013

~ Chamas ~

Maratona: 2/3

Quando Eun Yu é deixada no chão, Moon caiu sentada ao seu lado, seus olhos permanecem em branco, quase cinza, como ela estivesse em um transe, muito doloroso. A Lee está com um misto de emoções ao ver Hyun-su, sem notar como sua irmã de consideração não estava bem.

A dor que consume Moon não é física; é uma agonia que transcende as fronteiras do corpóreo, uma sensação de queimação que dança por suas veias como chamas reais. Seus ossos tremem sob o peso dessa angústia ilusória, uma experiência que ela reconhece como a assinatura inconfundível de uma injeção, uma lembrança dolorosa de seu último encontro com o Doutor Im antes de abandonar a corporação.

“Faça isso parar!” Sua mente grita. Da mesma forma que implorou por seu avô, anos antes.

Ela fecha os olhos, mas a escuridão não oferece alívio; em vez disso, é um teatro para as sombras distorcidas da dor.

A ilusão envolve Moon em uma realidade distorcida, onde o calor incandescente é seu companheiro constante, uma maldição que agora se manifesta como uma dança frenética de labaredas incontroláveis.

Sua mente, embora assolada pelas chamas ilusórias, permanece uma fortaleza inabalável, resiliente como uma chama que nunca se apaga, enfrenta a dor mental com uma coragem que transcende a própria tormenta.

Moon abre os olhos, e eles estão castanhos como de costume, injetados de muito ódio. A garota, já distante, parece surpresa, até assustada, suas sobrancelhas estão franzida e ela não entende o que está acontecendo. Não tinha controle sobre a Han, ninguém tinha.

—— EU VOU MATAR ESSA CRIANÇA MALDITA!

Ela ignorou que Cha Hyun-su impedia que Eun Yu chegasse a ele, tudo em seu corpo gritava de ódio. Ela não precisou andar muito até sua moto, e abrir o compartimento de guarda objetos.

A arma pesou em sua mão, e ela tinha a garota em sua mira. Ela acertaria seu antigo amigo, e provavelmente Salvador, mas não se importava, seria suficiente para lhe dar tempo de queimar a desgraçada que havia lhe tocado.

—— Suas doidas, o que estão fazendo aqui?

O corpo de Moon foi mandado para o lado, e a explosão atingiu um metro de distância da garota, que perdeu o sorriso, que tinha ao ver Hyun-su mantendo Eun Yu longe. O prédio atingido brilhou, e todos os vidros quebraram, uma grande rachadura aparecendo na parede externa.

Os olhos dos monstros se arregalaram, e a Han sorriu com muita ironia para o Cha, que a reconhecia. Ela nunca havia o olhado daquela maneira. Eles eram amigos, Moon sempre o defendeu e apoiou, a mulher que o abraçou antes de uma missão, realmente poderia matar a suposta filha de Yi-Kiung , e não parecia abalada com aquilo.

—— Da próxima, eu não erro.


—— Você ia matar o Hyun-su!

—— Não. Eu ia matar a estranha, ele só iria ficar gravemente ferido —— resmungou, pensando em várias coisas ao mesmo tempo. A Lee ao seu lado estava indignada —— Ela tentou nos matar, quer sentir pena? Sente quando estiver no velório dela.

Moon não disse mais nada. Subindo na moto, tentando chegar até Chan-yeong rapidamente. Lee Eun yu engoliu em seco, ela tinha em mente que a garota poderia ser a filha de Yi-Kiung, mas a Han não se importava.

Seus olhos observaram a porta do galpão aberta, e ela deixou a moto de lado, seguindo as marcas de passos até o interior do trailer. Onde conseguia ouvir Hani falar algo alegremente.

Analisou a cena com atenção, vendo Park Chan-yeong perder a consciência aos poucos, ela sacou sua arma, atirando perto de onde Hani estava.

—— Se afasta dele.

Alguém apontou uma arma em sua cabeça, ela soube que era uma espingarda, mas não se importou, correndo até o amigo. Aliviada em notar que seu coração ainda batia, apesar da espuma que saia de sua boca.

—— O que você fez?

—— Acho que coloquei muito —— Ela riu, Moon teve vontade de matá-la com as próprias mãos, se levantando em um rompante.

—— O que é isso? —— Eun Yu perguntou, puxando Moon para longe da garota que ainda sorria como uma grande drogada.

—— Cogumelos. Todos alucinógenos. Sorte que Ha-ni aqui, tem tolerância. —— o senhor fala, fazendo a mulher revirar os olhos de desgosto.

—— Sim —— concordou Moon, ainda ao lado da irmã —— deve ser porque ela não tem um único neurônio.

—— Moon —— repreendeu a Lee, enquanto o mais velho dizia que iria atrás de antídoto.

Eun Yu está com a testa franzida. Sabia que Moon era protetora e uma grande lutadora. Mas não estava normal.

—— Não devia ter deixado essa maluca com ele —— resmungou, sentindo sua cabeça doer —— Eu falei que ele era nosso.

Moon estava cansada, seu coração acelerado e muito raiva pulsando em seu corpo. Ela sentiu seu corpo cambaleante, e Lee Eun Yu a manter de pé, antes de desligar todos os sentidos.

A memória surge como um suspiro nas profundezas da inconsciência de Moon, um eco do passado que se desenrola em cores vívidas e palavras marcantes. Ela se encontra em um cenário familiar, cercada pelas paredes acolhedoras da casa onde passou grande parte de sua infância, ao lado de sua irmã, Sun. A suavidade da lembrança é quase enganadora, pois nada era tranquilo enquanto seus testes ocorriam.

Ela quase sente o cheiro do bolo de cenoura de sua mãe.

As vozes de seu avô, Jang, e do enigmático Doutor Im permeiam o ambiente. Moon e Sun, jovens e inocentes naquele momento, escutam com atenção, suas mentes absorvendo as palavras como esponjas famintas por conhecimento. A conversa, no entanto, tece uma narrativa sombria, revelando o véu de segredos que envolve as irmãs Han.

—— Doutor Im, estas meninas devem estar prontas para o que está por vir —— as palavras do avô ressoam, impondo um tom de seriedade à atmosfera.

—— O que eu injetei nelas pode matá-las, ou torná-las imunes a quase todas as doenças do mundo.

A revelação ecoa na mente de Moon como um trovão distante. O avô, parece alheio ao sofrimento que suas palavras podem infligir.

—— Isso não importa. Faça o que tiver que fazer.

Enquanto Sun e Moon processam as palavras, a decisão do avô ecoa como um mantra em suas mentes jovens: estar prontas para tudo. É uma instrução que se tornará uma bússola em meio à tempestade da vida, uma diretriz que irá moldar o curso de suas existências.

Moon  se encontra em um estado entre a vigília e a inconsciência, um limiar borrado pelo luto e pela dor recente de perder seus pais e sua irmã. Ela está envolta em névoa, como se estivesse à deriva em um mar de tristeza e desespero. A voz do Doutor Im, que ecoa na sala, é um farol distante.

—— As coisas mudaram ——  diz ele, como se pronunciasse sentenças que alterariam o curso do destino. ——  tem um novo vírus...

—— Fui chamado para esse novo estudo...

—— Tudo o que fizemos não está codificado —— ele sussura para alguém, parecia com medo —— se alguém descobrir...

Moon, em seu estado debilitado, captura fragmentos da conversa, seu avô, buscando respostas, pergunta ao Doutor Im sobre a imunidade de Moon ao novo vírus.

—— Trabalhei nela durante toda a minha vida, se alguém pode ser imune, essa pessoa é sua neta...

Moon, perdendo e recuperando a consciência em ciclos intermitentes, absorve a gravidade de sua situação, tornando-se involuntariamente o epicentro de uma busca desesperada por uma cura. Enquanto a névoa da inconsciência se adensa e dissipa, ela percebe que sua existência está entrelaçada com um propósito maior, uma missão que ela não pediu.

Seus olhos se abrem, aos primeiros sinais do novo dia, ela se depara com Eun Yu a observando com atenção, preocupação estampada em seu rosto.

—— Acho que sou um projeto, do governo.

TCHARÃ!

Essa teoria ninguém comentou...

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