☀90☀

Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!

PS: paciência, daqui a pouco a fanfic acaba. e leiam as notas finais se puderem.






Ficar tanto tempo em uma cama, sem poder fazer nada, me faz pensar sobre tanta merda e mudar de opinião tantas vezes. Com a bunda formigando de ficar sentado, eu lembro até das briguinhas da quarta série e porra, eu devia ter dado uma resposta melhor a Doo Hoojon.

Cabeça vazia, oficina do Yoongi. Eu sou a prova viva, incrível como é possível pensar tanta merda de uma só vez, acho que meu cérebro nunca trabalhou tanto, nem mesmo para resolver 245+445. Ao contrário das minhas paranóias, essa conta eu consegui resolver, é 680, mas e a resposta para meus problemas? Quando eu iria ter?

Todos os dias, um após o outro, eu via Jimin indo para lá e para cá exibindo suas pernas lindas, enquanto à mim restava ficar deitado em uma cama, ouvindo Dua Lipa e coçando o saco.

— Hey, babe — Jimin veio até mim, com remédios em mãos. — Ainda sente muito sono tomando essas coisas?

— Um pouco — suspirei, pegando o comprimido e empurrando goela abaixo com um gole de água. — Podemos andar hoje?

— Nós andamos ontem, você ficou com dores nas pernas. — disse, me olhando como se eu fosse uma criança.

O olhei de volta. — Eu pisei num amendoim.

— Você derrubou o pacote de amendoim porque sentiu dor na costela — me respondeu.

End game, Jeon Jungkook.

— O doutor disse que eu posso sair para caminhar — falei. — Você ouviu.
Ele não respondeu, apenas soltou um suspiro, mudando o foco do olhar. E era estranho como ele era contra a ideia de eu andar por aí, me recuperar.

— Quer assistir RuPaul’s comigo? — perguntei.

— Eu já assisti todas as temporadas.

— Nojenta — fiz uma careta.

— Pra bicha atrasada, eu só tenho uma coisa a dizer: Sashay, away — mostrou a língua, se levantando e seguindo para a cozinha.

Ele fica irritado quando eu falo de sair e andar. Mas eu não posso evitar, eu quero correr livre, como Forest Gump ao se livrar dos aparelhos em suas pernas.

Já basta que se eu tentasse transar, na primeira sentada ele iria terminar de me quebrar, eu ainda não posso passear?

Jimin, como de costume, passou a tarde inteira cozinhando batata - aparentemente as batatas mais duras da terra -, só para não ouvir eu pedir liberdade. O que não importava, já que pela noite, eu alcancei minhas muletas e andei em silêncio até a sala.

— Eu não tô lavando seu ouvido direito no banho, menino? — me perguntou, me olhando da cozinha.

— Sou um homem livre — protestei, caminhando pela sala até chegar ao rádio, qual liguei, deixando Sunmi cantar para mim através das caixinhas de som. — Rainha mesmo.

— Você tem pulga no rabo?

— Depois de um mês vegetando numa cama, acho que tenho até teia de aranha. — respondi, indo até as portas da sacada, mirando a vizinhança (prédios cinzas). — Não sei o que você quer, Jimin.

— Como assim? — perguntou, amassando tomates em uma panela.

— Quer que eu melhore?

— Claro que quero — levantou a cabeça para me olhar. — Mas se você sair feito macaco pulando nas coisas você não vai ficar bom.

— Ah, Jiminie — rolei os olhos. — Quem vê pensa que eu tô fazendo parkour.

— Faz o que quiser.

Paciência é uma virtude que não possuo.

— Ei — chamei, e ele nem me olhou. — Vai ficar bravo, Park Jimin? — perguntei, e mais uma vez fui ignorado. — Ein… Park Jimin… Parkour Jimin… hm, amor da minha vida.

Foi rápido, mas eu vi um sorrisinho em seus lábios.

— Vou trepar na sacada se não me responder — ameacei e ele deu de ombros. — Ya, dúvida?

Só então me deu sua atenção. — Garoto, eu sou responsável por sua comida agora. Não tem medo não? Que assim… por um descuido eu jogue um rato morto na sua sopa?

— Tudo bem pra mim comer um rato — sorri. — Eu sou um gato mesmo.

Ele reprimiu um sorriso, antes de me dar as costas. Orgulhoso do caralho.

Eu só pude me sentar no sofá, e esperar que ele mudasse de humor. As vezes ele muda de uma hora pra outra, e as vezes demora uns dois dias, e tudo que me resta é aguardar, pois se eu quisesse dizer algo para ajudar, eu faria merda.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Comida.

As vezes eu olho pro céu e pergunto ao todo poderoso Deus: onde eu errei?

— Hey — chamei. — Por que está assim?

— Porque você não para quieto.

Eu o olhei por cima do ombro. — Você não fica quietinho na cama comigo. Eu venho atrás, sou grudento. A culpa é sua.

Ele se virou, mirando-me. — Se eu ficar na cama contigo, você vai ficar quieto?

Um tiro pela culatra. Eu não acerto uma, cara!

— Ah… — eu não sabia o que dizer. — Jimin…! Não vale. Isso aí não vale.

— Viu só? Seu falso, e manipulador! — me atirou um tomatinho.

— Só não sou mais falso que seu loiro.
Ele deixou seu queixo cair, antes de vir até mim e fracamente puxar meu cabelo. — O que disse?

— Que eu te amo — choraminguei.

— Víbora — me beliscou e então ficou sério, olhando em meus olhos. — Eu te amo também, Jungkookie… me ajude a te ajudar.

— Você está me ajudando — o puxei para perto de mim. — Mas eu estou me recuperando...

Eu o ouvi suspirar e então voltar para o cozinha, e eu desisti de vez, me levantando pendurado nas muletas e voltando para o quarto. Eu me deitei, e no silêncio esperei.

Naquela noite, eu apenas jantei e dormi, sem falar com Jimin, por estar honestamente chateado. Eu só torcia para que os dias passassem cada vez mais rápido e que meus ossos colassem um no outro o mais depressa possível.

Eu estava completamente cansado da rotina, Jimin era lindo de se observar, mas eu queria observar seu belo rosto em outros lugares.

De manhã, surpreendentemente, Jimin me acordou com seus beijinhos, o que me fez fazer uma careta antes de soltar um suspiro apaixonado. Eu sou um grilo de ponta cabeça em suas patinhas felpudas de gato.

— Me desculpa — pediu, acariciando meu rosto, usando seus dedos para pentear meu cabelo bagunçado.

— Eu desculpo — respondi, olhando em seus olhos. — Mas precisa deixar eu sair…

— Tudo bem — concordou.

— Vou chamar o Jin e o Nam, então — lhe disse, e foi o que bastou para ele mudar sua expressão.

— Hoje? Não pode ser amanhã?

E amanhã ele diria pra deixarmos para o dia seguinte.

— Quero hoje, Jimin. — tive que dizer, já alcançando meu celular.

Ele não me respondeu, apenas se afastou e abaixou a cabeça antes de deixar o quarto. Ya, era de cortar o coração, mas eu tinha que confronta-lo dessa vez. Eu sou ou não sou o homem dessa casa? Yeah!, não sou, mas eu ia fingir que sim.

Eu busquei o contato de Jin e comecei a digitar: “Estão livres?”

Eu deixei o celular na cama e apanhei as muletas, me arrastando e me apoiando nelas. Meu pulso era o mais frágil, as outras partes ainda doíam um pouco e não pareciam seguras, mas eu podia me locomover. Eu ainda necessitava muito da ajuda de Jimin, mas ele não precisava me carregar como se eu fosse um bêbado.

— Jiminie — chamei, e ele logo veio, me ajudando a entrar no banheiro, para ajudar a me limpar.

No banho, fiquei de pé, sem pôr força na perna afetada, e me apoiei nas paredes, enquanto Jimin lavava cada parte de meu corpo.

— Feche os olhos, vou enxaguar seu cabelo — mandou, e assim eu fiz.

O banho era uma das melhores partes, eu podia sentir todo o seu cuidado na forma como passava a esponja por meu corpo, também como massageava meu cabelo devagar. Era bom demais. Então ele me levava para o quarto e me secava com sua própria toalha, qual era mais fofa que as minhas, antes de me fazer uma massagem, passar hidratante em minha pele, e deixar meu cabelo sequinho e cheiroso. Ele era incrível, tinha as mãos de um anjo.

Após me vestir, peguei meu celular, abrindo a mensagem de Jin. “tá achando que somos desocupados?”

Eu bufei antes de responder. “tudo bem, eu não sabia.”

“você achou certo, nós não temos bosta nenhuma pra fazer. chegamos aí em 20 minutos. pega seu andador, sua bolsa de soro e a fralda geriátrica, vamos passear.”

Eu sorri e continuei a secar meu cabelo, enquanto Jimin arrumava a cama. — Vai se arrumar, o Jin vai passar pra pegar a gente.

Ele demorou a responder. — Tá.

Eu desliguei o secador e o olhei. — O que foi?

Eu devo ter descarregado um caminhão de pedras sobre a cruz.

— Nada — deu de ombros, antes de deixar o quarto.

Eu só pude soltar um suspiro e continuar o que eu estava fazendo. Ele logo voltou, e vestiu uma roupa, mas com a cara fechada. Me incomodava pra caramba. — Hey…

— O que? — perguntou, arrumando o cabelo.

— Não vou deixar você ir com a gente se ficar com essa cara.

Ele me olhou. — Ah, é? E quem te ajudaria? O Namjoon provavelmente terminaria de quebrar seus braços.

— Dá pra você ficar contente por eu estar melhorando?

— Eu estou!

Eu não o respondi, eu desviei meu olhar e me levantei da cadeira, puxando as muletas para caminhar até a sala. Eu não via a hora de ficar bem de novo, tudo isso estava me deixando louco.

Quando Jin bateu à nossa porta, acompanhado de Namjoon, eles me ajudaram e sair e descer as escadas. Namjoon logo reclamou: — Jin, com essa sua lerdeza vamos chegar no carro daqui 7 anos.

— Eu não vou sair correndo com o menino — resmungou, fazendo com que eu descesse os degraus com cuidado. — Para de puxar, Nam, ele não é um pedaço de bife.

Jimin abriu o portão e esperou que nós passássemos, então o fechou e os ajudou a me acomodar no carro. Eu fui encostado em uma porta, com a perna machucada sobre o colo de Jimin, enquanto os dois iam na frente.

— Está bom assim? — Jimin me perguntou, e eu assenti. Doía um pouco, mas eu não me sentia incomodado. — Okay…

— Pra onde quer ir? — Namjoon questionou.

— Podemos ir assistir ao musical sobre a primavera que está tendo! — Jin sugeriu.
— De novo? — Namjoon ralhou.

— É lindo!

— Hm… — murmurei, pensativo.

— Diz que não, diz que não — Nam pediu. — Nossa, Jungkook, eu nunca mais falo com você se tu fizer isso.

Eu ri fraco. — Não me leve a mal, Jin… mas eu estou há mais de um mês deitado e sentado o dia todo.

— Ah — soltou um muxoxo. — Tudo bem. Escolhe outra coisa.

— Podemos ir à praia? — perguntei.

— Sim — Namjoon assentiu.

— Certo — lhe dei um sorriso.

Eu peguei meu celular e comecei a pesquisar sobre a localização de um lugar então. Após achar e tirar um print, eu mirei Jimin, qual observava o lado de fora, parecendo um pouco murcho.

Eu não sabia porque ele estava assim, mas não queria abordá-lo em frente à Jin e Nam. Eu só pude ignorar por um tempo, esperando chegarmos.

Quando as ondas do mar já podiam ser ouvidas, eu entreguei o celular à Jin, mostrando o endereço. — Podem parar mais ou menos aqui.

— Ah, eu virei Uber agora? — Namjoon resmungou.

— Eu não vou pagar nada — avisei.

Quando o carro parou, a minha equipe particular de paramédicos me ajudou a sair veículo, e Jimin virou meu apoio no lado machucado de meu corpo, impedindo que eu fizesse muito esforço.

— Nos encontramos aqui lá pelas duas da tarde? — Jin me perguntou.

— Onde vão?

— Eu vi uma loja com uns paninhos de cozinha lindos, eu preciso ir lá comprar — explicou.

— Ah… tudo bem — sorri, vendo eles se virarem para seguir o caminho oposto.

— … você nem vai usar esses panos. — foi a última coisa que ouvi Namjoon dizer.

— Onde quer ir? — Jimin me olhou.

Pra um universo onde todos os meus grupos ainda tenham todos seus integrantes. — Pra ali… essa loja, logo aqui.

— É uma loja de instrumentos, Jungkook.

— Eu sei — respondi, enquanto íamos até lá, ele me deu um olhar confuso, mas não se negou a me levar.

Entrando, eu olhei em volta, checando tudo, era repleto de instrumentos e cds. Era tudo tão bonito e eu nunca na minha vida saberia tocar mais que dois instrumentos de todos aqueles ali.

Fui para o balcão de atendimento, onde uma mocinha polia uma flauta. — Oi.

— Hey, boa tarde — nos olhou. — No que posso ajudar?

— Eu procuro um rapaz… ele trabalha aqui. Ele tem cabelo rosa… hm… tem um nome curto. — tentei explicar, pois não me lembrava do nome.

— Oh… Yin!

— Isso — sorri.

— Vou chamar! — ela me disse, descendo de seu banquinho e indo para o fundo da loja.

— Quem é Yin? — Jimin me soltou, já que eu me apoiava no balcão.

— Eu o conheci no dia em que fui te buscar em Masan — falei.

Ele me encarou por um tempo, antes de desviar o olhar. — Hm…

A garota, e o rapaz, Yin, vieram então e eu vi sua boca se abrir ao me ver. — JungKwan!

Eu ri. — Jungkook.

— Chapeuzinho Vermelho e o coração partido — sorriu, vindo em minha direção. — E aí? O lobo mau vomitou sua vovózinha?

— Foi um pouco difícil, eu tive que lutar — suspirei.

Só então seus olhos avistaram meus remendos pelo corpo. — Você foi atropelado por um ônibus, garoto?

— Na verdade era um Citroën — sorri amarelo.

Eu o vi ficar em choque por um momento. — Sua mãe não te ensinou a olhar para os dois lados da rua? Só pode atravessar se o homenzinho estiver verde, Jungkook.

— Isso eu aprendi, só não aprendi a desviar de loucas assassinas — contei.

— Espera aí. Tentaram te matar?

— Eu acho que sim.

— Meu Deus, você é muito radical, quanta radicalidade. — disse, me levando a rir, um pouco envergonhado.

— Tem algum lugar onde ele possa sentar? — Jimin perguntou.

— Meu colo serve? — sorriu. Gays sendo gays. — DoYeon, traz um banco aqui.

A mocinha logo trouxe e eu me sentei, sentindo a pressão em minhas pernas aliviar. — Ah, Yin, esse é o Jimin.

— Prazer em conhecê-lo, sou o Yin — se curvou, o cumprimentando.

Jimin apenas assentiu, se afastando um pouco, observando as guitarras. Yin me olhou. — Ele é fechado assim mesmo?

Não. — Hm… sim.

— Oh. Mas é bonito… é seu namorado?

— É, meu namorado.

— Então, aquele carinha, por quem você tava sofrendo, agora é passado? — me perguntou.

— Não… ele é o rapaz que fez embaixadinhas com meu coração.

Ele ficou um momento em silêncio. — Você é muito trouxa. — deu um pausa. — Parece eu.

Eu ri, antes de soltar um suspiro. — Eu amo ele… pra caralho.

— Ele parece ótimo — comentou. — Ele está cuidando de você?

— Sim.

— Woah… isso é muito lindo. — sorriu. — Eu comecei a namorar nesse meio tempo também.

— E como está?

— Hm… ele roubou dinheiro da minha carteira.

Eu fiquei sem palavras. — Ah… eu… sinto… muito…?

— Eu espalhei por aí que ele tem clamídia — me respondeu. — Ouvi dizer que ele não transa faz três semanas.

Eu precisei de um tempo para me recuperar de meu riso, até ele me perguntar: — Veio comprar alguma coisa ou veio espalhar na minha cara que seu namorado é mais gostoso que o meu?

— Na verdade sim. Eu tenho em mente algo pra comprar. Mas precisa me dar um desconto, porque eu sou bonitinho.

— Só dou desconto pra quem tem pau grande.

— Nesse caso o produto deveria sair de graça pra mim.

Ele soltou um grito em forma de “wow”, enquanto a garota no balcão escondia o rosto. — Me diga o que vai comprar então, senhor maçaneta de ouro.

Eu lhe disse o que eu queria, e ele assentiu antes de ir buscar. Jimin terminou de dar a volta na loja, dando-me uma olhada séria, e cruzando os braços. — Como o conheceu mesmo?

— Na rua, no dia do seu casamento — eu disse. — Conversamos por 5 minutos e eu fui pra casa.

— Só isso? E você sabe até onde ele trabalha?

Jesus podia me mandar um kakao com a lista de pecados que eu cometi na vida.

— Ele me disse que trabalhava em uma loja de instrumentos na praia. — o respondi. — Simples.

— Ele é bonito.

— Eu também acho — sorri, e ele respirou fundo antes de me dar as costas.

Eu deveria achá-lo feio? Mas ele não é!

Eu vi ele se sentar na calçada, e desviei meu olhar para a garota no balcão, qual apenas me deu um sorrisinho triste e continuou a digitar no computador. Yin logo voltou, com uma caixinha em mãos. — Acho que vai gostar…

Eu abri a caixa e analisei o instrumento, logo abrindo um sorriso. — Perfeito.

— Ótimo. Vamos discutir os preços… eu vou te dar um desconto, mas porque você está todo cagado. — disse, indo para atrás do balcão.

Eu ri. — Tudo bem. Aceita cartão de crédito?

— Até vale alimentação.

Eu passei o cartão, enquanto Yin fazia a nota e acertava toda a burocracia. E após me entregar tudo, ele também me deu seu número. — Me liga quando quiser beber e chorar por macho.

— É… eu com certeza vou ligar. — fiz uma careta, e peguei a sacola com o logo da loja. — Valeu, Yin.

— Obrigado você. — sorriu e me cumprimentou, logo após me ajudando a deixar a loja. — Olha bem pra ver se não tem nenhum carro vindo na hora de atravessar.

Eu assenti, e vi Jimin se levantar, passando a mão pelo jeans para tirar a sujeira e me apoiar para que eu pudesse andar. — Quer que eu chame o Jin e o Namjoon?

— Não, vamos tomar sorvete — pedi.

Jimin apenas suspirou, me ajudando a atravessar a rua, já que o quiosque mais próximo ficava do outro lado. Ele me fez sentar em uma mesa, e foi até a senhora vendedora, pegando um pote pequeno de sorvete de massa e um picolé, logo voltando.

Dei uma colherada no meu sorvete e o olhei. — Pode ser sincero comigo e me dizer o que tá acontecendo?

Ele me devolveu o olhar enquanto abria seu picolé, estreitando seus olhos por conta do Sol. — Nada.

Eu abaixei minha cabeça, misturando os dois sabores do pote. — Você não era assim… sabe? Não ficava irritado quando eu conversava com caras. Digo, ele nem estava dando em cima de mim.

— Apenas não ligue, okay? Está tudo bem.
— Não está — voltei a encara-lo. — Não é só o ciúme. Você mal deixa eu sair da cama… parece que não está feliz por eu estar melhorando.

Ele afastou o sorvete dos lábios. — Não diga tal coisa! Acha que eu estou feliz por te ver todo machucado?

— Então explica.

Eu o vi respirar fundo, passando a mão pelo cabelo. — Eu não sei, Jungkook… mas eu tô cheio de medo.

— Medo de quê?

— De que você não tenha me perdoado, e qualquer cara possa ser melhor que eu, medo de que depois de você ficar bom, mande eu ir pra longe.

Oh. É isso.

— Olha o que eu fiz com você — apontou, e eu pude ver seus olhos brilharem por conta da água que acumulava sobre eles. — E se você pensar direito e ver que eu não valho a pena? Eu sinto que não te mereço, Jungkook… e tudo me deixa tão inseguro. Tudo isso é culpa minha.

— Não é culpa sua — tentei dizer. — Okay? Entenda isso. O que a YooHee fez não é culpa sua, se ela tivesse a cabeça no lugar, ela nunca teria feito nada daquilo, desde te manipular até me empurrar na frente de um carro. Eu fui atrás de você, eu, foi escolha minha.

— Mas se eu tivesse ficado com você… — o interrompi.

— Você foi tentar ser feliz. Quem pode te julgar? Nem você mesmo pode fazer isso. Você tentou encontrar o caminho da felicidade, e eu entendo isso, meu bem, todo mundo tem o direito de tomar decisões, certas ou erradas, acontece… você achou que com ela você conseguiria ter paz, e arrumar a vida. Não tem problema nenhum nisso, Jimin.

Ele abaixou a cabeça, arfando. — Mas eu te magoei… muito.

— Você queria que isso acontecesse? Me magoar?

— Não, nunca!

— Então tá, é isso. Eu poderia muito bem ter me recuperado, e te esquecido em uma semana. Mas não controlamos as nossas reações e as dos outros. Tudo bem? — alcancei sua mão, a segurando. — Eu não vou te deixar. Mesmo depois de estar recuperado, eu vou querer você comigo, cuidando de mim, como sempre fez. Você me ama?

Me olhou e assentiu veemente. — Sim, muito.

— Eu também te amo — sorri. — É só disso que a gente precisa.

Ele assentiu então, puxando a manga da camisa para secar as bochechas, antes de se levantar e se sentar ao meu lado, deixando um beijo em minha bochecha. — Me desculpa?

— Tá tudo bem — beijei o topo de sua cabeça, passando meu braço por seus ombros e o puxando para perto de mim. — Ya, não chore… você fica fofo demais, e eu me sinto horrível por achar isso.

Ele riu em meio ao choro, me abraçando e deitando a cabeça em meu ombro. E assim nós voltamos a tomar os sorvetes, enquanto víamos o mar, as ondas indo e vindo.

Quando terminamos, Jimin me ajudou a andar até o outro lado, até pararmos perto do carro. No mesmo momento, Jin e Namjoon deixaram a loja em que entraram mais cedo.

Céus, Namjoon vinha carregando uma sacola gigante. — Eu vou te matar, Kim Seokjin.

Jin apenas fez um biquinho, mandando um beijo ao noivo, antes de abrir as portas do carro. Nós entramos, ficando na mesma posição de antes, e Namjoon grunhiu ao finalmente pôr a sacola no porta malas. — Eu nunca mais entro em uma loja com você, Jin.

— E se for uma sex shop?

— Olha, você não começa — pediu, dando partida no carro.

— Pra quê tanta coisa, Jin? — perguntei.

— Nem comprei tanto assim — resmungou. — Eu comprei um panino de vaca, outro de ovelhinha, um de gatinhos, de patinhos, de cavalo também, de cachorrinho… ah! Eu comprei toalhinhas pro banheiro e a mulher bordou na hora o nossos nomes na ponta, foi um máximo. Eu comprei uma galinha, um…

— Uma galinha? — Jimin o interrompeu.

— De cerâmica.

— Pra quê, meu Deus? — eu não entendia.

— Pra guardar ovo dentro — explicou. E o carro todo ficou em silêncio.

— Isso nem é o pior de tudo… — Namjoon lamentou em seguida. — Ele comprou uma roupa de crochê pro liquidificador. Rosa.

— É lindo!! — Jin se defendeu.

— Você comprou roupa pro papel higiênico!

— É pra segurar!

— Comprou capa de crochê pro computador!

— Não tinha pro celular.

Namjoon respirou fundo e apenas continuou a dirigir. Jimin tapou a boca, segurando o riso.

Jin ainda disse: — Você não viu quando eu peguei uma capa de crochê pro volante, babe?

Namjoon bateu na própria testa. — Eu não tinha tirado da cesta?

— Eu peguei de volta. Mas mudei a cor… peguei violeta, com bijuteria.

Jimin me olhou, sorrindo. — O que você comprou na loja do seu amigo?

Eu sorri de volta. — Em casa eu mostro.
Quando chegamos, após Namjoon parar o carro, para Jin pegar uma cesta de fruta jogada no lixo, eles me ajudaram a subir as escadas.

— Obrigado — os agradeci, abraçando Jin, para então abraçar Namjoon. — Vou tentar recompensar no futuro.

— Que isso, menino — Namjoon bagunçou meu cabelo. — Fica bem. E cuidado.

Eu assenti e Jin beijou minha bochecha. — Fica direitinho. Cuida dele, Jimin!

— Vou tentar — sorriu, e então fechou a porta após nos despedirmos. — Quer deitar?

— Sim — confessei, e ele me levou até a cama.

— Vou tomar banho, rapidinho. — avisou.
Enquanto ele tomava banho, eu tirei a calça que eu usava, ficando de samba canção. Como Jimin pôde achar que eu o mandaria embora depois de me recuperar? Acho que eu não faria isso nem com alguém que eu não gosto, quem dirá com ele.

Quando ele saiu do banho, veio de toalha até o quarto, ficando nu em minha frente, antes de vestir uma calça e uma camisa. Pelo amor de Deus, ele fica mais gostoso á cada dia que passa. É macumba saravá, eu tenho certeza.

Ele veio até mim, se sentando ao meu lado. — Gostou?

— De te ver sem roupa? Porra… — suspirei.
Ele riu, beliscando minha coxa. — De sair pra passear!

— Oh — compreendi. — Muito. Sério, eu tava me sentindo o próprio Min Yoongi trancado nessa casa.

— Ah... — ele soltou um muxoxo.
— Mas Min Yoongi não tem um namorado lindo, cheiroso e carinhoso pra fazer sopa pra ele.

Jimin sorriu, tentando esconder o sorriso no ombro. — Ya, Jungkookie! Pare de flertar!

Eu sorri junto a ele, levando minha mão à sua bochecha e acariciando. — Você não é lindo e cheiroso?

— Hm... sou.

Tão convencido que me dá vontade de puxar as bochechas e grunhir um “fofo da porra” em sua carinha linda.

— Pega a sacola pra mim — pedi, e ele desceu da cama para alcançá-la, trazendo para mim.

Eu tirei a caixa de dentro e o olhei. — Você me disse uma vez que sabia tocar um instrumento… qual era mesmo?

— Gaita — me respondeu, roendo a unha e me olhando com atenção.

— Pois bem — entreguei a caixa com uma gaita dentro, e vi seus olhinhos se arregalarem.

— Naaao! — disse, se tremendo de alegria. — Woah, meu Deus, Jungkookie!

— Agora diz que eu sou o namorado mais lindo do mundo. — “exigi”.

Ele se aproximou, beijando meu rosto. — Você é o mais lindo do mundo, o mais maravilhoso e gostoso, e eu te amo muito muito muito. Muitão, meu amor por você é do tamanho… do Sol. Eu te amo, Jungkook.

Eu me senti tão bem, porque toda sua felicidade me deixava feliz. Então eu o beijei nos lábios, antes de lhe dizer: — Eu te amo, Jimin.










//*desvia das pedradas* eu posso explicar a demora! ... eu até tava animada pra escrever... mas meu irmão, o wattpad tirou meu ânimo totalmente, e eu ainda tive um breakdown nessa última semana...

Nao sei se o capítulo está bom, mas ai, agora já era, foda-se, é isso aí mesmo e boa.

Desculpa por cagar na fic... se deus quiser eu vou conseguir finalizar logo esse estorvo na vida de vocês.

Obrigada pelos views, pelos votos, pelos comentários, pelos 11k de seguidores... de verdade, eu sinto muito por ter estragado sunboy.

Sim, eu fodi com sunboy, acho que o que mais curtiam eram as piadas, e depois que minha mãe partiu, eu simplesmente não consegui tirar graça de mais nada...

Espero que ainda leiam até o final. :/
Espero que o watt não tire as atts...

Era isso, não esqueçam de votar se for possível... valeu gente.

Quem gosta de desenhos, me sigam se quiserem, é @/ baobei.zi

👇❤💓💕💖💗💙💚💛💜💝💞💟❣👇

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top