A-rrogante

No passado e o presente, eu sou o mesmo

O dia de Satoru Gojo começou como de costume, com uma sucessão de reuniões e projetos aguardando por ele na sede da empresa. Vestindo um impecável terno cinza e exibindo sua habitual expressão confiante, ele entrou no prédio, pronto para enfrentar mais um dia agitado.

Satoru cumprimentou os membros de sua equipe com um aceno de cabeça, antes de se dirigir para sua sala luxuosa no último andar do edifício. Lá, ele se sentou à sua imponente mesa de mogno e iniciou sua agenda repleta de compromissos.

A primeira reunião do dia era com a equipe de marketing, discutindo estratégias para o próximo lançamento de um produto de alta demanda. Satoru liderou a discussão com habilidade e precisão, tomando nota de cada sugestão e decidindo os próximos passos com confiança.

-- Vamos nos concentrar em maximizar nossa presença nas redes sociais--  ele disse, seus olhos brilhando com determinação. -- Eu quero que este lançamento seja o maior sucesso até agora.

Com a reunião concluída, Satoru mergulhou em uma série de projetos pendentes, navegando pelas planilhas e relatórios com velocidade e eficiência. Ele estava no seu elemento, fazendo o que fazia de melhor: liderar e inovar.

Foi então que seu telefone tocou, interrompendo sua concentração. Ele olhou para o visor e viu o número da escola de Megumi piscando na tela. Uma sensação de apreensão se apoderou dele enquanto atendia a ligação.

-- Alô, aqui é Satoru Gojo-- respondeu, sua voz calma e controlada.

-- Olá, Sr. Gojo -- disse a voz do outro lado da linha, soando preocupada. -- Eu sinto muito ter que informar que Megumi se envolveu em uma briga hoje na escola.

Satoru segurou a respiração por um momento, processando a notícia. Sua criança nunca foi violenta então o que está acontecendo?

-- Está tudo bem com ele? Ele se machucou?

-- Não fisicamente, mas parece que ele estava muito perturbado emocionalmente -- explicou a voz do outro lado da linha. -- Nós gostaríamos que você viesse à escola para discutir o incidente.

Satoru assentiu, mesmo que a pessoa do outro lado da linha não pudesse vê-lo. 

-- Estarei aí o mais rápido possível -- prometeu, antes de desligar o telefone.

Ele se levantou da mesa, uma mistura de preocupação e determinação se manifestando em seus olhos. Megumi era sua prioridade máxima, e faria qualquer coisa para garantir que seu filho estivesse seguro e feliz.

Com um último olhar para a sala de reuniões, Satoru saiu apressado de sua empresa, deixando para trás os projetos e preocupações do mundo dos negócios pedindo a Mei Mei, uma das acionistas competentes que assumisse enquanto se preparava para enfrentar uma situação completamente diferente na escola de seu filho.

[...]

Chegando à escola de Megumi, Satoru respirou fundo enquanto se dirigia à sala do diretor. Ele estava determinado a descobrir o que havia acontecido e garantir que seu filho estivesse bem.

Ao entrar na sala do diretor, ele encontrou Megumi sentado em uma cadeira, parecendo pequeno e frágil em meio à atmosfera tensa da sala. Satoru sentiu seu coração se apertar ao ver a expressão preocupada no rosto do garoto.

-- Sr. Gojo, obrigado por vir tão rapidamente -- disse o diretor, acenando para Satoru se sentar em uma cadeira em frente a ele.  -- Nós tivemos um pequeno incidente hoje envolvendo Megumi e outro aluno.

Satoru olhou para Megumi, esperando que ele explicasse o que havia acontecido. O garoto abaixou o olhar, evitando o contato visual, e Satoru pôde ver a tristeza em seus olhos.

-- Você pode nos contar o que aconteceu, Megumi? -- Perguntou Satoru, sua voz suave e reconfortante.

Megumi relutantemente começou a falar, descrevendo como ele foi provocado por outro aluno durante o intervalo. Ele explicou como tentou ignorar os insultos, mas eventualmente perdeu a paciência e acabou se envolvendo em uma briga.

Satoru ouviu atentamente, seu coração se partindo ao ver o sofrimento de seu filho. Ele queria abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas sabia que precisava ser forte e resolver a situação adequadamente, nenhuma criança merece ser vítima de bullying e logo o seu que não passaria despercebido, não quando tinha poder para mandar fechar a escola. Gojo respirou fundo pelo pensamento terrível, teria de se controlar como sempre para não agir impulsivamente e passar a noção errada para o filho, afinal não é por que pode fazer que se deve fazer.

-- Eu sinto muito por isso, Sr. Gojo -- disse o diretor, parecendo preocupado com a reação de Satoru. -- Nós estamos lidando com a situação, mas achamos importante informá-lo.

Gojo assentiu, agradecendo ao diretor por sua diligência. Ele então se voltou para o filho, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

-- Megumi, sei que você está passando por um momento difícil -- começou ele, sua voz cheia de compaixão. -- Mas quero que saiba que estou aqui para você. Você não está sozinho, e juntos vamos superar e resolver isso.

Megumi olhou para cima, encontrando os olhos de seu pai. Uma mistura de gratidão e alívio brilhava em seus olhos, e Satoru soube que havia feito a coisa certa ao estar ao lado de seu filho.

E assim, pai e filho saíram da escola, prontos para conversar em casa, obviamente que Satoru voltaria em outro momento e conversaria a sós com o diretor.

Compreendendo o desconforto de Megumi em falar sobre o que aconteceu na escola, Satoru decidiu não pressioná-lo. Ele sabia que seu filho compartilharia quando se sentisse pronto e confortável para isso. Em vez disso, ele concentrou seus esforços em garantir que o pequeno recebesse o apoio e a orientação de que precisava.

Assim que saíram da escola, Satoru fez questão de marcar sessões de terapia para Megumi, fornecendo-lhe um espaço seguro para explorar seus sentimentos e lidar com qualquer trauma que possa ter experimentado. Além disso, ele também organizou reuniões regulares de confiança paterna, onde poderia estar presente para o filho e mostrar-lhe que ele estava ali para ajudá-lo, não importa o quê.

Além de cuidar de Megumi, Satoru reconheceu a importância de cuidar de si mesmo. Ele agendou algumas sessões de terapia para si, reconhecendo que sua própria saúde mental e bem-estar eram fundamentais para apoiar efetivamente seu filho.

O restante do dia transcorreu de maneira tranquila. Apesar da distância emocional de Megumi, Satoru encontrou conforto na simples presença do garoto ao seu lado. Saber que ele podia contar com o apoio de Megumi, mesmo que fosse apenas em silêncio, significava mais do que palavras poderiam expressar.

Sentia que aos poucos estava sendo aceito de verdade pelo coração pesado de fardos do garoto.

No dia seguinte, Satoru acordou com a determinação de passar um tempo de qualidade com Megumi. Ele tentou remarcar algumas das reuniões agendadas, na esperança de fazer com que Megumi faltasse à escola para que pudessem passar o dia juntos. No entanto, seus esforços foram em vão. Mei Mei, sua confiável colega de trabalho no setor financeiro, estava fora da cidade em uma viagem de negócios e não havia outra pessoa com credibilidade suficiente para assumir seu lugar.

Mesmo com a frustração de não poder passar o dia com Megumi, Satoru ficou impressionado com a atitude do garoto. Ao contrário do que ele esperava, Megumi não hesitou em se preparar para ir para a escola. Antes mesmo do horário, ele já estava vestido e com sua lancheira pronta nas mãos, pronto para enfrentar mais um dia de aula.

A visão de Megumi pronto para o dia deixou Satoru um tanto confuso e ao mesmo tempo orgulhoso. Ele se questionou se o garoto não preferiria ficar em casa, considerando a situação delicada pela qual estavam passando. No entanto, ao mesmo tempo, sentiu um profundo orgulho por ver a determinação e a coragem de Megumi em enfrentar suas próprias batalhas, mesmo diante das adversidades.

Com um sorriso no rosto, Satoru se aproximou de Megumi e colocou uma mão reconfortante em seu ombro. 

-- Você está pronto para o dia, Megumi? -- perguntou, admirando a força e a resiliência do garoto.

Megumi assentiu com um sorriso tímido, seu olhar demonstrando uma mistura de determinação e esperança. 

-- Sim. Vou enfrentar o dia de frente -- respondeu ele, suas palavras repletas de confiança.

Satoru sentiu um nó se formar em sua garganta ao ouvir a resposta de Megumi. Ele sabia que, apesar das dificuldades, eles enfrentariam tudo como uma verdadeira família.

Com um último olhar de orgulho para o filho, Satoru acompanhou Megumi até a porta de entrada, sabendo que, independentemente do que o dia reservasse, eles estariam lado a lado , enfrentando cada desafio.

Depois de despedir-se do filho o dia se encheu de reuniões e assim foram os seis dias a frente, Megumi não teve mais problemas na escola, entretanto, Gojo estava sempre atento e aparecendo no local para buscá-lo deixando claro que sua presença era corriqueira e que seu filho não estava só.

Em uma determinada semana as brigas voltaram a acontecer e dessa vez, Satoru resolveu deixar Megumi fora da escola, estava irritado com o ambiente escolar que não resolveu nada e mesmo que seu filho soubesse se defender tentava não incitar a violência mesmo que sentisse orgulho por saber que Megumi bateu no coleguinha e lógico que não demonstrou. Por hora Satoru resolveu que levaria Megumi para o trabalho, mesmo que não fosse indicado, não achava uma boa ideia deixar o filho sozinho, no meio do caminho ele ligou para a única pessoa que poderia lhe dar uma ideia:

-- Suguru, está ocupado?

-- Não pode dizer. -- O moreno soou calmo do outro lado da linha.

-- Conhece alguma creche de confiança? -- Ao ouvir as palavras do pai Megumi cruzou os braços não era nenhum bebê e não precisava disso.

-- Eu não utilizo mais, eu posso ver com a Lizie se não há uma boa babá para te ajudar.

-- Tem que ser para agora Geto. -- Afirmou levando o amigo a gargalhar.

-- Tudo bem, vou pedir a Liz que mande direto para a sua empresa.

-- Perfeito só se certifique de que seja uma boa profissional -- afirmou.

-- Se não calar essa boca vou parar de te ajudar -- Suguru contestou levando Satoru a rir.

-- Desculpe velho amigo só estou um pouco aflito, mas conversamos sobre isso depois, estou com um certo rapazinho aqui.

-- Nesse caso mande um bom dia para ele e diga que temos de marcar para que Mimiko e Nanako o veja, ele irá gostar de tê-las como amigas.

-- Certamente. -- Gojo se despediu desligando o telefone.

Megumi ficou um pouco emburrado mas não conversou a respeito da briga ou do fato de ele contratar uma babá e assim seguiram para a empresa e enquanto Satoru seguia com as reuniões o jovem Fushiguro ficou com a sala do pai só ara si, ele já havia assistido quase todos os desenhos matutinos e feito parte da lição de casa quando a secretária abriu a porta:

-- Desculpe mini chefe, mas a sua nova babá está aqui. Senhorita Zaneli esse é o senhor Fushiguro Megumi, filho do dono dessa empresa o senhor...

-- Não preciso do nome dele. -- A mulher afirmou -- Sei que é descortês lhe interromper, mas farei meu trabalho com maestria. -- Ela se aproximou.  

-- Bom dia senhor Megumi eu sou Santorini Zaneli a sua supervisora. -- ela se apresentou sorrindo de maneira divertida o que fez a criança a avaliar. 

Zaneli tinha a pele negra, olhos intensamente vermelhos e longuíssimos cabelos cacheados até abaixo da cintura, utilizava uma roupa comum que cobria todo o seu corpo e trazia consigo uma bolsa universitária.

-- Por que disse que é minha supervisora? -- Megumi indagou e ela o encarou, tudo sobre os olhos atentos da secretária de Gojo.

A mulher sorriu, compreendendo a desconfiança do garoto. 

-- Isso não é óbvio? Rapazinhos como você geralmente não gostam de babás -- ela respondeu de forma descontraída, sem se aproximar muito de Megumi, percebendo sua hesitação.

A secretária, que estava presente durante a interação, pigarreou para chamar a atenção. 

-- Vou deixá-lo. Qualquer problema, basta tocar o telefone -- ela disse antes de sair.

Zaneli piscou para a mulher, deixando-a um pouco confusa. Ela não parecia o tipo de pessoa com maturidade para lidar com uma criança. No entanto, a mulher não sabia que Geto havia passado apenas superficialmente as condições de Megumi para a ex-esposa quando pediu ajuda.

Enquanto a secretária saía, Zaneli se virou para Megumi, mantendo seu sorriso brilhante.

-- Bem, acho que somos só nós dois agora. Alguma coisa em mente que você gostaria de fazer hoje? -- ela perguntou, tentando estabelecer uma conexão com o garoto.

Megumi observou-a por um momento, surpreso com a abordagem amigável da babá. Talvez ela não fosse tão ruim quanto ele havia imaginado.

-- Podemos... assistir a um filme? -- ele sugeriu timidamente, finalmente se movendo de seu lugar. Zaneli sorriu, parecendo satisfeita com a resposta. 

-- Claro! Vamos encontrar algo divertido para assistir juntos -- ela concordou, estendendo a mão para Megumi ele postergou diversas vezes antes de aceitar, por incrível que pareça a presença dela era tão... Calma e tranquilizadora que o fez ceder momentaneamente ao seu receio de se aproximar das pessoas.

Os momentos que passaram pesquisando filmes foi em vão a TV gigante que tinha já sala de Satoru só transmitia coisas chatas e no serviço de streaming atual não agradava a criança. Zaneli ponderou um pouco até que teve uma boa ideia.

-- De que tipo de filme você gosta senhor Fushiguro? -- Perguntou com um sorriso aberto.

-- Eu prefiro livros. -- A resposta do garoto deixou-a perplexa, era raro uma criança tão jovem preferir ler do que assistir e infelizmente não havia livros do interesse infantil no local.

-- Já que não há livros pra você aqui, que tal assistimos esse? -- Ela deu o play no aparelho que começou a passar como cães e gatos. Megumi arqueou a sobrancelha,  nunca parou para assistir filmes assim, na verdade sempre que assistia com Satoru o mais velho procurava algo dentro da sua zona de conforto infantil, então de fato seria inusitado.

A sugestão de Zaneli de assistir ao filme "Como Cães e Gatos" pegou Megumi de surpresa. Ele arqueou a sobrancelha, intrigado com a escolha inesperada. No entanto, decidindo dar uma chance à nova experiência, Megumi assentiu com relutância. 

-- Tudo bem -- ele concordou, acomodando-se no sofá ao lado de Zaneli.

Conforme o filme começava a se desenrolar na tela, Megumi encontrou-se envolvido na trama, surpreendendo-se com a habilidade dos cineastas em criar um mundo onde cães e gatos travavam uma guerra secreta. Ele não conseguia evitar um sorriso ocasional diante das cenas engraçadas e das piadas inteligentes, e a Santorini teve a certeza de que o garoto gostava de animais.

Ao lado dele, Zaneli observava com satisfação o interesse crescente de Megumi pelo filme. Ela estava feliz por ter conseguido encontrar algo que o garoto gostasse, mesmo que fosse um pouco fora do comum, para ele.

Conforme o filme chegava ao seu clímax, Megumi se viu torcendo pelos personagens e ansioso para ver como tudo se resolveria. Quando os créditos começaram a rolar na tela, ele olhou para Zaneli com um brilho de empolgação nos olhos.

-- Isso foi... Divertido -- ele admitiu, surpreendendo-se ao descobrir que gostara do filme mais do que imaginava.

Ela sorriu, satisfeita com o sucesso de sua escolha. 

-- Fico feliz que tenha gostado, senhor Fushiguro -- respondeu inclinando-se para desligar o aparelho.  -- Talvez possamos assistir a mais um filme.

Megumi assentiu, sentindo-se mais confortável na presença de sua nova babá. Talvez assistir filmes não fosse tão ruim afinal, desde que ele estivesse na companhia certa.

-- Que tal assistimos a continuação? Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore -- Ela passou a mão no ar como se as letras fossem surgir.  -- Mas antes preciso verificar o que você almoçará.

Megumi concordou se sentindo um pouco mais suave. A mulher sorriu minimamente. 

-- Já volto. -- A cacheada seguiu em direção a porta, ao abrir ouviu a voz tão conhecida pelo corredor.

-- Escuta Megumi eu pedi uma tortilha de frango e gengibre em conserva tudo uma delícia do melhor restaurante da cidade e...-- Satoru emudeceu encarando a mulher, olhos vagueando de cima abaixo prestando atenção em cada detalhe, ela não havia mudado tanto fisicamente, mas sentia que por dentro a mulher estava completamente diferente e ainda assim deu seu melhor sorriso ajeitando os óculos escuros.

-- Olá Zaneli.

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