Lembranças
Depois que a missão da masmorra foi concluída recebi algumas missões menores junto dos Reis Leões Camesins. Não encontrei nem os Cervos Cianos e nem Nozel nas semanas seguintes.
Como era o meu dia de folga a capa vermelha fora abandonada no meu dormitório, e foi substituída por vestes mais civis. Nos braços carregava alguns ramos enquanto seguia para um lugar já esquecido pelo resto dos habitantes da capital.
As ruínas da mansão Coldciani.
Mesmo depois de tampo tempo ainda podia ver alguns vestígios do incidente de tantos anos atrás, locais em que a vegetação não nascia mais algumas ruinas e manchas que foram deixadas pela terra.
Lembranças ainda vivas voltando a minha mente, aquele dia infernal nunca seria esquecido, passando pelo que costumava ser a entrada viu que as vinhas já tinham tomado a maioria do espaço. O único local que parecia preservado era um pequeno círculo no centro, foi o local de onde minha mana explodiu daquela vez.
O mesmo círculo que foi banhado pelo sangue dos meus familiares.
Me ajoelhei no centro colocando o as flores no chão – Já faz algum tempo que eu não venho aqui, desculpe por isso estive um pouco ocupada.
Fuegoleon sabia exatamente o dia que era hoje, se eles estivessem vivos seria o aniversário do meu irmão mais novo, Senan. Por esse motivo havia insistido tanto que eu saísse do quartel, era um líder bem atencioso.
-Senan – falei – É uma pena que você tenha partido desse mundo sem ver as maravilhas dele. Espero que você esteja feliz onde quer que está. Feliz aniversário.
Ao mesmo tempo uma brisa suave e fria passou cantando pelo que restou da casa já vazia, não pude deixar de sorrir. Passei a mão pelas flores uma última vez e me levantei, assim que sai das sombras vi uma figura familiar.
-Sabia que estaria aqui.
-Julius – respondi.
Ele passou a mão pelo que já foi uma pilastra um dia – Mesmo depois de tudo ainda parece um lugar impressionante. Com certeza traz memórias.
Balancei a mão e passei por ele o homem riu e disse – Feliz Aniversário Senan. – olhei para trás e as vinhas que cobriam a propriedade agora estavam todas floridas, Julius devia ter usado sua magia para acelerar o desabrochar das flores. Então o que antes estava coberto de um verde escuro agora estava completamente tomado por cor.
-Me acompanha? – o loiro estendeu o braço pra mim – Sinto que a vi tão pouco acho que temos muito o que conversar.
-Hum... – sorri e aceitei seu braço – Certeza que você não quer só saber quais magias novas que eu tenho?
-Você ganhou mais páginas?! – seu rosto iluminou imediatamente e seus olhos pareceram se tornar estrelas. Continuamos andando na direção da cidade, era bom não ficar sozinha num dia como esse.
Durante algum ponto, Doutor Owen também se juntou a nós tornando o dia agradável, já estava no fim da tarde quando eu resolvi passar pelo castelo da família real vermelha. E assim que entrei já dei de cara com um pequeno Leopold correndo pelos corredores.
Uma mimosa vinha atrás acompanhada de Noelle, bom elas eram primas então não parecia tão estranho as ver por ali. Leo se aproximou.
-[Nome]! Vamos treinar!
-Treinar? – perguntei e me abaixei pra ficar na altura dele – Já não está treinando com Theresa?
-Mas eu quero mais! Ficar forte que nem meu irmão! – coloquei a mão na cabeça dele e baguncei seus cabelos alaranjados.
-Descansar também faz parte do treinamento sabia? E já está tarde de qualquer jeito, só vim ver vocês antes de voltar para o quartel.
-Hum... Você já vai voltar? – Mimosa perguntou juntando as mãos na frente do corpo. Balancei a cabeça – Tenho algum tempo.
Então ela sorriu e pulou na minha direção pegando a minha mão – Vamos brincar!
Deixei que ela me levasse, ela pegou Noelle pela outra e nos levou até uma sala, lá dentro eu vi diversos tipos de brinquedos. Inclusive uma mesa de chá.
***
-Senhorita Snowflake gostaria de mais uma xícara?
-Por favor – respondi enquanto Mimosa fingia dar uma festa para senhoritas. Era bom ver que ela estava se divertindo, mas Noelle parecia estar perdida em pensamentos – Também quer Noelle?
-Hum... Nem é de verdade – ela retrucou – Parecem duas bobas.
Bem algo certamente estava errado – Bem, é justamente por isso que se chama brincadeira... – Girei a mão e algumas figuras de fumaça branca surgiram, eles pegaram algumas das bandejas com guloseimas de verdade e serviram a pequena mesa que estávamos.
-Por favor senhorita se sirva – falei com uma voz um pouco mais grossa como se estivesse saindo do boneco. Por um pouco de insistência a mais nova foi se soltando, era sempre assim, ela tinha algum problema com se abrir para as pessoas.
O sol já tinha deixado o céu quando uma das cuidadoras disse que deveria levar ela de volta para o castelo Silva. Eu já estava para partir então me ofereci para a levar de volta pra casa, segurei a pequena mão dela e conforme nos aproximávamos do lugar o aperto na minha mão se intensificou.
Como se ela não quisesse realmente estar ali...
Antes que entrássemos parei e me abaixei – Noelle o que foi?
Os olhos estavam ligeiramente marejados, e a outra mão fechada do lado do corpo.
-Eu-
-Noelle. – uma voz soou firme, fazendo com que ela se assustasse. Era o próprio Nozel que estava ali, numa postura muito diferente da que geralmente ele tinha, franzi o cenho e olhei para a garota novamente a puxando instintivamente para um abraço antes de deixar que entrasse no castelo.
Ela passou devagar pelo irmão indo direto para uma das servas da família Silva. Nozel a acompanhou pelo canto de olho enquanto a criança andava com passos cuidadosos.
-O que você fez – perguntei, ou melhor quase grunhi na direção dele.
-Não é da sua conta – ele virou de costas para andar, mas parou assim que eu disse.
-É a partir do momento que a sua mãe me pediu pra ficar de olho em vocês.
Imóvel, Nozel não se mexia. Ele virou a cabeça apenas para que eu conseguisse ver seu perfil – Não precisa se prender a uma promessa como essa, não precisamos de você.
E então partiu para dentro da sua própria residência, se eu achei que as coisas tinham melhorado depois da nossa missão em conjunto estava bem enganada. Mas tinha algo muito errado acontecendo e eu descobriria o que era.
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