está acontecendo?!
— Ele fez coisas ruins comigo… vocês não se importam com a minha condição, eu não vou… assinar. Não…
— Sky? — Corri até ela e peguei em sua mão, a acariciando. — Sky, está na hora de acordar.
— Eu não vou…
— Sky, acorde. — Sinto o meu peito se comprimir vendo ela desse jeito. — Sky, meu amor…
— Eu não vou ficar com o Thompson… eu não me importo com a minha imagem, eu sou feliz com o Kevin.
Será que isso tem haver com a tal reunião?
— Eu não me importo se ele é mais velho…
— Sky. — Fui tocando em seu rosto e em seus cabelos dourados. — Eu estou aqui.
— Kevin? — Ela ainda está sonhando. — Eles querem me afastar de você… porque você é mais velho.
— Eu não acredito. — Meu Deus, será que isso aconteceu mesmo?!
— Eu não vou deixar você. — Sky já estava suando e de repente, abriu os seus olhos castanhos. — Oi, bom dia.
Eu fiquei sem saber como reagir, estou fora de mim. Não acredito que depois do que passamos com a Wendy, vão tentar nos separar de novo. Ainda bem que a Sky saiu de lá, mas… ainda tem eu e os rapazes.
— Kevin, o que foi?! — Ela perguntou olhando diretamente nos meus olhos. — Por que… está chorando?
Ela não se lembra do que sonhou. E não faz ideia do que tenha falado.
— Tá sentindo alguma coisa, Kev? — Sky saiu da cama e ficou na minha frente, se agachando. — Hein? Você quer conversar sobre isso?
Eu a abracei, como fosse a proteger de todo o mal que existe nesse mundo, por mais que seja a minha intenção. A minha insegurança de perde-la deve ser a ferida que não se curou. Eu já superei o que a Wendy fez comigo duas vezes, mas naquele dia que eu senti que tinha perdido a minha Sky, foi pior do que o resto da confusão.
— Kevin, não importa o que esteja sentindo, vai ficar tudo bem. — Sky disse com toda a calma do mundo, algo muito difícil de ver dela. — Eu estarei aqui por você o tempo todo, okay? Não precisa se preocupar.
Senti as suas mãos acariciar o meu cabelo e as minhas costas, e isso me fez sentir mais calmo instantâneamente. Depois senti as suas pequenas mãos levantarem o meu rosto, me fazendo olhar pra ela.
— Tá tudo bem, Kevin. — Sky sorriu e limpou o meu rosto. — Respira… você é a minha estrela favorita de todo o universo.
Como ela consegue roubar um sorriso meu tão fácil?! Deve ser por isso que eu fazer o que andei planejando desde do ano passado.
— Eu te amo. — Digo e selei os meus lábios nos seus por um bom tempo e me afastei. — Eu tenho algo… uma surpresa pra você nessas férias.
— Como assim?
— Você vai amar, Sky. — Sorri fracamente ainda me recuperando. — Eu sei que vai e… podemos deixar os nossos problemas de lado por esse tempo.
— Mas e você com os rapazes?
— Já tá tudo feito, Sky. — Encostei a minha testa na sua. — A única coisa que posso te dizer é que… serão três meses, só nós dois… juntos.
Um sorriso apareceu em seu rosto e agora foi ela quem abraçou. Eu quero fazer ela descansar cem porcento longe de tudo, espero que dê tudo certo nesses três meses.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top