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25 de dezembro, Natal. E de presente, a saudade de Park Jimin. Oh, não, este presente eu ganho todo dia.

Naquela noite eu me senti o pior merda, pois nem com a maravilhosa comida da minha mãe eu consegui me animar, e sabe, foi de cortar o coração o jeitinho triste como ela me olhou.
Eu tentei forçar sorrisos, eu joguei algumas piadas, tentei realmente escutar o que meu primo dizia, mas minha mente sempre acabava viajando nas ondas de um cabelo loiro.

No finalzinho da noite, eu pude ouvir minha mãe se despedir de sua irmã, minha tia. Aos sussurros elas diziam: "Por que o Gukk está assim?" "Ah, o namorado dele o deixou..." "De novo?" "Você conhece ele." "Logo ele acha outro. Ele sempre acha."

Se eu fosse mais novo, teria ralhado com elas, dito coisas como "ninguém me entende" e corrido para o quarto ouvir Evanescence, mas agora, eu apenas suspirei envergonhado e voltei para a mesa.

Eu comi por gulodice, pois nem sentia fome, e quem sabe se eu comesse até ficar superobeso, sem poder sair da cama, eu parasse de quebrar minha cara com o amor.

— Conheceu alguém novo? — minha mãe tentou perguntar, na esperança de que eu já tivesse partido pra outra.

Eu não respondi, eu a olhei e voltei a bebericar a garrafa de soju. Ela viu como uma resposta, eu creio.

— Você soube do pai? — foi o que perguntei enquanto arrumavamos a louça na cozinha.

— É, uma irmã dele me ligou — ela respondeu, pretendendo soar casual.

Eu sabia que se eles estivessem casados, minha mãe estaria fazendo de tudo para ajudar ele, sabia que ela estaria ao lado dele em cada passo.

Eu dormi na casa dela aquela noite, e foi bom, pois tudo lá tinha um cheiro de mãe, e mamãe usava cortinas de renda, elas faziam uma sombra bonita na parede, era aconchegante.

Mas antes de dormir, eu não pude evitar de pensar em Jimin, de me perguntar se ele estava sendo bem tratado, se estava feliz, se comeu direito, se ganhou bons presentes... se pensou em mim.

Amar Park Jimin é padecer na fossa.

É, eu acordei às três da manhã com uma ligação do Yoongi. Todo bêbado ele me disse: "Feliz aniversário karate kid, que esse ano de 2005 seja cheio de felicidade, que o Papai Noel te traga muitos ovos de chocolate nesse dia dos namorados, e que seu bebê nasça saudável!"

No fundo eu pude ouvir seus parentes confraternizando, diziam coisas como: "Eu vou te matar seu filho da puta, eu te amo."

Mas naquela hora em que ele me ligou, eu demorei um pouco para voltar à dormir, eu me apoiei na janela e encarei o céu brilhante, as pessoas que passavam na rua, as várias lanternas que foram acesas. Mas encarando especialmente o véu negro salpicado de estrelas, eu vi exatamente quando um ponto cintilante cortou o céu, sumindo tão rápido quanto surgiu.

Eu fechei meus olhos rapidamente e fiz um desejo à estrela cadente.

— Que eu consiga Park Jimin de volta, estrelinha — pedi, com todo o meu coração.

Eu sei que, na última vez que eu o vi, eu disse à mim mesmo que desistiria, mas... Eu não consigo. Mesmo que eu tente, mesmo que eu me force a pôr em minha mente que tudo isso me machuca, meus pensamentos tornam a trazer seus sorrisos, seus beijos, seu simples modo de cruzar as pernas enquanto se sentava.

Eu sou um trouxa.

— Você é um trouxa — Namjoon me dizia.

Era dia seguinte ao do Natal, Seokjin quase implorou para que eu fosse almoçar na casa dele, porque sobrou muita comida. É, ele podia dar as sobras para o cachorro, mas preferiu me chamar.

"Casinha, Jungkook, casinha!"

— Não chame ele assim — Jin me defendeu. — Ele pode ser bobo, inconsequente, impulsivo, idiota, teimoso, pouco inteligente, apaixonado, largado, abandonado. Mas não merece ser chamado de trouxa.

O que seria de mim sem Kim Seokjin? 

— Vem almoçar — Namjoon me puxou para a mesa. — O Jin fez tipo 7kg de comida, e a mãe dele fez mais 10kg de comida, e ficaram disputando pra ver quem faria o prato mais gostoso. Depois de comer eu tive que ir caminhar pra não me dar uma congestão.

— Minha mãe não aceita a derrota — Jin distribuiu nossos pratos. — Enfim, eu te contei, Jungkook?

— Não — mal sabia do que ele estava falando. Jin mudava de assunto na velocidade da luz.

— Eu ganhei um estágio — me disse, abrindo um de seus lindos sorrisos.

— Isso é ótimo! — sorri com ele, pondo massa com legumes em meu prato. — Começa quando?

— No início desse ano que vem — me falou, e eu vi que Namjoon o admirava com puro orgulho, sabe, com aquele sorriso discreto e brilho nos olhos. — E em março eu começo a pós graduação.

— Caramba — eu cansei só de ouvir.

A comida de Jin era mesmo maravilhosa, mesmo amanhecida, continuava tão boa quanto pudera ser quando fresca. Namjoon tinha tanta sorte, pois ele não cozinhava nada, era ridículo um homem daquele tamanho não saber como se quebra um ovo sem estourar a gema.

Certo, eu só aprendi com 21 anos, mas ele é mais velho que eu!

— A gente marcou a data do nosso casamento — Jin falou, me fazendo quase engasgar com o frango.

Nem um sinalizador antes de soltar a bomba?

— Casar como? — perguntei, um pouco chocado. — Não dá pra pessoas como nós casarem aqui na Coréia. Vocês não vão pra Holanda, vão?

— Talvez um dia — Jin sorriu, parecendo sonhador. — Mas nós sabemos disso. É só uma cerimônia simbólica.

— Já que a sociedade é uma merda — Namjoon emendou.

Pensando em como seria a cerimônia deles, eu acabei por imaginar uma cerimônia minha com o Jimin. Eu o imaginei vestido de branco, com uma arco de flores sobre a cabeça, suas bochechas rosadas reluzindo, o sorriso em seus lábios vermelhos, seus olhinhos quase fechados, o cabelo loiro com qual o conheci, as mãos delicadas sobre as minhas, entre seus vários anéis uma aliança.

— Vocês compraram alguma coisa com álcool? — perguntei.

— Sim... Por quê? — Jin me olhou.

— Eu só... — perdi a fala, simplesmente me levantei e fui buscar a bebida na geladeira.

Eu abri a garrafa de vinho e enchi um copo, e eu bebi o máximo que pude, até Namjoon aparecer na cozinha, me olhando com certo penar.

— Não é assim que você vai esquecer ele — tirou a garrafa de minha mão e a guardou. — Você sabe que dificilmente vai encontrar ele de novo, certo?

Eu abaixei a cabeça, me apoiando na pia, eu fechei os olhos e tentei me convencer de que Park Jimin não existia.

— Eu sei que você está mal, que realmente gosta dele — me disse. — Mas... Eu só te vejo desanimado, triste, pra baixo. Cara, tenta esquecer ele, para o seu próprio bem.

— Eu não consigo — eu não imaginava que minha voz sairia tão sôfrega.

Doía em mim, doía como o inferno.

— Okay, garoto — me deu um tapinha nas costas. — Tudo ao seu tempo. Volta pra mesa.

Eu voltei, eu comi, até repeti, ri das piadas de Jin sobre quando Namjoon usava um topete, na adolescência (claro que Namjoon atacou um tomatinho na cara de Jin por conta disso), mas eu não estava legal.

Quando eu voltei para casa, respondi o "feliz natal sensei" dos meus alunos, e apenas fiquei deitado a tarde toda, brincando com uma bola de meias, ouvindo alguma música brega na rádio.

Dos meus 33 namorados, Jimin foi o que mais me fodeu, e também o que não chegou a ser um "namorado oficial". (Eu acho que foram 33, tipo, 3 quando eu tinha 13 anos, 4 quando eu tinha 14, 3 quando eu tinha 15, 4 quando... Chega.)

Eu sou um ser humano que nasceu para se ferrar.

Como que uma pessoa só, consegue fazer o estrago que dezenas de pessoas não fizeram? Me explica isso, física.

E aquela noite eu pedi uma pizza, realmente concentrado no meu plano de engordar até ocupar toda a minha cama kingsize. A cada fatia eu checava o meu abdômen, para ver se as gorduras já haviam aparecido, mas não, ainda estava sequinho.

Será que Jimin já mudou mais alguma coisa desde aquele dia? Eu espero tanto que não tenha.

Cada vez que eu pensava nele, eu me sentia mais idiota, mais otário.

Jeon Jungkook, 22 anos, abandonado, trouxa e obeso.

Enquanto eu cogitava fazer um bang jumping sem corda, meu celular tocou, e eu vi que era Yoongi, então me perguntei: será que ele não sabe mandar mensagem, ele tem que ligar toda santa vez?

— Será que você não sabe mandar mensagem, você tem que ligar toda santa vez? — perguntei à ele.

— Eu tenho preguiça de digitar — me disse. — E qual o problema em me atender? Tá com namoradinho aí ao lado é?

— Cara — rolei meus olhos, tombando a cabeça pra trás. — Eu tô mal hoje.

— Ontem você também tava — desdenhou. — E amanhã vai estar também. Não sei porque você ainda se dá ao trabalho de avisar que está mal.

— O que você quer? — resolvi ser direto.

— Eu tava lendo o jornal hoje — começou. — E eu vi uma notícia que muito nos interessa.

— Uma nova loja de dildos?

— Não — grunhiu. — Na página sobre os socialites, dizia que Jun YooHee vai se casar dia 27 desse mês.

— Amanhã? — senti meu coração explodir.

— Amanhã — confirmou.

Nós ficamos em silêncio naquele momento, e eu notei minha boca ficar seca, um bolo estranho se formar em minha garganta, meus pulsos palpitarem com força absurda.

Jimin ia casar no próximo dia. E não havia porra alguma que eu pudesse fazer.

— Por que me disse isso, uh? — perguntei, ficando irritado. — Só pra eu não dormir essa noite, e nem pro resto da merda da minha vida?

— É só pra você estar ligado — me falou. — Porque tu pode ter desistido, mas eu não me dou por vencido até que a partida termine.

— Yoongi... A gente nem sabe onde eles moram. Pesquisamos onde poderia ser a casa dessa ordinária, mas nada apareceu. — o lembrei, frustrado. — Eu tô cansado disso.

— Acontece que o Jimin é o meu melhor amigo, e ele acha que pode convencer a YooHee a aceitar minha aproximação, mas aquela mulher nunca vai deixar nós nos vermos novamente — ele parecia estressado. — Eu sou capaz de sentir a tristeza na voz dele toda vez que nos falamos. Ele só tá fazendo isso por medo, por carinho à ela, por ser outro idiota. Vocês dois são uns puta idiotas.

— E como você acha que vai conseguir impedir esse casamento? — o questionei.

— Se tudo der certo, logo você vai saber — falou com leveza dessa vez. — Boa noite, gostosinho.

Desgraçado.

Como previsto, eu não dormi aquela noite, eu realmente só fui vencido pela sonolência quando já passava das oito da manhã, e isso porque o sol contra meu corpo me deixou soft e eu não consegui evitar.

Mas cada minutinho daquela madrugada eu usei para imaginar como seria minha vida sem a mínima chance de ter Jimin de volta, digo, mesmo que ele pedisse divórcio, YooHee nunca aceitaria, e Jimin não tinha dinheiro para pagar à ela uma multa. Céus, minha cabeça só pensou nisso, em Jimin preso à ela pra sempre, distante de mim para sempre.

Eu sabia que Yoongi às vezes era capaz de milagres, mas aquilo era demais, sabe, chegar até eles e conseguir impedir o processo. Era difícil demais, não por conta da minha dislexia, mas por causa da realidade mesmo, começando pelo fato de que não fazíamos a menor ideia de onde eles viviam, de onde se casariam.

Quis ouvir Adele e chorar enquanto seguia com o plano de virar um superobeso.

Será que o Jimin realmente não vê que ela nunca vai amá-lo do jeito certo? Eu sou assim tão incerto? Eu pareço ser tão imaturo? O medo dele é tão grande?

Nós saímos das bolas dos nossos pais só pra sofrer.

Eu não quis acordar naquele dia 27, não quis pensar que talvez Jimin já tivesse casado, ou que iria casar em poucas horas.

Eu acordei com dor de cabeça, e mesmo sendo horário do almoço, eu não senti a mínima fome. Eu quis picotar meu cabelo pra pagar de rebelde, e fumar uns cigarros, mas ah, era muito trabalhoso.

Eu queria mesmo era pegar Jimin e levá-lo pra longe, para onde medo não existe, e nem temos o que temer.

— Merda — grunhi, batendo a caneca de café contra a mesa, e levando as mãos ao cabelo, os puxando.

Eu chorei.

Chorei porque eu não devia estar tão envolvido, não devia estar tão fodido, não devia estar tão apaixonado, não devia estar doendo tanto.

Chorei porque foi o que me restou.

Park Jimin é um idiota.

— Seu idiota — gritei para a tatuagem em meu braço. — Idiota, medroso e egoísta. Grande filho da puta!

Eu queria pegar o pescoço dele e fazer como com uma galinha na degola.

Irritado, eu procurei tomar um banho, para tentar me acalmar, mas durante o banho eu até apertei o frasco de xampu com força demais. Eu peguei as chaves de casa e saí, fingindo que não, o cara que eu amo não estava se casando.

— La la la, eu estou feliz — cantarolei, segurando meu capuz para que o vento não o derrubasse.

Eu nem sabia o que eu estava fazendo na rua, porque não tinha nada pra fazer, mas se eu ficasse em casa talvez eu quebrasse tudo que eu visse pela frente. Então, eu iria parar em algum lugar para comer, tanto faz.

Jun YooHee é uma... vaca. Pronto, falei, ela é uma vaca! Uma vaca!

Mas vacas são bonitinhas, e nos dão leite.

Jun YooHee é tão ruim, que o pior xingamento pra ela é "Jun YooHee".

Perdido naqueles pensamentos quase inúteis, eu nem vi quando meu gorro voou de minha cabeça, eu apenas ouvi o chamado um pouco distante de um rapaz. — Seu gorro, caiu!

Eu dei meia volta e fui ao encontro do cara, me sentindo realmente envergonhado. — Obrigado... Eu tava distraído.

— É, estava falando de vacas, e de Jun-alguma-coisa — ele riu enquanto me devolvia o gorro. — Fica esperto, a Chapéuzinho nunca perde o capuz dela.

Eu demorei pra caramba pra entender, só captei a referência quando lembrei que meu gorro era vermelho. Só então, eu pude rir, e eu acho que ele viu graça naquilo, pois abriu um sorriso divertido junto à mim.

É, o sorriso dele era bonito, tinha um piercing prata na gengiva, o que combinava com seu cabelo pink, com a jaqueta de couro, as botas da mesma textura, mas surradas. Ele era bonito e tinha um jeitinho magano.

— Você mora por aqui? — perguntei, já que nunca tinha o visto ali por perto.

— Não — me respondeu. — Eu só vim devolver umas coisas do meu ex.

— Como você fez? — o interroguei, imaginando se eu era o único com sangue quente por conta do ex namorado.

— Eu ataquei tudo na janela dele, mas eu acho que os vizinhos não gostaram — me disse, e pensando na possível cena, eu acabei rindo. — Ele usava aquelas drogas de discos como pretexto para vir em minha casa encher a porra do meu saco. Bem, não há mais nenhuma desculpinha.

— Por que vocês terminaram? — temi ser invasivo, mas ele parecia amistoso.

— Eu precisei viajar por uma semana, e foi o que bastou para o babaca cair de boca no pau de outro cara — suspirou. — Já foi traído?

— Já — ri, mas quis chorar.

— Como ela te traiu? — me perguntou, puxando os fios rosa para trás da orelha, por conta do vento.

— Bom, ele acabou se apaixonando por outro rapaz, e teve medo de me falar — expliquei.

Eu pude ver como ele me olhou dos pés a cabeça quando eu terminei de falar, e minhas bochechas ficariam da cor do cabelo dele.

— Você faz ele parecer bonzinho — debochou. — Aposto que você o perdoou.

— É, perdoei — torci o nariz ao dizer isso, pois eu parecia meio tolo. — Eu sou assim.

— É uma graça — riu baixinho, afundando as mãos nos bolsos do casaco. — Meu nome é Yin.

— Jungkook — me inclinei para cumprimentá-lo.

— Tá ocupado hoje, ou? — eu o vi desviar os olhos de minha direção para perguntar, parecendo um tantinho nervoso.

— Na verdade não — fui sincero.

— Uh... Você me achou bonitinho? — tornou a me olhar, e eu quase engasguei.

— Sim — sincero outra vez. — Você devia saber.

Digo, ele parecia confiante, provavelmente reconhecia a própria beleza. Sorrindo, ele me perguntou: — Quer meu número?

Ah, Deus.

É sério, por que meu senhor amado faz essas coisas comigo?

Tipo, olha pra esse cara em minha frente, estilo rebelde francês, longas pernas realmente atraentes, e olhos que fazem eu me perder na linha.

— Ah... — fiz uma careta, sem saber o que dizer. — Olha...

— Você namora? — pareceu se assustar um pouco. — Argh, eu nem pensei nisso. Desculpa!

— Eu não namoro — corrigi. — Mas, sendo honesto, eu tô na merda.

— Por quê? — Yin me olhou com certa preocupação.

— O cara que eu gosto tá se casando hoje — falei, temendo que ele corresse dali, para escapar de uma sessão de choro minha. (Eu correria.)

— Você tá mesmo na merda — me deu um sorrisinho triste. — Quer conversar?

— Na verdade eu já enchi o saco de todo mundo com esse assunto, então, eu juro, você não vai querer ouvir isso — falei com toda minha honestidade.

— Ah, você realmente parece ser uma graça — suspirou, mesmo soando meio chateado. — Se um dia você estiver livre, eu trabalho em uma loja de instrumentos perto da praia.

— Eu acho que sei onde é — sorri, realmente constrangido.

— Me dê um beijo antes de ir — Yin virou o rosto, indicando sua bochecha rosada. Rindo, eu me aproximei para beijá-lo, mas ele virou o rosto novamente, fazendo com que minha boca se encontrasse com a sua num selinho. — Te peguei.

Atordoado com aquilo, eu nem consegui me despedir direito, eu apenas acenei enquanto ele se distanciava, dizendo: — Tchau, Jungkook! E não desista do seu amor, se ele ainda não casou, lembre-se que enquanto ele não disser "sim" você ainda está no jogo. Boa sorte, Chapéuzinho Vermelho!

Tchau, Yin.

Ah, eu quero muito enfiar minha cabeça num tanque cheio de piranhas, por ter realmente dispensando aquele gato.

Almoçando em um restaurantezinho, eu não consegui parar de pensar em Jimin, mas dessa vez, sem raiva, porque a ocasião com Yin me deixou mais relaxado.

Eu não iria conseguir impedir o casamento, isso era certo, então, comecei a torcer para que YooHee fizesse ele feliz.

Minha torcida não durou nem dois minutos.

Eu queria muito que YooHee fizesse Jimin limpar o chão com uma escova de dentes, pra ele ver o demônio com quem ele casou.

Eu odeio ser eu.

Terminando de almoçar, eu comecei meu caminho de volta para casa, resmungando coisinhas que nem eu entendia, mas que com certeza tinham a ver com Park Jimin.

O celular vibrando e tocando no bolso de minha calça fizeram eu parar para atender, e já não fiquei surpreso ao ver que era Yoongi.

— Oi — falei, desanimado.

— Oi, oi, tchau, tudo bem, manda um abraço pra sua tia e o caralho a quatro — falou afobado. — Me escuta, Jungkook, nós temos três horas só.

— Três horas pra quê? — não entendi nada.

— Como é difícil lidar com você — quase pude vê-lo rolar os olhos. — Três horas para impedir o casamento do Jimin.

Talvez tenha sido o vento a me derrubar, mas eu caí no chão.

— Como assim? — perguntei, quase morto, deitado na calçada.

Talvez o rataplã que soava dentro do meu peito, que vinha do meu coração, pudesse ser ouvido à milhares de quilometros.

— Eu vou ter que desenhar esse caralho? — ele parecia um técnico bravo com o time. — Olha, Daniel-san, há uns dias eu vinha acompanhando as redes sociais de uma sobrinha da YooHee. E ontem a idiota postou uma foto com a desgraçada, dizendo que estava na casa dela, e adivinha?! Ela não desligou a localização!

— Tá, tá — tentei me recuperar. — Mas ela vai casar em casa? Ela não é divorciada? Não teria que ser no cartório?

— Meu Deus, ele pensa — debochou. — Sim, pequeno gafanhoto, precisa ser em um cartório. Mas só há um cartório onde ela mora, e é nesse que ela deve se casar, por viver ali.

— Yoongi... De Busan até Masan vai levar tipo, duas horas. — voltei a andar em direção a minha casa, com meu coração parecendo hipertenso. — Isso que... Nossa, cara, tem tanta chance disso dar errado.

— Vai comigo ou não? — me pôs contra a parede mesmo por telefone, ignorando o que eu disse, obstinado como sempre. — Jungkook, a vida do Jimin vai virar um inferno do lado dela.

— Como você pode ter tanta certeza? — perguntei, agradecendo aos céus por logo poder ver meu prédio.

— Eu posso não ter certeza — me disse. — Mas alguém aqui tem.

— Explica! — pedi, empurrando o portão para poder entrar. Eu sentia como se fosse ter um negócio à qualquer hora.

— Você vem ou não?

— Yoongi, de que adianta nós chegarmos lá, se ele provavelmente vai dizer "não, Jungkook, eu tenho medo, a YooHee tá doente e bla bla bla" — falei, me sentindo realmente fraco ao terminar de subir a escada. — Eu tô cansado disso.

— Jungkook... — pareceu suplicar. — Eu te juro, se não der certo, eu nunca mais toco no nome do Jimin.

Eu me sentei no último degrau daquela escada, naquele corredor mal iluminado, e eu deixei minha cabeça pender para o lado, me encostando na parede. Eu estava mesmo cansado pra caralho, cansado de sentir dor por conta dessa merda toda, cansado de tentar, de pensar nele a cada segundo. Eu me sentia a porra de um louco obcecado. Aquilo estava acabando comigo.

— Eu não sei, Yoongi... — tive que dizer.

— Seu fodido — ele praguejou antes de encerrar a ligação.

Eu enfiei o celular no bolso e fiquei encarando e pleno nada, apenas aquelas escadas sujas, as paredes depreciativas. Eu não sabia o que fazer.

Onde eu enfiaria minha cara se eu fosse até lá e recebesse mais um belo 'não' dele? Este 'não' talvez fosse o que mais me doesse, e por isso eu temia tanto ouvi-lo. Eu não sei o que se passa pela irritante cabeça de Jimin.

Isso é uma completa merda.

Ah senhor, por que me deu um coração se só fazem ele sofrer?

É o que diz aquela velha música: dizem que quem não ama sofre, quem ama vai sofrer mais.

Não aguentando aquela frustração dentro de mim, eu acabei por não conseguir me segurar, e gritei: — AAH, PORRA!

Eu estava à beira do marasmo.

Meio ofegante após isso, eu chutei o nada, arriscando rolar naquela droga de escadaria. Eu fechei os olhos e apoiei minha cara em minhas mãos e meus cotovelos nos joelhos, todo quereloso.

Por que você foi fazer essa inhaca, Park Jimin? Por que não ficou aqui quietinho? Céus, como eu queria voltar no tempo, eu estenderia um tapete vermelho para Taehyung e Hoseok entrarem na casa do Jin aquele dia.

— Ferrado, de novo? — eu ouvi perguntarem, e eu nem precisei olhar para saber que era o sr. Byun. — Por que não me surpreende?

— Eu tô sofrendo — falei, sentindo uma vergonhosa vontade de chorar.

— E eu quero passar — deu um chutezinho em minha bunda, e eu me apertei contra a parede para ele seguir. E ele ia descer, mas na metade do caminho, se virou e me olhou. — É aquele loirinho da bunda redondinha? O que geme alto?

— Não me lembra da bunda dele — pedi, choramingando. — É esse mesmo.

— Mas uns três meses atrás não era aquele altão bonito? O que te botou uns chifres? — sr. Byun fez uma careta. — Ah, você deve trocar de namorado mais do que troca de cueca.

— Você não ia sair sr. Byun? — apontei para o portão. — Me deixa aqui, sabendo que logo o cara que eu amo vai casar.

— Ele vai casar? Mas ele não estava berrando teu nome uns tempos desses? — voltou o caminho, e grunhindo um pouquinho, se sentou ao meu lado. — Hoje em dia, vocês complicam tudo mesmo.

Mesmo aos 73 anos, ele era fofo, tinha um tipo magrinho, e as feições continuavam as mesmas de quando era novo (eu vi em fotos certa vez).

— Pois é... — pude apenas torcer o nariz. — Ele tem medo que eu machuque o coração dele. Ele acha que eu sou muito novo.

— Quantos anos ele tem?

— 25 anos.

— Mais idoso que eu, ein! — me disse, e eu acabei rindo. — Não entendi porque ele te acha tão novo.

— Eu não sei... Ele fala que já viveu demais, que quer sossego e segurança. — contei. — Ele teve uma vida difícil, sabe...

— Ele deve te achar imaturo para o amor, não deve confiar na tua seriedade, deve achar que você tem muito à aprender sobre o mundo — sr. Byun falou, e eu pensei nisso. — Digo, ele vai casar e eu tenho certeza, mesmo sem saber nada sobre ele, que ele não ama essa pessoa.

— Ele vai casar com uma mulher que há anos jura amor pra ele — quase vomitei ao dizer. — Ele acha seguro.

— Não é seguro — sr. Byun riu, mas não era engraçado, ele soou amargo. — Por que você não tenta impedir esse casamento?

— Ah, eu não gosto dessa vibe filme da Julia Roberts, sr. Byun — bufei, voltando a sentir aquela frustração. — Caramba, eu já levei tanto 'não' dele, eu não quero fazer tudo isso pra receber mais um. Eu já nem sei o que é ter dignidade.

— Se arrisque à ouvir mais um 'não', garoto, o último — ele apoiou uma mão em meu ombro. — Quer saber? Eu não teria sido tão feliz se meu Chanyeol não tivesse impedido meu casamento.

Meus olhos saltaram naquele momento, e ele riu quando eu o encarei com espanto.

— É... — ele sorria enquanto dizia. — Era realmente difícil a vida aqui na Coréia naquele tempo, pessoas como nós, não eram aceitas de jeito nenhum. Você sabe, ainda não somos. E eu o conheci logo durante a guerra, eu estava em combate... E ele era um rapaz tentando proteger a mãe e os irmãos. Quando as coisas se acalmaram um pouco, eu acabei me envolvendo com ele... Jungkook, eu tinha tanta vergonha. Eu me sentia horrível, uma aberração. Eu me lembro que eu tinha tanto medo que alguém descobrisse... Mas o Chany vinha com aquele sorrisinho, as orelhas, os olhos brilhantes, e eu... Eu não conseguia pensar direito. — sr. Byun suspirou apaixonado. — Mas logo meus pais procuraram uma moça para eu me casar. Com medo do meu pai, e de todos que provavelmente me apredejariam se eu fosse viver com o Chanyeol, eu aceitei. A moça era um doce, mas também não me queria, ela era apaixonada por um japonês, o que era igualmente inaceitável... No dia do meu casamento, Chany apareceu, fingiu que queria levar a noiva, e realmente a levou, mas a deixou com o rapaz que ela gostava, e depois voltou para me buscar na madrugada. Nós vivemos escondidos por quase vinte anos, Jungkook.

Eu sentia meu coração acelerado só por conta daquela história, e talvez se eu soubesse dessa história antes, eu tivesse pagado uma cerveja para o sr. Park.

— Bem, o resto... Foi só coragem, coragem pra encarar a sociedade, você sabe. E foi realmente difícil, você deve ter noção, mas valeu tanto à pena. — sorriu para mim, de uma forma incrivelmente jovial. — Ano passado, quando ele faleceu... Era isso que se passava em minha mente. Como ele era bom, como eu o amava, como ele me fez feliz, como foi corajoso. Mesmo arriscando dar tudo errado, ele realmente invadiu aquela igreja naquele dia e fez o que fez.

Eu sorri, mesmo triste, e engoli em seco, mordiscando o interior de minhas bochechas. Eu não sabia se era o correto fazer aquilo, mas eu faria.

Eu realmente ia dar minha cara à tapa de novo.

— Obrigado, sr. Byun — me levantei, ansioso. — Eu vou atrás do Jimin.

— Vai, Jungkook, vai — sr. Byun me deu um tapinha na bunda. — Vai, porque ninguém aguenta mais ver você chorando por macho.






//FOI DE RASPAO MAS VALEU
OH SE VALEU
FOI NO CANTO DA BOCA
VOLTEI NO TEMPO QUE EU ERA SEU
SÓ SEU

puta att chata encheção de linguiça argh mas de fato eh o que tem pra hoje QUERIA ALGO MELHOR AGORA QUE CHEGAMOS À 80K, MAS BICHO E-EU- desculpa :(

HMMMM SERA QUE JUNGKOOK VAI CONSEGUIR E O QUE VAI ACONTECER

oi

oi VEM BANGTAN SONYEONDAN (vem ainda nao que eu to sem wifi, segura um pouco essa hixtape e esse comeback filhos)

uh... sabe que quando eu eu vou escrever uma att eu provavelmente vou escrever ela em uns 3 dias, as vezes em 1 só, mas minha dificuldade é sentir inspiração pra realmente pegar o celular e escrever

enfim, tá aí... meia boca, mas é isso

queria ter escrevido mais, mas eu fiquei estranha hoje, porque sonhei com minha mãe, e todo mundo me viu chorar, é tão ruim esse tipo de situação, então perdi o clima, mas faltava pouco pra finalizar o capítulo, daí fiz assim mesmo.

tenho uma fic novinha no perfil, se chama B3, vão ver se puderem, quem sabe vocês gostam yay

obrigada pelo apoio aqui, e espero que sunboy continue atingindo as expectativas! obrigada mesmo!

(galera do twitter, vocês fazem um bebê gabriela feliz demais)

votem e comentem se gostaram da att <3//

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