Casa Vermillion

Faziam duas semanas que eu estava propriamente instalada na residência da realeza e meus braços já estavam praticamente curados então eu já conseguia treinar com Fuego e Theresa. Já quanto Mereo... Bom ela costumava ter um espírito muito mais livre.

Mas hoje não era o caso, a mais velha andava na frente e Fuego ao seu lado enquanto eu andava atrás deles, os irmãos tinham decidido visitar Acier Silva. A Capitã do esquadrão Águias de Prata, ela estava esperando o quarto bebê mas parece que dessa vez a gravidez não estava tão favorável fazendo com que ela corresse alguns riscos.

Fomos recebidos na porta por alguns servos que nos levaram até o quarto de Acier-sama onde ela repousava, ver ela naquele estado me fez lembrar a minha própria mãe quando carregava meu irmão no ventre...

A garota tinha um buque de rosas nas mãos e os olhos tristes. Fuego também tinha algumas lágrimas nos cantos dos olhos.

-Obrigada. Essas flores são lindas. – Acier disse gentilmente.

-O bebê vai nascer em breve, não é? – Mereo perguntou e a capitã respondeu um "sim" concordando. A Vermillion então continuou – Uma vez que você de a luz, você vai voltar para o campo de batalha, não vai?

A voz dela soava quase que desesperada, afinal era de se compreender já que Acier-sama constantemente treinava a primogênita.

-Porque você está chorando? – ela se virou para o mais novo que tentava controlar o choro, como eu estava do lado dele segurei a sua mão tentando dar o mínimo de apoio que eu conseguia.

-Eles devem ter contado...

-Os Cavaleiros Mágicos precisam de você, Acier-sama. – Mereo se aproximou da cama – Então porque você está arriscando a sua vida para...

-Como um Cavaleiro Magico, uma vez que você decide que vai para o campo de batalha você luta pelas pessoas e pelo seu reino sem pensar duas vezes em arriscar a sua vida, certo? – Acier-sama pegou a mão de Mereo e pousou em cima do seu ventre, fazendo com que ela sentisse o bebê.

-De um jeito parecido, uma vez que uma mulher carrega uma criança em seu ventre ela vai tentar proteger a vida desse bebê a todo custo. Isso que significa ser uma mãe.

Mereo ajoelhou ao lado da cama e pousou o buque de rosas no colchão, e pela primeira vez meus olhos encontraram os olhos de Acier. Minha mãe costumava ser próxima dela... Ou algo do tipo.

Ela me olhou com doçura e em seguida desceu o olhar para a minha mão que ainda segurava ade Fuegoleon, senti minhas bochechas esquentarem e tratei de soltar a mãe dele delicadamente, fazendo com que ela soltasse uma leve risada.

-Você se parece cada vez mais com a sua mãe [Nome]-chan – ela disse e continuou sorrindo.

Agradeci solenemente, e não demorou muito para que fossemos embora. Na hora de sair vimos Nozel e os dois irmãos mais novos dele. Eu não sei se poderíamos ser considerados amigos, porém como rival do Fuegoleon éramos no mínimo conhecidos.

Não sei como mas nós três acabamos num dos jardins da casa Silva. Era a primeira vez que nos encontramos depois do enterro da minha família mas eu não esperava nada vindo dele. Então apenas permaneci em silêncio sentada em um dos bancos enquanto os dois trocavam algumas palavras, vi alguns residentes andando pelos corredores até mesmo alguns membros do esquadrão de Acier-sama, os que me cumprimentavam eu respondia de volta com um breve aceno de cabeça. Em relação aos outros eu não fazia questão nem de direcionar o olhar e fingia estar engajada na conversa dos jovens.

-Quanto tempo ela vai ficar na residência Vermillion? – Nozel perguntou pra ele.

-Até eu conseguir entrar para os Cavaleiros Mágicos – respondi me fazendo presente na conversa, os dois garotos desviaram o olhar para mim.

-Não sabia que você estava interessada nos Cavaleiros Mágicos – Fuego comentou.

-Em outras situações provavelmente não estaria mesmo... Mas tenho os meus motivos, não posso ficar na sua casa pra sempre Fuego, não sou da sua família. – Me levantei e antes que ele pudesse falar alguma coisa continuei – Melhor eu ir. Nos encontramos mais tarde.

Então em poucos minutos eu estava de volta a residência dos Vermillion, sozinha. Assim que cheguei fui informada que o Dr. Owen estava me aguardando para fazer um último exame. Agradeci uma das moças que haviam me informado e o encontrei tomando chá com Theresa.

-Oh [Nome]-chan, achei que demoraria um pouco mais por isso me permiti aceitar o convite de Theresa – ele fez menção de se levantar mas eu balancei a mão.

-Fique tranquilo Doutor – respondi – Pode tomar seu chá com tranquilidade.

-Porque não nos acompanha [Nome] – Theresa virou mais uma xícara. – Tenho certeza que o doutor não vai se importar.

Puxei a cadeira e me sentei com eles na pequena mesa me servindo de um pouco de chá. Eu apenas observei enquanto eles conversavam.

-Bom acho que não temos a necessidade de nos movermos – o Dr. Owen comentou e olhou para Theresa em seguida que assentiu para ele. Dito isso ele pegou meu braço e retirou as faixas analisando as juntas e esticando os meus dedos.

-Hum aparentemente já está tudo normal, Theresa me disse que você andou treinando mas não parece ter afetado. – ele soltou meu braço – Honestamente eu não sei como você pode evitar que essa situação aconteça novamente.

-Normalmente a mana não deveria interferir fisicamente no corpo de seu usuário, claro que a pele de mana ajuda a aprimorar seus atributos físicos mas a sua magia aparentemente corroeu de dentro pra fora.

- Dizem que algumas vezes quando o mago aprimora a sua magia ao máximo ele pode incorporar no próprio corpo – comentou – Mas eu nunca vi isso acontecer em vida e também nunca conheci alguém que pudesse estender a própria magia desse jeito. São apenas histórias de tempos primórdios.

Olhei pra minha mão abrindo e fechando em seguida, talvez eu devesse procurar alguma informação sobre. – Eu posso perguntar para Julius afinal ele é um entusiasta de magia talvez saiba alguma coisa sobre.

-Bom vamos ter tempo de sobra – Theresa falou e sorriu levemente em sseguida – Afinal você tem a pior compatibilidade com Fuego possível, agora que você está apta para usar novamente podemos testar até onde vai a sua magia de criocinese.

Minha técnica permitia retirar e reduzir a temperatura de qualquer tipo de matéria para gerar gelo, e a manipular de várias formas alterando até ambientes. Realmente eu era a pior combinação para qualquer usuário de magia de criação de fogo e eles o meu pior pesadelo, é claro.

Ouvi mais algumas orientações e retornei para meu quarto com uma série de pensamentos, resolvi tomar uma banho pra ver se eu clareava as minhas ideias e quando vi já estava praticamente na hora do jantar.

No meio do caminho acabei encontrando com uma das cuidadoras de Leopold, o pequeno Vermillion tinha um ano, eram apenas alguns meses mais novo que meu... falecido irmão. Ele tinha os cabelos avermelhados como os outros dois mais velhos, mal tinha dentes e estava sempre balbuciando alguma coisa.

Assim que ele colocou os olhos em mim ele começou a se mexer.

-[Nome]-san, não há dúvidas que Leopold-sama lhe adora – ela esticou ele na minha direção e eu sorri.

-Acho bom porque o sentimento é mútuo – eu peguei ele no meu colo e cutuquei a bochecha do bebê ganhando um som animado.

Desde que eu era criança eu me lembro de ter um colar com um pequeno medalhão aparentemente era algo passado de geração para geração para o filho ou filha mais velho da família Coldciani e tinha pertencido ao meu pai Ettori antes de mim. Então enquanto andava para a sala de jantar o pequeno mexia no pingente balançando a corrente para todos os lados, eu cumprimentei o restante dos moradores da casa Vermillion cordialmente e me sentei num pequeno sofá enquanto os preparativos ainda eram feitos, Leo ficou no meu colo enquanto brincava com os meus dedos.

Logo eu vi Fuego passando pela porta e Leo também porque ele começou a balbuciar ainda mais alto; O filho do meio veio na minha direção juntamente com a cuidadora que pegou Leo do meu colo, os bebês e crianças eram levados para outra sala enquanto os mais velhos e jovens, no meu caso, se reuniam na mesa principal.

Eram raras as vezes que eu tinha tanto contato direto com a realeza como agora então eu sempre ficava apreensiva. Fuego e Mereo eram diferentes do resto. Mas mesmo assim.

-Vamos, você vai sentar ao meu lado.

-O que? Você enlouqueceu? É lugar pra gente do seu sangue não o meu, eles me tolerarem é uma coisa agora me colocar no mesmo patamar da realeza de vocês já é demais – falei – Por mim eu ficaria no meu quarto mesmo.

-Você nunca se recusou, porque isso agora? – ele perguntou.

-Porque você, sua irmã e seu pai são diferentes mas com a família inteira? Eu não me importo de ficar com vocês porque eu gosto de vocês. E vocês gostam de mim, pelo menos é o que eu acho. – ele continuou me olhando seriamente.

-Bobagens – ele retrucou.

Antes que eu pudesse retrucar um braço me pegou pelo pescoço e me arrastou para a mesa.

-Mereo... Não...

A mais velha riu – Você é minha amiga, se alguém tiver alguma coisa contra você que venha resolver direto comigo, hoje você de sentará ao meu lado.

Eu não tinha muito o que falar já que ela estava praticamente me arrastando, mas não pude deixar de sorrir com isso. Realmente eles eram um bando de leões indomáveis.






N/a: Obrigada por ler até aqui!

Atualizações desse livro serão esporádicas.

Até a próxima, Xx!

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