͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏chapter ͏ ͏028 ͏ ͏- ͏ ͏original sin

ARYA E YUNO se destacavam na multidão de pessoas, apesar de seus disfarces.

Como uma princesa, Arya Kira Clover tinha uma postura sofisticada naturalmente. Seus cabelos loiros, soltos em ondas suaves, desciam como uma cascata dourada sobre seus ombros, e o vestido de gala que vestia, feito de um tecido cintilante azul, realçava sua figura esguia com elegância.

A máscara que cobria parcialmente seu rosto, ornamentada com detalhes delicados e pedrarias discretas, conferia-lhe um ar de mistério. Alguns homens se aproximavam para conversar, mas ela logo os dispensava.

E Yuno era o tipo que atraía olhares sem fazer esforço. Ele se destacava como uma figura imponente, seus ombros largos e a postura ereta transmitiam uma confiança natural.

Ele também estava feliz de ter Arya como sua parceira naquela missão, não apenas por ela ser sua namorada, mas pelas habilidades sociais dela que eram úteis em uma tarefa como essa.

- Por que está me encarando tanto? - perguntou Arya, balançando uma taça de ponche nas mãos, enquanto um sorriso beirava seus lábios.

Yuno desviou o olhar. - Estou me certificando de que não acontecerá nada de errado.

- E até ignorou aqueles que vieram falar comigo... Ficou com ciúmes? - sugeriu a princesa, segurando o riso. Ela adorou ver a ponta das orelhas dele ficarem vermelhas, como se estivesse envergonhado por ter sido pego.

- Sem chance - murmurou o garoto.

Arya piscou para ele. - Sabe, é até fofo.

Yuno ficou em silêncio enquanto ouvia as risadas dela.

- Aquelas pessoas ali não estão agindo de forma estranha? - Arya puxou gentilmente a manga do terno de Yuno e apontou para um canto da sala com a outra mão.

Ele pôde ver cerca de dez homens tentando cortejar cinco jovens mulheres. Não era um espetáculo particularmente raro de se ver em uma festa de casamenteiros, mas o resto dos homens estava sendo liderado por um indivíduo bastante insistente.

O casal podia ouvir a conversa entre ele e as cinco jovens mulheres.

- Considerando que vocês são todas nobres do interior, têm muita coragem de recusar um convite meu, o próximo chefe da família Burlington!

- Não é que nós estivéssemos recusando você, mas...

- Então aceite meu convite para minha propriedade! Estou dizendo que deixarei todas vocês visitarem meu quarto privado!

Apesar do fato de seu convite ser claramente um desvio das boas maneiras, os outros participantes da festa ao redor deles fingiram não ver nada, e os garçons apressadamente continuaram suas tarefas sem pará-los.

- Conhece a Casa Burlington? - perguntou Yuno, em um sussurro. Ele percebeu o quão séria a princesa tinha ficado ao ouvir aquela conversa, enojada com o comportamento dos nobres.

Arya balançou a cabeça, negando. - Já ouvi falar, mas não tem influência nenhuma na Capital Real. Devem ser comerciantes ricos por essa região, ou algo assim.

Considerando as circunstâncias da missão, não seria bom se destacar ainda mais, porém Arya não gostava nem um pouco daquele tipo de gente arrogante.

Antes que Yuno pudesse combinar uma estratégia com a garota, Arya entrou na briga e parou na frente do grupo de homens com um olhar sério.

- Essas garotas claramente não gostam de vocês, então parem com isso - disse Arya, e sua presença surpreendeu eles, como se nunca tivessem sido desafiados antes.

- Você não sabe que está falando com Zable Burlington, lindinha? - exclamou o líder do grupo, um homem pequeno e ruivo.

Ela cruzou os braços, com uma expressão de desafio. - Não importa quem você seja, tentar forçar uma garota a sair quando ela não quer é errado.

Zable parecia achar graça das palavras dela, e ria como se tudo fosse uma brincadeira. - Então, de qual Casa você é, lindinha?

- Eu sou-

Yuno chegou ao local, tossindo uma vez para chamar a atenção de Zable. - Peço perdão pelo comportamento da minha namorada. No entanto, essa cena está começando a incomodar a todos aqui.

Ele escolheu suas palavras com cuidado, tentando desencorajar seu oponente sem soar desdenhoso. Como resultado, Zable diminuiu um pouco sua atitude arrogante antes de responder:

- Você está tentando me dar um sermão? Diga-me de qual Casa você é!

- Por razões que não posso revelar aqui, não posso lhe contar. No entanto, é uma Casa com bastante status - disse ela.

O nome "Arya Kira Clover" era conhecido por todo o reino, sua posição de Princesa supera qualquer um dos nobres daquele local, mas haveria um grande rebuliço se ela revelasse isso, o que impactaria sua missão.

Zable ficou um pouco assustado com a atitude firme da garota loira, e tentou esconder o fato. - Ha! Aposto que sua Casa não é um problema tão grande.

Com isso, Yuno deu um passo à frente com olhos frios. - Podemos te contar quando a festa acabar, mas você realmente ficaria bem com isso?

Arya olhou para Zable de cima a baixo, como se o homem não significasse nada diante dela. - O mundo da nobreza é estruturado verticalmente. Tenho certeza de que você consegue imaginar o que acontece quando alguém com status inferior tenta rosnar para aqueles acima dele.

Zable finalmente ficou em silêncio, deixando Yuno e Arya confiantes em sua vitória. Eles estavam prontos para fingir que nada disso aconteceu.

- O que diabos está acontecendo com você!? Por que você está me atrapalhando de novo!?

O casal trocou um olhar, sem entender as palavras incoerentes de Zable. Seus olhos ficaram vermelhos, e o homem cerrou os dentes com tanta força que sangue começou a escorrer de sua boca. Não havia razão para ele estar tão agitado.

"O que há de errado com esse cara? Algo estranho está acontecendo", pensou Arya.

Sentindo a atmosfera estranha ao seu redor, um dos seguidores de Zable gritou alto o suficiente para que o resto das pessoas o ouvissem:

- Zable! Você foi convidado para jogar uma partida no jardim por um nobre muito importante mais cedo, certo? Temos bastante tempo, então por que não dar uma olhada?

- Você está absolutamente certo. Não tenho tempo a perder com esse pessoal - parecia que Zable voltou ao normal, ele pegou seus seguidores e deixou o salão, assim como as mulheres que também se afastaram para um local mais tranquilo.

Yuno olhou para Arya. - Você não deveria interferir sem pensar.

- Eu não podia simplesmente ignorar o que estava vendo - retrucou ela, cruzando os braços e desviando o olhar. Pensar que a maioria dos nobres agia daquela mesma forma prepotente a deixava triste.

- Uh... Muito obrigada! - uma das garotas salvas pelo casal se aproximou, e tinha as bochechas coradas ao encarar Yuno. - Eu sou Dina, da Casa Habelot. Qual é o seu nome?

- Yuno. Neu sobrenome é... - ele coçou a cabeça, tentando decidir um pseudônimo.

Naquele instante, algo no bolso do terno do garoto começou a se contorcer. - Ei, não olhe para meu Yuno com olhos tão amorosos!

A sylph saltou do bolso, incapaz de ouvir as tentativas de Yuno de contê-la, e contornou Dina, que ficou perplexa. - O que há com você!? Usando um decote em V só porque seus seios são meio grandes! Além disso, você está usando um sutiã push-up para dar mais decote, não é!? Eu já descobri tudo sobre você, sua-

Depois de se afastar por algum tempo, Bell de repente voltou aos seus sentidos e parou o que estava dizendo. Então, com um sorriso rígido, ela balbuciou desajeitadamente:

- P-Prazer em conhecê-la. Eu sou Bell... Eu estava de dieta para me preparar para a festa de hoje, e eu fui um pouco longe demais, então... Ha.

Dina, as garotas atrás dela e até mesmo os outros nobres nas proximidades congelaram em choque completo e absoluto, pensando o que era aquilo. Arya e Yuno podiam sentir que era apenas uma questão de tempo antes que seu choque se transformasse em um alvoroço.

Yuno permaneceu calmo, ele olhou para Bell com certa decepção e a pegou pela nuca.

- Esta é minha ferramenta mágica. Não é incrível? Ela até fala - declarou Yuno, com um sorriso forçado. A sylph começou a protestar.

O garoto a beliscou um pouco mais forte com as pontas dos dedos, e Bell começou a mover a boca como um brinquedo.

- Eu sou uma ferramenta mágica de Yuno. E muito fofa - ela disse obedientemente.

Arya e Yuno trocaram um olhar, achando sua explicação particularmente crível, mas eles sabiam que essa era a única saída. Afinal, a verdadeira identidade de Bell era igualmente inacreditável.

A princesa aproveitou a situação para fazer perguntas que poderiam ajudar em sua missão. - Nós gostamos de colecionar ferramentas mágicas incomuns como a que você vê aqui. Você sabe se tem alguém na festa de hoje que tenha conhecimento sobre esse tipo de coisa?

Dina parecia desconfortável. - Há, mas... É bem difícil conversar com essa pessoa.

- Apenas responda logo a pergunta! Você é um desses tipos, certo? Você acha que um homem será seu se você mostrar um pouco da clavícula e expor decote? - exclamou Bell, com um olhar raivoso para a nobre.

Yuno a beliscou novamente, impressionado com a rapidez com que a sylph tagarela conseguia falar.

Observando os dois, Dina deu uma risada. - Um dos participantes do evento de hoje é um famoso colecionador de ferramentas. Seu nome é Zable.

- Aquele cara todo presunçoso? - perguntou Arya, com uma careta ao pensar nele.

Dina assentiu em resposta. - Sim. Ele estava se gabando de como tinha acabado de obter outra ferramenta mágica rara.

Ouvindo isso, Arya e Yuno trocaram outro olhar. Agora que ela mencionou, durante a briga que tiveram antes, suas palavras se tornaram incoerentes, e ele de repente começou a agir violentamente.

Esses eram ambos sintomas de alguém que possui o Pecado Original.

- O que devemos fazer? Eu queria perguntar a sobre isso, mas tenho certeza de que ele não vai falar conosco - comentou Arya, com um tom baixo.

- E adivinha de quem é a culpa - zombou Yuno.

- Ei! - a princesa protestou. - De qualquer forma, precisamos de alguém para falar com ele e obter os detalhes, alguém que ele ainda não conheceu. Tipo o Capitão Yami!

Arya falou como se tivesse acabado de ter uma ideia maravilhosa. Claro, Yuno tinha pensado nisso também, mas se pedirem para Yami Sukehiro fazer isso, então ele torturaria o pobre sujeito em vez de interrogá-lo. No entanto, eles não tinham outras opções, teriam que se preparar para o pior.

Yuno suspirou profundamente. - Vamos procurar o Capitão Yami. Mas precisamos achar nossa equipe antes de tomar uma decisão definitiva.

Enquanto isso, no jardim do lado leste da missão, Zable Burlington xingava enquanto jogava com outros nobres.

Era uma atividade simples onde os jogadores manipulam bonecos de madeira em tamanho real com magia e os fazem competir em corridas a pé e disputas de queda de braço.

No entanto, Zable estava usando sua figura de madeira para esmagar a figura de seu oponente em pedaços, então ele não estava exatamente jogando conforme as regras.

- Senhor Burlington!

- Sim? - Zable notou que um de seus seguidores o estava chamando.

Ele parecia assustado, olhando para o boneco de madeira enquanto falava. - Senhor, acho que você pode estar exagerando, só um pouco...

Olhando para a boneca do seu oponente, Zable notou que a cabeça estava esmagada. - Ah, minha culpa. Essas bonecas são muito fracas, então eu as quebrei.

Ele acenou com a mão para seu oponente, que rapidamente pegou a mão da mulher com quem estava e foi embora. Enquanto os observava saindo, Zable colocou a mão no peito.

Agora mesmo havia uma ferramenta mágica em forma de grimório dentro dele. Desde que obteve essa ferramenta, ele se tornou muito mais agressivo. Ultimamente, ele sentia como se estivesse estimulando sua raiva.

Agora ele tinha muito mais poder mágico fluindo através dele graças a esta ferramenta, então detalhes tão triviais dificilmente são um problema.

- Agora, vamos procurar outro oponente.

Zable balançou a cabeça levemente como se quisesse dissipar seus pensamentos e olhou ao redor do jardim. Ao fazer isso, ele avistou um homem dormindo em um banco não muito longe.

Ele era grande, cerca de trinta anos, com o rosto sem barbear. Observando a garrafa de vinho que o homem segurava sob os braços enquanto dormia, Zable imaginou que a festa de casamenteiros não devia ter ido bem para ele, e o homem estava tentando dormir para se recuperar de sua decepção.

- Perfeito - Zable sorriu maldosamente. - Vamos fazer uma pequena pausa, então faremos daquele velho nosso oponente.

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