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Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!




Vamos lá, nós já sabíamos que aquilo podia dar numa merda federal, mas é como diz aquele ditado: Fodido, fodido e meio.

Eu já não fazia a mínima ideia de quanto tempo nós estávamos naquela cela, mas parecia muito, uma eternidade, aliás. Mesmo que eu soubesse que não fazia nem mesmo duas horas que nós estávamos ali, eu não aguentava mais. O que me levou a descobrir que eu não nasci para vida do crime.

Eu pousei minha cabeça sobre minhas mãos, os cotovelos apoiados nos meus joelhos, e eu bufei, impaciente. E quando levantei o meu olhar, peguei Jimin me encarando, seus olhos sem aquele aspecto extremamente triste de algum tempo atrás.

Eu havia feito tudo aquilo, eu praticamente enfrentei uma maratona, eu consegui impedir o casamento, mas… Eu não sabia o que fazer agora, o que dizer ou o como agir.

Eu estava, honestamente, meio esgotado, eu não me sentia capaz de fazer mais nada. Eu me encostei à grade e continuei mantendo contato visual com Jimin, tentando decifrar o que passava por sua mente.

Acho que seus sentimentos sempre serão um mistério para mim, passe o tempo que for, eu nunca vou saber quais seus traumas ou porque ele tem tanto medo. Também acho que não cabe à mim entender.

— Viu só? — Yoongi abriu a boca pela primeira vez em muito tempo. — Viu só o que você nos fez fazer, Park Jimin? Estamos na porra da cadeia porque você tem mais fogo no rabo do que tem fogo no inferno.

— Me tirou de lá pra vir me excomungar? — Jimin o olhou, uma expressão de desagrado e cansaço. — Você acha que eu já não me sinto uma droga o suficiente?

Ver Jimin triste ainda dói mais que tudo.

— Talvez sirva pra você usar sua cabeça da próxima vez — Yoongi pareceu irritado. Eu podia compreendê-lo. — Eu te disse, umas mil vezes, que aquela mulher não vale o pão que o diabo amassou.

— Testado e comprovado — Jaehyun, que encolhia-se em um canto, disse.

Jimin não respondeu, ele puxou as próprias pernas para perto do corpo e escondeu o rosto entre os braços. Cansado, eu pedi: — Dá um tempo, Yoongi…

— Dá um tempo? — Yoongi me olhou, um pouco irritado. — Quantas pessoas tiveram que lhe ver chorar todas essas semanas, Jungkook? Em qual destes dias você conseguiu se sentir alegre? Você praticamente entrou em depressão.

Eu balancei minha cabeça, tentando negar, afim de esquecer aqueles dias infernais por ao menos um minuto. Mas Yoongi continuou, mirando Jimin. — Sua impaciência fez esse garoto sofrer pra caralho.

Chega, Yoongi. Mesmo que eu mesmo quisesse dizer tudo o que foi para Jimin, eu não faria, eu não queria vê-lo estressado.

— Seu egoísmo nem mesmo valeu a pena — Yoongi bufou, rolando os olhos.

— Você acha que eu não sei? — Jimin levantou a cabeça, as lágrimas em seu rosto, e meu coração acelerou, porque aquela imagem me afetada de um jeito inexplicável. — Você acha que eu não sinto por isso? Que eu não me odiei cada dia por ter o deixado? Eu sei, Yoongi! Mas porra, eu já não sabia o que fazer, eu não queria machucar ninguém, eu juro, mas eu não sabia como fazer pra que ninguém mais saísse magoado. Você pode me desgraçar, porque eu sei que não fui um bom amigo, mas pode fazer isso depois? Minha cabeça está explodindo!

— Ah, olha o meu “foda-se” — Yoongi mostrou o dedo do meio.

— Se você não se importa com como eu me sinto, então, por que veio me buscar? — Jimin o questionou. — Por que vocês não deixaram eu me foder sozinho?

— Porque o Jeon é o único que vai te dar o que você quer — Yoongi o disse, toda sua sinceridade saindo por sua voz. — Mesmo que você seja um idiota sem juízo, você não merece aquela mulher.

Jimin desviou o olhar para o teto, enxugando as lágrimas em torno dos olhos. Eu abaixei minha cabeça, constrangido, pois aquele clima era esmagador, sufocante.

Quando o silêncio finalmente se instalou mais uma vez, nós pudemos ver os guardas vindo na direção nossas celas. Um deles logo chamou: — Jeon Jungkook e Do Jaehyun, nos acompanhem, vocês tem direito à uma ligação.

Eu e ele nos levantamos e seguimos em direção ao portão, onde fomos algemados mais uma vez, e levados para uma sala repleta de telefones presos à parede. Mais algumas pessoas detidas também faziam ligações.

— Que fase — suspirei, parando em frente à um dos telefones. Eu, com meus pulsos algemados, disquei o único número que me veio à cabeça.

— Alô — a voz de Namjoon surgiu no outro lado. — Quem fala?

— Jungkook — respondi, morrendo de vergonha.

— Garoto, onde você se meteu? — me perguntou. — O Jin disse que você estava indo pra Masan…

— Eu não tenho tempo pra explicar agora, Nam — encostei a cabeça na parede, me sentindo ridículo. — Eu tô preso.

— Nunca imaginei que esse dia fosse chegar — ele me disse, bastante calmo, para minha grata surpresa. — SEU FODIDO, MOLEQUE IRRESPONSÁVEL, CÉREBRO DO TAMANHO DE UMA UVA, MARGINALZINHO, QUE SE EU TE PEGO EU TE ARREBENTO!

Ok. Isso parece mais coerente.

— Não fala pra minha mãe — pedi, não me importando com seu ataque. — Me ajuda, Namjoon.

— Passa o endereço da delegacia, eu vou tentar fazer alguma coisa — Namjoon me disse, me fazendo ficar um tantinho mais aliviado. — Mas você só faz merda, ein, incrível sua habilidade.

Depois disso, só tive tempo de passar o endereço e agradecer, antes do policial me interromper e nos levar de volta para a cela. E quando entramos, Jimin e Yoongi saíram, também dariam suas ligações.

Eu me sentei onde estava antes e passei a esperar, pois era o que me restava. Eu queria por tudo sair dali, e… e poder conversar com Jimin, perguntar como ele estava e receber uma resposta honesta.

— Vocês vão voltar? — Jaehyun me perguntou, com aquele seu típico tom desanimado.

Eu não sabia como responder, pois eu queria gritar um grande e belo “sim”, mas eu não tinha certeza. Infelizmente.

— Qual é, garoto? — ele me olhou. — Olha onde você chegou por causa dele.

— Eu sei, eu sei — falei, coçando a parte de trás de minha nuca, confuso. — Mas por enquanto está um clima estranho… Eu preciso sair daqui pra que eu possa falar com ele.

Ele se calou, eu também, e então, Yoongi e Jimin voltaram para onde nós estávamos. Eu só notei a raiva nos olhos de Min quando ele se sentou e bufou. — O que houve?

— Você acredita que a ridícula da YooHee já foi liberada? — Yoongi me olhou, indignado.

— Esperava o que? — Jaehyun não estava nem um pouco surpreso.

— E a filha da puta teve a cara de falar com o Jimin — Yoongi grunhiu, e meus olhos saltaram.

— O que ela disse? — perguntei, olhando para Jimin. Porra, eu estava furioso por dentro.

— Ela disse que se eu aceitasse voltar, ela me tiraria daqui agora mesmo — Jimin contou.

Rata imunda.

— O que você disse?

— Acha que ele está fazendo o que aqui agora, inteligente? — Yoongi me disse, e eu entendi.

Jimin não aceitou.

— Graças a Deus — deixei escapar, sentindo o alívio dentro de mim.

— Eu não vou mais voltar — Jimin nos disse, mas mirando à mim. — Eu sei onde é meu lugar.

De onde você nunca devia ter saído.

Eu sentia frio no meu corpo, notando que o dia devia estar caindo, escurecendo, eu me perguntei se teríamos que passar a noite ali. Mas logo em seguida os policiais vieram até nossa cela, chamando três de nós, sim, Yoongi não foi chamado.

Eu só fui entender o que estava acontecendo quando na sala do delegado um homem se apresentou como advogado. Ele conversava de forma rápida, e usando palavras que nunca ouvi na vida.

Eu só assinei o papel que eles me deram, e estendi minhas mãos para que o policial tirasse minhas algemas. Jimin e Jaehyun foram os próximos.

— Por que o Yoongi não está sendo solto com a gente? — perguntei, preocupado.

— A situação dele é mais complicada — Jimin me disse, sua expressão séria pondo verdade em suas palavras.

— Sobre o amigo de vocês — o advogado começou a dizer, após terminar o acordo com o delegado, ele nos guiou para fora da sala. — Ele não é mais reu primário, então, ou teremos que pagar uma fiança meio gorda, ou ele será condenado a alguns meses de prisão.

— Quais as chances dele? — Jimin perguntou.

— Eu vou voltar amanhã cedo para tentar mais um acordo, mas ele terá que dormir aqui hoje — nos disse. — Eu vou fazer meu máximo.

Vidinha sacana.

— Foi o Namjoon que lhe mandou? — perguntei, quase com certeza.

— Foi sim — confirmou.

— Quanto ele te pagou? — questionei, para saber quanto eu deveria devolver à Kim.

Pagar contas dói.

— Não é ele que está pagando — me surpreendeu, e até mesmo Jimin pareceu confuso.

— Quem, então?

— Seu pai — o advogado contou.

Eu quase pedi que Jaehyun me segurasse, pois aquela revelação me tirou metade da pressão arterial. Meu pai?

Digerindo aquela informação, nós três fomos recuperar nossos pertences, como documentos, dinheiro e celulares. O advogado se despediu na porta da delegacia, prometendo que faria o seu melhor para tirar Yoongi dali o mais breve possível.

Eu suspirei, quando o ar frio atingiu meu corpo, e eu pude me sentir um pouco mais livre, sem quatro grades a minha volta.

— Bom, boa sorte pra vocês e para o Yoongi — Jaehyun falou.

— Obrigado por ter nos ajudado — eu disse, apertando sua mão.

— Eu só não podia deixar aquela mulher acabar com mais uma vida — disse Jaehyun, e após dar um sorriso, ele virou as costas e pegou seu rumo.

Eu não sabia pra onde ir, eu não queria ir embora, porque Yoongi estava na delegacia, e me cortava o coração saber que ele ficaria sozinho ali, mas eu não podia simplesmente me sentar na porta do lugar e esperar ele sair.

Ligando meu celular, eu disquei o número de Jin, e orei para não receber uma bronca enorme. — Alô, Jin.

— Onde você estava com a cabeça? — me perguntou.

— Você sabe — eu disse, dando uma olhada em Jimin, qual permanecia ao meu lado. — Eu não queria ser preso, mas…

— O que houve exatamente?

— Oh… — eu estava cansado, mas resolvi explicar. — Eu tive que invadir o cartório, pra interromper o casamento do Jimin… E deu o maior quebra pau. A polícia foi chamada, e é, todos nós fomos levados pra delegacia. — terminei. — Não é legal ser detido, Jin. Não recomendo.

— Ah, não me diga! Poxa, só porque eu estava planejando ir em cana amanhã à tarde? Vou ter que mudar meus planos, que pena. — zombou, me deixando com cara de tacho. — E o Jimin…?

— Foi preso também — mirei o loiro, que distraía-se com as propagandas coladas em um poste. — Ele não casou.

— Você conseguiu, então? — Jin acalmou seu tom, parecendo mais aliviado.

— Sim.

— Garoto… — ele riu, soando incrédulo. — Você é doido.

Eu dei um sorriso meio constrangido, e respondi: — Não sei controlar. Mas ei, Jin… O Namjoon está aí?

— Acabou de sair.

— Por que meu pai foi quem pagou pelo advogado? — perguntei, um pouco receoso.

— Ah, Jungkook, nos desculpe — pediu com antecedência. — Mas nem eu e nem o Nam tínhamos dinheiro pra pagar pelo serviço… Precisamos ligar pra sua mãe. E ela também não tinha, então, restou à ela ligar para alguns parentes, e eu acho que seu pai ficou sabendo, então ele se ofereceu pra depositar o dinheiro.

Uau. E surpreso, eu só pude dizer: — … Okay.

Por que as pessoas são tão confusas? Isso é assustador.

Eu me despedi de Jin, depois dele me amaldiçoar um tanto, e enfiei o celular no bolso. Agora sim eu não sabia mais o que fazer.

— Vai ficar aí? — Jimin me perguntou, me olhando à distância. — Amanhã a gente vem ver o Yoongi. Vamos.

Eu concordei, pois era o que me restava afinal, e eu me juntei à ele, o acompanhando numa caminhada pela calçada, em direção à só Deus sabe onde. — Conhece a cidade?

— Só um pouco — contou. — A YooHee mal deixava eu sair, na verdade.

Nojo.

E saber que ela pôde tocá-lo por todo este tempo me deixava enjoado. Digo, qualquer pessoa tocando o Jimin já me deixava possesso, Jun YooHee então, me deixava a ponto de usar uma arma de fogo contra ela.

Eu não sabia o que dizer à ele, sem deixar que meus sentimentos escapassem, então, me manti calado durante a maior parte do caminho. Só quando ele parou em frente à um hotel, que eu perguntei: — Vamos dormir aí?

— Sim — ele segurou meu pulso e me levou para dentro. — Preciso ser rápido, antes que ela bloqueie o cartão de débito.

Jimin foi ligeiro para contratar o serviço, logo pagou por uma noite de estadia, e assinou seu nome, em seguida eu assinei o meu. Ele agradeceu à recepcionista e pegou a chave, me levando para o elevador.

Eu prendi o ar em meu peito quando eu vi que o quarto possuía apenas uma cama de casal. Jimin puxou o telefone do gancho e ligou para o serviço de quarto, pedindo pijamas e também uma refeição.

— Eu vou tomar um banho — avisou, tirando os sapatos e a camisa social, deixando tudo jogado. Ele passou as mãos pelo cabelo e suspirou, antes de entrar no banheiro.

Eu me agachei até o mini freezer e apanhei uma garrafa de água, bebendo-a por inteiro. Eu estava nervoso pra caralho.

Enquanto Jimin estava no banho, eu tirei meus tênis e esperei minha vez de tomar uma ducha. Eu queria sim entrar no banheiro naquela mesma hora, e encher Jimin de beijos por toda parte, mas eu não me sentia mais tão íntimo.

Querendo ou não, ainda não tínhamos resolvido nossa situação. Aquilo era esquisito e angustiante.

Quando ele deixou o banho, com um roupão em torno do corpo, e secando o cabelo com uma toalha, eu me levantei e entrei no banheiro. Meu banho foi rápido, mas mesmo neste curto espaço de tempo, minha cabeça viajou mais que a repórter do programa de sexta feira à noite.

Eu tinha Jimin bem perto de mim mais uma vez, e desta vez ele estava livre. Mas por que eu não sentia que não éramos um casal?

Eu saí do banho no exato momento em que o serviço de quarto deixava o pedido de Jimin. E enquanto eu secava meu cabelo, ele se despiu, jogando o roupão sobre uma cadeira, e pondo o pijama.

Sua pele em uns tons mais claros que o normal ainda me incomodavam muito.

Eu também pus o pijama, uma camisa e um calção, e me sentei sobre a cama, sentindo o cansaço me abraçar. Não eram nem mesmo nove da noite ainda, mas eu queria por tudo dormir. Meu dia fora extremamente longo.

Eu me deitei, para me acomodar ao travesseiro, mas Jimin me puxou de volta. — Vem comer primeiro.

Eu passei as mãos pelo rosto, respirando fundo, buscando minhas últimas cargas de energia. Vendo Jimin misturar queijo ao macarrão, ele provou os dois pratos, após assoprar, e então me deu o macarrão da tigela da esquerda. — Pegue este.

— Por quê? — apanhei os chopsticks e o olhei. — Não são iguais?

— Não, este tem menos pimenta, está mais gostoso — explicou o gosto do que eu iria comer.

Ele me deu o melhor.

E antes que eu pudesse contestar, ele começou a comer, com seus olhinhos atentos à comida. Eu também empurrei macarrão para dentro de minha boca, mas sem muito apetite.

Nós jantamos em silêncio, e aos poucos o cabelo de Jimin ia secando, revelando aquele tom de loiro mais platinado, qual reluzia belo. Sim, eu estava acostumado ao loiro mais dourado, mas ele ficava bem com este também.

E talvez notando que eu olhava seu cabelo, ele perguntou: — Não gosta dessa cor? Não fica bem em mim?

— Não é isso — falei, voltando a prestar atenção em minha comida, qual já estava no fim. — Tudo fica bem em você, afinal.

Jimin, que já havia terminado de comer, me assistiu finalizar a refeição também, e então, quando eu afastei a tigela, ele me olhou nos olhos e abriu um sorriso discreto, enquanto ele calmamente penteava o cabelo com os próprios dedos. — Estava bom?

— Sim — confirmei. — Obrigado.

Enquanto ele empurrava o carrinho para fora do quarto, eu retornei ao banheiro e escovei meus dentes, e Jimin fez o mesmo depois que eu saí.

Mas antes que eu me deitasse na cama, senti a mão de Jimin segurar meu pulso, e ele me fez virar em sua direção. E eu fiquei sem reação quando ele passou os braços por minhas costas e me apertou em um abraço.

Eu fechei meus olhos e respirei fundo, pois era Jimin ali, me abraçando com aquela necessidade. Era finalmente Jimin, então, eu não pude negar, eu passei meus braços por cima de seus ombros e o puxei para mais perto de mim, acomodando sua cabeça em meu peito. E uma de minhas mãos subiu, infiltrando-se em seu cabelo macio, meus dígitos acariciando o couro cabeludo.

— Eu nunca senti tanta saudade de alguém, Jimin — eu confessei, sentindo seu corpo colado ao meu.

— Se eu soubesse, eu não teria te deixado, Jungkook — ele me disse, sua voz saindo chorosa e abafada. — Eu só percebi quanta falta você fazia quando já parecia tarde.

E notando minha camisa ficar molhada, eu fiz Jimin levantar a cabeça. Vê-lo chorando era pior que tudo, e enxugando as lágrimas que desciam por seu rosto bonito, eu pedi: — Não chore. Dói em mim.

Mas ele só derrubou mais água. — Quando eu chorava em frente à YooHee, ela dizia que eu não devia, pois eu sou um homem, que era ridículo.

— Não pense mais nela — implorei, depositando um beijo em seu rosto e deitando sua cabeça em meu peito mais uma vez. — Não pense nessas coisas ruins.

Após um tempo de silêncio, qual nós passamos praticamente sem nos mover, ele voltou a se pronunciar: — Você devia me odiar.

— Eu não consigo — suspirei. — Eu tentei, mas não consegui.

Jimin, aos poucos saiu de nosso abraço, com seu rosto um pouquinho amassado e as bochechas avermelhadas. Eu disse: — Você deve estar cansado… Vamos dormir.

Entretanto, quando eu me sentei na beira da cama, Jimin se aproximou e parou entre minhas pernas, segurou meu rosto com suas duas mãos, e me fazendo olhá-lo, avançou os centímetros restantes, até que nossas bocas se tocassem.

Meus reflexos vacilaram por um tempo, até que eu fechasse meus olhos e levasse minhas mãos à cintura de Jimin, o puxando para se sentar em meu colo. Eu devolvi seu beijo, com toda minha saudade e todo meu desejo.

Suas mãos deixaram meu rosto, enquanto sua boca movia-se no ritmo da minha, eu segurei um suspiro quando seus dedos tocaram meu cabelo, intercalando entre carinhos e puxões.

Minhas mãos ficaram firmes em sua cintura, parte por cima da camisa e parte em contato com sua pele, o mantendo próximo. E quando nosso fôlego faltou, ele passou os beijos para minhas bochechas, carimbando cada cantinho, até descer por meu pescoço, onde sua língua encontrou minha pele, e eu arfei. Quando eu sentia que seus lábios já deixavam um chupão em meu pescoço, eu levantei sua cabeça e retornei a beijá-lo, desta vez o empurrando contra a cama.

Eu estava com saudade, tanta que realmente doía. Era como se eu quisesse tudo e naquele exato momento, era como se eu finalmente pudesse alimentar meu vício.

As mãos de Jimin passearam com certa necessidade por minhas costas, enquanto nossas bocas e línguas tornavam-se uma, eu pude notar como o peito dele subia e descia com pressa, revelando seu nervosismo, sua ansiedade.

Park Jimin, eu acho que não funcionamos bem separados.

Quando nós quebramos o contato, ele respirou fundo e suas mãos pararam em minha cintura, tocando minha pele por baixo da camisa, e ele permaneceu de olhos fechados. Enquanto eu ainda estava sentado sobre suas coxas, ele abriu a boca para falar. — Me perdoa, Jeon.

Eu apoiei meus cotovelos no colchão e minhas mãos, que formigavam um pouco, tocaram seu rosto delicado. Quando ele abriu seus olhos, os meus o encontram e sendo honesto, eu disse: — Você foi egoísta, Jimin.

— Eu sei, Jungkook — me disse, suas mãos se agarrando à minha pele. — Eu só… Eu não achei que fosse doer tanto em você, e em mim.

Eu abaixei minha cabeça, apoiando minha cabeça em seu ombro, eu pensei em cada dia que me senti um merda por conta de sua partida.

Jimin subiu suas mãos até meu cabelo e fez carinhos naquela área, me deixando confortável. — Eu não queria te machucar, Jungkook. Acredite em mim.

— Mas doeu — falei, sem o mínimo de hostilidade em minha voz.

Eu não estava bravo, irritado, ou sendo violento, eu só queria dizer, dizer pra ele, que eu não sou uma criança, que eu tenho sentimentos e estes são fortes, que mesmo que eu me apaixone muito fácil, nunca é falso ou insignificante.

— Você me subestimou — falei. — Todos vocês, sempre me subestimam, acham que eu posso me apaixonar e desapaixonar a hora que eu quiser. Mas não!, eu tenho um coração, e ele dói.

É cansativo, ter meu coração quebrado, e ainda ter que me sentir como o idiota da história, o errado. Porque é assim, mesmo quando Taehyung me traiu, eu senti como se a culpa fosse minha. Eu não consigo sentir raiva deles, pois sinto raiva de mim mesmo. E isso é frustrante pra caralho.

— Me perdoa — Jimin tornou a pedir, me abraçando. — Eu não queria que você se sentisse mal… Eu não queria.

E voltei a olhá-lo, e as gotinhas de lágrimas empoçadas em seus olhos fizeram meu coração se apertar. Sinceramente, eu disse: — Eu te desculpo. Não fique assim.

— Mesmo? — me olhou, sua voz cheia de insegurança.

— Sim — confirmei, e puxei a manga de minha camisa para enxugar seu rosto. — Não chore mais.

Aquela não era nossa conversa definitiva, mas eu não queria fazê-lo chorar, ele estava sensível, e eu precisava ser sutil.

Após aquilo, nós nos deitamos corretamente na cama, e durante toda a noite, sua cabeça se acomodou ao meu ombro e sua mão pairou sobre meu peito.

Um pouquinho antes de eu dormir, ele me disse: — Sentiu mesmo tanta saudade de mim?

— Sim — falei a verdade.

E como senti!

— Acho que nunca alguém sentiu tanta saudade de mim — confessou. — Eu não pensei que algum dia eu faria falta pra alguém.

— Onde quer que você vá, eu vou morrer de saudade — beijei sua cabeça por cima dos cabelos macios.

Eu não precisei sonhar, porque o sonho que eu mais desejei nos últimos dias, havia se realizado.

Era incrivelmente bom tê-lo ao meu lado.

Pela manhã, foi ele quem me acordou, e já estava vestido, com as mesmas roupas de ontem. — Vamos ver se o Yoongi está bem.

— Jimin — chamei, enquanto eu me vestia. — Se o Yoongi não sair hoje… O que vamos fazer?

— Você vai voltar pra Busan — disse, assistindo eu me trocar. — Não pode ficar aqui sem roupas ou dinheiro. E eu fico, pra acompanhar o Yoongi e pegar minhas coisas.

Eu não tinha escolha, por isso concordei, e terminando de amarrar meus tênis, falei: — Vamos.

Jimin fez o check-out na recepção, e nós seguimos para fora do prédio. Estava frio, mas eu não tinha um agasalho, já que o meu havia extraviado na confusão do dia anterior. Mas logo nós alcançamos a delegacia, que ficava na mesma área do hotel, e esbarramos com o advogado logo na porta.

— Eu vou conversar com o delegado agora — ele avisou. — Vocês não vão poder entrar, então, me esperem aqui.

Jimin desejou um “boa sorte” à ele, e nós nos sentamos em um dos bancos de madeira em frente ao prédio. — Vocês são loucos… Como puderam criar uma confusão daquelas dentro de um cartório?

— Você devia nos agradecer — resmunguei. — Podia estar casado com aquela mulher nesse exato momento. Isso sim é uma puta loucura.

— Parecia certo no início — disse, soando um pouco irritado. — Ela nunca havia me tratado mal antes, okay? Foi depois que eu fui morar com ela que YooHee se transformou em uma lunática, paranóica.

— Ela não se transformou — rebati. — Ela só mostrou a verdadeira face.

Se enganar com as pessoas é pior que pastel de palmito.

— Jimin… — passou algo por minha cabeça. — Tem alguma chance dessa mulher tentar te fazer algum mal?

Jimin demorou à responder. — Eu não sei, Jungkook.

Mas por falar na mãe do demônio, ela surgiu. Sua usv parou quase sobre a calçada e ela saiu furiosa, sendo recebida por policiais, ela esbravejou: — Deixaram eles sair! Eu dei ordens para que eles fossem condenados, como o delegado pôde me contrariar?

Como Jimin suportou essa cobra por tanto tempo?

— Eu exijo falar com o delegado — ela bateu o pé, parecendo uma criança mimada.

Todavia, de repente ela nos notou ali, e pudemos até ver o fogo por trás de seus olhos. Eu segurei a mão de Jimin e o fiz levantar: — Vamos sair daqui.

Eu e ele fomos para calçada, caminhando em qualquer direção, mas eu pude sentir que YooHee nos seguia, ela não tentava ser discreta.

Eu estava apreensivo quando Jimin parou de andar, e se virou, parecendo puto. Ele se pôs em minha frente e encarou YooHee: — O que você ainda quer?!

— Quero o que é meu — ela respondeu, tão rude quanto. — Eu não lhe aturei com essa cara de viadinho por anos, chorando por machos, pra no dia do nosso casamento você desistir!

— Ah, mas foi exatamente isso — Jimin respondeu-a. — Eu não acredito que demorei tanto tempo pra ver o quão desprezível você é! E sabe? Nunca alguém vai te querer, mesmo que você disponha toda sua fortuna, porque você é horrível. Sua cara é horrível, sua voz é horrível, seus pensamentos são horríveis, seu coração é horrível, você é horrível em cada mínimo aspecto.

Furiosa, YooHee atacou a bolsa dela contra o rosto de Jimin, mas ele apenas riu. — Você vai morrer sozinha, porque não há nada em você que vá agradar alguém. Até mesmo transar com você é mórbido! Acorda pra vida, sua sem noção.

Eu vi os seguranças dela se aproximarem, e enquanto ela saía do caminho, um dos homens atacou Jimin, sem sucesso, já que ele agarrou o braço do homem e acertou um soco em seu rosto, seguido de um chute nas costelas.
Os policiais, ao verem à situação, começaram a vir em nossa direção. Mas quando o outro segurança veio ao meu encontro, foi Jimin que o atacou primeiro, agarrando sua camisa e o jogando contra o chão. — Chega dessa merda, YooHee! Eu não vou voltar, e nunca me arrependi tanto de algo quanto de ter aceitado ser seu noivo!

— Esse moleque é assim tão bom? — ela perguntou, soltando fumaça pelos ouvidos.

— Melhor que qualquer um — Jimin respondeu, convicto. — Ele é algo que você nunca vai ser, nem em mil anos! E ele não é um "moleque", é um homem, é o Jungkook, e não há nada que você possa fazer quanto ao amor que sinto por ele!

— Vá atrás dele no inferno, então! — YooHee gritou, e eu não entendi de primeira, eu ainda estava aturdido com tudo que Jimin dissera.

Entretanto, quando aquela mulher me empurrou em direção à rua, eu só pude ouvir os gritos de Jimin e dos policiais, e então o barulho de motor, antes de um carro me atingir.

Eu não ouvi mais nada, eu só senti a dor, antes de apagar.

Jimin me ama.












//PARA NA MINHA CAMA
ATE DIZER QUE ME AMA
MAS AMOR E MENOS DRAMA

JUNGKOOK NÃO VAI MORRER, CALMA DESDE JÁ

!não desanimem com a fanfic! :(

a att ficou bem pastel de palmito, eu sei, mas ai... foi o que deu

oi :)

QUEM TA PREPARADO PRO COMEBACK?? eu que não ;-;

serendipity me causa dores

feliz aniversário atrasado pra jeon jungkook e feliz aniversário adiantado pra kim namjoon <333

votem e comentem se der yay

essa é a capa nova da fic


nao deu pra postar comentários legais dessa vez, porque eu sempre deixo pra ultima horakkkk mas hoje mesmo vou começar a editar alguns pra proxima att ok?

OLHA PRA ESSE GAROTO, SURTA AQUI COMIGO, PARECE UM NENE MAS SARRA O CHÃO

a boquinha da minha gata pra vocês

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