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- Isso é uma piada - Namjoon me dizia. - Tipo, uma piada péssima, mas, com certeza, uma piada.

Eu não consegui responder.

Namjoon estava em seu horário de almoço, e eu havia lhe contado toda a história, tentando crer naquela loucura também.

Eu pedi um café, mas não consegui tomar mais que um gole, a bebida estava mais amarga que o normal. Tudo estava mais amargo que o normal.

- É verdade? - Namjoon me perguntou. - Ele vai casar com uma mulher?

- Vai - eu tive que dizer, abaixando minha cabeça.

- Mas que merda, Jungkook - foi o que Namjoon conseguiu dizer. - Que merda enorme, irmão.

- Ele acha que ela pode amar ele - disse-lhe, sentindo a indignação dentro de mim. - Ele não acredita no meu amor. Ele acha que eu sou um moleque, e que não posso amá-lo de verdade.

Eu posso ser jovem, mas eu tenho certeza do que sinto.

- O que você vai fazer? - Namjoon perguntou, depois de um tempo de silêncio.

- O que eu posso fazer? - o questionei, sem saída. - Ele foi pra outra cidade com ela, eu não tenho nem como ir chorar na porta dele.

- Acabou, então? - Nam perguntou, me olhando com certa pena. - Vocês acabaram?

Eu não consegui dar uma resposta imediata à ele. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que tinha acontecido, eu não sabia o que eu e Jimin éramos agora.

Se eu tivesse provado meu amor à ele, antes, e não tivesse surtado com o Taehyung, estaria tudo bem agora.

Mas Jeon Jungkook só faz merda atrás de merda.

- Eu não sei, Nam - disse, sentindo meus olhos darem sinais de que eu choraria. - Eu quero ele. Eu preciso dele.

- Eu não faço a mínima idéia de como te ajudar, sinceramente - vi Namjoon suspirar. - Ele não vai voltar atrás tão fácil.

Eu sinto como se eu tivesse magoado o Jimin, como se eu fosse o único culpado disse tudo. Mas, honestamente, quando meu cérebro resolve funcionar, eu penso na possibilidade de não ser o único culpado.

Eu fui lento.

Eu sou imaturo.

Eu não consigo controlar o que digo.

Eu destruí dois namoros.

Eu magoei três pessoas.

Mas eu também estou sofrendo com isso, ver todas as consequências dos meus atos, é triste.

Eu tenho plena convicção que amo o Jimin, eu sinto isso, eu sei disso. Será que eu sou tão não-confiável assim, para o Jimin desistir da nossa coisa no primeiro grande vacilo?

- Eu não valho a pena, não é? - perguntei à Namjoon, me observando no reflexo do café. - Todo mundo me descarta.

Eu nunca dei o fora em alguém. Sempre fui eu a bola à ser chutada.

Mesmo no meu primeiro namoro, com uma menina, ela chegou um dia e disse: Ah, Jungkook, você é bonitinho. Mas o Kumpimook é tão mais divertido. Eu e você não somos mais namorados.

Kumpimook nem falava coreano, e anos depois se descobriu gay também.

Mas a dor de ser dispensado por Jimin não era nada parecida com dor ser trocado pelo Kumpimook.

- Vale sim - Namjoon deu um tapa em meu ombro. - Você é um cara incrível, Jungkook. Se eu não fosse do Jin, não fosse ativo, não fosse coreano, não tivesse 26 anos, e não me chamasse Kim Namjoon, eu namoraria você.

Poxa, obrigado.

- Eu entendo o Jimin - disse à ele. - Eu não posso oferecer nada. Eu não sou extraordinário, não tenho uma faculdade, não tenho dinheiro, não tenho carro, não tenho talento, não tenho inteligência... Eu não tenho nada.

- Jungkook... - Namjoon precisou respirar fundo. - Você tem amor. Só não vê quem não quer. Entende?

- Não - bati com a mão na mesa. - Não entendo não! Por que ele foi embora com ela? Por que ele não podia confiar em mim?

- Ah, cara - Namjoon tomou o último gole de seu café e se levantou. - Eu tenho que voltar para o trabalho. Vai pra casa, mastigue esse assunto quantas vezes você quiser. O Jimin foi embora, e enquanto você não descobrir uma forma de tentar trazê-lo de volta, não há nada que eu possa fazer. Ligue para o Jin depois, ele é melhor que eu nisso.

- Desculpa - pedi, me levantando também. - E obrigado.

Eu não devia enchê-lo com meus problemas. Eu só atrapalho mesmo.

- Você é um puta azarado, Jeon - foi a última coisa que Namjoon me disse, antes de nos despedirmos.

E eu fui pra casa, à pé, para ver se o vento forte me ajudava a clarear a mente, para tentar entender o que porras estava acontecendo com minha vida.

Me envolvi com o Jimin sem pretensão alguma, eu achava que ele seria apenas uma experiência boa e rápida. Mas agora eu quero mais.

Eu parei em frente ao meu prédio, eu senti uma vazio dentro de mim, porque eu, provavelmente, nunca mais subiria as escadas dali com Jimin ao meu lado.

Eu subi, indisposto, e atravessei o corredor frio, eu passei em frente ao apartamento onde conheci o Jimin, e a vontade de chorar voltou.

Por que o destino põe pessoas tão especiais em nossas vidas, se depois vai tirá-las de nós?

Quando cheguei em minha porta, eu tirei as chaves do bolso, mas quando fui destravar a porta, descobri que ela já estava aberta.

Eu não a tranquei?

Não, não, não. Eu sempre tranco, eu tenho medo que roubem minha coleção da SNSD.

- Meu Deus - sussurrei, imaginando o pior, porque era, com toda certeza, o que me faltava.

Eu empurrei a porta, devagar, e adentrei, andando lentamente, e cantando um hino gospel.

- Ring ding dong, ring ding dong, ring diggi ding diggi - eu orava. - Ding ding ding, ding ding ding.

Eu ouvi barulhos na cozinha, e finalmente, o medo me tomou. E eu devia voltar o caminho e chamar a polícia, mas algo me impediu.

- Esse Karate Kid é um inútil mesmo - ouvi a voz, irritadissima.

Yoongi.

Yoongi?

- O que você está fazendo na minha casa? - eu entrei na cozinha e perguntei.

- Ah, chegou? - Yoongi se levantou de onde estava. - Garoto, você excede os níveis da inutilidade.

- Oh, perdoe-me - rolei os olhos. - O que você ia fazer?

- Eu ia explodir seu apartamento - ele disse, tranquilo, e meu queixo caiu. - Mas você está sem gás.

- Graças a Deus, não é? - lhe disse.

- Mas eu tenho outras táticas - ele sorriu, tão doce, e então, atirou uma faca em minha direção.

Uma faca!

Eu me agachei a tempo, e talvez até perdi uns fios de cabelo.

Meu coração nunca bateu tão rápido, caramba. Eu, imediatamente, peguei a faca que caiu no chão e a deixei longe de Yoongi.

- Que merda, Yoongi! - gritei. - Para com essa merda!

- Por sua causa o Jimin foi embora com aquela piranha! - Yoongi grunhiu. - Ele foi embora!

- Eu sei! - devolvi outro grito. - Eu vi, eu estava lá!

- Você falou com ele? - Yoongi me perguntou, parecendo surpreso.

- Falei - o respondi. - Falei que amo ele, eu jurei, de joelhos, eu chorei e implorei pra ele ficasse.

- Gostosinho, você é uma bosta - Yoongi abaixou o tom. - Porra, eu estava pondo fé em você, garoto.

- Eu também estava - o respondi, me sentando no chão da cozinha. - E sim, eu sou uma bosta.

- Cara, que porcaria aconteceu? - Yoongi se sentou no balcão. - Vocês não estavam tão grudentos quanto gozo?

- Eu me irritei com meu ex-namorado - o disse, lembrando daquela sexta-feira infeliz. - E pronto, o Jimin decidiu casar com aquela ridícula.

- Vocês dois são uns lixos - Yoongi bufou. - Eu não acredito que aquela porca conseguiu pegar o Jimin.

- Quem é ela, afinal? - perguntei, me estressando só de lembrar da cara dela.

- É uma desgraçada, herdeira de uma porrada de dinheiro - ele me disse, com desprezo na voz. - A filha da puta cerca o Jimin há decadas. Teve algumas vezes que ele pensou em aceitar viver com ela, mas nunca, realmente, disse 'sim'... Até sábado.

Oh, aquela mulher fazia eu sentir raiva transbordar por meus poros.

- Ele me disse que tinha esperanças de encontrar um cara bom pra ele - eu contei à Yoongi.

- É - ele abaixou a cabeça. - Ele se apaixonou muitas vezes... Tipo, ele só amou, de verdade, o Jaebum, aquele resto de aborto, mas se apaixonou várias vezes. De um tempo pra cá, ele começou a ser mais seletivo, e se doar menos, ele estava começando a desistir. - Yoongi deu uma pausa, parecendo pensativo. - Eu entendo, um pouco... Acho que depois de tanto chute, de tanta porrada, você começa a ter medo de brigar.

- Feriram muito ele? - perguntei, temendo ficar mais deprimido ainda.

- Muito - Yoongi me olhou, passando sinceridade. - Tiveram caras que o humilharam, outros que sumiram, alguns simplesmente traíram ele, na cara dura. Teve um cara que roubou o carro do Jimin, e teve outro que escondeu drogas na mochila dele. Ele fez várias tentativas, mas nunca conseguiu alguém de verdade. Ele tinha acabado de sair da depressão quando conheceu você.

- O que? - o olhei, chocado.

Jimin nunca mencionou nada de depressão, apesar de estar claro que ele passara por muita tristeza. Ele nunca mencionou muita coisa sobre seus outros namoros.

Eu o conhecia tão pouco.

- Você tinha que ver - Yoongi sorriu, triste. - Quando ele me falou de você pela primeira vez, e disse que o garoto do boquete estava trabalhando na academia. Ele pareceu tão animado. E depois, com o tempo, os olhos dele começaram a brilhar cada vez mais... E ele falava de como você tratava ele, de como era diferente dos outros, de como era bom de cama, e do modo como você fazia ele rir. Ele achava que você era o cara.

Eu ouvi aquilo, e, automaticamente, me senti a pior coisa do mundo.

Eu dei esperanças à ele. Eu fiz ele achar que eu poderia ser a pessoa certa pra ele. E então, eu fodi com tudo.

- Eu não fiz de propósito, Yoongi, juro - lhe disse, e me encarou. - Não foi por mal.

- Eu sei que não - ele me deu um sorriso discreto. - Eu reconheço uma pessoa má.

- Eu não queria ter magoado ele - falei, sentindo vontade de chorar. - Mas porra, ele precisava CASAR com uma mulher? Que merda, que exagero, que drama! - me irritei. - Ele não podia ter me ouvido antes? Ele não entende que as pessoas cometem erros? Que droga, Yoongi. Ele não precisava ser tão drástico!

- Eu sei - ele soltou um suspiro. - Mas a vida ainda é dele, e só ele pode decidir o que faz. A não ser que a gente prenda ele em uma corrente... - ele parou de falar. - Meu Deus, Daniel San, é uma ótima idéia. Vamos prender el...

- Não - o interrompi. - Eu não sei como vai ser agora, porque eu amo tanto ele.

- É, também não sei - Yoongi saltou do balcão. - Eu só sei que perdi meu amigo, porque aquela desgraçada não vai deixar o Jimin falar comigo.

- Como assim? - me levantei do chão.

- Ela me odeia - Yoongi fez uma careta. - Ela sabe que se o Jimin manter contato comigo, eu vou tentar trazer ele de volta. O Jimin não sabe disso, é claro. O Jimin não sabe de nada sobre essa cachorra.

- Que tipo de coisas ele não sabe? - perguntei, acompanhando-o até a sala.

- Vejamos - Yoongi se jogou no sofá. - Bom, que ela espalhou boatos horríveis para que o Jimin perdesse clientes.

Oh, então, ela era a pessoa que ferrou para o Jimin.

- Que ela impediu muitos lugares de contratar o Jimin para trabalhar - Yoongi tirou uma garrafinha de whisky do bolso do casaco. - Que foi essa filha da puta que fez o Jimin ser demitido da academia.

- Como é que é? - meus olhos saltaram.

- Bom, é uma suspeita - Yoongi deu de ombros. - É tipo quando falam na televisão: Tal político é suspeito de desviar dinheiro de tal obra.

Ou seja, era certeza que ela havia feito aquilo.

- Que merda! - me senti tão impotente por não poder fazer nada. - Que mulher nojenta. Eu não acredito que o Jimin vai casar com um ser desses. Meu Deus!

- Ele vai estar cometendo o maior erro da vida dele - Yoongi pareceu cansado. - Mas fazer o quê? Eu sou só um amigo...

Eu percebi que Yoongi também estava triste por ser deixado.

- Jimin é um egoísta - disse, sentindo certa raiva. - Um puta egoísta.

Ele se mandou pra outra cidade, só pra não ser magoado, mas não viu qiet estaria magoando pessoas ao fazer isso.

Ele só pensa no próprio bem.

- Ele é - Yoongi riu, amargo. - Sempre foi. É o defeito dele. Ou você achou que Park Jimin era perfeito?

Sim, eu achava que o Jimin era perfeito.

Mas ninguém é.

- Esse filho da mãe - precisei segurar as lágrimas. - Eu não entendo.

- Olha - Yoongi se levantou. - Talvez ele poste alguma coisa no Tumblr dele. Quem sabe isso te ajuda a entender o lado dele.

- Tumblr? - perguntei, vendo que ele rumava a porta. - Jimin tem um tumblr?

- Sim, tem - Yoongi me disse. - Ele fala sobre os sentimentos dele nas postagens, bem gay. Eu mando o link por mensagem.

- Você vai embora, então? - o acompanhei até a saída.

- Eu ia atear fogo na sua casa, mas você está sem gás e estou com preguiça de molhar tudo com gasolina - ele bocejou. - Também estou triste demais pra cometer crimes.

- Yoongi - o chamei.

- O que, Karate Kid? - ele afundou as mãos nos bolsos do casaco.

- Você acha que o Jimin pode voltar? - perguntei à ele, temendo a resposta.

- Eu vou pensar no que a gente pode fazer - ele me deu um sorriso, um tanto tranquilizador. - Fique bem, Daniel San.

Ele deixou minha casa, e, cansado, eu fui para o meu quarto. Mas ao abrir a porta, eu não pude acreditar no que havia ali.

O quarto estava todo pichado.

"KARATE KID, SEU MERDINHA SEM CHEIRO"

"DANIEL SAN, QUANDO SUA MÃE TE VIU PELA PRIMEIRA VEZ ELA TENTOU LEMBRAR SE ALGUMA VEZ DORMIU COM UM TUCANO"

"PENSA AGORA, GOSTOSINHO, NAQUELA BUNDA DE PARK JIMIN, QUAL VOCÊ NÃO VAI MAIS TOCAR E NEM FODER, PORQUE VACILO É SUA PALAVRA DE ORDEM"

"INUTILIDADE QUANDO LIDA DE TRÁS PRA FRENTE, FORMA JEON JUNGKOOK"

- Qual é, Min Yoongi? - caí na cama, exausto de tudo aquilo.

"JÁ PENSOU NA COR DA GRAVATA QUE VAI USAR NO CASAMENTO DO JIMIN? EU VOU TINGIR A MINGA COM SEU SANGUE, JACKIE CHAN".

//ENTÃO É NATAL
E O QUE VOCÊ FEZ???

nada ;-;

FELIZ NATAL PRA TODO MUNDO, ATÉ PARA OS ATEUS

oi

bom, queria pedir desculpas pela att bosta e pela demora. Não foi por mal, eu juro

É, pra quem começou atualizando sunboy 3 vezes por dia... mas os tempos mudam.

Espero que estejam todos bem.

Votem e comentem por favor, se quiserem, não sei.

ameixa

Eu tenho certeza que essa att não vai render muitos comentários, mas vida que segue kkk :c

vamos a umas coisinhas que vocês me disseram, sem edição mesmo, porque no zodíaco eu sou bicho preguiça

eu não acredito que nunca vi esse comentário

rsrsrsrsrrsrsrrsrsrsrsrs

não é de sunboy mas rs

triste sou

um desenho meu

eu

yoongi