STACY [✾] 14

message with johnson

JOHNSON
ei, te mandei mensagem só pra saber se está tudo bem com você

STACY
estou sim meu amor
não precisa se preocupar

message with nathan

NATHAN
hey, se você tiver precisando de alguma coisa pode me chamar ok?
tô desocupado a maior parte do tempo

STACY
ok, anjo
obrigada

NATHAN
por nada

message with gilinsky

GILINSKY
qualquer coisa que acontecer você pode me chamar
vou na mesma hora

STACY
okay
obrigada













STACY JOHNSON
uma semana depois

Respiro fundo antes de entrar no cemitério, desde o enterro da minha mãe, nunca mais coloquei os pés nesse lugar. Odeio o fato de ela ter deixado eu e meu pai e não ter se explicado, uma carta teria bastado, um bilhete. Não consigo entender porque ela fez o que fez, éramos felizes, ela era feliz.

Aperto mais as margaridas na minha mão, sua flores preferidas, enquanto tento segurar as lágrimas mas elas caem de qualquer forma.Paro em frente ao seu túmulo,todo o ar se esvai dos meus pulmões, fecho os olhos com força antes de me ajoelhar ao lado da sua lápide e colocar as flores em cima.

Passo a mão pela pedra, Amélia Johnson, ótima esposa e mãe.

— Oi, mamãe. — minha voz sai irreconhecível até para mim. — desculpa não ter vindo antes. Eu até tentei, juro que tentei, mas não consegui. — parei apenas para engolir o choro. — e você deve estar se perguntando por que vim então, depois de tanto tempo. — deixo o silêncio me invadir por um tempo antes de prosseguir. — Estraguei tudo, mamãe. Não consegui cuidar de mim nem do papai. Você sempre me disse que queria que eu tivesse uma carreira brilhante, um casamento incrível, mas...— respirando fundo. — isso nunca vai acontecer.

Levanto o olhar do seu túmulo, olho ao redor,mordo meu lábio inferior e volto a falar.

— Eu conheci um cara assim que você morreu. No começo achei que ele estava me ajudando a superar sua morte, mas ele estava causando a minha. — não consigo continuar porque começo a tremer por conta do choro. — ele era bom, no início sabe, cuidava de mim, do papai, me amava, fazia a dor ser menos insuportável. Até que ele começou a me machucar, ele nunca chegou a me bater de verdade, mas ele deixava marcas em mim, no meu corpo e na minha alma. Me separei dele. — arranquei uma das pétalas da margarida. — porém sei que ele nunca vai me deixar em paz,nunca. E o Sammy voltou, aquele meu amigo da escola, lembra dele? — sorrio entre as lágrimas. — contei tudo pra ele e acabai estragando a vida dele, porque agora ele vai querer se envolver, tudo que eu não quero. — coloco meu rosto entre as mãos, deixando mais lágrimas caírem. — quando reencontrei ele achei que finalmente as coisas iam ficar boas pra mim, então o Charles apareceu outra vez, e foi o bastante pra saber que nunca vão ficar boas, e que preciso afastar o Sammy dessa bagunça antes que ele se machuque também.

Fico em pé, abraçando meu próprio corpo.

— Briguei com o papai. — balanço meu corpo para frente e para trás. — ele não ficou com raiva por ter abortado e sim por não ter contado nada ele. O papai está com medo de que eu faça o mesmo que você e eu tenho medo que ele faça o mesmo que a senhora fez. Ele não sai mais com os amigos, não é mais feliz. E eu não consigo tornar a vida dele mais feliz. Sinto muito, mamãe.

Minhas pernas começam a fraquejar. Olho uma última vez para seu túmulo antes de ir correndo até meu carro, entro no mesmo e termino de desabar no banco do motorista.

Encosto minha cabeça no volante, fecho os olhos respirando fundo. Quando estou começando a controlar minha respiração e lágrimas sinto um sentimento de desespero percorrer meu corpo, o mesmo que senti quando ligaram do hospital avisando o que tinha acontecido com minha mãe.

Mal calo meus pensamentos e meu celular começa a tocar, com as mãos trêmulas pego o aparelho.

— Oi, Sammy. — murmuro. Meus batimentos estão mais acelerados que o normal.

— Oi, Stass. — sua voz sai baixa e rouca. — aonde você tá?

— No carro. — aperto o volante com força. — aconteceu alguma coisa, não aconteceu?

— Sim, mas você precisa primeiro me mandar seu endereço para que eu vá te pegar onde você esteja.

— Sammy, fala logo. — forço minha voz a sair autoritária.

— A localização primeiro. — bufo e mando para por mensagem. — eu não sei como dizer isso mas....seu pai deu entrada no hospital, ele teve um infarto.

E bastou isso pra eu terminar de desabar por completo.

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