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Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!
LEIAM, POR FAVOR: esse capítulo é bem desinteressante, por não conter ação, ele descreve apenas a adaptação de Jimin à casa do Jungkook. então eu sei que muita gente vai chegar na metade já com sono, e eu entendo se quiserem ignorar esse capítulo, mas eu peço que não deixem de ler a fic por conta dessa fase meio parada, porque logo a açãozinha volta e a fanfic acaba. certo? tenham paciência, não deixem sunboy agora que já está terminando, por favorzinho.
Cara, a vida às vezes é uma comédia tão sem graça que até me faz rir de tão patética.
Incapaz de me mover sem gritar de dor, eu assistia tudo deitado em minha cama, eu vi minha mãe sair para trabalhar, levar suas coisinhas para sua casa, eu vi Jimin trazer suas roupas para cá. E ainda era estranho pra caralho vê-lo ali, tão perto, pronto para morar comigo. Céus como eu queria que isso estivesse ocorrendo de outra forma, mas se é assim que nosso belo sonho pode se tornar realidade, então que seja.
Quero dizer, ainda não é o meu sonho, o de viver juntinho dele para sempre, em uma casa realmente nossa, adotar crianças e tudo mais, ele está vindo para cá por ambas as nossas necessidades. E eu sei que será estranho, pois ainda não estamos 100%, porque tanto ele quanto eu ainda pensamos demais no que aconteceu.
Ah, estamos fodidos e mal pagos.
Sério!, por que eu não podia me apaixonar por alguém normal? Por que tinha que ser justamente Jimin e seu tremendo medo da vida?
Não sei, só sei que é ele que eu amo, e não há nada que eu possa fazer. É como se a cada dia meu coração se apertasse mais ao pensar nele, ao ouvi-lo, ao vê-lo. E eu sei que eu sou o maior idiota do mundo por ele, eu juro, não há ninguém que possa ser mais bobo que eu quando o assunto é Park Jimin.
Quando o assunto é Park Jimin e seu sorriso, seu olhar sempre vivido, suas bochechas coradas, seus toques gentis, sua voz macia, sua boca na minha.
— No que tá pensando? — eu ouvi me perguntarem, e só então lembrei que Jin estava ali me dando uma mão, enquanto Jimin estava fora, resolvendo suas coisas. — Tão aéreo…
— Desculpa — pedi, o mirando.
— Eu entendo — Jin sorriu sentando-se ao meu a lado e afagando meu ombro bom. — … muita coisa acontecendo.
— Sim — suspirei, fechando meus olhos por um momento. — E eu não sei quando tudo começou.
— Começou quando você provou mais uma vez que sempre deixa o seu coração ganhar suas batalhas internas, não dando nem chances a razão — me disse.
— Isso é ruim, eu suponho — murmurei.
— Não… digo, é como você age, e tem consequências, boas ou ruins. E assim seria mesmo se você usasse apenas sua razão. — disse Jin, se levantando e buscando um chá na mesa. — Ainda é cedo pra você saber.
Eu assenti, apanhando a xícara de chá de sua mão, bebendo um gole. — Mas é tão confuso.
— Você se arrependeu de ter ido buscá-lo em Masan? — Jin perguntou, voltando a sentar ao meu lado.
E eu imediatamente respondi: — Não.
Ele riu fraco. — Você é um bom garoto.
— Sou um idiota, isso sim — resmunguei.
— Nós ficamos assim quando amamos, Jungkook — riu mais uma vez, mas então me olhou com seriedade. — Vocês irão ficar bem.
— Iremos?
— Irão! Um dia vão se perdoar, e então estarão livres para serem como eram, e ainda melhor que antes. — me falou, e então, eu me permiti sorrir.
— Obrigado, Jin.
— Foi nada — sorriu para mim. — Eu tenho que ir agora… quer alguma coisa antes?
— Não — lhe disse. — Estou bem.
— Okay — suspirou. — Não se descubra, tá muito frio lá fora.
Eu bati uma continência para ele, ficando quieto enquanto ele deixava meu quarto e então minha casa. Me deixando sozinho. Só faltava Jimin chegar, e isso estava me enchendo de ansiedade, pois eu não fazia a mínima ideia do que fazer para as coisas não ficarem estranhas.
A verdade era que eu amava Jimin, mas meu coração estava relutante, magoado. Sim, eu fui atrás dele, eu não podia deixá-lo se casar com aquela mulher, mas eu fui com dor no peito, eu fui entristecido com ele. E agora, quando o vejo, não consigo me controlar, eu sinto a pura necessidade de tocá-lo e beijá-lo, porque meu corpo pede o dele, mas não, isso nunca significou que está tudo bem. Dentro de mim ainda uma grande mágoa, por saber que o que eu fui para ele, não o impediu de me deixar e tentar a vida com outra pessoa, essa ideia me deixa pra baixo.
É tão confuso, e por isso me sinto um idiota, por nunca conseguir me entender, por agir no impulso, por só me meter em enrascadas. É sério, meu cérebro tem algum problema, vai além da dislexia, porque eu sou realmente um tapado, que só faz merda e depois fica choramingando por dias.
E agora Jimin estará comigo 24 horas por dia, me dando seus sorrisos, me tocando com sua mão macia, fazendo eu querer de jogar do topo de um prédio.
Eu sou uma putinha por Park Jimin, é lamentável.
Perdido em meus pensamentos vergonhosos, eu mal vi quando a sala de minha casa se encheu de uma movimentação. Jimin havia chegado, e pelo que eu via, trazia suas malas para dentro, até que a porta se fechasse. Mas mesmo depois do silêncio se instalar, indicando que ele havia parado de mexer em suas coisas, ele não veio me ver.
— Jimin? — chamei. E ele veio então, passando as costas das mãos pelas bochechas. Era visível que ele estava chorando. — O que foi?
— Hm… nada — e forçou um sorriso, se sentando nos pés de minha cama.
— Fala — pedi.
De cabeça baixa, ele soltou um suspiro. — Eu só tô com vergonha.
— Vergonha de que? — perguntei.
— De vir pra cá — disse, com sua voz trêmula. — De vir morar de favor na sua casa, mesmo depois de ter te machucado. Isso me enche de vergonha.
Eu fiquei em silêncio, o observando, enquanto meu coração tremia em meu peito. Eu não sabia o que dizer, pois enquanto ele sentia vergonha em vir pra cá, eu sentia vergonha por ser tão atrapalhado em meus sentimentos.
— Não precisa sentir — disse depois de um tempo. — É sério, não é como se você fosse simplesmente ficar aqui. Você vai cuidar de mim, esqueceu? Além do mais, eu nunca te deixaria na rua.
Eu me deu um sorriso tristonho então, se levantando e voltando para a sala, me deixando com dúvidas sobre o que eu disse, se havia soado bem, se havia o ajudado ou não.
De onde eu estava deitado, com metade do corpo apoiado em almofadas, eu podia vê-lo na sala, e agora ele colocava suas roupas em caixas, me deixando confuso. — Jimin!
— Sim? — veio até metade do corredor, me dando atenção. — Quer alguma coisa?
— Não… hm, por que está pondo suas roupas em caixas?
— Ah… onde eu vou colocá-las, se não em caixas? — me perguntou.
— No armário — apontei para meu guarda-roupa.
Ele me deu um olhar duvidoso. — Não… não posso invadir seu armário, Jungkook.
— Claro que pode — ri fraco. — Nas caixas elas vão mofar, vai ser difícil de achar a roupa que quer. Sabe? Ponha no meu armário, pronto.
Ele suspirou, me dando as costas e trazendo uma das caixas para o quarto. — Eu vou pôr só as que eu mais uso. As outras eu vou deixar nas caixas… nem iria caber tudo no seu guarda-roupa.
Eu assenti, vendo ele deixar a caixa no chão e mirar o armário. — Nessa terceira porta — apontei. — Tire os cobertores dali, e ponha suas roupas.
— Não vai mesmo te atrapalhar? — me perguntou.
— Não vai, é sério — eu lhe disse. Ele então tirou toda aquela roupa de cama, deixando sobre uma cadeira, começou dobrar e ajeitar suas roupas.
— Está com fome? — me perguntou, enquanto pendurava os e jeans.
— Agora não.
— Ei, Jungkookie — me chamou. — Precisa me dizer sempre que sentir fome, dor, sede, qualquer coisinha… Okay?
Eu movi minha cabeça, concordando. E ele me disse: — Sua mãe me passou todos os horários dos seus remédios, mas se eu me esquecer de algum, me ajude a lembrar, tá bom? — e eu só assenti mais uma vez, levando a me fitar por um breve momento. — Está mesmo tudo bem eu ficar aqui?
— Sim, Jimin — eu disse, respirando fundo em seguida. — Eu sei que eu tô esquisito, mas… é só…
— Okay — ele me cortou, fechando a porta do armário. — Entendi já.
E sem dizer mais nada, ele deixou o quarto, fazendo ser ouvido o som de movimentação na cozinha. E eu soltei um suspiro, um pouco cansado, me sentindo totalmente impotente, pois eu não podia agir nem fisicamente e nem verbalmente, como um vegetal. E ele não veio me ver por praticamente horas, ocupado com algo que arranjou para fazer na cozinha, me deixando cada vez mais confuso.
Mas eu simplesmente não podia controlar, não podia abrir um grande sorriso sem ser verdadeiro. Eu o amava, mas meu coração estava cabisbaixo esses dias, aliás, desde quando ele me deixou.
No silêncio de casa, eu pude ouvir o murmúrio vindo da cozinha, a voz de Jimin soando irritada, enquanto ele podia vê-lo falar ao celular.
— … falei pra você parar de me ligar Nana — ele dizia. E ao reconhecer o contato dele, eu automaticamente fiquei irado. — Não! Não vou, não quero… sim, eu achei um lugar para ficar.
É, ele achou, feiosa!
— Não, não sei o que fazer depois que eu tiver que ir embora, mas eu não vou voltar para a zona, chega! — ele disse. Depois que tiver que ir embora? — Eu sei que você me ajudou muitas vezes, mas não aja como se tivesse sido um favor, pois eu trabalhei até literalmente sangrar, nas vezes que você mandava cinco homens por dia para o meu quarto, quando eu nem mesmo conseguia andar. Então, o que você está me cobrando? Eu saí devendo algo? Não!, exatamente… eu não quero saber, eu vou arranjar um emprego, mesmo que seja de limpar chão, qualquer coisa… mas pra essa vida eu não volto.
Eu estava perplexo.
— Por que? — Jimin perguntou depois de um tempo. — Porque eu não quero! Porque eu tenho namorado… sim!, eu tenho namorado, e vou ser dele pra sempre. Então, para de me ligar!
Com meu coração batendo rápido, eu notei o silêncio se estabelecer outra vez. Debaixo daquele cobertor, eu senti saudade dele, lembrei do quanto ele fez falta, e notei que agora ele estava ali, dentro da minha casa, tão perto de mim. E eu não o sentia comigo. E eu constatei mais uma vez que eu sou mesmo um idiota.
Meu amor está na sala, por que diabos eu ainda não o chamei para minha cama? Sim, sim, eu estou magoado e relutante, mas ele está bem ali.
— Jimin — chamei em fim.
— Sim? — perguntou, vindo em minha direção com um pacote de macarrão em mãos. — Diga.
Céus, ele é lindo.
— Vem ficar aqui comigo — pedi, olhando em seus olhos, e ele me olhou de volta, daquele jeito meio duvidoso outra vez. — Vem.
— Mesmo? — me perguntou, eu movi minha cabeça, confirmando, então, eu pude ver um sorriso discreto crescer em seus lábios rosados. El me deu as costas, mas logo voltou, sem o pacote de macarrão nas mãos, e tirando os sapatos, cuidadosamente se deitou ao meu lado.
Eu sorri fraco, sentindo aos poucos o seu calor atingir meu corpo. É, essa era uma coisa dele, não importava muito as circunstâncias, ele estava sempre quente. E era confortável pra caralho.
— Pode vir mais pertinho — eu lhe disse, e aos pouquinhos ele colou suavemente o seu corpo no meu, no meu lado hígido, claro. — Está muito frio lá fora?
— Uh, congelando — disse. — Está com frio?
— Não — respondi. — Eu estava… até você vir deitar comigo.
— Devia ter me chamado mais cedo então — me disse, pousando sua mão em meu peito, instantaneamente aquecendo a área.
Ah, Jimin, eu venho te chamando há tanto tempo.
— … foi tão ruim, Jungkook — disse de repente.
— O que?
— Ficar sem você — suspirou, acariciando meu peito. — me odeio tanto por isso.
Pensando no que dizer, eu não consegui encontrar algo, apenas saiu um: — A vida tem dessas.
Ele não me disse mais nada então, nós apenas ficamos em silêncio enquanto o dia perdia sua luz, e nós assistíamos isso pela janela de meu quarto. Quando eu vi, já não via nada, caí no sono.
E só acordei porque Jimin fez isso, mexendo carinhosamente em meu cabelo, sentado ao meu lado na cama, com uma tigela em mãos. — Acorda pra comer.
Eu sorri, sentindo o cheiro da comida, e eu tinha certeza que era algum caldo, mas tinha um aroma gostoso, me lembrava os temperos que Jimin tanto usava em sua antiga casa. Eu tentei me sentar, mas uma dor pegou em minha costela. Jimin deixou a tigela sobre o criado mudo e puxou meu cobertor, me segurando com cuidado, me puxando para cima, para que eu pudesse me sentar. Ele me cobriu mais uma vez, forrando meu colo com uma toalha, apanhou a tigela. — Quer que eu lhe dê na boca, ou você come enquanto eu seguro o prato?
— Hm… tem uma mesa de café da manhã no armário debaixo da pia — eu disse. — Minha mãe não gostava de usar, mas tem… é bem menos trabalhoso.
— Você prefere? — perguntou, e eu afirmei. — Okay.
Ele foi buscar a mesa então, e logo voltou com ela, após limpá-la, a posicionou sobre meu colo e me deu a tigela. — Por que você está comendo só sopa, Jungkook?
— Também não sei — ri, apanhando a colher. —É só por causa da minha costela, pra não estufar muito o meu estômago.
— Quando ele estiver melhor, vamos poder te dar comida sólida então — murmurou. — Como se sente? Já se passaram umas duas semanas.
— Ah, o ombro, a costela… estão melhores, eu acho. Sei lá, só não sinto mais tanta dor. — lhe disse, vendo um sorriso aparecer em sua boca.
— Que bom, babe — me disse, levando a mão até minha coxa, acariciando. — Logo vai estar bom de novo. E eu vou ver com sua mãe quando que o médico virá vê-lo denovo.
Eu assenti, voltando a comer. — Não vai jantar?
— Vou , estou esperando a carne ficar pronta — sorriu.
— Você fez carne? — senti inveja.
Ele apenas saiu correndo dali, me deixando indignado. Dentro da minha própria casa.
Minha primeira noite com Jimin na minha casa foi assim, bem esquisita, e silenciosa. Depois do jantar ele lavou a louça e trouxe uma bacia com água para eu escovar meus dentes, então me deu o remédio, escovou meu cabelo e aparentemente esperou eu dormir.
E quando eu acordei na madrugada, não o senti ao meu lado, e ligando o abajur, eu vi que ele dormia no chão, sobre um colchão de solteiro. E eu não sabia o que aquilo significava. Eu o fiz pensar que ele devia dormir longe? Ele não se sentia bem? E eu pensei em chamá-lo para a cama, mas de qualquer forma, eram 4 horas da manhã, e eu não tive coragem de acordá-lo, porque ele parecia realmente cansado um pouco antes de me colocar para dormir.
Eu queria poder voltar no tempo, para quando estávamos bem, e ter coragem de dizer que eu o amava, sem medo de ir rápido demais. Mas ninguém pode voltar no tempo, muito menos eu. Um pouco revoltado com isso, eu voltei a dormir, tentando ignorar o incômodo em meu corpo e mente.
Acordar com sua voz doce em meu ouvido é bom, definitivamente bom, então, no dia seguinte, eu não acordei de mau humor, eu mirei seu sorriso, me desejando um bom dia, e eu suspirei, recebendo um beijinho na bochecha. Ele parecia um helianto quando o sol atingiu sua pele que voltava a ter uma bela tonalidade.
E meu coração ficou em pedacinhos bem miúdos quando ele se afastou e eu pude ver sua pernas trabalhadas cobertas apenas por um shortinho amarelo, sob uma camisa branca que ficava enorme em seu corpo esguio. Após bocejar ele me disse: — Vou fazer um café pra você, fique aí.
— Eu tenho como ir a algum lugar? — perguntei, sorrindo frágil.
— Eu não sei — me respondeu, enquanto deixava o quarto. — Você é doido… não dúvido de nada.
Enquanto ele se ocupava na cozinha, o seu celular, que descansava sobre meu criado-mudo, tocou. Eu estiquei meus olhos para espiar quem era, e quando vi o nome “delegacia” brilhando, eu corri para apanhá-lo, fazendo até meu corpo doer.
— Alô — eu atendi.
— Tá com gripe, Jimin? Que voz é essa? — Yoongi perguntava.
— É o Jungkook — lhe disse.
— Meu Deus, é a volta dos que não foram — ele zoou. — Você tá vivo mesmo? Não caiu nenhuma perna?
— Tô vivo, pra sua alegria — sorri, mesmo que ele não visse.
— Não quer trocar de lugar, não? — me perguntou. — Eu fico quebrado numa cama dormindo o dia todo, e você vem aqui ficar ouvindo piadinha de policial e dormindo no frio.
— Você pode andar e não precisa ser carregado pra mijar? — bufei. — Então não reclama.
— Então, você e o Jimin vão morar juntos agora?
— Sim.
— Me diz, Karate Kid — pediu. — Você tá bem com ele?
— Hm — murmurei. — Um pouco.
— Seu merdinha, eu não fui preso pra vocês ficarem aí e não se acertarem logo — grunhiu. — Faz minha prisão valer a pena? ...literalmente.
— Ele te disse alguma coisa? — perguntei baixinho.
— É, comentou… que sabe que você tá magoado com ele, que não se sente no direito de te cobrar carinho ou qualquer coisa assim. — contou. — Que tá se sentindo horrível. Enfim…
Eu permaneci em silêncio por um curto período então, digerindo aquele pequeno relato de Yoongi. Mas então voltei à realidade. — Cara!, como está sua situação aí?
— AH!, lembrou que eu tô preso? — reclamou, me fazendo rolar os olhos. — Eu vou ter que ficar mais um mês aqui, enquanto o advogado tenta livrar minha bunda.
— Puts… -— foi só o que consegui dizer.
— E meu colega de cela fede á alho — resmungou, e então eu ouvi uma burburinho no funda da ligação. — O que? Um cidadão não tem direito nem a falar no telefone por uns minutos? … e daí que eu tô preso? Isso faz de mim um bandido? … é, talvez faça, mas eu ainda sou gente!
— Hm… — pigarreei. — Que acha de nos falarmos outra hora?
— A conta de telefone tá cara — ele bufou. — Volta logo com o Jimin!, para de putaria, tá ouvindo, Daniel San?
— Tô — murmurei, logo me despedindo e encerrando a ligação.
Eu queria que fosse fácil, Yoongi.
— Era o Yoongi no telefone? — Jimin perguntou de lá da cozinha.
— Era — lhe respondi.
— Ele disse alguma coisa nova?
— Hm… não — disse. — Mas eu não entendi ainda, qual a situação dele.
— Nem eu entendo — me falou. — Eu não entendo metade do que advogados falam… mas basicamente o advogado está tentando pegar uma pena pequena pra ele, pra então tentar um regime aberto.
— Entendi - menti, porque na verdade não tinha compreendido porcaria nenhuma. — Então… o Yoongi vai ficar preso por enquanto..?
— Sim — Jimin disse, vindo em minha direção enquanto secava suas mão em um pano. — O que sua mãe te dá no café da manhã?
— Mingau — fiz uma careta ao dizer, e ele tapou a boca para rir.
— Hm… eu posso te dar iogurte e cereal.
— Pode ser.
— A sra. Jeon não vai brigar comigo se eu mudar a comida? — me perguntou, encostando-se na porta e me olhando com um sorriso pequeno.
— Eu não vou deixar ela brigar com você — eu disse. — Mas por precaução…
— Não vamos contar nada — levou o dedo até a boca, sussurrando um “shh”, e voltando para a cozinha.
E depois de tomar café, ele me deu mais um remédio. — Uau, esses são bem fortes…
— É, são pra dor — expliquei. — E esse aqui — apontei para a outra caixinha em sua mão. — É pra febre…
— Você tem muita febre? — me olhou um pouco surpreso.
— Uhum… por causa dos machucados, e também do gesso. — disse.
Ele puxou meus cobertores então, começando a testar sua textura, ou grossura, eu não entendi exatamente. — Tinha que ter me dito antes… você teve febre durante a noite?
— Nah, só um pouco de calor.
— Estamos no inverno — riu fraco. — Ninguém sente calor se não estiver com febre. — ele dobrou o cobertor mais grosso então, o guardando em uma caixa. — Vai dormir com esses mais finos agora. Sua casa já é bem quente…
Eu assenti, não podendo discutir, e ele me olhou. — Se não concordar com alguma coisa, pode me dizer.
Eu não iria discordar, porque é visível que ele sabe melhor que eu. — Tá tudo bem.
— Okay — sorriu, terminando de dobrar os outros cobertores, me deixando descoberto. — Vou te deixar assim um pouco, pra tomar um ar…
Eu na verdade estava com vergonha, por conta da minha perna, enfaixada na região do joelho e com gesso no tornozelo, sem contar com as várias manchas verde amareladas em minha pele. — Estou feio, não é?
— Não, está machucado, é totalmente diferente — me disse, se sentando ao meu lado e me observando. — Eu teria tesão em você mesmo que estivesse totalmente enfaixado, então não babe, não está nada feio…
Eu o olhei, abrindo um sorriso fraco. — Me fez corar, oppa.
— Idiota — riu, deixando um beliscão em minha coxa boa. — Eu vou preparar o banheiro pra te dar um banho.
Com sais e pétalas de rosa, por favor, e ah!, um champanhe também.
Quando ele voltou, eu mesmo me sentei na cama, com dificuldade, mas não tanta, e ele apanhou a parte ferida de meu corpo, enquanto eu me apoiava na parte boa, e devagar nós chegamos no banheiro, e eu me sentei na cadeira, debaixo da ducha. Minha costela e meu joelho doíam quando eu me sentava, mas o remédio ainda estava segurando a dor forte, então eu só respirei fundo várias vezes, e ele tirou minha roupa, me deixando nu, abriu o registro, fazendo a água morna cair sobre meu corpo. — Você só pode tomar banho dia sim e dia não?
— Foi o que o médico disse — falei, usando minha mão boa para espalhar água por meu corpo. — Pra não forçar o corpo e sei-lá-mais-o-que…
— Ah, se o médico disse… — suspirou, e apanhou a esponja, derrubando sabonete líquido nela, começou a passar por minha pernas, esfregando com gentileza, e acabando por se molhar também. Eu peguei a outra esponja e lavei meu peitoral e abdômen, evitando a área da costela. Jimin então deu a volta, lavando minhas costas e pescoço, passando para o shampoo em meu cabelo.
— Aah… — eu gemi de dor, quando uma pontada forte veio em minha costela. Jimin se apressou então, enquanto eu lavava minhas partes.
— Já tá acabando — me disse, beijando meu ombro antes de desligar a ducha me enrolar em uma toalha, me levando para me sentar sobre outra toalha na cama, me secou e vestiu um shorts em mim, me deitando no colchão. Tudo com muito cuidado, com mais cautela que minha mãe, afinal era mais forte que ela.
E tudo que ele fazia era verdadeiramente grácil.
Ofegante, eu me ajeitei na cama, logo recuperando minha respiração, e vi Jimin vir para perto de mim com um secador em mãos, rapidamente secou meu cabelo, o penteando. Eu fiquei calado enquanto ele passava pomada em meus ferimentos, trocando também as ataduras de meu ombro e costela, exatamente como o enfermeiro fez da última vez, deixando tudo bem firme em meu corpo, pegou um hidratante e passou por meus braços e pernas, e por último espirrou desodorante em minhas axilas.
No fim, eu estava cansado por ele, e imaginei que ele estivesse exausto, mas não, assim que ele terminou de me arrumar, foi para sala e começou a limpá-la, me deixando um pouco perplexo. — Quer alguma coisa, Jungkookie? — me perguntou, enquanto passava pano no chão do corredor.
— Não — eu respondi. — Na verdade…
— Sim? — parou pra me olhar. — Diga, eu pego, eu faço… o que quer?
— Quero que pare o que está fazendo e venha descansar — apontei para o outro lado de minha cama.
Ele riu, como se eu estivesse brincando e sumiu para lá de novo, e eu pude ouvir o som das panelas batendo fraco umas contra as outras, e ele logo voltou. — Quer alguma coisa? Diga, se não eu vou tomar banho…
— Não, pode ir — sorri um pouco sem graça. Digo, não foi para virar um servo que eu o chamei para morar aqui.
E eu me senti realmente mal quando notei que o banho dele não durou apenas uns 8 minutos, o vendo logo sair, já vesti e com uma toalha enrolada na cabeça. — Está tudo bem? — me perguntou assim que saiu, e eu assenti, um pouco incomodado com aquilo. — Vou estar na cozinha caso precise de alguma coisa…
Eu estava limpo, meu quarto cheirava bem, e eu podia ver o azulejo de minha casa brilhando, tudo limpinho, mas isso não me deixava exatamente feliz. — Jimin!
— Diga — veio até a porta, com uma batata em mãos. — Estou fazendo o almoço.
— Hm… — murmurei, não sabendo como dizer o que eu queria.
— Pode dizer — ele me olhava, esperando, com o cabelo úmido sobre a testa e segurando aquela batata. E eu vi que não adiantava dizer nada naquela hora. — Hm?
— Não é nada — desisti, porque afinal ele já até estava com uma batata na mão. — Sério, não é nada… era só uma coisa boba que eu ia perguntar.
— Pergunta — riu fraco, esperando.
Tentando pensar em algo, eu pesquei qualquer dúvida minha. — Os peixes morrem quando os lagos congelam?
— Eu acho que não — sorriu. — Acho que eles congelam, e depois descongelam… acho que peixes são malandros. Mais alguma coisa?
— O que é uma supernova?
— Hm… é quando uma estrela velha explode…? Eu não lembro direito… — me disse. — Mas eu posso pesquisar se quiser.
— Não… eu mesmo pesquiso. — lhe dei um sorriso. — Obrigado, hyung…
— Foi nada — piscou um dos olhos, voltando para a cozinha.
E quando a comida ficou pronta, eu senti o cheiro apetitoso se espalhar pela casa, enquanto ele vinha com uma tigela visivelmente quente em mãos. Arrumando a mesinha de refeição sobre meu colo, e me entregou o caldo. — Woah, isso parece maravilhoso.
Ele riu, se sentando ao meu lado. — Eu deixei esfriando um tempo, mas não adiantou muito, então assopre antes.
— Tudo bem — concordei, logo levando uma colherada à boca. — Argh, tá muito gostoso, Jimin… como você consegue?
— Eu me viro desde pequeno — me disse. — Quer alguma coisinha?
— Não… vá almoçar também. — pedi.
— Okay — ele deixou um beijo em minha bochecha e foi, logo voltando com um prato nas mãos também, sentando em uma cadeira. — Se quiser alguma coisa, me di...
— Come, Jimin — o cortei.
— Hm — ele resmungou, começando a comer também.
Depois de terminarmos, ele nem parou para dar um tempo, apenas pegou nossos pratos e eu o ouvi lavá-los. E assim que ele parou um minuto, eu o chamei.
— Oi — ele veio, mas antes de eu poder dizer algo, ele apanhou a garrafa de água ao meu lado e destacou um comprimido de outra cartela de remédios. — Beba...
Eu tomei o remédio, e antes dele se virar para sair mais uma vez, eu agarrei sua mão, o puxando para perto. — Fica aqui comigo.
— Jungkook, eu tenho que pegar as cartas na caixa de correio — me disse.
— Não tem não — eu respondi, quase manhoso. — Para um segundo… deita aqui comigo.
— Oh — me olhou, parecendo realizar algo. — Eu estou te deixando sozinho?
— Está! — quase abri um berreiro.
— Aw, desculpa, Jungkook — me olhou, culpado.
Mas não era isso. Quando ele se deitou ao meu lado, eu passei meu braço bom por trás de seus ombros, o deixando juntinho a mim. — Jimin…
— Diga, amor — me respondeu, com a mão descansando levemente sobre meu abdômen.
— Não precisa ficar limpando tudo, e indo pra lá e pra cá arrumando as coisas, cozinhando tão pontualmente… eu não te chamei aqui pra isso. Pode só fazer o necessário, porque eu realmente ainda não posso ajudar em nada. — eu disse enfim. — E mais, eu tô mal, mas estou tranquilo… eu realmente só fico deitado aqui, eu não preciso de mais nada, então pode relaxar. Pode ir ver TV, cochilar, a até sair se quiser… tudo bem?
Ele não me respondeu imediatamente, e então se sentou, me olhando. — Não gosta que eu cuide de você?
— Não é isso — suspirei. — É só que… não preciso de muita coisa. Só que faça sim a comida, me ajude com os remédios, com banho... E que fique aqui comigo. Só isso.
— Desculpa — pediu, abaixando a cabeça. — É que sua casa é sempre limpa… eu achei que precisasse manter seu padrão. E mais, você pode querer que eu fique tranquilo, mas eu não vou relaxar com você.
Eu ri fraco então. — Tudo bem… só não se esforce também. Venha aqui, deite comigo.
— Eu vou tentar — me deu um sorriso envergonhado, e voltou à posição que estava.
— Jimin — chamei.
— Hm? — perguntou, acariciando a pele de meu peito.
— Durma na cama comigo, não no chão.
— Mas você tá machucado…
— E eu só vou melhorar se você dormir comigo — inventei.
Depois de rir ele sussurrou.— Eu te amo, Jungkook...
//e nessas horas
meu sorriso é passageiro
é aí que eu percebo
a falta que me faz você
e nessas horas
eu nem ligo pra dinheiro
pra eu me sentir inteiro
só preciso de você
de você
nem queria pôr arrocha hoje, porque ninguém nem vai ler até aqui anyways
dID YOU SEE MY BREATH DID YOU SEE MY BREATH
porra mic drop, porra ama, porra bangtan
votem se puderem, obrigada :)//
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