02
31 de agosto, um dia antes das aulas começarem
ADORA
Bright Moon não é como eu imaginei.
Já vim aqui algumas vezes para jogar na quadra em campeonatos, e quando fiz a matrícula, mas caminhar e explorar tudo foi insano.
A escola fica há vinte minutos da minha casa e preferi ir de carro — o meu carro — e sem ninguém. Mara tinha que trabalhar então prefiro ficar aqui logo. A escola tem dormitórios e por isso muitos alunos são de fora que só saem aos fins de semana. Decidi com a minha tia que vou dormir aqui e voltar aos sábados, porque a gasolina não é barata e ninguém tá cagando dinheiro.
É dia de adaptação, então todo mundo está com as roupas normais indo de um lado para o outro com caixas e malas. Aqui tem ala de dormitórios masculinos e femininos, cantina, campos de vários esportes, piscina, laboratórios, e um monte de salas. Ainda não vi tudo porque Glimmer anda apressada com aquelas pernas curtas, mas ela parece mais amigável do que a última vez.
O cabelo dela ainda está rosa. Ela deve retocar todo mês, eu acho.
Foi ela quem me recebeu na entrada e disse onde é minha vaga no estacionamento (tipo, aqui tem um estacionamento fechado de verdade pros alunos, e eu tenho minha própria vaga) (me senti a Barbie). Então pegamos minhas coisas, passamos na secretaria e pegamos minha chave do quarto e minha grade de aulas, bem cheia inclusive, e o bônus com treinos.
Glimmer é forte e carrega uma caixa me guiando pelo corredor. Ainda não visitamos a escola toda de fato, e tudo o que mais quero é dar uma olhada na quadra e vestiário. Deve ser uma beleza considerando tudo aqui. Mal posso esperar para jogar. Não é como a Horda. Tudo é limpo, bonito, organizado… Até fico mais aliviada. Mudar de escola é algo assustador que só aconteceu uma vez, quando meus pais morreram e fui morar na cidade com Mara, e superei rápido na época. Se adaptar e fazer amizades quando se é criança é fácil. Adolescentes sofrem mais ainda e são nojentos.
Ela para na porta do quarto 26, abre com a própria chave e entra empurrando com o ombro.
— Como tem a chave do meu quarto? — pergunto. Ela faz uma careta.
— Nosso quarto agora. Minha mãe que escolheu, agradeça à ela.
— Colega de quarto com a filha da diretora… Legal — digo baixo, porém não sei se isso é bom ou ruim. Deixo a mala no chão e inspeciono. É bom, grande, com uma cama de cada lado, escrivaninha, um banheiro, janela… — Glimmer, por que tem um garoto na sua cama?
Eu não tinha reparado antes. Ele estava totalmente parado mexendo no celular. O lado de Glimmer já está decorado em parte, só com algumas coisas em cima da mesa dela, mas o menino se virou pra gente assim que abri a boca.
Ele levantou e foi até mim. É mais alto que eu, pele escura, e se veste bem até. Tem um sorriso simpático.
— Adora, Bow. Bow, Adora — Glimmer acena para nós rapidamente. Aperto a mão dele e sou um sorriso.
— Seu nome não é Bow, é?
— Apelido. Já ouvi falar de você. Eu estava no jogo da final, em junho, e te vi lá! Foi incrível!
— Obrigada — sinto meu rosto ficar vermelho. — Não lembro de te ver jogar.
— Banco reserva. Sou lançador.
De fato ele é alto e tem braços longos para lançar uma bola do meio da quadra e acertar. No basquete não tem limite de troca de jogadores. Eu levanto uma sobrancelha e sorrio.
— Se tivessem te colocado teriam ganhado. Que burrice!
— Diz isso para a nossa treinadora então — Bow revira os olhos e Glimmer dá risada. Ela está tirando algumas coisas da minha caixa e não me importo. — Não sou muito rápido. Tenho até medo de não ser classificado.
Glimmer dispensa com a mão e senta na cama e concordo (quem liga se ele não é rápido quando pode lançar uma bola quatorze metros de distância e acertar?). Vamos até lá e decido não arrumar o quarto agora. Quero saber onde ficam as coisas por aqui. Posso até sair correndo e explorar eu mesma.
— Acha que vai ser o que no time, Adora? — Bow pergunta e dou de ombros.
— Eu só quero jogar.
— Vai ser nossa arma secreta. É o que minha mãe diz — Glimmer morde o lábio e pense a cabeça para o lado. — Sente falta da sua antiga escola?
— Um pouco, eu acho. A ficha não caiu ainda.
Olho o quarto mais uma vez. Vai ser estranho dormir aqui, e nem conheço a Glimmer direito, ou qualquer um. Fiquei sabendo que os treinos além de três vezes por semana, são por duas horas direto. Vai ser mais pesado do que imaginei, e as aulas também… Tenho que dar conta. Pela bolsa, pela minha tia, e por mim.
Lembro da Felina. Ela vai ser a nova capitã com certeza, e vai ser durona como a mãe. Ela sempre me deu ideias sobre o que fazer e guiar os outros (isso dizia com gritaria ou me xingando) e eu fazia. Posso não ser capitã esse ano aqui, mas vou ser importante. Espero.
Afasto o pensamento e esfrego as mãos. Estou animada e ansiosa.
— Podem me mostrar a escola?
Bow dá um pulo de alegria e vejo os olhos de Glimmer cheios de "brilho" (não vou dispensar os trocadilhos). Ela deve se sentir mais confortável perto do amigo.
Me pergunto como é o time deles, e se são unidos ou não. Até agora Bow e Glimmer não mencionaram ninguém.
Saímos dos alojamentos e vamos para a parte das salas de aula. Tem um prédio só para isso, outro para secretaria e administração, e o outro a ala de esportes e artes. Bow diz que é obrigatório fazer atividades extracurriculares, e o aluno escolhe. As salas são quase todas iguais, tudo muito branco e antigo, porém bonito. Não sei que tipo de arquitetura é essa, mas parece aqueles filmes de época por fora, e por dentro moderno. Têm armários também, chão liso, cartazes… Parece bom demais pra mim.
E o melhor e mais perturbador: me sinto segura. A Felina não vai estar aqui para me atormentar. Uma parte de mim ainda sente saudades disso. Eu sei, idiotice e loucura.
A quadra de basquete é maravilhosa. Os bancos estão novos em folha, e ainda cheira a tinta, lilás, rosa, branca, cores da escola. É gigante. Eu amei.
— Você não é de falar muito, né, Adora?
Eu devo estar de boca aberta. Estou mesmo. Glimmer ri e fecha-a rapidamente. Ainda não consigo acreditar no quão feliz estou por ver e ter oportunidade de correr e treinar nesta quadra, todos os 28 metros de comprimento.
Bow vê minha expressão feliz e dá um grito que vira eco por todo o local.
— VAI, PEGASUS! — Glimmer grita também. É o mascote da escola. Um pégaso branco com chifre de unicórnio (um unicórnio alado, no caso. Tudo o que sei aprendi com My Little Pony), crina laranja e asas coloridas. Está estampado em toda a parte, até numa figura pequena costurada no uniforme (fofo).
Dou um grito também. Nós começamos a correr por ali e me sinto livre, como se realmente pudesse voar por lá. É incrível.
— Você gostou? — Bow me pergunta e confirmo. Meu cabelo até soltou do penteado e agora cai na testa, e meu peito sobe e desce.
— Me sinto o Troy Bolton ou algo assim — eu literalmente podia fazer um número musical aqui sem vergonha nenhuma.
— Glim, ela acabou de dar uma ideia brilhante! Vamos fazer maratona de High School Musical hoje a noite? — ele diz animado atrás da amiga. Glimmer assente. — Legal! Eu sempre quis fazer isso!
Eles parecem legais de verdade. Por um instante se sinto bem naquela escola, mesmo longe de todos que conheço. Pode ser um bom recomeço.
Aqui em Bright Moon, por um segundo, esqueço Felina.
...
Oi genteeeee
É trailer, pôster, teorias, Warrios cantada pela AJ...
VOCÊS OUVIRAM O ALBUM TODO??? PORQUE EU SS e é a coisa mais perfeita do mundo.
Eu tô super ansiosa pra isso. Tudo me abala eu sou totalmente desequilibrada kkkkkk
Seis dias meu pai amado
Como vocês estão?
Espero que tenham gostado do capítulo!
Bjs
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