Capítulo 6 - And stop crying your heart out...
3 dias depois...
Kevin estava estranho desde o dia em que Gil e os outros vieram atrás de nós. Ele não retornava as minhas ligações e não estava mais indo para a escola. Eu sabia que algo o incomodava, e estava lhe dando o espaço que precisava, mas eu não aguentava mais todo o seu silêncio. Eu queria tentar ajuda-lo.
Jasper estava frequentando as aulas normalmente, mas não me encarava quando eu passava pelos corredores, e acho que Gil e o seu outro capanga fariam a mesma coisa se estudassem aqui.
Meus pais ficaram assustados ao ver meu rosto machucado, mas eu não contei o que tinha acontecido. Mamãe estava se curando, e eu não queria falar nada que pudesse prejudicar o seu tratamento.
Decidi ligar mais uma vez para Kevin na hora da saída do colégio. Se ele não atendesse, eu iria até lá, mas não deixaria mais que ele se afastasse de mim.
Depois de quatro toques, a mãe de Kevin atendeu.
— Oi, querida.
— Oi, Sra. Wood. O Kevin está?
— Na verdade, não. Ele pediu para avisar que irá para uma clínica de reabilitação hoje em Nova Jersey.
— Como assim?
Tive um mini infarto com aquela informação, e a falta de ar que me atingiu acabou me deixando zonza.
— O Kevin não teve coragem de se despedir de você. Ele ficará fora por mais ou menos um ano, mas vai depender do progresso que ele obter com o tratamento.
— Entendi. — Engoli em seco, tentando controlar a vontade que eu tinha de chorar.
— O Kevin pediu para te dizer que te ama, e que fez isso porque quer ser uma pessoa melhor para você. Ele acabou de sair. Se você correr, poderá alcança-lo.
— Obrigada.
Desliguei o telefone e peguei o primeiro ônibus que passou. Eu não podia deixa-lo ir embora assim. Se ele pensava que podia fazer isso, estava muito enganado.
Assim que desci do ônibus, corri em direção a rodoviária de forma totalmente desajeitada. O lugar estava cheio, e eu comecei a procura-lo desesperadamente, temendo que ele já tivesse ido embora.
O encontrei em pé, com uma mala no chão. Ele parecia meio abatido e caminhei até ele com toda a raiva que eu possuía. Assim que ele me viu, percebi que ficou um pouco surpreso.
— O que pensa que está fazendo? — perguntei, dando um empurrão em seu peito e sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
— A coisa certa. Depois que eu vi o Gil acertando seu rosto, eu percebi que não quero que você tenha essa vida. Eu sou um cara errado que está tentando, finalmente, se consertar. Mas se eu ficar aqui, provavelmente não conseguirei ser o cara que você merece que eu seja.
— Você podia ter me avisado que iria fazer isso. Eu fico muito feliz em ver que você quer mudar, mas precisava mesmo esconder isso de mim?
— Eu fiquei me sentindo envergonhado. Depois de tudo o que aconteceu com o Gil, eu fiquei com medo de te perder. Eu atraio encrenca, e não queria que você tivesse sido ferida por uma coisa que eu mesmo causei, entende?
— Entendo.
E eu realmente entendia os seus motivos. De verdade. E por mais que eu quisesse que ele fosse para a reabilitação, uma parte dentro de mim tinha medo de que nós nos perdêssemos.
Kevin se aproximou de mim e me beijou de uma forma intensa e mágica. Por um momento, eu me esqueci de que ficaríamos separados por tempo indefinido. Me esqueci até o meu nome, e quem eu era. Porque eu não era eu mesma quando estava com o Kevin. Não, eu era uma pessoa melhor.
Agarrei seus cabelos e o puxei mais para mim. Nossos corpos estavam tão próximos que eu achei que entraríamos em combustão. Eu sabia que aquela seria a nossa despedida.
— Me desculpe por não ter te avisado. — disse Kevin enquanto fazia carinho em meus cabelos.
O ônibus de Kevin chegou, e nós nos olhamos com muita tristeza. Eu o abracei bem forte, querendo gravar o seu cheiro, o seu toque, o calor do seu corpo e o seu beijo, para que eu pudesse visitar as minhas lembranças sempre que eu estivesse com saudades.
Eu iria espera-lo o tempo que fosse necessário, porque eu descobri que sempre estive esperando por ele, mesmo sem saber que era ele que eu esperava.
— O que vai acontecer com a gente?
— Eu vou voltar para você, Ally. Eu prometo.
Assenti com a cabeça e mordi o lábio. Kevin enxugou algumas lágrimas que rolavam pelo meu rosto e beijou minhas têmporas demoradamente.
— Eu amo você, Kevin.
Ele abriu um sorriso lindo para mim.
— Eu também te amo, Ally.
Trocamos mais um beijo antes de Kevin embarcar no ônibus. Ele subiu as escadas e parou para me olhar.
Nós sorrimos um para o outro.
Ele tinha feito meu coração parar de chorar.
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