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Skyler Henderson
Três semanas depois
Eu não consigo sentir falta de seus abraços, do seu cheiro, da sua voz... essa parte de mim ficou vazia novamente, como tudo tivesse sido apagado junto com toda essa mágoa, com toda essa mentira. Ele não disse nada porque ainda deve ter algo pela Wendy, só isso que pode fazer sentido. Eu o libertei e agora tenho a mim mesma pra lidar com esse enorme problema.
Acho que não serei a mesma Sky de sempre depois disso.
Quando eu finalmente consegui sair do quarto, lá só estava o Tyler e a minha mãe. Todo aquele amontoado de gente foram embora para outro lugar, preferiram ficar longe da exploradora.
- Sky, precisamos conversar. - Ash afirmou, olhando preocupada pra mim. - Sente-se.
Me sentei em outro sofá e fiquei esperando, sem dizer uma palavra.
- A audiência irá começar amanhã e você vai ter que provar a sua inocência. - Tyler afirmou, olhando preocupado pra mim. - Eu já listei todos os testemunhas e cada um vão ter a vez de contar e provar cada denuncia de que é tudo falso.
- E a Wendy? Aquela vadia não vai ser julgada?
- Vai, ela vai. Bem, eu liguei para o agente dela e disse para que trouxesse ela achando de que fosse para algum comercial.
Assenti e me levantei, mas fui mandada para sentar de novo. O que eles querem?!
- Melhora essa cara, filha. Vai dar certo, todo mundo vai entender. Ou é outra coisa que está assim?
- Eu não sinto nada. - Digo olhando pra ela. - Onde os outros estão?
- Foram para a minha casa descansar. - Tyler afirmou. - Sky, tenta comer alguma coisa que eu vou te levar pra lá e você conversa com eles, okay?
- Ele está lá?
- Não, ele foi embora.
- Ótimo. - Assenti e fui tomar um banho demorado, me troquei e quando saí, a Ash me deu um sanduíche. - Eu não estou com fome.
- Mas vai precisar se sustentar, filha.
Soltei um suspiro e comi sem vontade, o sanduíche estava ótimo, mas não é a mesma coisa quando você não sente fome. Depois que terminei, o Tyler me levou para Santa Monica e fui recebida pelas meninas que estavam dançando no meio da sala. A Jackie me puxou para o meio e acabei me concedendo à música que tocava na rádio e essa música, é minha.
Nick Carter
Ray e Jake tiveram a ideia de todo mundo se hospedar em um hotel para trocar idéias sobre a audiência. Só que, quem vai pra lá é os dois e Kevin. Queria tanto ir pra falar cada podre da Wendy no meu testemunho.
- Uma coisa sabemos. O Kevin vai ter que contar sobre essa conversa, mas tem que trazer algo a mais para provar a inocência da Sky. - AJ afirmou comendo uma maçã verde.
- Como o quê? - Jake indagou anotando em seu caderno.
- O que a Wendy fez com ele há três anos. - Afirmei olhando para as minhas unhas. Quando percebi, todos eles estavam olhando pra mim. - Ué, não é óbvio?! Essa capeta fez alguma coisa com o Kev e agora fez de novo, a diferença é que todo mundo sabe. E nós sabemos, temos que falar a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade.
- O fofoqueiro tá certo. - O australiano afirmou e olhei incrédulo para o mesmo. - E é mentira?!
- Eu não sou fofoqueiro, Rockwell.
- Era só o que me faltava agora. - AJ revirou os seus olhos. - Qualquer barraco que aconteça, você tá lá no meio!
Olha quem fala.
- Eu não vou mais fazer isso...
Pronto, todos eles começaram a gargalhar da minha cara. Foi a mesma coisa quando eu neguei de que eu estava me apaixonando pela Jackie.
- Okay... vamos focar na audiência. - Howie disse ofegante de tanto rir. - Jake, você só sabe sobre a conversa, não é?
- É, mas eu só vou entregar a gravação para o advogado da Sky. Eu só tenho essa prova.
- Alguém entra no lugar do Jake. - Brian afirmou resolvendo um cubo mágico.
- Eu entro.
- Não, acho melhor não, Nick. - Ray negou e fiquei sem entender. - Você só ouviu...
- Mas eu posso colocar ela no chinelo!
- É melhor ser uma das meninas. - Kevin finalmente apareceu, ele estava pior do que ontem. - Porque além da Sky, vai a Margo. Então...
- A Clover. - AJ respondeu jogando de onde estava a maçã no lixeiro. - Ela é a mais calma das cinco e pode muito bem fazer uma estratégia pra deixar a Wendy cem porcento culpada.
Eu tive uma ideia.
- Gente, eu vou comprar alguma coisa pra gente lanchar e volto logo. - Me levanto, pego a minha carteira e a minha jaqueta.
Jackie Davidson
Conseguimos com sucesso deixar o autoestima da Sky pra cima só dançando algumas músicas aleatórias com ela, Tyler comprou um monte de porcaria para a gente comer hoje, justo um dia antes da audiência. Enquanto a loira descansava deitada no meio da sala, a campainha tocou.
- Eu não vou atender. - Keira afirmou de ponta cabeça.
- Seria legal se você atendesse assim. - Digo me levantando e vou até a porta, abrindo a mesma. - Nick!
- Oi, coisa linda! - O loiro sorriu e me abraçou, depois selando os seus lábios nos meus. - Vim dá uma passada rápida pra ver vocês...
Nick olhou para a Sky, virando a sua cabeça e foi até a mesma, se deitando do seu lado.
- Oi, Sky.
- Oi, Nickinho. - a loira apertou o seu nariz. - Até quando você vai ficar com essa cuia na cabeça?
- Vai ser surpresa. - Respondeu se levantando. Ele tá... forte? Ou é impressão minha? - É, a Clover está?
- Ela tá no banho. - Margo respondeu, aparecendo com as mãos coloridas e o mesmo apontou. - Estava desenhando com os meus novos materiais... acho que você vai querer ver depois.
- Claro. - Assentiu e ficou me encarando.
- Faz isso não, desgraça. - Digo andando até o sofá e me sento de todo jeito, e ele ficou rindo. - Corta esse cabelo...
- Só se você cortar o seu.
- Nem morta!
- Então... - Riu novamente. - Como quer que seja o seu décimo sétimo aniversário?
- Sem nenhum problemas. - Suspiro, deitando a minha cabeça sobre o seu ombro. - Mas ainda faltam uns meses... você pretende fazer uma festa surpresa pra mim?
- Eu não sei, acho que pode deixar de ser surpresa. - Sorriu. - Deixa eu ver... com certeza deve ter torta de frutas vermelhas.
- Você me conhece tão bem, Nick. - Sorri de volta, acariciando o seu rosto. Ele fica todo sem jeito quando faço isso. - É engraçado como nós dois amamos torta.
- Sim, o sabor é incrível. Mas não é tão viciante quanto essa boquinha que você tem.
- É... - Nós dois olhamos para a Clover que estava com uma cara constrangida. - Vocês não estão sozinhos e... queria falar comigo, Nick?
- Sim, Clo. Não vou tomar todo o seu tempo. - O loiro me deixou sozinha no sofá e ambos foram andando até o lado de fora.
Quando eu percebi as três que restavam na sala, estavam me encarando com ar de riso. Estou me acostumando passar por esse tipo de situação, principalmente quando se trata do meu namorado.
- É, ele não perde tempo. - Keira afirmou. - Aliás, a sua mãe sabe sobre ele?
Isso me congelou de medo na hora. Faz um ano que não telefono para ela e é por um bom motivo: eu fugi de casa por causa da escola que ela me colocou, ou melhor, no internato. Ela nunca quis me ouvir sobre o que eu realmente queria e quando eu lhe amostrei a minha paixão, ela fez isso. E fui juntando grana que eu ganhava tocando em uns bares e fugi pra cá, atrás de uma banda.
- Já, ela sabe. - Assenti sorrindo para as três. - Sabe e está vendo um dia para conhecer ele, mas espero que seja nunca. Ela é uma mulher muito rígida comigo e... não sei se iria aceitar, sabe?
- Quem não iria aceitar o quê? - Me assustei com a sua voz e ele me encarava confuso. - Jackie...
- Não é nada pra de preocupar agora, Nick. - Sorri. - E é coisa boba, não é meninas?
- É. - As três falaram em uníssono.
- É coisa da gente. - Margo sorriu ponta a ponta e o mesmo acreditou. - Aliás, diga aos rapazes que mandamos lembranças.
- Okay e... o que eu digo para o Brian?
- A mesma coisa, ué. - O rosto dela ficou vermelho. Acho que a ficha dela ainda não caiu.
- Eu digo a ele que você mandou um beijo. - A mais velha o abraçou apertado. - Ai, de nada. Tchau meninas, tchau princesa.
Ele piscou o olho pra mim e os meus joelhos caíram, mas eu já estava no sofá preparada para qualquer surto vindo desse garoto. Meu Deus, como é que vou contar sobre a minha mãe pra ele? Eu só espero que ela apareça aqui nem tão cedo.
Três horas mais tarde
Eu estava no meu quarto tocando a minha guitarra para me distrair. Amanhã é a primeira audiência e... estou nervosa por tudo. Justo quando faltam algumas semanas para o aniversário da Sky e acho que não vai ser um bom dia para comemorar e ainda sem o Kevin. Só se eu e as meninas emendar o dia dela com o meu e viajamos para um lugar longe e fazíamos uma festa particular. Até que não soa mal.
- JACKELINE DAVIDSON! - Ouço um grito estridente de sotaque forte. Era um grito que eu não queria ouvir. - DESÇA AGORA!
Me dêem forças.
Suspirei e desci as escadas devagar, vendo essa figura no meio da sala olhando feio pra mim. As meninas estavam amontoadas por trás dos móveis, assustadas com a atitude da minha mãe.
- Finalmente eu te encontrei, vamos voltar para Londres e terminar os seus estudos. Faça as suas malas.
- Não. - Respondi ainda no meio da escada. Ela me olhou incrédula e cruzou os seus braços. - Eu não saio daqui por nada.
- Você aprendeu a me obedecer e a ser uma boa garota e uma boa filha. - Ela apontou o seu dedo. - Eu fiquei muito preocupada com você quando sumiu e... na televisão amostram a sua cara dizendo que estava sendo explorada por aquela oxigenada ali atrás.
- Isso é mentira. A Sky nunca explorou ninguém e muito menos é oxigenada, o cabelo dela é natural. E eu saí de Londres por uma boa causa.
Não chora, Jackie. Não chora. Ela deve te ouvir e é isso que ela quer. Ver você fraca.
- Deixa de teatrinho, vamos embora. Eu não quero você nessa vida louca de artista.
- Mas eu quero! - Gritei com ela. - Tudo sempre teve que ser do seu jeito! O cabelo, as roupas, a escola, os amigos, os hábitos... tudo. Eu estava presa nesse seu mundinho para virar uma "dama". Eu não ligo pra isso! Eu nasci pra ser quem eu sou de verdade e ninguém pode tirar isso de mim, até mesmo a senhora. Eu estava cansada daquela vida e o único jeito era ficar bem longe de você para criar o meu próprio rumo. E eu estou aqui, fazendo o que eu amo, com as garotas que eu amo e... conheci alguém que eu amo, em menos de um ano. Eu encontrei a minha família e não vou deixar, nem pela minha própria mãe. Então, é melhor você sair por onde entrou, Jean.
- Jackeline! - Ela bateu o pé no chão. Olha o teatrinho que ela tanto fala. - Você vai sair desta casa imunda por bem ou por mal.
- Não e quer saber de uma coisa? As únicas coisas que eu aprendi de você foi ser uma "boa garota" - Acho que viciei na música dos rapazes. - , saber administrar as minhas compras, atuar, cantar, tocar e a ser uma péssima filha de uma péssima mãe. E... aliás, só uma pessoa que pode me chamar de Jackeline e não é você. Adeus.
Subi as escadas de volta para o meu quarto, sorrindo de canto. Eu não acredito no que eu acabei de fazer! Depois, só ouvi a Margo e a Keira expulsando ela ameaçando de chamar os seguranças do condomínio.
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