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Assim que eu pus meus pés em Seul, eu senti meus olhos se encherem com as luzes e a estética moderna. Era muito bonita, definitivamente bonita, mesmo que eu não estivesse muito animado.

Eu não sei. Talvez nada tivesse tanta graça se Jimin não estivesse por perto.

- Okay, pare de pensar nisso - pedi à mim mesmo, sabendo que eu tinha focar no torneio.

- Seja o que for, pare de pensar mesmo - ouvi a voz de meu chefe. - Todos os pais dos alunos já confirmaram que estarão aqui pela manhã, então, precisamos acertar tudo na academia onde vamos nos apresentar.

- Entendi - lhe respondi, sem ânimo.

- Jungkook, você parece uma garotinha boba que foi iludida pelo playboy do colégio após ele ter tirado seu cabaço - sr. Jihyun me disse. - Supera, filho.

Wow, me sinto ótimo agora!

- Obrigado, hyung - sorri. - Depois destas palavras, eu estou pronto para uma nova vida!

- Venha, vamos encontrar os outros professores no hotel - ele me guiou para longe do carro, pela calçada, até onde ficaríamos. - Deixe de ser tão emo, menino.

Quando eu entrei no quarto, joguei minha mochila sobre a cama, vendo o outro professor deitar na cama dele, e me sentei no colchão, meio desconfortável.

Eu sabia que ia ter que beber no mínimo três latas de energético para ficar ligado na hora da apresentação, para ajudar os alunos.

- O ruim dessa viagem é que eu vou ter que dividir o quarto com um garoto, e não com minha esposa - o professor na outra cama resmungou.

Eu ri, apesar de tudo.

Também queria estar dividindo o quarto com outra pessoa.

Oh, eu vou pagar um milhão de dólares àquele que conseguir tirar Park Jimin da minha cabeça.

Que merda de vida.

Eu enfim, tomei um banho e me preparei para dormir, já que era noite. Eu deitei naquela cama fria, eu torci para que meu companheiro de quarto não fosse do tipo de ronca, e me cobri com o cobertor tão frio quanto a cama.

Tentando encontrar meu sono, encontrei mais memórias de Jimin, eu ouvi sua voz de esquilo em minha mente, e eu lembrei do quão quente era dormir abraçado à ele, de como ele me fazia de pet e acariciava atrás de minhas orelhas, enquanto deixava beijos em meu rosto.

Ah, Jungkook, quanto tempo você achou que isso duraria? Você pensou mesmo que a vida lhe deixaria ser feliz? Oh, pobre coitado.

Eu grunhi contra o travesseiro, me segurando para não bater a cabeça contra a parede. Grande idiota!

- Cara, acho que um copo de leite ou um chá quente irão funcionar mais que enterrar a cara no travesseiro - o outro professor disse, me olhando como se eu tivesse problemas mentais. - Vai, me conta, por que ela te deixou?

Não é ela, mas tanto faz.

- Ela não confia no meu amor - respondi. - Ela vai casar com outro cara.

- Ele tem mais dinheiro que você? - me perguntou.

- Muito mais - disse.

- Haha, desista - foi tudo o que ele disse, antes de apagar a lâmpada.

- Mas eu sei que ela me ama - falei, provando daquele sentimento terrível de injustiça amargando minha boca.

- Ah, filhão, entre amor e dinheiro... - ele disse, como se fosse óbvio.

Eu desisti de explicar a situação à ele, apenas murmurei um 'boa noite' e me forcei a dormir.

Eu não acordei nada melhor, se duvidar, eu estava pior que no dia anterior. Logo cedo eu tive que assinar papéis para o sr. Jihyun, e com o mínimo de vontade, tive que me exercitar, tive que parecer o mais feliz de todos.

No final, eu estava com a cara do grumpy cat. Eu tomei café e não senti o gosto da bebida, porque meu apetite era zero.

Meu humor só veio a melhorar quando recebi uma ligação da minha mãe, ela me desejou sorte e disse que já tinha muito orgulho de mim.

Mas minha carranca só se desmanchou mesmo quando vi minha turma entrar pela porta da academia onde ocorreria o torneio, e eles pareciam todos muito ansiosos, mas felizes. Naquela hora eu percebi que tinha que pôr meu problemas pessoais de lado, e focar totalmente no que faríamos ali.

Respire Jeon, há dezesseis crianças de oito anos precisando de um sensei decente.

Meus alunos são uns azarados, milhares de bons professor no país, e ele caíram justamente nas mãos do mais fodido.

Arroba Deus, como faz pra não ser tão cagado?

Eu me reuni com minha turma na nossa área, e puxei um dos meus alunos para que ele não tentasse chutar os garotos de outras academias.

- Não fiquem com medo - pedi, com tranquilidade na voz. - Eu tenho certeza que todos se sairão muito bem. Eu estou muito orgulhoso de vocês, por terem aprendido tudo corretamente.

- Mas... Sensei, e se a gente errar os movimentos? - uma das menininhas me perguntou. - Eu não quero passar vergonha da frente dos outros. Eles irão rir!

- Se você errar, não será uma vergonha, será apenas um erro - lhe disse. - Que se dane se os outros vão rir ou não. Se eles rirem de um erro, então, isso só mostra que eles não sabem o que é karate.

- Sensei - um dos garotos mais velhos disse, só para eu ouvir. - Sejamos honestos, nossa turma é uma bosta comparada às outras.

Puta merda viu!

- Escuta, garoto - respondi no mesmo tom. - Se você não calar a boquinha, eu posso garantir que seu pintinho não vai crescer mais que cinco centímetros.

- Wa, sensei! - ele tapou a própria área genital e se afastou de mim.

- Certo, vamos nos aquecer - me ergui e comecei a ditar os exercícios de aquecimento.

Enquanto os alunos ajudavam uns aos outros à se alongar, o pai de um deles veio falar comigo. E é lógico, eu não tinha o mínimo de empatia com nenhum dos pais das crianças.

- É bom meu filho se sair bem - ele disse, com seus óculos escuros ridículos na cara. - Eu tive que sair de Busan, porque o moleque insistiu, e eu pago todo mês para aquela academia.

- Hm, o senhor sabe que muito do vigor de nossos corpos vem da genética, não é? - inventei. - Se uma criança é fraca, parte da causa é do próprio pai.

- Que? - o homem me olhou.

- Sabe - pigarreei. - Esperma fraco. Depende também do quão fundo o pai penetrou quando ejaculou, e de quão denso o sêmen era.

- Uh... E como você acha que vai a força do meu filho? - ele tentou disfarçar o nervosismo.

- Ah, ele perde para as meninas nos combates - não era uma mentira. - Mas não se preocupe.

Eu disse, e me afastei, indo ajudar os alunos com o teste de alguns golpes. Eu repassei certas partes dos katas que eles realizariam, e tudo parecia organizado. Durante este tempo, a academia encheu, encheu de alunos, de pais, e de espectadores em geral.

Eu estava um pouco nervoso, afinal, a minha turma do ano passado não tinha ido tão bem. Eu não queria decepcionar alguém.

Sabe, ele faria isso melhor que eu.

De qualquer forma, eu levei meus alunos até a área onde as turmas deveriam esperar. E eu pude ver sr. Jihyun me lançar um olhar ameaçador, enquanto o apresentador subia no tatame.

Apesar da pressão, estava tudo bem. O apresentador começava a explicar todas as formalidades, quando eu ouvi:

- Cai fora, moleque - e eu acreditei que minha cabeça estivesse realmente louca.

Não pode ser.

Eu apenas vi um garoto de outra turma ser puxado para longe de mim, e ao meu lado parou Min Yoongi. Poxa, era o que me faltava.

- E aí, Jake Long, o Dragão Ocidental - ele me deu uma cotovelada.

- Como você veio parar aqui? - foi o que perguntei.

- Ah, você fica gato com essas roupinhas de ninja - Yoongi me disse. - Já pensou em lutar sumo? Tem uma galera que ia adorar te ver só de cueca.

- Eu tô falando sério - tentei falar baixo, visto que todos estavam concentrados no que dizia o apresentador. - E você pintou o cabelo?

Agora ele estava loiro.

- Ficou bom? - ele bagunçou o cabelo.

- Aaa, como chegou aqui? - retornei a pergunta.

- Eu estava na cidade ao lado, e aí vi um banner na rua - Yoongi explicou. - Então, eu suspeitei que você e seus pestinhas estariam aqui.

- Podia ter avisado - resmunguei.

- Escuta aqui, eu vim te dar apoio moral - ele se irritou. - Seu merda!

- Shh - uma garota de outra turma pediu.

- Shh, o que, pirralha? - Yoongi quis encará-la, mas eu o arrastei para longe dali.

- Fique quieto - pedi.

- Sensei, eu tô com medo - um dos meus alunos choramingou, baixinho. - Eu acho que vou fazer xixi nas calças.

- Medo de quê? - me agachei para falar com ele.

- Medo de errar - ele abaixou a cabeça.

- Você não vai errar, você treinou - tentei lhe tranquilizá-lo.

- Mas se eu errar? - ele tinha um biquinho nos lábios.

- Se você errar, suas bolas nunca irão crescer - Yoongi se intrometeu. - E nenhuma menina vai querer engravidar de você.

- Aaa, sensei - o garoto começou a chorar. - E-eu vou errar.

- Viu o que você fez? - me segurei para não socar Yoongi.

- Eu jurava que ia ajudar - ele deu de ombros.

- Eu não quero bolas pequenas - o menino soluçou.

- Escuta, melequento, um dia, seus ovinhos de codorna vão virar ovos de ganso, relaxa - Yoongi pegou sua atenção. - Você não vai errar, tá legal? É só ver o que seus colegas estão fazendo. E se você errar, não se preocupe, é só a primeira derrota de muitas que virão.

Não era exatamente a melhor coisa que ele poderia dizer, mas o garoto parou de chorar aos poucos, e voltou para seus colegas.

- Boa sorte, karate kid - ele deixou um tapinha amigável em minhas costas. - Se você errar, não fique triste, você já está acostumado a fracassar na vida.

- Obrigado - sorri para ele.

Yoongi foi para o meio da platéia, roubando o pacote de pipoca de um garoto e apoiando os pés na cadeira na frente.

A primeira turma subiu no tatame, em suas posições para começar sua apresentação. E eles eram razoáveis.

As apresentações eram uma espécie de concurso, valendo primeiro, segundo e terceiro lugar. Mas ainda assim, metade da minha turma teria que combater, para subir de nível, mudar de faixa.

A segunda equipe ocupou o tatame, e estes eram bem mais sincronizados que os primeiros. Até mesmo o sensei deles parecia mais um general do exército do que um karateca.

- Estamos lascados - uma das menininhas tapou o rosto para não ver o quão boas eram aquelas crianças.

Eles deixaram o tatame, com uma salva de palmas, mas eu pude ver Yoongi vaiando-os.

A terceira, quarta e quinta turmas eram muito boas também, umas mais sincronizadas, outras mais precisas.

Minha equipe foi a sexta, eu os acompanhei até o tatame, e fiquei ao lado, monitorando-os.

Assim que os karatecas começaram a tocar o taiko (tambor japonês), eles começaram a se mover, e meu coração quase saiu pela boca.

Eles estavam tão bem.

As pernas chutavam, exatamente, ao mesmo tempo, na mesma altura, enquanto os braços iam na mesma direção, e os gritos de ordem saíam de suas bocas na mesma intensidade.

Eu não pude evitar um sorriso maior que meu rosto, e eu sabia que meus olhos estavam brilhando ao acompanhar os movimentos. Eu era puro orgulho naquele momento.

Afinal, eu não sou um professor tão ruim.

Assim que eles terminaram, palmas foram ouvidas, e um grito de Yoongi atravessou a academia, ele dizia "Vai Daniel San!".

- Vocês foram bem, foram muito bem - disse à eles quando desceram do tatame. - Eu estou muito orgulhoso!

- É, aquelas vídeo aulas do youtube eram realmente boas - um dos garotos disse, e eu, honestamente, o ignorei.

Os acompanhei até nossos lugares, e nós assistimos às outras apresentações, que, graças a Deus, não foram muito melhores que as nossa.

No final, os karatecas que julgariam as apresentações entregaram suas notas ao narrador. E eu não estava com muita expectativa, mas seria fantástico se ficássemos em uma boa posição.

Eu suspirei, quando o apresentador começou a citar as posições. Pelo menos minha turma não ficara em último.

Óbvio, nós não ganhamos, mas ficamos em quarto lugar, e isso era um recorde para mim.

- Não fiquem tristes - pedi, assim que vi uns rostinhos amuados. - Quarto lugar é muito bom. Pensem que vocês foram melhores que outras cinco equipes, equipes com faixas mais altas que as suas. Vocês foram excelentes.

- Mas eu queria uma medalha - uma das menininhas abaixou a cabeça.

- Terão outros campeonatos - tentei animá-la. - E se treinarmos mais um pouco, com certeza seremos o número um.

- A gente nunca ganha nada - Jinyoung reclamou. - Estamos pior que o Monsta X.

- Eu vou disbandar desse grupo - uma das meninas bufou.

- Parem com isso - suspirei, um pouco chateado. - Metade de vocês ainda tem que ir para os combates individuais.

- Oba, mais fracasso - Yugyeom bateu palminhas.

Naquele momento eu me encostei à parede e não consegui evitar que meu queixo abaixasse, e desânimo dominou todo o meu corpo.

Eu devo ser um pedaço de merda que criou pernas e braços, é isso que eu devo ser.

- Oh, desculpe, sensei - Jinyoung pediu, e eu podia notar que o pedido era em nome de todos os alunos.

- Não, me desculpe, eu não sou um bom mestre - admiti.

- É sim - uma das meninas me disse.

Nada podia me convencer. Digo, as vezes eu chegava a pensar que era bom em alguma coisa, mas logo a realidade acertava um soco na boca do meu estômago.

- Só, foquem nos combates, façam seu melhor e tudo vai ficar bem - lhes disse.

- Ah, eu acho que estou com dor de barriga - um garoto choramingou, claramente, nervoso. - Eu sinto que serei massacrado.

- Besteira - eu falei. - Vocês todos irão ser incríveis.

- E aí, crianças remelentas - Yoongi se aproximou de nós. - Pensem que até o Panda consegue lutar, então vocês também conseguem.

- O Panda luta kung fu - uma das garotinhas o corrigiu.

- É tudo a mesma coisa - ele rolou os olhos. - O Goku paraguaio aí treinou vocês direitinho.

- A gente vai é morrer - Yugyeom já havia aceitado seu destino.

- Que moleques sem confiança - Yoongi resmungou. - Olha, eu vou fazer uma coisa pra animar vocês. Que tal?

- O que você vai fazer? - perguntei, já alarmado, ao vê-lo tirar o celular do bolso.

- Quem aqui conhece X Videos? - ele perguntou, e eu me preparei para empurrá-lo para longe dos alunos. - Estou brincando!

- Eu não tô no clima pra brincadeira - grunhi.

- Hm, o gostosinho está nervosinho - ele falou com uma voz enjoativa. - Eu vou ajudar os pirralhos, não esquente a cabeça.

- Yoongi - tentei impedi-lo, me ele se agachou entre as crianças e discou algo no celular.

- Presta atenção, Pucca - ele apontou para mim, enquanto seu telefone completava uma ligação. - Agora você vai surtar.

E atenderam a chamada.

- Eu já falei que você não pode ficar me ligando, Yoongi - eu ouvi, através do viva-voz do celular.

Tudo à minha volta perdeu o foco.

- Escuta, é importante - Yoongi o respondeu.

- Seja rápido, a YooHee está no banho, logo volta - Jimin lhe disse.

- Ah, aproveita e afoga ela na banheira - Yoongi sugeriu.

- Yoongi, eu vou desligar - ele disse, com sua voz baixa, sem energia.

- Não, calma! - Min foi ligeiro. - É que tem uma galera aqui que precisa da sua ajuda.

- Que galera? - Jimin estava confuso.

- Aí, seus cata-meleca - Yoongi chamou a atenção deles. - Lembram-se do Jiminnie sensei?

- Sim! - um dos meninos gritou, seguido dos outros.

- Y-Yoongi... Você... Onde você está? - Jimin provavelmente já tinha uma idéia de onde o Yoongi estava.

- Ouça, Jungkook sensei, é o Jimin hyung - Jinyoung parecia animado, assim como todos ali.

Eu não consegui responder. Houve silêncio também da parte do Jimin.

- Então, Park, os piolhentos vão ter que lutar daqui à pouco - Yoongi explicou. - Mas eles estão achando que vão perder miseravelmente. O que não é difícil.

- Uh... Ah... É... - ele parecia perdido, e havia expectativa nos olhinhos das crianças. - V-vejam bem, eu passei pouco tempo com vocês, mas foi o suficiente para ver que vocês são incríveis. É normal vocês estarem com um pouco de medo, mas não deixem isso dominar vocês, não deixem. Eu juro, e jamais mentiria, vocês são ótimos, seus golpes são fortes e as esquivas são rápidas. Na idade de vocês, eu não conseguia fazer nem a metade. Eu acredito em vocês, de verdade. Só... subam no tatame e façam o que treinaram. Eu vou torcer por cada um de vocês. E ah!, eu nunca torço para perdedores, então acreditem, vocês são fantásticos.

Eu pude sentir a brisa de esperança que refrescou os corpinhos dos alunos, e até mesmo em suas bochechas surgiu mais cor.

O poder de Park Jimin.

- Lembrem-se de quando estudamos seus pontos mais fortes, e foquem nisso. Analisem o adversário, notem onde eles são mais fracos, e ataquem. - Jimin lhes disse. - Não percam o foco. Vai tudo correr bem.

Em seguida, os alunos lhe citaram coisinhas como "obrigado", "estamos com saudades" e "você é o melhor", e Jimin os desejou um "boa sorte" antes de Yoongi se afastar das crianças, vindo em minha direção.

- Obrigado pela ajuda - Yoongi o agradeceu, bem em minha frente. - Sabe, o Jungkook não é muito bom em animar os melequentos.

- Ele está aí? - Jimin perguntou, parecendo nervoso.

Meu coração estava parando aos poucos.

- Não, foi levar os garotos pra tomar água - Yoongi mentiu. - Mas se ele estivesse aqui, o que você diria?

Oh.

- Não provoca, Yoon - Jimin suspirou. - Deseje boa sorte pra ele.

- Você podia estar aqui para dizer isso à ele, uh - Yoongi sorriu para mim, claramente pondo lenha na fogueira. - Você podia enchê-lo de beijos, e dizer bobagens de pessoas apaixonadas. Você pensa nisso todo dia, certo?

O caráter de Min Yoongi sempre será uma incógnita para mim.

- Não me ligue mais, espere até que eu te chame - Jimin o ignorou.

- Ah, você o ama - Yoongi revirou os olhos.

- Vai pra merda, Yoongi - Jimin parecia irritado.

- Escute, Minnie - Yoongi me lançou um sorriso sacana. - E se eu ficar com o Jungkook? Vai estar tudo bem pra ti?

Okay, eu sabia que Yoongi estava só testando-o, mas a idéia não deixava de parecer sinistra.

- Por que está perguntando isso? - Jimin não tinha emoção na voz.

- Ele é gostoso, está solteiro - ele tentou pegar em minha bunda, mas eu o impedi. - E está de coração partido. Eu posso muito bem usar meu charme e levar ele pra cama.

Meu Jesus amado, me leve agora.

- Você não... Não faria isso. - Jimin lhe respondeu.

- Sabe, eu estou com raiva por você ter ido viver com aquela filha da puta - ele pareceu sério dessa vez. - Jungkook é um bobo, é só eu dar a ele umas três cervejas e pronto, faço o que quiser com ele.

Eu nem tive tempo para ficar ofendido.

- Vai se foder, Yoongi - Jimin soou triste. - Pare de me provocar! Você sabe quanta saudade eu sinto dele, você sabe como eu fico toda vez que lembro dele. Sabe como eu gostaria de dormir ao lado dele todos os dias.

- Eu não mandei você escolher a YooHee - Yoongi foi seco. - Sofra, então. Você merece toda a dor, por ser um egoísta do caralho.

- Yoongi, eu - foi o que Jimin conseguiu dizer antes de Yoongi encerrar a ligação.

- Ele te desejou "boa sorte" - Yoongi sorriu amargo para mim, e sem uma resposta minha, voltou para onde estava mais cedo.

Minha cabeça girava. Meu corpo não conseguiu gerar nenhuma reação, eu estava em um estado de inutilidade, eu não podia fazer nada.

A voz dele, junto de suas palavras, ecoavam em meu cérebro, com um disco riscado. Eu não esperava poder ouvi-lo novamente. Grande parte de minha esperança já havia se dissolvido.

Eu nem ao menos conseguia correr desesperado para o Yoongi, e implorar para que ele me desse o número do Jimin. Eu também não ouvia direito o que era dito à minha volta, eu estava inerte.

- Venha, Jungkook, os combates vão começar - um dos professores da academia do sr. Jihyun me chamou, e eu o acompanhei até a lateral do tatame. - Você está bem? Está pálido. Viu um fantasma?

- Foi quase isso - consegui dizer.

Eu me forcei a recuperar minha consciência, pois precisava guiar meus alunos. Eu reuni as sete crianças que iriam lutar, e eu o ajudei à aquecer os músculos, enquanto alunos de outras academias iniciavam os combates.

- Ah, o Jimin hyung me fez lembrar de coisas importantes - uma das garotas comentou.

- Que bom - disse, com uma voz quase robótica.

Em pouco tempo trás lutas haviam sido realizadas, com duas vitórias para duas meninas e uma para um garoto. O próximo era o Yugyeom.

- Suas pernas são longas, você pode tomar um pouco mais de distância para chutar. Lembre-se disso. - o auxiliei, e ele assentiu com a cabeça.

- Yug - Jinyoung o chamou, e visivelmente tímido, deixou um beijo na bochecha dele. - Boa sorte.

Ah, aquilo acabou comigo. Quase não tive forças para pôr Yugyeom no tatame.

Basicamente, o garoto da outra academia era lento demais, e foi fácil para Yugyeom imobilizá-lo, já que suas pernas eram poderosas e o menino realmente parecia amedrontado.

A próxima da minha turma fora uma uma garota de sete anos, que caiu contra outro garotinho. Eu assisti com o orgulho o modo como ela lhe acertava as coronhadas e se esquivava com agilidade. Ela venceu.

Porém, meu terceiro aluno falhou. O garoto da outra equipe era mais confiante, então, acabou levando-o ao chão depois de um tempo.

Quase em seguida uma das nossas garotas mais velhas subiu no tatame, para lutar com uma menina do mesmo tamanho que ela. E todos ficaram chocados ao presenciar a intensidade dos golpes de ambas as meninas, a forma como elas atingiam uma à outra, movimentos perfeitos. E sim, minha aluna levou a melhor, depois de uma árdua disputa.

Meu aluno de oito anos perdeu, depois de muito brigar com uma garota de outra equipe. Ela era mais rápida, apesar dele ser mais preciso.

Jinyoung foi o sexto, e eu pude ver Yugyeom acariciar suas costas antes que ele fosse lutar.

O combate fora contra um garoto realmente agressivo, que fazia parte de uma das melhores academias da República da Coréia. É, Jinyoung perdeu. Mas perdeu com muita dignidade, somente após cansar o adversário. Fora uma bela batalha.

- Você foi muito bem - eu podia ouvir Yugyeom dizer à ele.

O último dos meus alunos venceu, ele lutou contra uma garota, e ela era muito arrogante, muito convencida, podíamos ver o orgulho em seus olhos. Bom, meu aluno a imobilizou em pouquíssimo tempo.

Eu estava contente, de verdade, pois o dia fora melhor do que muitos que já presenciei. Apesar de tudo, creio que há cada ano, eu cresço um pouco mais como professor.

Ou não. Talvez eu esteja apenas me iludindo e eu seja um professor de bosta.

Ao me reunir com minha turma, eu os parabenizei, e no fundo, pude ver que eles estavam mais positivos que antes. Isso me deixou feliz.

A cerimônia de evolução das faixas foi como a de todos os anos. O sensei mais experiente entre nós entregou as novas faixas aos alunos, citando antigos versos japoneses.

Eu estava orgulhoso.

- Bom trabalho, garoto - meu chefe deixou tapinhas em meu ombro. - Achei que fosse um caso perdido e que as crianças realmente teriam que aprender karate através fo yuotobiu', mas você foi bom pra eles.

- Grande parte da glória deve ser depositada no Park - eu disse a verdade. - Ele era uma dose de adrenalina para os alunos.

- Eu irei ligar para ele mais tarde, e agradecerei. Você está liberado, agora. - sr. Jihyun me cumprimentou e foi na direção dos pais dos garotos.

- E aí, como quer comemorar sua imensa conquista? - Yoongi me perguntou. - Bar ou boate?

Bar ou boate? Ele quer que eu comemore a vitória de crianças no karate em bares?

- Honestamente, quero dormir - lhe disse.

- Mas você é um bundão - Yoongi rolou os olhos. - Ao menos um lanche. Eu estou com fome.

- Uh... eu preciso ir para o hotel me trocar. - avisei. - Encontre um lugar e me mande o endereço.

- Certo, Jake Long, certo - Yoongi concordou. - Eu te vejo daqui a pouco.

//WORLD IS GONNA CHANGE

AMEM KIM NAMJOON

não vamos nem citar a demora, porque já se tornou monótono.

oi

o capítulo ta um saco, eu admito, mas tinha que ser assim.

se tiver muitos erros grotescos na edição, me perdoem, eu to tipo no limite, neste exato momento, 24/03/2016, 23:57, eu estou com os olhos praticamente fechados de tanto sono.

a escola está acabando comigo, e olha que eu não vou a semana inteira. enfim

oi

a próxima att da fic vai ser um especial de 50 mil votos em sunboy@!!@ wait for it

ah... acho que é isso

no twitter, @namjowl caso queira falar sobre mico leão dourado

muito triste em curitiba city, meus dias estão uma merda completa, mAS OI

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