Treinamento Infernal
-Mereo! Espera-
-Vamos [Nome] me ataque!
A Vermillion me desferia socos e mais socos, ela sempre foi de ataques mais físicos que os outros, pulei numa rocha ganhando um pouco de espaço entre nós duas. Mal chegamos numa zona de mana forte e a mais velha já tinha nos enfiado dentro de um vulcão ativo.
Olhei em volta pra toda lava que borbulhava abaixo de nós, abrigando todo tipo de monstro de fogo.
Sem contar no "meio mostro" que estava na minha frente. Me virei para Mereo aproveitando que ela tinha se entretido com uma criatura que veio a atacar por trás. -Você me jogou de cara logo no pior ambiente pro meu elemento.
Ela cruzou os braços já tendo finalizado a criatura – Mas é claro sua idiota, esse é o maior oposto que você pode encontrar se conseguir domar esse vulcão, vai conseguir acabar com qualquer paspalho. Você quer ficar mais forte não quer?
Coloquei a mão na rocha sentindo sua temperatura – O que você realmente quer que eu faça? Não viemos aqui somente pra lutarmos em cima de um monte de lava.
-Ah, sim. – Mereo continuou e sorriu – Existem uma lenda sobre uma criatura que vive embaixo do vulcão, mas dessa forma nós não conseguimos chegar lá. Preciso que você faça com que ele fique inativo.
-Para sempre.
Abri a minha boca surpresa, claro que minha magia trabalhava com retirar a temperatura de qualquer coisa mas fazer isso com um vulcão era uma ideia absurda.
Se bem que é de Mereo que estamos falando.
O ar quente começava a queimar os meus pulmões, como eu faria isso se não conseguia nem chegar perto do vulcão? O princípio era bem simples não podia lançar uma magia meia boca tinha que ser algo poderoso o suficiente pra congelar o núcleo e depois as extremidades.
-Então você me trouxe aqui só pra poder lutar com essa criatura que vive lá em baixo? – virei meu rosto pra ela.
Ela gargalhou e se lançou no centro da erupção sem me responder, eu a conhecia bem demais.
Joguei a minha mochila num local aonde eu julguei mais seguro e tirei a minha capa, não precisaria dela agora. Olhei para a Vermillion que estava se livrando das criaturas de lava.
Dei alguns passos pra trás e soltando o ar pela minha boca, tomei impulso e me lancei no coração do vulcão. Não tinha como voltar atrás.
Minha pele tinha dificuldade em manter a temperatura então eu sentia que estava sendo constantemente queimada.
-Use sua magia a seu favor!
Ouvi um rugido gutural nas minhas costas e é claro que estávamos bem num ninho, abri meu grimório bem a tempo de conseguir lançar um ataque. As criaturas não eram tão rápidas então o meu maior problema era como me manter de pé.
Liberei a minha magia começando dos meus pés até a minha cabeça, a fumaça gélida circulou o meu corpo em espirais e assim que ela se completou um brilho cintilante abraçou o meu corpo cessando todo e qualquer vestígio de calor me permitindo respirar novamente.
Girei a minha mão moldando algumas espadas de gelo e atacando na cabeça um outro atacante que estava por ali.
-Vamos lá, não é tão educado atacar as pessoas – falei desviando e pulando numa rocha.
O monstro abriu a boca e tudo que eu vi foi um jato de lava vir na minha direção, recuei bem a tempo – Se é assim que vocês querem, então está bem.
Tinham se passados dias desde a minha chegada aquele inferno a céu aberto, a fuligem grudada na minha pele e o cansaço fazendo com que a cada movimento eu pensasse que meus ossos quebrariam, se não bastasse os monstros da zona mágica forte, Mereo me atacava como se eu fosse um deles.
Era esse tipo de coisa que se passava na minha mente criativa, embora só tivesse se passado algumas horas julgando pela altura do sol. Pelo menos eu já conseguia respirar normalmente sem sentir que estavam cravando uma estaca em brasa na minha garganta.
Eu não conseguia expandir mais a minha magia do que alguns metros e manter meu ataques consistentes por um tempo muito grande então eu que estava acostumada a lançar ataques mais a distância tive que me virar com investidas diretas. O próprio ar do vulcão dissipava meus ataques longos por conta da temperatura.
Voltei para a borda segura do local já que Mereo tinha desaparecido no meio da lava. Precisava de algum tempo para pensar sem ter algo lançando um ataque mortal na minha direção.
Nossas técnicas eram diferentes, treinar da mesma maneira que ela ajudaria de algo? Minha mente dizia que não. Encostei a minha mão na rocha quente e usando a minha mana congelei o local que minha pele encostou mas assim que eu tirei a mão a temperatura voltou progressivamente ao normal.
Fiz o mesmo processo novamente só que utilizando de uma área maior mantendo a minha magia ativada por mais tempo. Consequentemente o tempo que demorou para que voltasse ao normal também aumentou.
- O que está fazendo? Não te dei permissão para descansar.
-Não estou descansando, estou pensando – respondi – São duas coisas diferentes.
Mereo se sentou na borda do vulcão comigo – E então, quais são suas conclusões?
Olhei para o mar de fogo que nos cercava e em seguida para o céu que começava a ganhar os tons mais escuros da noite.
-Não adianta eu desafiar o vulcão sem ter um corpo apto pra isso – respondi e fechei meu punho o soltando em seguida – Se eu esgotar a minha mana completamente ainda não seria capaz de congelar até o núcleo, acho que nem chegaria perto.
-Não adianta eu treinar igual você – respondi.
A mais velha sorriu e cruzou os braços – Achei que iria demorar mais para que você percebesse, até que ficou mais esperta ao longo dos anos [Nome].
-Você me subestima demais Mereo-sensei.
E antes que ela respondesse desviei do punho em chamas que veio na minha direção – Se continuar falando isso vou te enterrar antes de ter a chance de congelar sequer uma pedrinha.
Dei risada – Como se você fosse capaz... A propósito está anoitecendo, sei que não temos abrigo mas pelo menos comida nós precisamos não é mesmo?
Ela se levantou – Sim você está certa, tem uma floresta aqui perto. Vamos caçar nosso jantar.
-Caçar? – perguntei.
-Claro que sim, o que você esperava? – Mereoleona jogou o braço em cima dos meus ombros e me puxou dali, provavelmente na direção da floresta – Ouvi dizer que tem uma besta gigante por essa região que tem uma carne extremamente saborosa.
-E a contrapartida? – perguntei.
-Ninguém sobreviveu para confirmar.
Seriam alguns meses intensos que eu teria pela frente.
N/A: Obrigada pelo apoio, interesse e por ler até aqui.
Até mais, Xx
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