24 · 𝙩𝙝𝙚 𝙡𝙤𝙨𝙩 𝙗𝙤𝙤𝙠
I'm underwater
No air in my lungs
My eyes are open
I'm done giving up
You are the wave
I could never tame
If I survive
I'll dive back in
Gabriela White
Quando abro os meus olhos, sinto uma forte iluminação contra os mesmos e os fecho com força, lacrimejando e tentando me acostumar com a luz. Finalmente consigo abri-los novamente e tento reconhecer aonde eu estava. Calma Gabriela, você está deitada numa maca e num quarto branco, ou seja, deve ser ou a enfermaria do colégio ou um hospício. Faço uma força para me sentar e finalmente meus olhos caem nos dois garotos sentados na poltrona vermelha ao meu lado. O de cabelo castanho ondulado e de pele pálida típica canadense, tão clara que parecia ser feito de cera, balançava seu pé esquerdo provavelmente acompanhando o ritmo da música que tocava nos seus fones de ouvidos sem fio enquanto viajava fitando o vaso de flores margaridas em cima da bancada bege. Já Dylan tinha seus braços cruzados e encarava seus pés, distraído com seus pensamentos.
Pigarreio de leve e os dois garotos, em um segundo, me fitam curiosos. O loiro tinha uma expressão de preocupação estampada no seu rosto simétrico e australiano. Ao contrário de Shawn, que tinha sua feição indiferente de sempre porém tirou seus fones rapidamente e os colocou na caixinha branca da Apple.
— Gabi! – Dyl falou e molhou os lábios. – Como tá se sentindo?
— Só com uma dorzinha de cabeça. – murmuro massageando minhas têmporas. – Eu fiquei desacordada por quanto tempo?
Dylan pegou seu celular do bolso e checou as horas.
— Uma hora e meia. – diz e arregalo os olhos.
— Perdi a aula de química, amém Niall Horan! – exclamo comemorando mas logo solto um gemido de dor após sentir uma pontada na minha cabeça.
— Eu ainda não acredito que a Margot fez aquilo. – meu melhor amigo balançou a cabeça em negação, visivelmente abalado. – Como uma pessoa muda tanto de uma hora para outra. Um dia estava nós três almoçando juntos no Belly Burger e no outro ela se torna mais uma patricinha arrogante da escola.
Minha garganta vira um nó. Apesar de me sentir muito magoada com toda essa situação com a Margot, eu sabia que não tinha o que eu fazer em relação a isso tudo. Ela gostava do Shawn e se iludiu com isso e depois colocou toda a culpa em mim como se eu fosse a culpada disso tudo. O pior disso tudo é saber que logo quando o pop star começou a morar na minha casa, ela fazia de tudo para chamar a sua atenção e nem se preocupava comigo. Era como se eu apenas fosse prioridade quando o assunto era o cantor.
— Ela não mudou. – Shawn finalmente se pronuncia e logo em seguida dá de ombros. – Margot apenas mostrou quem realmente era.
— Você fala como se você super conhecesse ela. – Dylan diz num tom debochado.
— Sei o suficiente. – o canadense pega um chiclete e põe na boca, mastigando em seguida por alguns segundos até continuar a falar. – Na época que eu ficava com ela, ela fazia questão de se mostrar o tempo todo. Tirava várias fotos, mandava para as amigas, me perguntava sobre em me acompanhar em premiações. Além de usar a Gabriela para chegar em mim, me usava para conseguir atenção.
— Ah, é. Esqueci que você ficou com ela escondido da minha amiga. – o australiano mais uma vez fala sarcasticamente.
— Meu Deus, como você aguenta esse canguru ambulante, Dunga? – Shawn revira os olhos.
— Canguru ambulante?! – Dylan exclama ofendido.
— Ok, vocês dois! – digo irritada. – Margot foi falsa com a gente, Dyl. Não tem mais o que fazer, ela escolheu isso. E Miss Canadá, tenta melhorar um pouquinho nos apelidos porque tá só piorando!
— Se você diz, Dunga. – sorriu irônico e o fuzilo com os olhos. – Ah, a enfermeira te liberou mais cedo.
— MENTIRA?! – exclamo animada e novamente sinto uma pontada na cabeça. – Puta merda, a Margot acertou bem em cheio mesmo.
Os garotos soltaram uma risada fraca da minha desgraça e acabo me contagiando também, abrindo um sorriso. A porta da enfermaria se abre e logo uma mulher baixa e loira com um sorriso gentil estampado no rosto aparece, fazendo com que Dylan se afundasse na poltrona.
— Rapazinho! – cantarola Jane cruzando os braços. – Não adianta se esconder, o professor Stillben está perguntando sobre você.
— Manda ele pra puta que pariu. – murmura Dyl.
— Griffin! – repreende o loiro que apenas choramingou.
— Já estou indo. – diz emburrado
O australiano se levantou da cadeira e foi em minha direção, dando um beijo na minha testa de despedida. Aponto para Shawn discretamente para que ele não vá embora sem se despedir do canadense e Dylan me olha entediado. Arqueio as sobrancelhas e ele revira os olhos, acenando com a cabeça para Shawn que apenas sorriu de lado se divertindo com a cena. Após a saída do de olhos azuis, a senhorita Jane nos disse que a direção havia liberado nós dois pois de acordo com ela, o pop star havia dito que eu não sabia dirigir e que minha mãe estaria ocupada com o trabalho, então a única forma de eu ir embora seria se ele também fosse liberado para me deixar em casa. Óbvio que eu cobrei o garoto sobre usar uma mentira dessas para seu benefício, mas apenas recebi uma provocação sobre eu dirigir mal e das vezes que ele supostamente quase morreu quando eu estava no volante.
Em minha defesa, foi minha mãe que tinha me ensinado a dirigir quando completei dezesseis anos. No começo eu me tremia de medo quando tínhamos que entrar numa avenida ou rua movimentada e bati o carro algumas vezes no poste. No entanto, Candance sempre foi muito boa dirigindo. Ou ela não é tão boa como professora ou eu realmente sou uma mula, o que provavelmente deve ser a segunda opção.
— Eu não sei nem como você consegue alcançar o freio com essas perninhas minúsculas. – Shawn dizia e apenas rolo os olhos, o encarando irônica.
— Já falei que você devia investir na carreira de comediante, Miss Canadá?
Shawn para de andar pelo corredor e se vira para mim, me fitando. Seus olhos eram muito bonitos, uma mistura castanha esverdeada que eu poucas vezes tinha reparado. Na verdade, ele era de fato uma pessoa muito atraente por completa. Seu rosto era praticamente simétrico e sua pele parecia neve no inverno. Seus lábios tinham um formato perfeito e levemente avermelhado e seu topete ondulado caía sob sua testa, era incrível em como seu cabelo estava sempre sedoso e provavelmente era melhor que o meu. É nessas horas que fazem com que eu me perguntasse o que ele havia visto em mim.
— Não sei, deve ter falado. Ás vezes me distraio quando estou com você. – diz divertido com um pequeno sorriso e apenas sorrio de volta. – Que foi, Dunga?
— Só estava pensando.
— Isso sim é novidade. – lhe dou um tapa no ombro. – Ok, eu mereci. Ei, o estacionamento é pra esse lado.
— Eu sei. – o respondo. – Mas preciso pegar um livro que eu tinha guardado no meu armário.
— Daqui? – pergunta com as sobrancelhas arqueadas já que havíamos passado pelo meu armário enquanto caminhávamos no corredor principal e vazio da escola.
— Não, é os perto da piscina de natação. – digo e mordo meus lábios. – Ano passado eu precisava de pontos então tive que escolher uma aula extracurricular para participar e acabei entrando no time de natação.
— Eu pagaria pra ver isso.
— Pervertido.
Eu e o moreno entramos na quadra para pegarmos um atalho e sair pela porta do outro lado, onde tinha a piscina e uma área de ginástica. Ao passar pelo local, vejo bem o lugar onde aconteceu a tragédia que me fez ir para a enfermaria. Não vou negar que a garota tem uma ótima mira, sabendo que seu pai a levava em clubes de tiro desde seus dez anos de idade. Parando para pensar, criar uma inimizade com a Margot não parecia ser uma das melhores coisas a se fazer.
— Em nenhum momento disse que queria te ver com roupa de natação. – Shawn gesticula enquanto saíamos da quadra. – Na verdade estava pensando em você de touquinha. Iria parecer um pinguim. Um bebê pinguim.
Começo a gargalhar com a sua comparação. Shawn Mendes nunca perdia uma oportunidade de zoar a minha altura, é impressionante.
— Depois te mostro uma foto minha. – digo ainda entre risos e ele dá um soquinho no ar, comemorando. – Você é estranho, Miss Canadá.
— Você gosta. – me manda uma piscadela e reviro os olhos, sentindo minhas bochechas esquentarem de leve.
Chegamos na parte das piscinas e várias memórias voltam para minha mente em flashes, de quando eu participava do time de nado. Eu até que sentia falta de nadar, não era algo tão cansativo e era bem divertido. Principalmente nesse calor californiano, era um ótimo esporte para praticar. Enquanto eu estava distraída fitando a água cristalina e azul, sinto duas mãos pegarem minhas pernas. Começo a me desesperar e percebo que era Shawn me carregando no colo, aumentando mais ainda meu desespero.
— Shawn Peter Raul Mendes, me coloque no chão. – digo lentamente fitando seu pequeno sorriso divertido nos lábios.
— Mas eu quero saber se os bebê pinguim aprendeu direitinho como nadar... – faz um biquinho e por um momento esqueço da situação de vida ou morte que eu me encontrava, me perdendo na vontade de beijar aquela boca.
— Para com isso, pop star! – grunho e ele mexe a cabeça negativamente.
Sinto ele balançar um pouco e vejo que Shawn estava tirando seus sapatos usando apenas seus pés, comprovando ainda mais minha teoria que eu iria tomar um belo banho de piscina hoje. O garoto dá uma pequena corridinha e pula na água comigo em seus braços, e logo sinto o refrescante líquido bater contra o meu corpo. Fecho meus olhos para que o cloro não faça-os arder e ponho minha cabeça para superfície, vendo que o canadense ria enquanto ajeitava seus fios de cabelo encharcados. Eu amava quando ele gargalha livremente, sem um pingo de sarcasmo e ironia. Apenas risadas leves carregadas com verdade.
Começo a bater minhas mãos contra a água e jogando para cima do garoto, recebendo jatos de vingança.
— Eu vou te matar, seu idiota! – exclamo irritada mas era difícil manter a pose quando um sorriso cismava em querer surgir.
Nado no estilo cachorrinho até ele que fugia devagar de mim.
— Você não dá pé, né? – diz entre risos.
Me esforço mais ainda para ir em sua direção, que era bem na parte onde tinha grandes degraus e era mais raso. Quando chego perto de Shawn, entrelaço minhas pernas na sua cintura e ele encosta em um dos degraus, apoiando a cabeça na borda da piscina. Tiro uma de minhas mãos que estavam em sua nuca e tiro um dos fios molhados do seu topete que colavam em sua testa.
— Você não ia me matar, Gabriela? – o moreno enrola sua língua ao falar meu nome.
— Vai ser um ataque surpresa. – respondo juntando nossos narizes.
O canadense cola nossos lábios e começa um beijo lento, e logo sinto o sabor de canela do seu chiclete invadir minha boca. Sua mão apertava minhas costas me trazendo mais perto do seu corpo, enquanto a outra fazia um carinho na minha nuca. Shawn Mendes beijava incrivelmente bem, nenhum beijo era como o seu. Era como se fosse a primeira vez toda hora que nossos lábios se tocassem.
Aproveitando que o garoto estava distraído, uso como uma deixa para acabar com o beijo e afundar sua cabeça na água. Começo a rir do sucesso do meu plano maligno teve, mas meu sorriso se desapareceu aos poucos quando percebi que o mesmo ainda não tinha voltado para a superfície.
— Miss Canadá? – o chamo e cutuco o mesmo por debaixo d'água. No entanto, nenhuma reação vinda dele acontecia. – Shawn! Para com isso!
Nada. Meu peito se apertou e meu estômago revirou ao passar minutos sem resposta e movimento do cantor. Começo a sentir o desespero percorrer todo o meu corpo e começo a puxar seu corpo para superfície, tendo a visão de seu rosto pálido e aparentemente desacordado. Pelo amor de Zayn Malik, chega de desmaios por hoje! Junto todas as forças do meu pequeno corpo e consigo arrasta-lo pelos degraus até a borda da piscina.
Já fora da água, me apoio em cima de seu peitoral.
— Shawn! – o chamo e dou alguns tapinhas em seu rosto. – Pelo amor de toda a One Direction, abre esses olhos e para de palhaçada.
Mais um silêncio. Sinto minhas mãos começarem a tremer e respiro fundo. Gabriela, essa não é hora de surtar, você precisa botar esse seu cérebro de azeitona para funcionar! Isso! Quando eu era menor, eu era escoteira e aprendi primeiros socorros no acampamento. Colo nossos lábios e começo a fazer respiração boca a boca. De repente, risadas se escapam pela boca de Shawn e me afasto num susto.
— Puta que pariu, Peter! – exclamo raivosa ainda com a adrenalina correndo pelo meu sangue. – Eu te odeio, meu Deus! Você quase me matou, caralho.
Tento regular minha respiração enquanto ouvia as gargalhadas dele. Pela primeira vez odiei ouvir o som de sua risada.
— Você disse que queria me matar, ué. – diz com lágrimas brotando no canto de seus olhos.
— Idai, seu babacão?! – começo a distribuir tapas pelo seu peitoral mas ele impede segurando meus pulsos.
— Tá puta?
— Óbvio, Shawn! Eu quase infartei! Sorte sua você ser rico e poder pagar um transplante de coração!
— Que fofinha, ela se importa comigo. – aperta minha bochecha mas a tiro de suas mãos, ainda emburrada.
— Eu não quero é levar culpa de ter matado o ídolo de um bando de gente. – murmuro irritada e ele continua apertando minhas bochechas.
— Me dá um beijo, Dunga.
— Nem fudendo. – digo me levantando do chão úmido.
O canadense se levanta também e agarra minha cintura, me dando um beijo no topo da minha cabeça. Apenas cruzo os braços e sinto a brisa bater contra o meu corpo, me fazendo estremecer de frio.
— Vou pegar uma toalha. – Shawn avisa, indo em direção ao vestiário.
Continuo andando pingando de tão encharcada para os armários que ficavam do lado da porta do banheiro. Procuro o número cento e vinte um e coloco a senha que era o aniversário do Harry Styles. Quando o abro, pego meu livro de ficção científica que eu estava procurando faz tempos e só me lembrei esses dias que tinha guardado aqui. Ao pegar o livro, um papel rosa claro caiu no chão, fazendo com que eu franzisse o cenho. Me abaixo parar segurar o pedaço de folha colorida e espremo mais ainda minhas sobrancelhas ao ler o que tinha escrito.
Era o endereço da minha casa. Que diabos isso estava fazendo dentro do meu armário? Dentro do armário que quase ninguém sabia que era meu já que eu havia abandonado o time de natação fazia meses. Mordo o lábio nervosamente, relendo várias vezes. Não duvide do amor de um fã. Será que foi um dos fãs do Shawn que mandou isso? Isso é uma ameaça? Ou pode ser que eu tenha escrito meu endereço para alguém e esqueci de entregar... Mas isso não explicaria a frase escrita. Minha cabeça parecia que iria explodir de tanta pergunta e confusão, como se a bola da queimada de hoje mais cedo estivesse batendo contra a minha cabeça em looping. Ouço passos se aproximarem para perto de mim e uma toalha me envolvendo junto aos braços fortes que eu bem conhecia.
— O que é isso, Dunga? – pergunta encostando seu queixo no topo da minha cabeça, ainda com os braços entrelaçados na minha cintura.
— E-eu não sei. – digo sincera. – Eu acabei de achar isso no meu armário.
— Esse é o endereço de casa. – o canadense afirma.
Shawn sai de trás de mim e pega o pedaço de papel, fitando-o por alguns segundos. Acompanho todo seu movimento com meus olhos transbordando de curiosidade e não escondendo o quão ansiosa aquilo tinha me deixado.
— Deve ser algum bilhete que você esqueceu de entregar. – dá de ombros.
— Mas olha a frase! Fala sobre amor de fã e menciona o meu nome. Se fosse meu, eu não iria falar comigo pela terceira pessoa.
— Talvez estava perto do show do One Direction e você escreveu isso para si mesma. – Shawn fala sem preocupação. – É um papel, Gabriela. Não esquenta a cabeça com isso, sei que é quase impossível para o senhor Zangado mas tenta relaxar um pouco.
Encaro mais uma vez a folha e relaxo meus ombros que eu nem tinha percebido que estavam tensos. Por um lado, ele tinha razão. Talvez eu esteja exagerando demais e fazendo uma tempestade no copo d'água por conta de uma bobeira e de minha imaginação fértil. Eu estava terrivelmente cansada esses dias, com toda essa preocupação com a escola, a Margot, a confusão de sentimentos sobre o Shawn...Eu, de fato, precisava relaxar um pouco e parar de criar problemas desnecessários.
Mendes amassa o papel e joga a bolinha formada no lixo reciclável na frente.
— Vamos logo voltar para casa antes que a Candy coma a gente vivo. – diz e assinto. – E você também está cansada, né?
— Nem me fale... – murmuro pensativa, sem tirar meus olhos da lixeira.
Não sei porque mas estou com um pressentimento ruim.
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eai starstruckers? como tamo?
primeiro: postei o cast e a playlist da fic!! tá no capitulo "cast & playlist"
segundo: tem alguma coisa que voces querem ver na fic? aproveitem pra falar alguma coisa que vcs acham que ta faltando ou querem ver mais!!
nao esqueçam de favoritar/comentar!! :)
xoxo, lily
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