❂ t w e n t y s e v e n ❂
Jisung nunca tinha visto uma arquibancada tão cheia quanto aquela. Estava nervoso, pois tudo dependia do seu rendimento e todos estavam depositando todas as esperanças nele. Tinha medo de decepcionar todos; os seus amigos, professores e pais. Na verdade, nem sabia se seu pai iria vê-lo correr. Sempre estava ocupado, então Jisung não se surpreenderia se não o visse na arquibancada.
Se olhou no espelho, ajeitou o cabelo e cumprimentou uns garotos que vieram lhe desejar boa sorte e boa corrida. Se inclinou para ajeitar a meia e checou se tinha algo fora do lugar. Estava nervoso. Respirou fundo. Uma, duas, três vezes. Precisava manter a calma. Bateu no próprio rosto, fitou-se no espelho outra vez e tentou se encorajar.
Outras pessoas entraram no banheiro, apertaram sua mão, lhe deram tapinhas amigáveis nas costas e pediram para que ganhasse. Até o próprio Yuta viera lhe dar boa sorte, e Jisung lhe desejou o mesmo, pois também iria correr. Quando a porta se abriu outra vez, Jisung já estava abrindo um sorriso gentil e gesticulando um "obrigado", quando reconheceu aquela silhueta.
— Você é o garoto mais lindo que já vi, Sun — era Mark lhe dizendo, parado atrás da porta. Trancou-a no mesmo segundo, ao perceber passos naquela direção. Não queria ter o seu discurso atrapalhado pelos alunos. Ou talvez aquilo fosse só ciúmes.
— Obrigado, Mark. Você também é o meu — sorriu Mark.
— Seu tênis está mal amarrado — Mark se inclinou e desamarrou o tênis de Jisung, logo indo amarrá-lo do seu jeito — Pois bem, você está perfeito — se ergueu o sorriu para o mais novo.
— Obrigado por estar aqui, Mark — Jisung o surpreendeu com um abraço forte — Isso me ajuda muito.
— Independente de tudo, Jisung, eu sempre vou estar contigo. Desde o início, eu sempre estive com você. Sei que tivemos alguns problemas, mas eu tentei estar presente desde quando nos conhecemos. Eu quero que você chegue naquela pista e corra com toda a vontade. Não faça por mim, nem por seu pais e nem pela platéia; faça por você. Você tem tudo pra ganhar, Jisung. — Mark apertou-o contra o seu peito — Você consegue. Não precisar provar nada a ninguém, apenas faça por si mesmo.
— Obrigado, Mark! Muito obrigado! Eu te amo! — Jisung estava animado, e não conseguia soltar Mark.
— Eu também, meu sol — Mark afastou-se um pouco e com isso pôde beijá-lo nos lábios e lhe passar segurança com um cafuné na nuca — Chegue lá e foda aqueles desgraçados, Jisung Park!
Jisung riu, mas foi interrompido com batidas furiosas na porta do provador/banheiro. Mark revirou os olhos e pegou a mochila de Jisung, depois segurou forte a sua mão.
— Está preparado para encarar o mundo, Jisung? — Mark perguntou.
— Com você ao meu lado; tudo o que vier pela frente, Lee — Jisung sorriu para Mark, que por sua vez destrancou a porta e tentou passar por entre aqueles adolescentes malucos que queriam cumprimentar o seu namorado.
Mark tentava livrar Jisung das "garras" (na mente do próprio) daquelas criaturas e não escondeu o ciúmes quando um grupo de garotas seguravam cada uma um cartaz com as letras do nome Jisung, formando a palavra.
— Amigas, não tinha necessidade disso, okay? Rasga que 'tá feio! — puxou Jisung, passando direto. Embora o Park tenha agradecido e feio um coração para elas. — Não responda nenhum deles, Park Jisung. — mas não era isso o que o seu sol estava fazendo.
Enquanto Mark tentava levar Jisung para junto com os atletas, os seus amigos estavam na arquibancada tentando ter um pouco de paz para conseguirem assistir ao campeonato com tranquilidade.
— Jeno, me segura, senão eu vou lançar o kamehameha nessas crias de demônio! — Chenle, como sempre, impaciente com os seus vizinhos de cadeira que estavam com trombones no pé do seu ouvido.
— Mas o Jaemin também está com um desses e não para de assoprar — Jeno disse em resposta.
— Não me contrarie, Jae No — falou Chen Le, indiferente — Jaemin eu consigo lidar, mas esses animais aqui ao lado estão saindo do limite.
— Você se irrita com tudo! — Jeno reclamou.
— Vou me irritar com você se não me segurar. Me segura, Jeno, ou vou cometer um ato de ódio! — Jeno suspirou impaciente e segurou o braço de Zhong Chen Le. O garoto ao seu lado parou de tocar o trombone, mas começou a tossir e na direção de Chenle. — Me larga, Jeno, me larga porque é hoje que a minha ficha suja!
— Gente, o Chenle pirou! — Jeno gritou para os outros, então Chenle se levantou e soltou-se do amigo.
— Olha, seu modafoca, você não me irrite não! Já não basta tocar a merda desse trombone do caralho ainda tem que tossir em cima de mim? Sai, com a sua tuberculose pra lá! Ficou maluco, foi? Não me venha irritar porque eu sei bater! — e então sentou-se.
— Começou — Haechan tirou o óculos de Sol da camisa e o colocou no rosto, cruzou as pernas e passou a comer a sua pipoca com manteiga.
— Era para a gente estar impedindo ele, mas é bem melhor ver Chenle arrumando barraco com outras pessoas a não ser nós. — fora a revelação de Renjun.
— Em algum momento eu lhe dirigi a palavra? Seu amiguinho também 'tá tocando um trombone e você não está falando nada. Engraçado que ninguém pode mais tossir que todo mundo se incomoda! — o garoto ao lado de Chenle respondeu.
— Olha, seu filho de uma p... — Chenle terminou a sua fala e se levantou — Agora eu quero ver você tocar trombone e tossir! — arrancou o trombone da mão do garoto e segurou-o pelo pescoço. — Repete aí, seu lixo ambulante!? Repete! Porque eu vou enfiar essa merda aqui na sua goela e quero ver alguém me impedir!
— Chama a professora, seu imbecil! — a vítima de Chenle gritou o amigo, que se levantou e saiu correndo. Depois disso, tossiu na cara do Zhong.
— Oh, que dó! Vai chamar a professora agora! Olha, Jeno, você me larga! — deu uma cotovelada no amigo que tentava segurá-lo. — Não tussa em cima de mim outra vez!
— Otários pagam o cinema para assistir um bom barraco dramático — comentou Haechan. — Nós temos Zhong Chen Le!
Chenle, sem hesitar, tentou enfiar o trombone na boca do garoto. O garoto se debatia, mas Chenle era mais forte e estava focado na sua missão. Jeno puxava-o com força, mas Chenle se mantinha na sua ação violenta.
— Zhong Chen Le! — uma mulher surgiu ao seu lado, e seu tom de voz autoritário o fez desistir de enfiar o trombone na boca do garoto. Era a professora. — Vocês dois, venham comigo já!
— Aish! Não ia entrar mesmo. — reclamou, antes de seguir a professora.
O garoto ficou falando com a professora, exagerando em boa parte dos argumentos e não parava de mostrar o ferimento que Chenle causou em seus lábios, pressionando o objeto de plástico. Haechan reclamou pelo show ter acabado, e Jeno sentou-se pressionando a testa, afirmando ser o único com juízo naquele grupo.
— Olha lá! Jisung indo para a pista com o Mark! — Jaemin apontou.
— Uh, Jisung está tão bonito... — Haechan comentou — Ele está indo correr, né?
— Sim, sim. Ei! Jisung Park! Estamos com você! — Renjun gritou. Jisung virou-se para a arquibancada e acenou, depois abraçou Mark pela última vez e o abandonou, se posicionando no seu lugar.
— Se ele não ganhar, eu viro hétero — disse Renjun, na torcida pelo amigo mais novo grupo.
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