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~ Caos ~

Os escombros do Residencial Verde eram uma paisagem desoladora, marcada por destroços e memórias fragmentadas. Moon e Eun Yu caminhavam entre os destroços, seus passos reverberando silenciosamente no cenário desolado que testemunhara tanto sofrimento.

As duas mulheres, cunhadas unidas pela dor e determinação, sentiam o peso do luto em seus ombros. Cada respiração era um eco das perdas sofridas, mas uma determinação silenciosa as impelia adiante. Elas precisavam da verdade, mesmo que essa verdade fosse uma faca a cortar ainda mais fundo seus corações dilacerados.

Seus olhos, pesados de tristeza, varriam cada detalhe em busca de qualquer sinal de Eunhyuk.

Foi então que seus olhares se fixaram em um papel solto, delicadamente preso entre destroços. Moon estendeu a mão trêmula e pegou o papel. As palavras escritas à mão por Eunhyuk surgiram diante dela como uma confissão silenciosa.

Infectados: "Lee Eunhyuk".

Ao lado do papel, um par de óculos quebrados repousava, apenas. Os olhares de Moon e Eun Yu se encontraram, uma conexão de compreensão mútua e dor compartilhada. A chama da esperança, mesmo frágil, ainda ardia.

Era um pacto silencioso, uma promessa não falada de que não desistiriam, elas enfrentariam o desconhecido, em busca de respostas e, talvez, de um fio de esperança que se escondesse entre os destroços de seu mundo.

Moon deixou que Lee Eun Yu tivesse seu próprio momento, seguindo por entre o que restou de sua moradia. Enchendo sua mochila do que viesse a sua mente. Seus passos a guiaram até sua faca-taiser, e ficou contente ao encontrar sua arma, quase soterrada em toda terra e pedras pesadas.

Algumas pilhas, fios e até kit de costura. Ela estava sendo guiada por instintos, seus olhos atentos a qualquer movimentação estranha. No entanto, foi sua audição a primeira a soar, pode ouvir claramente o militar de antes gritar.

—— SUA PUTA!

Seus olhos, normalmente expressivos, agora se inflamavam com uma ira indomável ao ver Eun Yu, sua cunhada, sendo brutalmente agredida pelo mais velho. A visão desencadeou um furor ancestral em Moon, um instinto de proteção que superava qualquer racionalidade.

Ela avançou, por entre os escombros, cada passo ressoando como um tambor que ecoava a raiva enterrada em seu peito.

O militar, alheio à tempestade que se aproximava, deu atenção ao cabo que lhe avisava de algo, apontando para o que parecia uma pilha de corpos. Os moradores, estagnados, vendo toda a agressão de forma impotente, foram os primeiros a ver a Han de aproximar.

Quando Moon chegou ao epicentro da violência, ela não hesitou. Gritou com uma intensidade que poderia fazer as paredes tremerem, suas palavras carregadas com a promessa de vingança. Ela nem se importava com os prováveis monstros ao redor, ia matá-lo.

—— EU AVISEI PARA NÃO AMEAÇÁ-LA!

1 segundo.

Impulsionada por anos de treinamento militar e a fúria de uma leoa protetora, cortou o ar como um trovão. O militar, inicialmente surpreso pela ousadia de Moon, tentou zombar em resposta, mas sua insolência foi sufocada por um golpe certeiro, um chute desferido contra seu rosto, com tanta força que o homem pode sentir o gosto de sangue.

5 segundos.

A ira da Han se manifestou em uma série de golpes precisos, cada soco carregado com a força de sua determinação e a violência justa de uma resposta à injustiça.

15 segundos.

Os moradores, inicialmente chocados com a virulência de Moon, tentaram intervir, implorando para que ela parasse. No entanto, a raiva dela era uma tempestade imparável, uma força da natureza que não se curvava aos apelos de misericórdia.

Cada golpe era um eco de seu grito de guerra silencioso, Moon canalizava sua indignação em cada movimento.

Enquanto a fúria dela se manifestava, o militar tentava desesperadamente se defender, mas era como um cervo encurralado diante de um predador implacável. Seus zombeteiros, agora substituídos por gritos de dor, eram alegria para os ouvidos da mulher.

30 segundos.

Quando ele parou de lutar, Moon recuou, seu olhar fixo no homem caído. Sua respiração estava pesada, e o silêncio que se seguiu era apenas quebrado pelos murmúrios assustados dos sobreviventes.

Moon, com a mochila ainda nos ombros e a fúria ainda brilhando em seus olhos, olhou para o caos que ela mesma havia desencadeado. O cabo desviava o olhar de seu comandante morto, e a senhora Cha escondia o rosto dos irmãos Kim contra seu peito.

—— Você está bem? —— sua voz soou fraca, sua respiração se tornando ofegante pelo esforço anterior.

Eun Yu acenou, seus olhos fixos no militar deformado, que não respirava mais. Moon, a mulher que seu irmão estava amando, havia acabado de matar um homem com suas próprias mãos, e só se importava com ela.

—— Ela matou ele —— um dos moradores comentou assustado, Moon revirou os olhos para a voz dele, se lembrando do cara que surtava por produtos de beleza.

Mas antes que qualquer coisa fosse dita, o som de passos gosmentos foram capturados por réus ouvidos. O militar mais novo, e agora único vivo, apontou a arma para a mulher que saia nua do prédio, alheia a qualquer coisa que acontecia.

—— Essa não é a senhora Im?

Su-young perguntou baixinho, então a Han se lembrou da mulher que havia perdido a filha ainda bebê. Uma monstra indefesa, que o senhora Han disse para deixar em paz.

Moon levantou a mão para o cabo, pedindo para que baixasse a arma. Quando uma grande garra se prendeu próxima a eles. Todos os moradores conheciam o mostro em questão, ele não tinha olhos, mas sua audição era implacável.

A Han foi puxada por Eun Yu para junto dela, ambas andando de forma lenta e silenciosa, seguindo as indicações do militar. A Han prendeu a própria respiração, seus passos se tornando dez vezes mais leves do que o normal, de repente odiando toda pedra em seu caminho, que se elas fossem gritar para o monstro onde estavam.

Um drone apareceu, chamando a atenção do monstro, assim que o primeiro sobrevivente alcançou o ônibus. Moon indicou para que a Lee seguisse em frente, seus olhos parando no militar que tentava os salvar. Ela conseguia sentir como ele só queria fazer o que achava certo.

"O que tá fazendo?" Perguntou Eun Yu, sem dizer uma única palavra com a voz.

"Sendo a teimosa que irrita o seu irmão."

Moon nem entendeu o que agarrou os dois, que tipo de monstro esquisito era aquele. Dois olhos gigantes que os expremia como um limão a ser esmagado com força.

A nova dupla tinha facas em mãos, mas não conseguiam cortar a criatura de forma que conseguissem se soltar. Quando a Han se estressou, fincando a arma branca na pupila mais próxima a sua mão.

Ela sentiu as feridas arder e a pontada na costela voltar, enquanto corria ao lado do homem, os dois tentando alcança o ônibus em movimento, enquanto permaneciam fugindo dos monstros ao redor.

Moon desejou ter deixado sua mochila com Eun Yu, sentindo as pernas cederem ao cansaço ao ter que se jogar contra o chão, antes de ser puxada pelo militar para que continuassem a correr.

—— Você é maluca? Tá tentando se matar? Não tem amor a vida!?

Moon engasgou, uma mistura de risada e choro, ao ouvir a voz de Eunyu gritar com ela. A Han jogada ao chão do ônibus, seu peito subindo e descendo com força, enquanto tentava puxar oxigênio para os pulmões.

—— Você parece mais com seu irmão, do que imagina...

Moon mais ativa? Temos.

Moon assassina? Temos.

Moon irmã mais velha? Temos também.

O que acham dessa Moon?

Beijos. Até 👋🏻

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