Tempestade

*Olá da autora de novo. Novamente, alertas. Ambos para um momento de violência física contra a personagem. A quem se aventurar e prosseguir, existem ameaças verbais de abuso no segundo trecho sinalizado. É isso, boa leitura ❤️🥰




⚠️ALERTA DE GATILHO COMEÇO⚠️

Agatha olhou pela janela mais uma vez, esperando que Connor aparecesse. Ele havia sumido nos últimos dias, a levando a se perguntar se ele já não teria partido por causa de algum imprevisto. Ela suspirou pesadamente, afastando as mechas ruivas do rosto, antes de se virar, voltando sua atenção para a bagunça sobre sua mesa.

Ela estava distraída demais para notar os homens que passaram silenciosamente pela janela, se esgueirando atrás dela. Eles a agarraram, cobrindo-lhe a boca e lhe prendendo os pulsos, a puxando para fora pela janela. O dia começava a amanhecer, enquanto eles a arrastavam para fora do forte.

'Fenrir...', ela pensou ao ouvir o rosnado familiar, enquanto os homens sacavam as pistolas, olhando ao redor e ela se debatia. Ela reagiu por instinto, mesmo sabendo que aquilo era inútil, quando Fenrir pulou sobre o homem que a prendia. Ela ouviu o ganido sofrido do amigo, enquanto sentia a perna queimar, causado pelo tiro que acertara a ambos.

Ela se debateu mais um pouco, tentando olhar para o companheiro que ficara para trás e sumira, se esgueirando para a floresta. Agatha foi levada ao pequeno acampamento, escondido a uma certa distância do forte. Marshal passou sorridente por ela, antes de lhe acertar um soco na altura do estômago, a fazendo se curvar.

– É uma pena não terem encontrado seu... amigo. – ele a segurou pelo pescoço, a fazendo levantar o rosto para ele. – Infelizmente eu preciso voltar, mas até lá, eles irão cuidar de você...

Ele se virou, saindo em direção ao forte, enquanto ela esperneava e era jogada em uma cela improvisada qualquer.

⚠️ALERTA DE GATILHO FINAL⚠️

Connor procurava por Agatha desde o amanhecer, era impossível que ela tivesse simplesmente desaparecido. Ele decidiu voltar para a cabana, na esperança de encontrar qualquer indício dela, já que começava a entardecer. Mas, ao invés disso, ele encontrou Fenrir, deitado na porta, com um machucado nas costas e sangrando.

– Oi amigo... – ele tirou o casaco, o cobrindo e o pegando em seu colo, sentindo o coração apertar ao ouvi-lo ganir, caminhando em direção ao forte. Haytham estava parado ao portão, conversando com Charles Lee, quando ele apareceu.

– Matem o Assassino! – ele gritou pegando a pistola, mas parou quando Haytham colocou sua mão sobre a dele.

– Onde ela está? – ele olhou para o animal nos braços de Connor, segurando a respiração por um instante ao ver o ferimento em suas costas, o sangue manchando o casaco do Assassino. – Me diga que sabe onde ela está...

– Não... – dizer aquilo doeu em Connor mais do que ele gostaria, afinal, era por culpa dele que Agatha havia deixado a segurança do forte. Ele partiria ao anoitecer e ficara ocupado demais investigando para a visitar nos últimos dias. – Mas sei quem sabe...

Ele entrou, sendo seguido por Haytham e Lee, enquanto John e seus homens se aproximavam, apenas observando. Connor entregou Fenrir a um dos mercenários, que seguiu rapidamente em direção a cozinha, a procura de Katie. Ele olhou ao redor, sentido aquela fúria selvagem tomar seu corpo ao ver Marshal.

– Você! – ele avançou na direção do homem, o prendendo pelo pescoço a parede. – Você a entregou a eles!

Haytham olhou enfurecido para Charles, antes de voltar sua atenção para Marshal, os olhos brilhando de ódio.

– O acordo incluía você, mas acho que vou ter que me contentar apenas com a garota. – ele sorriu de modo debochado. – Pena que você descobriu tudo... apesar de um pouco tarde demais.

– Se algo acontecer a ela, eu vou me certificar de te fazer sofrer da mesma forma, seu bastardo. – Haytham olhou para o homem que ria de forma debochada. Connor rugiu de raiva, antes que John lhe tocasse o ombro.

– Não pode fazer comigo o que a maioria daqueles homens quer fazer com aquela vadia. – Marshal alternou o olhar entre Haytham e Connor, ambos ansiosos para o matarem.

– Não teria tanta certeza. – John sorriu de modo cruel, enquanto seus homens se aproximavam um pouco mais, ansiosos por vingança. – Eu sempre quis saber quanto tempo exatamente leva para um homem morrer após levar um tiro... dentro do próprio corpo.

O sangue sumiu do rosto de Marshal, enquanto Connor sorria de modo cruel dando passagem para um dos mercenários de John, que arrastou o infeliz para algum canto obscuro para lhe arrancar as informações.

– Venha comigo. – Haytham olhou para o filho, enquanto eles seguiam para o escritório.

– Eu sinto muito. – Connor manteve a voz baixa, embora levantasse olhos para Haytham, que andava nervosamente de um lado para outro. Ele parou, o encarando, a espera de que ele continuasse. – Ela saiu do forte por que eu ia embora, e acabei não vindo vê-la nos últimos dias...

– Na verdade... Não. Ele disse que a pegaram aqui dentro, ela nem sequer chegou a pôr os pés para fora do quarto. – ele se viraram, surpresos ao ver John. O mercenário deu um sorriso cruel. – Eu tenho um excelente especialista em tortura.

Connor se jogou pesadamente sobre uma das cadeiras, escondendo o rosto entre as mãos. Haytham bufou antes de voltar a andar de um lado para outro, preocupado com o que poderia estar acontecendo a sua assistente.

– Eu deveria matar você aqui mesmo. – Lee entrou no escritório, com a espada em punho, pronto para lutar. Connor o olhou desinteressado, ele não tinha tempo para pensar nisso agora. – Vamos! Levante-se e lute comigo.

– Já chega, Charles. – Haytham olhou para seu companheiro por um segundo, dando um suspiro cansado. Aquela situação com Agatha começava a ficar exaustiva para ele, por causa das cobranças de Lee. – Temos outras coisas com as quais nos preocupar.

– Por exemplo, o fato de que 'ela' pode estar passando informações sobre nós para aqueles homens nesse momento. – ele encarou Haytham, alternando o olhar entre ele e Connor.

– Ela não faria isso. É mais forte do que parece. – Connor sorriu orgulhoso, se lembrando das aulas de arco e flecha e do incidente com o mustangue.

– É, sim... Ela é sempre mais do que parece. – Lee revirou os olhos, falando de modo sarcástico. – Mais forte, mais inteligente, mais devassa e selvagem.

Connor se levantou ao ouvir as últimas palavras. Ele não permitiria que ninguém, ainda mais Charles Lee, falasse assim de Agatha.

– JÁ CHEGA! – a voz alterada de Haytham chamou a atenção de todos, enquanto aquela fúria brotava em seus olhos. Connor mantinha sua atenção em Lee, enquanto o mesmo olhava para o chão e John apenas assistia divertido a cena. – Eu não permitirei que você fale assim dela. Não me importo com você não aceitar o fato de que ela é mais eficiente e melhor do que qualquer um aqui nessa sala, mas exijo que você mostre o mínimo de respeito por minha fi-... por Agatha.

Haytham balançou a cabeça, evitando encontrar o olhar do filho, que o encarava surpreso e com a sombra de um sorriso no rosto. O rosto de Charles ficou um tom mais vermelho do que já estava, enquanto John apenas abria um sorriso satisfeito. Haytham não pode evitar um sorriso, apesar de saber que provavelmente nunca voltaria a chamar Agatha daquela forma, mesmo que quisesse.

– Bem... – a voz de John cortou o silêncio que se seguiu, apesar do tom urgente e preocupado, ele mantinha o sorriso no rosto. – Eu vou ver se Richard tem alguma informação sobre sua... assistente, Kenway.

Haytham caminhava de um lado para outro, a espera de qualquer novidade por parte de John. Apesar da situação nada propícia, Connor mantinha um pequeno sorriso no rosto por causa do que ele quase falara minutos atrás. Uma hora ou outra aquilo aconteceria, afinal, ele vinha cuidando de Agatha desde que ela chegara à América.

– Senhor...res. – um jovem entrou na sala, as presas, carregando o mosquete. – Temos um problema no portão. Acho que os senhores vão querer ver isso.

Eles se levantaram, seguindo o rapaz, passando pela guarita onde os guardas carregavam mosquetes, prontos para um confronto. Haytham olhou para baixo, a pequena estrada à frente do portão recheada de homens usando casacos vermelhos surrados.

– Sr. Kenway... e o índio. Parece uma parceria um tanto perigosa. – o homem tirou o chapéu, sorrindo de modo cruel.

– O que quer? – Haytham passou os olhos pelo grupo de mercenários, na esperança de ver Agatha. Connor se aproximou um pouco mais dele, balançando a cabeça de modo quase imperceptível.

⚠️ALERTA DE GATILHO COMEÇO⚠️

– Oh, nada demais. No momento queremos os suprimentos e as armas que seu Forte pode nos oferecer... – o homem sorriu de modo cruel, sinalizando com uma das mãos, enquanto três prisioneiras eram arrastadas para a frente do grupo. – E talvez mais tarde me divertir um pouco com aquela ruiva.

– E o que o faz pensar que eu irei simplesmente lhe entregar esse local? – Haytham sentiu o sangue ferver, tentando manter a calma, enquanto o homem se aproximava da mulher a esquerda, lhe arrancando o saco que lhe cobria a face. Ela tinha marcas arroxeadas espalhadas por todo o rosto e corpo, os olhos inchados de tanto chorar.

O homem pegou uma faca, puxando os cabelos da mulher para trás, que se debateu, lhe cortando a garganta e deixando que ela caísse no chão, sob o olhar horrorizado dos presentes. Haytham percebeu Connor ficar um pouco mais tenso ao seu lado, assim como ele mesmo.

– Não se preocupe, Kenway. Ela era apenas uma prostituta, ninguém sentirá falta dela, ou dessa daqui... – ele se aproximou da mulher a direita, fazendo o mesmo com ela e lhe chutando o corpo agora inerte e sem vida. – Porém, creio que dessa aqui alguém sentirá falta...

Ele puxou o saco, revelando as mechas rubras e os olhos tempestuosos de Agatha, que estava amordaçada e com as mãos firmemente presas às costas. O homem levantou-lhe o rosto pelo pescoço, a fazendo olhar para ele.

– Quero ver se irá manter o mesmo ar petulante tão perto da morte. – ele passou a faca pelo pescoço dela, lhe esbofeteando a face quando ela não expressou reação nenhuma além do ódio que brilhava em seus olhos. – Ótimo, vou matar você mesmo assim... Vou invadir esse maldito forte e aca-...

⚠️ALERTA DE GATILHO FINAL⚠️

Uma salva de tiros vinda da floresta ao redor, fez com o homem se calasse, instantes antes de uma flecha lhe atravessar o pescoço. Connor desceu habilmente pelos muros que protegiam o forte, correndo até Agatha, enquanto alguns guardas e John e seus homens saíam da floresta, terminando o serviço.

– Você está bem? – ele rasgou as cordas que lhe prendiam os pulsos, puxando a mordaça para baixo e a ajudando a se levantar. Os olhos brilharam de preocupação, enquanto ele a examinava com o olhar. – Eles...

– Eu estou bem. – ela se apoiou nele, dando um fraco sorriso, enquanto ele passava o braço ao redor da cintura dele e a guiava de volta para o forte.

– Connor! – o grito de Haytham o fez se virar a tempo de ver a lâmina que seguia na direção de Agatha.

Connor a segurou pela cintura, girando o corpo e se colocando entre a espada do homem e ela. Ele grunhiu de dor, ao sentir a lâmina lhe cortar a carne, sentindo o sangue quente escorrer, desabando no chão enquanto segurava o ferimento. Um dos mercenários de John já havia nocauteado o homem, enquanto alguns outros guardas se aproximavam dele, o segurando pelos braços.

– Não! Soltem ele... – John segurou Agatha pela cintura, a impedindo de se aproximar. – Me solta, John.

– Não, você precisa de cuidados, srta. Agatha. – ele a levantou, a tirando do chão e a jogando sobre seu ombro, enquanto ela esperneava, o arranhando e chutando. – Por favor, senhorita.

– SOLTEM ELE! – ela se debateu mais uma vez, olhando para Haytham com um olhar suplicante, as lágrimas lhe escorrendo pela pele marcada. – Haytham, por favor...

Ele suspirou pesadamente, antes de pegar a pistola, a fazendo se debater ainda mais. Haytham apontou a pistola para cima, dando um tiro para o alto.

– Soltem ele. – os guardas o encararam, surpresos, alternado os olhos entre ele e Charles Lee, que havia lhes dado a ordem e observava a tudo do portão. – Vocês estão surdos ou o quê? Se afastem dele.

Os homens relutantemente se afastaram, enquanto John soltava Agatha que corría para perto de Connor, caído de joelhos no chão. Ele olhou para a mão, suja de sangue, enquanto ela olhava preocupada ao redor.

– Aqui. – John lhe entregou a camisa, antes de voltar a sua habitual posição de guarda ao lado dela. Ela a dobrou algumas vezes, antes de a colocar sobre o ferimento, tentando fazer com que parasse de sangrar.

– Não pode fazer isso. Ele é nosso inimigo! – Charles se aproximou de Haytham, que olhava para a cena a uma certa distância. – Deveríamos dar cabo dele aqui, agora.

– Cale-se. – ele olhou para Charles, os olhos cheios de fúria. – Eu raramente me excedo com você meu amigo, mas isso está passando dos limites.

Charles deu um passo para trás, olhando enraivecido através de Haytham para Agatha.

– Olhe para mim, Charles. – ele o encarou, enquanto os homens de John se colocavam ao redor do casal, os ajudando. – Ela jamais teria o conhecido se Marshal não tivesse a atacado. Ela não estaria aqui, agora, lutando por ele e me pedindo para protegê-lo, se, quando eu tive a chance, tivesse matado Marshal. O inimigo nunca esteve do lado de fora daquele forte, mas sim dentro. Não foi Connor quem passou informações sobre nossos pontos fracos e vulnerabilidades para nossos inimigos. Foi aquele que você considerou ser um dos nossos.

Charles recuou um pouco ao ouvir as palavras de Haytham. Por mais que ele nunca fosse admitir, o Grão Mestre estava certo, aquilo era um erro dele, levado por sua desconfiança e sua antipatia pela garota. Mas ainda assim, ele não permitiria que aquilo continuasse por muito mais tempo.

– Ela está e sempre estará sobre a minha proteção. – Haytham olhou para Agatha por cima do ombro, sentindo o peito apertar ao ver as marcas espalhadas por seus braços e pescoço. – E enquanto ela cuidar dele, ele também estará... Considere isso uma trégua momentânea.

Connor acenou com a mão, fazendo uma careta de dor. Agatha lhe segurou o rosto, sorrindo, os olhos brilhando. Ele começava a sentir o corpo pesar e a consciência aos poucos esmaecer.

– Vai ficar tudo bem... – ela disse, com a voz chorosa, antes que ele desmaiasse em seus braços.

Haytham entrou no quarto, sorrindo de modo cordial para o médico que fechava sua maleta e saía. Connor estava deitado na cama de Agatha, coberto pelo lençol da cintura para baixo, com a barriga enfaixada e ainda desacordado. Ao seu lado, Agatha dormia, sentada em uma cadeira, com a cabeça apoiada na cama.

– Agatha... – ele pousou a mão no ombro dela, trincando o maxilar ao vê-la acordar tão assustada. – Você precisa dormir.

– Não... – ela bocejou, esfregando os olhos e se espreguiçando. – Eu estou bem, durmo mais tarde...

– Agatha, olhe pra mim. – ela levantou os olhos, respondendo ao tom autoritário dele, mantenho um olhar manhoso. – Vá dormir. Connor não vai a lugar nenhum... Se isso faz você se sentir melhor, eu cuido dele enquanto isso.

Ela pensou por alguns instantes, olhando para o homem de John, parado do lado de fora da porta e olhando com um ar ameaçador qualquer um que se aproximasse.

– Tudo bem. – ela se levantou, se apoiando nos móveis enquanto andava. Haytham percebeu o filete de sangue que lhe manchava os pés machucados.

– O que aconteceu com sua perna? – ele a pegou em seu colo, a levando para seu quarto, na outra extremidade do corredor. O médico estava parado conversando com Charles e o seguiu quando ele acenou com a cabeça. – A perna dela. Disse para ver se ela estava bem.

– Ela não quis, senhor. Disse que se sentia ótima. – o médico disse, afastando as saias do vestido e olhando o ferimento com interesse.

– Bem, ela é uma boa mentirosa. – ele olhou sério para sua assistente, que deu um sorriso fraco, antes de fazer uma careta de dor. – Como isso está?

– Ela vai ficar bem... – o médico sorriu, terminando de limpar o machucado e o enfaixando. Ele a examinou, garantindo a Haytham que a única coisa da qual ela precisava era um bom descanso.

Haytham a olhou por cima do ombro, sorrindo ao vê-la adormecida, aninhada sob as cobertas. John parou em frente a porta, acenando para ele, enquanto ele seguia para o quarto de Agatha.

– Vai mesmo continuar com isso? – Lee parou ao seu lado, encarando o Assassino.

– Sim, até ele se recuperar. – ele sorriu. – Eu sei que assim que ele acordar irá embora... e continuarei fazendo vista grossa a suas visitas para Agatha. Ironicamente, quanto mais próximo ele está, menos risco nos oferece.

– Eu não teria tanta certeza. – Haytham fechou os olhos, ignorando o comentário de seu companheiro. – Precisamos ir para Fort George, parece que estamos tendo alguns problemas por lá.

– Vá na frente. – Haytham olhou para Charles, que concordou com a cabeça. – Assim que eu tiver certeza de que ela está bem, irei para lá.

Lee se afastou, indo se preparar para viagem. Haytham encarou a porta do quarto de Agatha por alguns instantes, pensativo. E apesar de saber que ela odiaria os períodos de estadias dele lá, a ideia de afastar Charles dela lhe daria um pouco de tranquilidade e muito problemas a menos... Mesmo que aquele pressentimento ruim ficasse o rondando a respeito dessa decisão.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top