13. Is there time for love?
- HATHAWAY -
Subimos as escadas, eu não sabia se ele estava me levando para o próprio quarto ou para a biblioteca, estava mais preocupada com as palavras girando em minha cabeça, como se meu eu interior tivesse resolvido acordar de seu sono profundo e me torturar.
É cedo demais pra um sentimento forte.
Talvez seja só atração física, ele é gostoso!
Não acha isso tudo muito repentino?
Eu queria me matar, matar aquele eu que me enchia a paciência, dei um jeito de me fazer calar a boca imaginária e olhei pra Namjoon enquanto entravamos na biblioteca.
- Suas anotações não estão no seu quarto? - Era uma pergunta inocente, eu mesma não escreveria na biblioteca, muito público pra algo que quero esconder de todos.
- Preferia que estivéssemos no meu quarto senhorita?
Meu rosto ficou roxo, por que eu estava corando? Não sou tão inexperiente assim, por favor! Uma insinuação a um quarto não deveria me afetar.
- Não vou lhe dar o gosto de ter uma resposta.
Ele sorriu, um sorriso sincero, e depois me guiou pela mão até a última estante, tirando um caderno de trás dos diversos livros que estavam posicionados lá.
- Estou trabalhando nesse agora, pretendo escrever mais daqui pra frente. - Namjoon me entregou o caderno e eu o folheei, sua letra era linda, ver aquelas palavras que eram extremamente familiares pra mim escritas de uma forma tão crua... Aquilo me aqueceu por dentro, era como estar no paraíso.
- Por que "As margens do Tâmisa"? - E eis a pergunta de um milhão de euros.
Namjoon pegou o caderno de minhas mãos e o folheou, ele estava imerso em pensamentos e deixei que permanecesse assim.
Até que ele resolveu falar.
- Tâmisa já foi um rio bonito aos olhos, agradável... Mas hoje é impossível ficar perto dele. Eu espero que, algum dia... No futuro... Ele possa ser restaurado... Eu creio que no futuro ele será restaurado... O visconde Hughes, meu personagem principal, é uma representação do rio Tâmisa, ele foi um homem bom, se quebrou e agora será restaurado de novo. Espero que no futuro, quando as próximas gerações lerem o meu livro... Eu espero que leiam ele às margens do rio Tâmisa, porque Hughes e o rio são um só.
Era uma reflexão tão simples, tão simples e tão profunda... Tamisa e Hughes são iguais. Nunca li o livro do Namjoon perto daquele rio, essa será a primeira coisa que vou fazer quando voltar pra casa.
Tenho certeza que irei chorar como um bebê enquanto estiver lendo, por causa dos novos significados que encontrarei e por causa das lembranças desse lugar, desse tempo.
- Eu quero esse livro, quando ele estiver pronto.
Ele o colocou de volta em minhas mãos.
- Quando eu terminar você provavelmente não estará mais aqui, mas se quiser... Se... Não se incomodar... Pode me dar seu endereço, o envio pra você... O original... Quero que fique com a escrita original. - Ele apontou para o caderno que eu agora segurava, sem querer uma lágrima rebelde correu pelo meu rosto. Ele estava me oferecendo o próprio livro, original, e eu nem podia lhe dar um endereço porque não acho que tenha sistemas de entrega para o século XXI... O livro original do meu século estava em um museu da era Vitoriana.
- Por que está chorando? - Namjoon levantou a mão como se para enxugar minhas lágrimas, mas ela parou no ar.
- Não quero ir embora.
- Não quero que você vá embora.
Segurei o pulso de Namjoon e coloquei a palma de sua mão em meu rosto, ele acariciou minha bochecha com o polegar enquanto me encarava com aqueles olhos profundos.
Os olhos dele são lindos não são? Beija o cara logo! Você quer, se eu quero é sinal de que você quer.
Dane-se o tempo curto, vocês se gostam, até eu tenho que admitir.
Senti vontade de rir com minha mente maluca, mas quando lembrei porque eu estava chorando a tristeza voltou, então me concentrei nos círculos preguiçosos que Namjoon fazia em meu rosto com o polegar.
- Você acha que é necessário um tempo específico pra se apaixonar por alguém?
Ele entrelaçou seus dedos em meu cabelo atrás de minha cabeça e me puxou pra mais perto, até que eu estava encarando o seu peito, Namjoon me envolveu em um abraço e eu coloquei meus braços ao redor de sua cintura.
- Pode levar anos, dias... Até mesmo horas. É diferente para cada um Emilly.
Engoli em seco, então levantei minha cabeça o suficiente para olhar em seus olhos.
- O que aconteceu conosco?
- Não sei... A única coisa que sei é que comecei a me sentir diferente em relação a você na nossa primeira visita à biblioteca. Confirmei hoje pela manhã na cidade.
- E agora? - Ele encostou a boca em minha testa e ficou ali por um tempo, fechei meus olhos enquanto aproveitava a sensação de seu corpo quente e de seus lábios em minha pele.
- Agora... Nada. Seja o que for que sentimos um pelo outro... Não tem um futuro... Não vou lhe pedir pra ficar, sei que se pudesse ficaria.
- Você disse que não desistiria de mim.
- E eu não desisti. - Ele olhou em meus olhos. - Não desisti de você.
Por que eu ainda insistia? Eu podia ver nos olhos de Namjoon que ele ainda tinha esperanças, como dizer que elas eram inexistentes? Como dizer que no tempo dele eu ainda não nasci e no meu tempo ele já morreu?
- Me sinto atraída por você, até mais do que eu deveria.
- Então eu devo ficar aliviado. - Ele falou com um meio sorriso. - Até um tempo atrás eu suspeitava de você ter algum tipo de envolvimento com meu irmão.
- Por que todos pensam isso? - Me desvencilhei dos braços de Namjoon, mas me mantive perto dele.
- Vocês são bem próximos.
- Taehyung está me jogando pra cima de você. - Namjoon deu um passo a frente.
- Está dando certo?
- Não acha melhor encerrar esse flerte e partir logo para o beijo?
Namjoon arregalou os olhos e abriu um sorriso largo, sorriso esse que refletia o meu.
- Costuma ser tão direta assim? - Ele falou divertido, mas meu corpo queimou em antecipação quando sua mão voltou para a minha nuca.
- Você foi direto com seus sentimentos, estou sendo direta com a minha vontade de beija-lo.
- Como desejar, senhorita...
Namjoon colocou a outra mão em minha cintura e deu um leve puxão em meus cabelos pra que eu olhasse pra cima, meus batimentos cardíacos estavam tão rápidos que eu podia os ouvir ressoando em meus ouvidos.
Nossos narizes se encostaram e o que eu mais queria naquele momento era quebrar a distância entre nós dois, mas parece que o suspense é o ponto forte de Namjoon, e eu odeio isso. Ele sorriu ainda mais olhando pra mim antes de me beijar suavemente.
Não sou uma pessoa de suavidade, não sou mesmo, eu sou o tipo de pessoa que afoga as mágoas em uma festa de fraternidade beijando universitários bonitos, Hoseok quase foi um alvo meu uma vez quando eu estava bêbada, graças a Deus Jungkook nos separou antes que eu fizesse alguma besteira.
A questão é que quando meus lábios e os de Namjoon se tocaram eu não me senti eu mesma, porque se eu fosse agir como sempre eu simplesmente tomaria as rédeas da situação e esquentaria logo esse beijo, se eu gostasse de um cara no meu século o mesmo tanto que gosto de Namjoon e isso estivesse acontecendo nós dois provavelmente já estaríamos na cama.
Mas esse não é o meu século, e eu estou surpresa com as minhas reações... Eu não tive vontade de empurrar Namjoon contra as estantes de livros... talvez um pouco... Mas não a compulsão maluca de sempre, então a única coisa que fiz foi entrar no clima e deixar ele comandar.
E que comando!
Não pude evitar enrolar meus braços ao redor de seu pescoço e ficar na ponta dos pés, mas o resto quem fez foi ele. Ele reforçou o aperto firme em minha cintura. Ele pediu passagem durante o beijo. Ele deu puxões leves em meu cabelo que me fez parar nas nuvens. Ele foi suave e firme. Eu somente segui o ritmo.
Namjoon escorregou a mão de minha nuca para o meu queixo enquanto quebrava o beijo suavemente, eu não queria que ele se afastasse, não tão cedo, mas lutando contra mim mesma eu não protestei quando ele parou de me beijar, principalmente porque o jeito que ele me olhou depois era se possível ainda mais quente do que o próprio beijo.
- Desejo concedido.
- Como se fosse só eu que quisesse.
Devolvi na mesma moeda, posso não ter agido como uma pervertida sexual durante o beijo mas também não vou me encolher e ficar vermelha pelo que acabou de acontecer.
- É por isso que gosto de você... Seus pensamentos são peculiares. - Ele segurou minha mão e me puxou para andarmos rumo a saída da biblioteca - Vamos voltar para o jantar de meu irmão, antes que sintam nossa falta.
- Nossa cavalgada ainda está de pé amanhã? - Perguntei e seus olhos brilharam.
- Vou fazer o possível para que ninguém nos acompanhe senhorita.
O "senhorita" saiu de uma forma tão sensual de seus lábios que eu simplesmente disse:
- Conto com isso senhor, pretendo aproveitar bastante o passeio.
Namjoon gargalhou e nós voltamos para o salão.
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