10 · 𝙧𝙖𝙞𝙣𝙮 𝙙𝙖𝙮

I am his, and he is mine
In the end, it's him & I

Gabriela White

O sinal ecoou pela sala, indicando o fim das aulas e eu apenas soltei um enorme grunhido. Eu teria que passar a tarde limpando a sala de química com o canadense, já que nós dois fomos os culpados pelo acidente que ocorreu.

— Quer passar no Belly Burguer com a gente, Gabi? — pergunta Dylan.

Peguei meu material de história e o enfiei dentro da minha mochila, jogando a mesma no meu ombro.

— Não posso. — suspiro. — Vou ter que ficar na escola limpando a bagunça de ontem. E eu ainda estou de castigo.

— Que droga. — Margot diz. — Mas pelo menos você ficará com o Shawn...

— Qual é a sua, Margot? — pergunto estressada. — Você está apaixonada por ele ou algo assim?

— E qual é o problema de eu querer ficar com ele? — arqueia a sobrancelha. — Não é todo mundo que tem oportunidade de morar com um famoso, Gabriela! E eu gosto dele.

— Você nem conhece ele! — exclamo para a garota. — Ele nem fala com você direito, para de se iludir!

Dylan arregala os olhos e Mo me lança um olhar chateado, colocando sua mochila nas costas.

— Você mudou. — cospe as palavras, dando de costas e saindo da sala.

O australiano apenas me deu um beijo na bochecha e correu atrás da de cabelo azul, me deixando sozinha no cômodo.

Bufo me xingando mentalmente e saio também, andando com passos pesados pelo corredor. Eu me arrependi de ter falado aquilo para a Margie, mas eu não podia negar que apesar de tudo, era verdade.

Guardo minha mochila no armário e vou em direção à sala de química, vendo que a diretora e o garoto já estavam lá.

— Senhorita White. — Sra. Berry fala num tom autoritário. — As coisas para a limpeza já estão ali, vocês têm até seis horas para terminar a limpar tudo. Sorte a de vocês que eu não os dei suspensão.

Abro um sorriso de leve e a mulher bateu a porta, me deixando aliviada.

— Zangado. — Shawn me cumprimenta. — Parece...zangada?

— Nada demais. — digo.

— Se você diz.

Peguei o pano de chão que estava em cima da mesa da professora e o molhei com sabão e água, me agachando e esfregando o chão. A mistura marrom melequenta ainda estava grudada desde ontem nesse chão, o que me fez fazer uma careta.

Me sinto observada e levanto meu olhar para o garoto que me encarava com um sorriso sarcástico. Arqueio uma de minhas sobrancelhas.

— O que foi?

— Pensando em como eu queria estar em casa assistindo televisão. — dá de ombros.

— Se você diz. — o imito.

Ficamos em silêncio e parei de limpar só para observar o jeito atrapalhado do cantor para esfregar as coisas afetadas. Definitivamente ele nunca havia feito uma faxina na vida, o que deixava tudo mais divertido.

Ele pegou o esfregão para ensaboar o chão e de repente, começou a escorregar pela sala, arrancando gargalhadas minhas.

— Meu Deus. — digo entre risos.

— Para de rir! — fala tentando ficar sério.

Minhas risadas aumentam quando ele cai de bunda no chão, fazendo brotar lágrimas no canto dos meus olhos.

— Dá para você me dar uma ajudinha ou quer ficar rindo da minha cara mesmo?

Vou até sua direção e agarro as mãos que estavam esticadas do moreno, tentando o puxar. Infelizmente, eu não fui forte o bastante e acabei escorregando e caindo. O pequeno detalhe foi que eu estava de vestido rodado, ou seja, a saia toda subiu, dando visão toda para Shawn.

Com o rosto queimando, abaixo a saia rapidamente enquanto ouvia algumas risadas vindas dele.

— Você é muito idiota. — resmungo sem olhar para ele. — Dá próxima vez eu te deixo no chão mesmo.

— Quanta gentilez. — ironiza, voltando ao trabalho. — Ótima vista, de qualquer modo.

— Cala a boca! — exclamo envergonhada mas ele nem parecia ligar, apenas achava mais engraçado ainda.

Não demoramos tanto para terminar de deixar toda a sala intacta como antes. No final, não foi algo tão chato quanto parecia, principalmente pelo fato de Mendes - por algum motivo desconhecido - estar de bom humor.

Como nós viemos para escola com o carro da mamãe, fomos direto para o estacionamento que ficava na esquina da rua do colégio e pegamos o carro para ir para casa.

Ou pelo menos era o que eu pensava.

— Para onde estamos indo? — pergunto confusa.

— Vamos primeiro buscar a Tessa na escola, ou esqueceu que tem irmã mais nova? — diz. — E depois vamos para um lugar divertido.

— Shawn, nós estamos de castigo! — o lembro. — Não podemos sair de casa.

— Qual é, tampinha. — bufa. — Sua mãe só volta para casa às oito. Eu não quero ficar trancado em casa com um dia lindo desses.

Desvio meu olhar dele e observo a vista de fora da janela, vendo as imenas nuvens negras. Nem tentei retrucar, porque no fundo eu também não queria ficar dentro de casa no tédio.

— Oi, Gabi! — a pirralha entra no carro. — Oi, Shawnie!

— Então, Terê, temos uma proposta para você. — o cantor vai direto ao ponto. — Nós estamos de castigo mas não queremos ficar em casa, você não pode contar isso para a Candy, okay?

— Hum. — a garotinha faz uma expressão pensativa. — Vinte dólares!

— Fechado. — responde o canadense, comemorando. — Qual é a melhor praia daqui?

— Você tá de sacanagem? — franzo o cenho. — Olha o tempo, vai cair uma tempestade daqui a pouco.

— Para de ser fresca, Gabs. — Teresa revira os olhos. — Tem aquela que a gente foi nas férias, lembra, Zangado?

— Ei! Esse é meu apelido para ela.

— Aquela é um pouco longe. — torço a boca.

— Ótimo, vamos ter mais privacidade então. — o motorista dá de ombros, ligando o carro. — Me fala o caminho.

— Sim, senhor. — murmuro.

Eu e Tess passamos o caminho todo cantando músicas aleatórias que passavam na rádio, e em algumas vezes o Shawn também cantava junto, nos humilhando por completo.

Como eu havia dito, a chuva começou a cair forte no meio do caminho.

— Tem certeza que é por aqui? — ele me pergunta.

— Sim. — digo. — A praia é um pouco isolada então tem uma estrada mais distante.

Ele deu de ombros e continuou a dirigir, enquanto eu me distraía com os pingos de chuva deslizando pela janela. De repente, o carro para bruscamente.

— Minha nossa senhora da bicicletinha, o que foi isso? — minha irmã berra dramática.

— Aquieta, T. — acalmo ela. — O carro às vezes morre, né?

— Ahn, eu não sei se foi isso mesmo que aconteceu. — murmura Shawn.

Ele aponta para o pequeno painel atrás do volante e vejo a gasolina no zero. Isso não pode ter acontecido, não comigo. Fecho os olhos e começo a contar até cem, antes que eu exploda e mate esse garoto aqui mesmo.

— Como você não colocou a droga da gasolina? — pergunto lentamente.

— Eu esqueci! Sempre está com a gasolina completa! — retruca. — Você dirigiu ontem e esqueceu de abastecer.

— Ai meu Deus, nós vamos morrer?!

— Não, Tessa! — nós dois falamos ao mesmo tempo.

— Não podemos ligar para a minha mãe ou estaremos encrencados. — digo.

— Eu vou ligar para alguém, relaxa. — ele logo bufa. — Está sem sinal aqui, vou sair do carro.

O cantor sai do veículo e faço o mesmo, ignorando a Teresa protestar por estar sozinha. A chuva estava bastante forte e o vento também, me fazendo encolher.

— Por que você saiu?

— Eu não vou te deixar sozinho aqui! 

— Está chamando! — fala com o celular na orelha. — Oi! É...preciso da sua ajuda, tipo urgente. Não! Que?! Meu deus, eu não estou transando com ninguém, Camila. Eu preciso que você venha para o caminho da praia Newport. Tá, obrigado.

Ele ri anasalado e desliga a ligação, enquanto eu apenas encarava o nada, em um transe profundo.

— Que foi?

— Não acredito que você chamou a Camila Cabello para nos resgatar! — exclamo.

— Ciúmes?

— Não, babaca. — reviro os olhos. — Eu simplesmente adoro ela, tipo, ela é  a Camila Cabello! A Tessa vai enlouquecer quando ela chegar.

Shawn apenas sorri e ajeita seu cabelo molhado da testa.

— Melhor voltarmos. — ele fala e assenti.

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