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Skyler Henderson
Um mês depois

A turnê estava indo perfeitamente e além de estarmos atarefadas não só com algumas coreografias e o show em si, mas em comerciais, entrevistas, photoshoots e eventos — de casuais até os mais importantes — entraram no nosso dia a dia, especificamente comigo.

Também tivemos tempo de ver os rapazes no aeroporto se preparando para a gravação de mais um clipe, mas foi só um “oi”, pois fomos pegar o nosso avião para a América do Sul. Apresentei em uns programas de auditório que eram interessantes no Brasil e depois fomos a caminho da África e Oceania, parando em Sidney, na casa do Jake que gentilmente concedeu a sua residência para passarmos três dias antes da retomada da turnê.

— Meu Deus, um ano que a gente não se viu. — Ele disse nos servindo chá gelado. — Oi, eu não me lembro de você.

— Ah! — Digo rindo do australiano. — Jake, esse é o meu irmão, Steven. É o chefe da comissão.

— Incrível! — O loiro sorriu apertando a mão dele. — Como é administrar as coisas da turnê da sua irmã?

— É legal, você tem que ver se tudo está certo e em ordem, se não… tem que recorrer imediatamente para recuperar. — Ele explicou e deu um gole em seu chá. — Até que é um bom chá.

Não é o que parecia. Tem um gosto horrível.

— Jake, você não se importa se eu soltar o Rocky, né? — Margo perguntou com o filhote um pouco crescido nas suas mãos.

— Claro que não, tenho certeza que ele é da família!

— É o nosso mascote e o filho da Margo com o Brian. Seria com mais quem, né?! — Faith disse querendo pegar no cachorro. — Ele é travesso, mas ama dormir nos braços da gente. Menos da Sky.

— Valeu, Faith. — Digo e ele ria de mim. — Até agora não entendo porquê ele é assim só comigo.

— Você agita o cachorro, corre atrás do cachorro, aperta o cachorro e grita com o cachorro! Queria o quê?! — Keira já disse tudo e lá vem mais risadas.

— Gente, olha! — Clover apontou para a televisão. — É os meninos!

— É o comercial, aumenta aí! — Margo disse já querendo o filhote de volta.

Jackie se levantou na hora quando o Nick apareceu e foi para a varanda. Ela ainda está com os sentimentos aflorados e isso piorou quando ela voltou do cinema sozinha e encontramos ela em um bar comum tomando todas. Me levantei e fui até ela, que disfarçou limpando o seu rosto.

— Jackie, seja sincera comigo. Você quer retomar as coisas com o Nick?

— Por que quer saber disso? — Respondeu com frieza.

— Porque nós estamos muito preocupados com você, Jackie! Você anda fazendo coisas que nenhum de nós imaginávamos que você faria. — Digo olhando pra ela, que olhava para as suas mãos. — Não queremos a Jackie dependente de álcool, queremos a nossa Jackie de volta!

— Só isso importa?! Porque… eu estou pior do que um caco de vidro e pra eu me revitalizar, será uma eternidade.

— Se escuta, Jackie! — A peguei em seus ombros e a sacudi. — Você não é a única que está sofrendo! Naquele dia que você disse a ele que você não o perdoaria nunca, o Nick surtou e quebrou tudo na casa deles por uma noite, e parou no pronto socorro. Ele tá lutando por ter você de volta, porque ele sabe o quanto você ensinou várias coisas e nisso, foi vendo o que fazia nas suas costas. O Nick quer mudar não só por você ou por todos nós, mas sim para o próprio bem. E você, vai falar com ele! Vai dizer o que anda sentindo! Todo mundo sabe que você ainda o ama e quer dar mais uma chance! O que está esperando?! Vai lá e dá mais uma chance, porra! Eu já cansei de estar te consolando o tempo todo, já cansei de ouvir você chorar por algo que dá pra resolver! Pare de sofrer, garota! Arrependimento dói muito, mas ainda há tempo de ajustar. E o Nick só está esperando por você fazer alguma coisa.

Tirei as minhas mãos de seus ombros e fui andando até a sala no meu canto, ficou um silêncio em toda a casa, até começar a transmitir o clipe de All I Have to Give. Lembro que saiu no dia em que eu e o Kevin trocamos o primeiro olhar, na calçada da fama.

Jackie ficou ouvindo a voz dele e ficou lá da varanda, começando a chorar de novo, dessa vez tava na cara que fui eu quem a fez chorar mais uma vez.

— Eu fico chocada como até hoje ela não se desidratou. — Faith comentou baixinho e voltou a prestar atenção na televisão.

Meu Deus, que dor de cabeça é essa que começou do nada?! Só deve ser o estresse do trabalho.

— Jake, tem remédio para dor de cabeça?

— Eu vou buscar. — Rockwell respondeu e se levantou.

Espero que seja do estresse.

Kevin Richardson

— E… corta! — O diretor disse e terminamos de gravar o resto do clipe de I Want It That Way. — Vocês foram ótimos como sempre foram.

Hora de voltar para casa, aliás, para o hotel. Nick trouxe prejuízo no dia do surto e vamos ter que reformar a casa, mas estou achando melhor nos mudarmos para uma casa perto da praia, que tenha mais tranquilidade, pois os vizinhos ficaram na nossa porta reclamando do barulho e nos ameaçaram chamar a polícia se isso continuasse, daí foi quando eu liguei para a emergência e levaram o Nick cuidarem da adrenalina e do ferimento da sua mão que não parou de sangrar. Tivemos que cancelar uns compromissos públicos para não surgir rumores sobre ele.

Depois de uns dias, está mais calmo depois do que aconteceu, mas eu sei de que ele ainda está em uma péssima condição.

— Kevin. — Brian me chamou, estava no telefone. — A Margo quer falar com você.

Peguei o objeto e encostei no meu ouvido, escutando um latido agudo vindo do meu… é… sobrinho.

— Oi, Margo.

Oi, Kev. Eu não sei o que está acontecendo, mas… estou achando a Sky mais lenta com as coisas.

— Como assim?

Ela anda reclamando de uma dor de cabeça, e também já percebi que ela anda sem vontade de comer, aí eu já pensei! Ou a comida tá ruim, ou tem algo de errado nela. Eu, Ray e Steven conversamos sobre e eu vou levar ela ao médico pra saber do que se trata.

— Ai Margo, você é um anjo. — Senti o meu peito se comprimir.

Ah obrigada, mas só o B-Rock que pode me chamar assim, poste ambulante! — Rimos. — Vou procurar levar ela hoje mesmo, ainda não anoiteceu aqui. Caso seja alguma coisa, ela mesma liga pra você, okay?

— Okay, Margo. Obrigado pela informação.

Disponha, amigo. Agora passa de volta para o meu B.

— Certo, cunhadinha. O Brian já tá chorando de saudade… — Comecei a rir dele.

— Kevin! — Brian ficou vermelho na hora. — Me dá isso aqui! Estou de volta, meu amor.

Fui dar uma volta para tomar um chá, já que não podemos tomar café. O que será que a Sky anda sentindo, meu Deus? Eu só espero que não seja nada grave.

Margo Banks

Eu sabia que a Sky iria negar ir ao médico e eu sempre soube de que quando uma pessoa não começa a comer bem… sabemos que tem algo de errado. O Ray veio comigo e dirigiu até o hospital mais próximo da casa do Jake.

— O que estou fazendo aqui? Margo, você tem algo a dizer pra gente?

— Como o quê? — Pergunto e ela sorriu, pronta pra surtar. Ray foi falar com a recepcionista.

— Sei lá, talvez você esteja tendo um… — Ficou sorrindo e eu esperei a mesma.

— Tendo o quê, Sky?

— Um bebê.

— Bebê?! — Eu gargalhei. — Sky, eu e o Brian já temos o Rocky que é um bebê.

— E se?

— Amiga, nós vamos descobrir o que está acontecendo contigo! Eu não estou grávida e não estou pronta pra essa etapa.

— Ainda. E, eu não preciso de uma consulta médica, estou bem!

— Essa dor de cabeça que você anda sentindo há um tempinho?! Vamos descobrir, Sky. Melhor previnir. — Digo e o Ray se aproximou, com um papel.

— Daqui a pouco o médico vem te consultar.

— Mas eu estou bem, gente!

— Dor de cabeça e falta de apetite podem ser sintomas de alguma coisa, Sky. — Schneider respondeu, cruzando os seus braços. — Vou comprar um suco, vocês querem?

— Traz de limão pra mim. — Digo e o loiro se virou para a Sky.

— Eu não quero…

— Dois sucos de laranja e um de limão a caminho. Volto logo.

A loira olhou revoltada para o irmão e pra mim depois, se sentando na cadeira, ficando calada. Ela vai querer fugir e ela não está louca pra fazer isso, não comigo aqui.

— Será que a Jackie vai fazer alguma coisa? — Pergunto para fazê-la se distrair um pouco.

— Eu espero. O Nick está mais calmo e só tá esperando um sinal dela porque… desde que ela disse que vai ajudar, não falou nada com ele.

— Tudo estaria bem se eles tivessem conversado com calma e pessoalmente. — Digo e vejo o Ray voltar. — Oba, o meu suco!

— Ah… — Sky pegou o copo e tomou de pouquinho em pouquinho, enrolando. — Está refrescante.

— Skyler Henderson? — A enfermeira chamou. — O médico está a disposição de te ver.

— Margo, vai comigo? — Ela perguntou e assenti. — Posso levar o meu suco?

— Pode, venham.

Deixei ela bem atrás da profissional e entramos no consultório. Nos sentamos nas cadeiras que tinham e um médico entrou com algumas pastas e as deixaram na gaveta.

— Boa tarde, é uma honra encerrar o expediente com uma celebridade. — Ele sorriu. — Tudo bem, Sky?

— Tudo bem. — Sky sorriu voltando a tomar o seu suco. — E o senhor?

— Bem, auxiliei duas cirurgias bem sucedidas há algumas horas. Então, você anda sentindo alguma coisa de errado com o seu organismo, Sky?

— Ando sentindo fortes dores de cabeça, não ando sentindo muita fome e… não consigo dormir direito há alguns dias.

— Okay… sente mais alguma coisa?

Eu sinto que ela anda sentindo algo além disso. Olhei para a mesma esperando pela sua resposta.

— Eu sinto outras dores e às vezes, me sinto fraca. Tem haver com a minha falta de apetite?

— É o que vamos descobrir agora, senhorita Henderson. — O mesmo foi anotando em uma ficha. — Vamos fazer uma bateria de exames para sair o diagnóstico, vou chamar a enfermeira, com toda a licença, senhoritas.

— Toda. — Digo e olho de novo para a Sky. — Não precisa se preocupar, eu estou aqui.

Saímos do consultório depois que o mesmo voltou e fomos para um quarto vago, Ray entrou e ficou nós dois esperando pela Sky. Uma hora depois mais ou menos, ela voltou usando uma roupa do hospital e com outra enfermeira que conversavam com fluidez. Sky se deitou na maca e foi colocado um acesso na parte interna de seu braço esquerdo.

— O que aconteceu? — Pergunto à enfermeira.

— Ela vai ter que fazer uma cirurgia, foi descoberto uma hérnia no canto esquerdo do abdômen dela. — Afirmou aplicando uma injeção com alguma coisa no soro. — Isto é anestesia, o doutor Michaelson irá auxiliar mais uma cirurgia que é a dela, será um processo de trinta minutos.

— E os sintomas dela? Já saiu o resultado? — Ray perguntou e a Sky estava ficando grogue, pegando na mão dele e tentando puxar.

— Já, as dores de cabeça, falta de apetite e insônia… diagnosticou o exaustão e pelos exames, ela está doente há um bom tempo e o seu corpo está sobrecarregado com tanto trabalho e estresse. — Ela respondeu e Sky ria loucamente. — Daqui a pouco ela vai para a sala de cirurgia, está tudo sendo preparado.

— Okay. — Eu e Ray falamos ao mesmo tempo.

— Eu tô vendo azul. — Sky disse no meio do silêncio. — Azul como os olhos dele… do meu ursinho.

— Já deu efeito. — Digo para o Ray e começamos a rir dela. — Qual é o nome do ursinho, Sky?

— É Kevin… tão fofinho. — Disse e os seus olhos estavam ficando vesgo. — Eu quero o Kevin…

— Sky, ele está no outro lado do mundo. — Ray respondeu com as mãos nos seus bolsos.

All you people can't see, can't see… — Pronto, começou a cantar. — Vocês sabem de quem é essa música?

— Não. — Ray brincou e prendi o riso. — De quem é?

— É do… qual é o nome?! Acho que é do… daquela banda, o No Doubt. Aquela que canta… don't speak na na na na na na na.

Ela começou a cantar na língua do "na".

— Vamos, Skyler. — O médico apareceu com uma equipe e foram levando ela. — Vocês podem esperar na sala de espera, tá passando filme lá.

— Tudo bem. — Assenti e nós dois fomos andando até a sala de espera. — Tem ficha pro telefone?

— Tenho. O Jake me deu.

— Você liga para as meninas e eu ligo para o Kevin. — Ele assentiu e me deu uma moeda.

— Vai falar do ursinho?!

— Depende de quem for atender.

Fui andando até um dos telefones que estavam desocupados e disquei o número do hotel, ligação internacional sempre demora, é incrível. Conversei um pouco com a recepcionista do hotel e ela transferiu a ligação para o quarto deles.

Alô? — Era o próprio Kevin!

— Oi, ursinho… — Prendi a risada. — Tenho notícias para você.

Ué, não iria ser a Sky que iria ligar?! Espera aí, ursinho?! Que história é essa de ursinho?!

Eu comecei a rir, ele tinha que ver essa cena.

— A Sky com o efeito da anestesia, está em cirurgia.

De quê?!

— Hérnia, é coisa comum. — Digo. — Então, ela fez uma bateria de exames e foi diagnosticada com exaustão, e essa teimosa está doente há um bom tempo.

Eu vou falar com o Tyler, a turnê de vocês está muito longa e nem tiveram tempo para relaxar direito.

— Pois é, Kevin. Mas é nem o Ty que mexe com isso, é a gravadora. Mas conversa com ele, já que está com vocês aí. Iríamos passar só três dias na casa do Jake e agora temos que passar mais por causa da recuperação dela.

É… — Nossa, ele tá muito preocupado. — Cuidem dela por mim.

— Isso é mais do que a nossa obrigação, Kev. — Digo e vejo que o Ray já encerrou a ligação. — Como estão as coisas aí?

Estamos no intervalo. Faltam duas músicas para gravar e editar. — Disse. — Hey! Howie, esses donuts são meus!

Eram seus! — Ouço a voz do mesmo bem distante.

— Kevin. Kevin!

Oi!

— O Nick está por perto?

Vou chamar ele. — Ouço o mais velho chamar o Carter. — Howie, volta aqui com os meus donuts!

Oi…?

— Oi criança, sou eu!

Oi, Margo! Como vai indo Austrália?

— Por enquanto nenhuma cobra, aranha e crocodilo. — Ouço o mesmo gargalhar. — O que você acha de eu comprar uma caixa enorme de lápis de cor e muitos papéis para você?

Você sabe que eu não tenho mais oito anos… — Nick deu uma pausa. — Eu iria amar.

— Perfeito. — Sorri. — A Sky tava cantando Larger Than Life dizendo que era do No Doubt! Sabe, efeitos da anestesia.

Meu Deus! — Ele começou a rir. — Ela tá fazendo cirurgia de alguma coisa?

— É, descobriram uma hérnia. Depois eu te conto o jeito que ela estava grogue e conte para o Howie, okay?

Pode deixar, Margo! Aliás, como a Jackie está?

Eu sabia.

— Recebeu um discurso da Sky. Olha, ela tá se fazendo sofrer e… eu vejo que ela sente muito a sua falta, garoto. Toda a vez que o seu nome é mencionado, quando a sua voz é ouvida na rádio ou na televisão, ela sai de perto tentando ignorar.

Eu imagino. E eu sei que ela tem algo por mim, eu só… não entendo. Margo você sabe, que eu quero fazer ela feliz e só chorar de felicidade, mas dá impressão que ela não quer.

— Ela precisa muito, Nick. — Isso me deu um estalo na mente. — Nick, eu tive uma ideia! Talvez isso seja útil de novo.

Como assim útil de novo?!

— Lembra quando teve a primeira briga da Sky e do Kevin? Fizemos aqueles cartazes, ele cantou a música favorita dela… que tal fazermos algo parecido? Aí você poderia fazer uma ótima declaração pra Jackie e…

Poderia dar certo! Como não pensei nisso antes?! Margo, você é demais! Muito obrigado!

— Disponha, Nick. Eu vou desligar, diga aos rapazes que eu quero as roupas do merchandising e de graça, viu?!

Claro, Margo. E se não for de graça?

— Eu trago a aranha mais venenosa desse país como presente!

Tudo bem, até a próxima!

— Até a próxima.

Skyler Henderson

A minha cabeça girava como eu estivesse em uma montanha russa. O meu corpo está meio dormente, o que aconteceu comigo?! Eu só lembro de me ter consultado e feito os exames, mas o que aconteceu depois?

Consegui finalmente abrir os meus olhos e fui piscando os mesmos diversas vezes para a minha visão voltar.

— Ela acordou. — Ouço uma voz e viro a minha cabeça, era a Keira que falou. — Oi, Sky.

— Oi… o que houve? — Digo olhando para ela e as meninas.

— Você estava com uma hérnia. — Clover respondeu. — E você está com exaustão.

— Sério? Que engraçado. — Ri fracamente. — Que horas são?

— Quase oito horas da noite. Você saiu da cirurgia às sete e você dormiu muito desde então. — Jackie respondeu, no canto.

— Vou sair daqui logo?

— Só amanhã. — Margo afirmou. — O Ray foi pra casa e o Steven tá aqui, ele vai passar a noite com você.

— Okay… e os shows?

Elas se olharam.

— Tyler adiou os shows para o próximo semestre. — Keira disse antes que a Faith falasse.

— O quê?! Eu não acredito! Por que?! Por que adiou se está tudo indo bem?!

— Sky, se acalma. — Clover disse olhando pra mim. — Nós estamos cansadas e você tá doente. A Ash vai cuidar de você quando voltarmos pra casa.

— Mas…

— Mas nada, Sky. É a sua saúde! Você poderia ter algo pior se não tivesse vindo pra cá. — Margo me interrompeu, séria. — Estamos em abril. Maio, junho e julho serão férias e nada além disso. A única coisa que você vai fazer nesse mês é ir com o Tyler para uma reunião com a gravadora. Porque estão explorando a gente, principalmente você.

— E as coisas dos rapazes? O álbum?

— O Tyler já deu um jeito. — Faith respondeu. — Você precisa se cuidar, mana. E nesse três meses você vai relaxar!

Era só o que me faltava agora. Eu não quero.

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