Capítulo 21: Kathy

Oi, gente! Hoje o capítulo é meio curtinho. Não deu tempo de escrever muito por causa da festa de aniversário da minha sobrinha. Então, pra não passar em branco, vou colocar um pouco do barraco aqui kkkk

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Spoiler: Em um segundo, você pode ser protagonista de uma história de amor. No outro, de um barraco na rede nacional. Quem sabe mundial?

As luzes das câmeras acesas sobre nós dois. Os participantes, à distância, sussurravam entre si. A produção a postos, atentos a cada gesto, cada palavra, prontos para intervir caso tudo saísse do controle. O circo estava armado. E eu? Eu era a palhaça da vez.

Respirei fundo, sentindo o peso da exposição. Um cameraman esperava pelo meu próximo movimento com o equipamento dele posicionado perto do meu rosto, pronto para captar cada detalhe do meu desmoronamento. Eu precisava me recompor. Eu já tinha feito isso antes.

Você já fez isso antes, Kathy.

Engoli em seco, enxuguei as lágrimas, vestindo a máscara de durona enquanto, por dentro, eu era puro escombro.

Como ele teve coragem? Como Bruce pôde?

— Kathy, me escuta! Eu... eu... eu não me lembro de nada.

Soltei uma risada amarga.

— Você ficou sem palavras há alguns minutos e agora está gaguejando, McAllister?

Bruce arregalou os olhos, atônito.

— Ah, não, Kathy. Não! — tentou se aproximar, mas retrocedi alguns passos. — Isso não é a mesma coisa. Eu não estou mentindo!

— Quem disse que você está mentindo? — cruzei os braços, estreitando os olhos. — Você é quem está se entregando.

O silêncio cortante que se instalou entre nós fez até o movimento das pessoas ao redor estagnar.

— Eu vou embora, Bruce. Pra mim já deu.

— Não, por favor! — A voz dele tremeu. — Eu estava dormindo, não lembro de nada, juro! Todo mundo está de prova. Não rolou nada entre mim e a Clara! Eu sou louco por você!

A equipe se entreolhou. Eles queriam isso. Drama. Caos. Desespero.

Abaixei a cabeça, mordi o lábio travando o choro.

— Engraçado, né? — levantei o olhar para ele, sentindo a indignação ferver em minha pele. — Eu passei o dia inteiro em pânico, tentando encontrar uma forma de te contar sobre o Tobby. Morri de vergonha quando aquela pergunta ridícula sobre a minha primeira vez apareceu na gravação. Me sentindo culpada por esconder isso de você, mesmo sabendo que já dormiu com milhares de garotas. E agora? Agora me sinto...

A frase morreu na minha garganta.

— Kathy... — Ele deu outro passo, seus olhos pareciam suplicar. Mas eu não podia mais acreditar nele. Eu estava exausta. Ele se esforçava com certeza por causa do dinheiro. Não era por mim. Eu era só mais uma, a diversão da vez. — Por favor, vamos para um outro lugar conversar. — Ele estendeu a mão, mas eu a ignorei.

— Não quero ir para outro lugar. O portão é logo ali, Bruce. Se tiver uma boa explicação, me fala agora, antes que eu vá embora.

Ele suspirou, e lágrimas escorreram pelo rosto que eu amava. Desviei o olhar, a dor era demais para mim.

— Eu não sei como aconteceu... juro que estava dormindo...

Revirei os olhos e comecei a me afastar.

Bruce veio atrás, seguido pela produção.

— Kathy, eu passei o dia inteiro pensando em você. Pensando no que aconteceu na lavanderia... — A voz dele falhava. — Droga, Kathy, eu sonhei com você, provavelmente foi isso. Eu achei que estava contigo ali... Eu não sei... não tem explicação. Eu estou tão assustado quanto você.

Parei, faltando uns dois metros para o enorme portão de ferro. A equipe se remexeu, inquieta. Se eu tocasse o puxador prateado com a logo do Together Forever, automaticamente nós dois estaríamos eliminados.

Olhei-o de esguelha e sussurrei:

— Esse é o problema com você, Bruce... Nunca tem explicações, só um pedido incoerente de confiança. Vai ser sempre assim, não vai? — Minha voz embargou.

Bruce balançou a cabeça, aflito, mas eu já sabia a resposta. Estava acontecendo como antes. Como na época da faculdade.

Arfei, não consegui mais segurar as lágrimas. Eu não podia me prender a algo que estava fadado ao fracasso. Ficar com ele foi o maior erro.

— Kathy... — Ele suspirou.

Cobri o rosto, querendo apagar sua voz, sua presença, tudo. No entanto, ele chegou bem perto, a ponto de sentir sua respiração em minha pele.

Olhei para ele, e em seus olhos, vi algo que não conseguia decifrar. Mas isso já não importava.

Bruce me abraçou, e eu não consegui reagir. Era como uma despedida. O assunto inacabado do passado se concluía.

— Não termina comigo. — Ele falou baixinho em meu ouvido.

Olhei para ele, desolada. E mexendo apenas os lábios, falei:

— Nunca foi real, Bruce. Era só pelo dinheiro.

Ele fechou os olhos e me apertou forte.

— Ah, Kathy, me perdoa... Pelo menos me dê uma chance da gente conversar do lado de fora? Por favor...

As palavras pairaram no ar. Eu já estava preparada para abrir o portão quando a incerteza de tudo começou a me circundar.

Do lado de fora... Ele quer falar fora daqui?

O que isso significava?

O óbvio começou a não parecer tão óbvio assim.

Talvez eu devesse...


Vocês iriam embora ou ficariam?

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