20
Winter's pov:
"Nós não temos que seguir o que outras pessoas fazem... Nós não somos eles. Você e eu, nós devemos escrever nossa própria história."
Não sei como aconteceu, mas lembro que em um momento estávamos saindo da ponte Bampo após o festival das luzes, em outro estávamos em casa, nos beijando, e agora estamos no meu quarto. Ela segura meu pulso antes de me puxar contra seu corpo. Minhas costas batem contra a porta e sua boca beija a minha, com intensidade. Minhas unhas afundam em seus ombros, firmes.
Depois de tantos questionamentos sobre o que está acontecendo entre nós, quero me entregar a esse momento.
Quero me entregar a nós.
Suas mãos passam por meus braços, meus quadris, a lateral do meu corpo, ambas suspiramos quando ela toca meus seios por cima da roupa.
Jimin se afasta, me observando com um olhar carregado.
— Preciso saber o que você espera disso. — Ela diz, bruscamente. — Preciso saber qual o limite.
Me inclino para a frente e beijo seu pescoço.
— Eu ainda não sei — digo contra sua pele. — Mas gostaria de descobrir.
— E sua mãe?
Sorrio. É como se eu soubesse tudo o que ela vai me perguntar a partir de agora.
— Em Icheon a trabalho até amanhã.
— E Hayun?
Sorrio e reviro os olhos, beijando seu pescoço mais uma vez.
— Tirou o final se semana de folga. Jimin?
— Sim?
— Venha me despir agora.
Pouco depois de eu falar isso, Jimin já voltou a me beijar, movendo as mãos pela minha cintura. Levo as mãos a sua cabeça, enterrando os dedos nos seus cabelos macios enquanto nos alternamos na exploração do corpo uma da outra.
Jimin usa o queixo para virar meu rosto, à medida que seus lábios passam da minha bochecha para o queixo e para a orelha, antes de se apossar do meu pescoço. Sua boca e seus dentes me provocam, e, poucos segundos depois, decidimos que nossa posição contra a porta do quarto não dá muito acesso a nenhuma de nós.
Em três passos, ela gira, nos guiando até a cama, e me deita de costas.
Por alguns instantes, Jimin e eu nos encaramos em silêncio, as duas respirando com dificuldade, enquanto absorvemos o fato de que o que está acontecendo é simplesmente certo. Voltamos a nos mover ao mesmo tempo, ela retirando sua jaqueta enquanto eu me levanto, observando.
Desejo Jimin.
Meus dedos se ocupam da bainha da sua camisa, enquanto os dela mergulham nos meus cabelos, puxando minha cabeça para trás, para que ela possa acompanhar enquanto eu tiro sua camisa, primeiro um ombro, depois o outro.
Seus lábios tomam os meus de novo, e não consigo pensar em nada além dela e de seu gosto delicioso.
Quando suas mãos agarram a barra do meu moletom, levanto os braços acima da cabeça. Segundos depois a peça de roupa está jogada no chão com desdém.
Ela sobe em mim enquanto me deito na cama, e logo estou embaixo dela, com seu corpo cobrindo o meu. Ela segura meu rosto para um beijo longo e exigente. Quando suas mãos deslizam pelas minhas costas, eu me arqueio, dando espaço para que chegue até o fecho do meu sutiã.
Solto uma risadinha ao ver como é rápida.
— Você é bem ágil, não?
— Você não faz ideia de como — ela diz, sorrindo também.
Sinto uma palpitação enquanto processo o que falou.
— Convencida — digo, pegando o cós da sua calça.
Ela aproveita a oportunidade e se afasta o bastante para se livrar da peça de roupa, até que fica só de lingerie e eu fico só de calcinha. Ela ajoelha e sorri para mim.
— Permita-me.
Ela passa o dedo pela renda antes de enganchá-lo no tecido fino e tirar minha calcinha.
Estou nua na frente de Yoo Jimin, e embora tenha certeza de que isso é certo, não consigo evitar sentir uma pontada de insegurança quanto ao meu corpo.
Jimin parece perceber isso, por que se aproxima e senta na minha frente.
— Eu sei o que está sentindo, mas você é maravilhosa... — seus dedos penteiam meus cabelos e ela beija meu ombro delicadamente. — Precisa de alguns minutos? — Pergunta, movendo-se para trás.
Fecho os olhos, respiro fundo e assinto com a cabeça. Quando torno a abri-los, Jimin sorri e solta o sutiã, deixando-o cair no chão. Sua calcinha desliza por suas belas coxas e ela sai dela.
Ela volta a se sentar. Alguns minutos.
Ficamos ali, olhando uma para a outra. Alguns minutos para apagar qualquer medo. Alguns minutos para lembrar quem somos. Alguns minutos para encontrar nossa própria maneira, nossa própria história.
Quando esses minutos se vão, ela se aproxima e me inclina para se deitar na cama.
— Minjeong... — Ela beija meus lábios. — Nós não temos que apressar nada... — Beija meu pescoço. — Nós podemos seguir o nosso próprio tempo. — Ela beija minha clavícula, e eu fecho os olhos enquanto ela beija cada centímetro do meu corpo, provando cada pedaço.
Sua mão desliza por entre minhas pernas, encontrando-me excitada. Arqueio as costas para trás arfando e em seguida gemendo, quando ela começa a me acariciar.
— Relaxe — ela murmura junto ao meu pescoço.
Jimin passa os dedos de forma lenta e usa o polegar para me massagear, fazendo com que eu feche os olhos. Eu me deito, caindo contra o colchão enquanto agarro o lençol. Meu coração dispara de um jeito que eu não sei ser possível, enquanto ela beija o meu pescoço, permitindo que sua respiração me aqueça. Arqueio o quadril em direção a ela, mas ela me provoca devagar.
— Jimin, eu...
Ela me encara. A intensidade do seu olhar, combinada ao sorriso diabólico, faz com que eu engula em seco, sentindo meu ventre se contrair inteiro.
— Paciência, Minjeong — sussurra, beijando a parte interna da minha coxa. Ela segura meus joelhos e abre minhas pernas. — Vamos seguir nosso próprio tempo, lembra?
— Eu...
Ela se inclina e deposita um beijo suave entre minhas pernas. Então, sem pressa, e no ritmo perfeito, ela escorrega os lábios até o centro do meu prazer, provando o meu gosto, sugando, mergulhando a língua lentamente dentro de mim e se afastando bem devagar, antes de mergulhar novamente. Meu corpo amolece, e um calor surge dentro de mim.
Mordo os lábios a medida que o prazer vai se concentrando cada vez mais.
Os dedos dela voltam, trabalham dentro de mim, e meus olhos se reviram nas órbitas. Jimin começa com um ritmo constante, passando a língua de leve para acompanhar. É impossível para mim não seguir seus movimentos enquanto ela explora o meu corpo, prova o meu corpo, ama o meu corpo. Ela e eu, nós não estamos apressando nenhum momento. Estamos seguindo o nosso próprio caminho.
— Jimin... — sussurro. — Por favor.
Ela levanta a cabeça de leve, só o bastante para me olhar, e seus olhos castanho-esverdeados parecem de um tom mais escuro.
Ela volta a se mover, me pressionando do jeito certo. Minha respiração está ofegante enquanto ela controla cada pedacinho do meu corpo apenas com seus toques... O jeito como me mantem deitada enquanto minhas pernas se agitam... O jeito como eu me perco e ela prova é quase demais.
Jimin me acompanha na onda do orgasmo, intensificando o prazer com carícias suaves. Quando os tremores vão ficando mais esparsos, ela se ergue para me cobrir com o corpo.
— Obrigada — digo, sentindo-me flutuar.
— Você gostou? — Ela sussurra, reverente.
Assinto com a cabeça, a respiração pesada e completamente maravilhada. Mas ainda é desconfortável para mim ter sido a única parte a sentir prazer nesse ato.
E não quero deixar que minha insegurança me atrapalhe uma segunda vez.
Então quando Jimin faz menção de se afastar, eu levo minha mão aos cabelos dela, movendo sua cabeça para ter acesso ao seu pescoço. Começo a beijar e mordiscar sua pele enquanto deslizo minha mão por seu corpo.
— Minjeong.. — Ela geme quando pouso a mão entre suas pernas.
Não demora muito para que Jimin inverta nossas posições, deitando-se na cama e puxando meu corpo sobre o seu. Olho para ela, e seus olhos estão em mim. Ela está observando cada movimento, e para minha surpresa isso me passa confiança. Assim como fez comigo, eu também quero explorar seu corpo, provar seu corpo, amar seu corpo.
Inclino-me para frente, beijando seu pescoço, clavícula... Minha boca encontra os seus seios e ela torce seus dedos em meu cabelo. Jimin arqueia os corpo em direção à minha boca, demonstrando o quanto ela quer que eu continue, silenciosamente me implorando para prová-la. Oh, como eu quero fazer isso.
Ela me puxa para perto, estremeço ao sentir nossas peles em contato.
Em resposta, viro a cabeça, mordicando o seu pescoço enquanto começo a acariciá-la. Estamos nos encontrando. Com cada toque que trocamos, tudo parece estar no seu devido lugar. Meus dedos mergulham lentamente em seu íntimo e prendo a respiração ao perceber como nos encaixamos perfeitamente. Mas quando suas mãos pressionam minhas costas, eu sei que precisa disso.
Um grunhido áspero escapa da garganta dela.
— Minjeong, é sério...
Um sorriso surge no meu rosto e começo a me movimentar. Mergulho os dedos lentamente dentro dela, afastando devagar, antes de mergulhar novamente. Quando faço isso, ela geme em aprovação e percebo que estamos mesmo criando algo. É confuso, é novo, é um lado de nós que não sabíamos que existia. Nós nos entregamos à nossa existência nessa noite e de alguma forma criamos o nosso próprio caminho.
Sinto seu interior me envolver com força, e ainda mais quando afasto suas coxas para pressioná-la do jeito certo. Não é preciso mais nada para que se entregue a mim.
Continuo a acariciando em um ritmo mais lento enquanto levo a boca ao seu pescoço, deixando beijos suaves por sua pele até que os últimos efeitos do orgasmo acabem.
— Obrigada — ela me beija e se reclina no travesseiro.
— Foi... bom para você? — Sussurro.
Ela assente com a cabeça. Sua boca se move para meu pescoço e ela passa sua língua lentamente sobre ele, sugando-o suavemente.
— Foi — Diz, pressionando os lábios no meu ombro e mordendo levemente minha pele. — Estou entorpecida.
Suspiro e minha boca se curva em um meio sorriso convencido.
Jimin corre sua mão pelas minhas costas e puxa a coberta para nos cobrir. Ela se apoia nos cotovelos e fica olhando para mim com um ar de admiração.
Uma das minhas mãos vai aos cabelos dela; os braços dela descansam
sobre minha barriga, suas pernas estão entrelaçadas nas minhas e, assim,
ficamos paradas.
Não quero tirar os olhos dela para me certificar de que não estou imaginando
tudo isso.
\[...]
Acho que ainda estou sonhando quando abro os olhos e encontro um anjo de cabelos escuros me observando com um olhar carinhoso enquanto acaricia meu rosto.
— Bom dia — Jimin diz em tom gentil.
Minha mente entra em pleno funcionamento à medida que eu começo a me lembrar da noite anterior. E não consigo segurar um sorriso bobo ao esticar o braço para tirar uma mecha de cabelo do rosto dela.
— Bom dia — sussurro. Então volto a fechar os olhos, sonolenta.
— Acorda — ela diz, sorrindo. Então puxa os lençóis, deixando o ar frio entrar em contato com minha pele. — Vamos aproveitar a manhã para fazer uma caminhada.
Dou um grunhido, esticando a mão para puxar as cobertas de volta contra meu corpo. Definitivamente não sou uma pessoa matutina. Não mais.
— Vamos, Minjeong — Ela insiste.
— O que... está falando sério? — Pergunto, me virando para encará-la.
Essa posição permite que eu vislumbre uma imagem bem interessante do seu corpo nu, mas me recuso a ser distraída. Acho que mereço um prêmio por isso.
— É claro que estou falando sério — Jimin diz, olhando para mim.
— Lembra quando a gente não se dava bem? — Pergunto, contendo um sorriso.
— Por que está falando disso agora?
— Então, a parte boa disso era que eu não tinha que acordar antes do amanhecer para fazer caminhada.
Seus olhos se estreitam e ela abre um dos seus sorrisos convencidos.
— Bom, você pode me agradecer depois por estar tão focada em cuidar do seu bem estar físico e mental.
— Não comece — murmuro, cobrindo os olhos com o cotovelo.
Perdendo a paciência, Jimin torna a puxar os lençóis e passa um braço em volta da minha cintura, puxando-me para se sentar na cama.
Eu a encaro. Yoo Jimin realmente é uma pessoa bem persuasiva.
— Vamos lá — Ela se inclina para beijar meu nariz. — Já fizemos isso antes.
Verdade, mas o meu ressentimento por não poder dormir até mais tarde é sempre o mesmo. Infelizmente ele não é tão grande quanto meu desejo de agradar essa garota. O que me leva a pensar no quanto eu mudei em tão pouco tempo. As vezes nem consigo me reconhecer.
— Certo, vamos lá.
Levamos alguns minutos para tomar banho e vestir roupas confortáveis. Quando saímos ainda está meio escuro lá fora. Frio, limpo e perfeito.
Atravessamos a rua e seguimos pelas calçadas do bairro, como fizemos da última vez. Se Jimin nota o meu receio, não diz nada. Não tenho me sentido tão ansiosa em relação a esses passeios como antigamente, mas manhãs como essa tendem a me lembrar do que aconteceu. E embora minha mente queira me trair, outro detalhe desperta a minha atenção; Jimin nunca me convidou para ir a nenhum parque desde que estabelecemos essa nova rotina. Não sei como me sentir em relação a isso.
Tocada, talvez. E também curiosa.
Caminhamos até chegar à praça que tem no bairro. É mais reservado e bonito aqui, e parece que Jimin gosta do ambiente, porque ela para e olha para as árvores a nossa volta. Eu a acompanho, e por um momento nos fazemos companhia em silêncio, conforme os primeiros raios de sol despontam no céu.
Vou até um banco que tem ali e me sento, respirando fundo o ar limpo da manhã.
— Algum problema? — Jimin pergunta, sentando-se ao meu lado.
— Nenhum.
— Tem certeza? — Ela insiste. Sua expressão ligeiramente preocupada. — Não tem nada te incomodando, certo?
Quando ela me pergunta isso, sei que está falando do meu emocional, que está bem, embora eu estivesse um pouco ansiosa quando saímos de casa.
— Estou bem, Jimin — digo em tom gentil.
Ela assente com a cabeça.
— Você realmente gostou do festival? — A uma fragilidade em sua voz.
— É uma pergunta séria?
Ela me encara e dá de ombros.
— Bem é. Eu sei o quanto aquele evento era importante para você. Então meu objetivo principal era fazer você se sentir bem.
Isso me deixa momentaneamente paralisada.
— Ah, Jimin... Eu adorei o festival das luzes. Você ter me levado até a ponte Bampo foi um dos pontos altos da minha noite.
— Acho que posso dizer que Ningning e eu fizemos um ótimo trabalho juntas — Ela morde o lábio, pensativa. — Mas ainda fico surpresa. Quero dizer, o tempo todo que tenho estado aqui, não imaginava que chegaria a tudo isto. Já contei para você que ficar na sua casa não era minha primeira opção em questão de moradia, certo?
Assinto com a cabeça, segurando sua mão na minha.
— Depois que passei para a Yonsei University, pensei em ficar nos dormitórios. Mas minhas mães conheciam alguém de confiança e isso mudou meus planos. Só que quando paro para pensar nisso, acho que foi melhor assim, porque tudo o que tenho vivido aqui é o que eu realmente estava procurando.
— Acho que eu deveria agradecer as suas mães — Abaixo a cabeça, olhando para nossas mãos unidas —, porque se elas não tivessem interferido nessa questão, eu nunca teria conhecido você.
Jimin sorri.
— Acho que você tem razão. A propósito, queria te contar uma coisa. — Ela faz uma pausa. — Pretendo ir a Busan em breve. E queria saber... Você não tem interesse de ir comigo?
É uma pergunta inesperada, de modo que sou pega totalmente desprevenida. Fico em silêncio por alguns instantes enquanto meu cérebro tenta processar o que ela acaba de dizer.
— Espera, você está falando sério?
Ela sorri, mas posso ver a insegurança em sua expressão.
— Sim. Eu realmente gostaria de viajar com a minha namorada.
Estou com tanto medo de dizer algo inapropriado ou leviano que acabo por não dizer nada, apenas continuo tocando os dedos da sua mão direita, pensativa.
Acho que Jimin percebe minha relutância, porque ela aperta minha mão e diz:
— Tudo bem se não se sentir confortável quanto a isso. Não vou te pressionar a nada. Você sabe disso.
— Você vem me ajudando muito, Jimin. Mas não sei se estou pronta para fazer algo desse nível. Quero dizer, passei tanto tempo em reclusão que coisas que antes eram simples, hoje parecem mais complicadas.
— O que acha de pensar a respeito? Vamos no meu carro e podemos ficar na casa da minha família. Prometo que não vai ser uma viagem desagradável.
Em algum lugar lá dentro, um demônio me diz que eu é que vou causar uma situação desconfortável e decepcioná-la. Mas depois de tudo que essa garota vem fazendo por mim, sinto que devo isso a ela. Então decido ignorá-lo.
— Quando exatamente você vai viajar? — Pergunto.
— Seguindo o cronograma, a faculdade deve entrar em recesso na próxima semana por conta do feriado estendido.
Ótimo. Isso me garante um tempo para me preparar psicologicamente.
— Tudo bem, então. — Sorrio e ofereço a mão. — Pronta para caminhar de volta?
Ela a aceita sem hesitar, enlaçando meus dedos.
Pode parecer uma coisa simples, mas não tem nada mais agradável do que andar de mãos dadas com Jimin.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top