📌capitulo 5 - Eu quero voce, exatamente como é
Capítulo 5 -Eu quero você, exatamente como é.
O quarto de Liam estava mergulhado na escuridão, apenas um fino raio de sol se infiltrava pela janela. Ele estava profundamente adormecido quando uma batida forte na porta o fez gemer.
— Liam, levanta agora! — A voz de sua mãe ecoou pelo quarto.
Liam puxou o travesseiro sobre a cabeça.
— Só mais cinco minutos…
Sem paciência, Genna entrou no quarto e, sem aviso, arrancou o cobertor de cima dele.
— MÃE!
— Você tá atrasado!
Liam sentou-se, os cabelos bagunçados e o rosto amassado.
— Tá bom, já tô indo…
Quando Liam chegou ao colégio de Beacon hills, entrou no corredor da escola, tentando não pensar demais no que tinha acontecido com Theo na noite anterior. Ele sabia que não ia demorar muito até Masson e Corey começarem a fazer perguntas.
Masson, quando viu Liam, não perdeu tempo.
— E aí, Liam, Theo Reaken, hein? Como isso aconteceu? A gente ficou meio sem palavras quando te vimos beijando o Theo na nossa frente!
Liam deu um sorriso relaxado, não parecendo tão surpreso com a pergunta.
— Eu sei, foi meio... inesperado. Mas, olha, quando os caçadores me cercaram e meu lobo ficou fora de controle, o Theo apareceu e me puxou para dentro do elevador. E, como sempre, estávamos discutindo, quando, do nada, eu acabei beijando ele. E, surpresa, ele retribuiu.
Masson riu, incrédulo. — Uau, sério? Quem é você e o que fez com o nosso Liam?
Liam sorriu de volta, tentando relaxar. — Depois da nossa conversa, descobri que o Theo já sentia algo por mim desde a época da Hayden... Todas as nossas discussões, as provocações... Acho que sempre teve algo ali, sabe? E quando ele me beijou, eu fiquei meio... nas nuvens. A conexão entre a gente parece ser mais profunda do que eu imaginava.
Masson ficou em silêncio por um momento, digerindo o que Liam acabara de dizer.
— Caramba, então não foi só algo de última hora. Parece que isso tem mais história do que eu pensei.
Liam assentiu, com um sorriso tranquilo. — É, tem. Eu não sabia muito bem o que fazer no começo, mas quando o Theo me contou que sentia o mesmo, tudo fez sentido. Não é só coisa do lobo, é algo real.
Corey, que até então estava em silêncio, olhou para Liam com um sorriso discreto.
— Se você já sabe o que sente, então é só seguir o seu coração. Não tem pressa. O importante é ser sincero consigo mesmo.
Masson, agora mais calmo, sorriu de volta. — Acho que você está mais claro do que eu imaginava, Liam. Fico feliz por você ter encontrado algo que faz sentido.
Liam sorriu com gratidão. — Só quero que as coisas aconteçam de forma natural. Não está sendo fácil, mas, quando penso no Theo, sinto que ele é a pessoa certa. Eu sei que é ele.
Masson deu um tapinha amigável no ombro de Liam. — E se precisar de um conselho, já sabe onde me encontrar.
— Valeu, Masson. Eu realmente acho que estou indo na direção certa.
Corey, com um olhar tranquilo, concluiu. — Às vezes, a gente só precisa seguir o que sentimos, sem pressa. Se for real, vai dar certo.
Liam assentiu, sentindo-se mais leve. Ele sabia que estava no caminho certo e que, por mais simples que fosse, tinha apoio e, com isso, tudo ficaria bem.
[....]
Depois de um longo dia de aulas, Liam desceu as escadas da escola e, ao olhar para o estacionamento, viu a van de Theo estacionada. Algo não parecia certo. Uma sensação estranha o invadiu, como se houvesse algo mais por trás disso.
O coração de Liam disparou. O que ele estava fazendo ali?
O carro estava estacionado de qualquer jeito, como se Theo não se importasse com nada.
Quando se aproximou da van, uma sensação de aperto no peito tomou conta de Liam. Theo estava deitado no banco do motorista, com a cabeça apoiada na janela, adormecido.
Liam não conseguiu deixar Theo assim. Se aproximou e bateu na janela, tentando controlar a tremedeira na voz.
— Theo! — chamou, mais alto do que queria.
Theo levantou a cabeça devagar, os olhos ainda sonolentos. Quando o viu ali, o rosto de Theo se fechou, como se tentasse esconder o que estava sentindo. Ele se ajeitou no banco, mas a tensão era óbvia.
— Liam? — A voz de Theo soou fraca, como se ele não soubesse o que fazer.
Liam sentiu um aperto no coração. Theo, o cara sempre forte, agora estava ali, vulnerável. Não conseguia entender o que estava acontecendo.
Liam se agachou um pouco, olhando diretamente para ele.
— O que aconteceu, Theo? Por que você mentiu para mim dizendo que morava em um apartamento? — A frustração estava visível em sua voz. — Você achou que eu não descobriria?
Theo olhou para o chão, a vergonha estampada no rosto. Parecia perdido, sem saber o que fazer.
Ele suspirou, e finalmente falou, com a voz tremendo.
— Eu menti... — Theo falou baixinho. — Eu não tenho uma casa, Liam. Só tenho essa van. Eu disse que morava em um apartamento porque queria que você me visse como alguém normal. Alguém com a vida certa, alguém que merecesse estar ao seu lado... Mas, no final, eu não tenho nada.
Liam ficou surpreso, mas uma dor apertou seu peito. Theo estava finalmente deixando tudo para fora.
Theo passou a mão no rosto, tentando afastar a dor, mas ela ainda estava ali, forte.
— Eu... — Theo engoliu em seco. — Eu matei minha irmã, Liam. Eu... eu matei minha família antes de me transformar numa chimera. — Ele parou, sem conseguir continuar. — E todas as noites, desde que voltei do inferno, eu tenho o mesmo pesadelo. Onde ela está lá, arrancando o meu coração, me deixando morrer. Eu me sinto tão exausto, e não sei como lidar com isso.
Liam ficou em silêncio, absorvendo as palavras. Theo, o cara que parecia inquebrantável, estava ali, quebrado. E Liam não poderia se afastar. Ele sabia que, apesar de tudo o que Theo havia feito, isso não definia quem ele era agora.
Liam deu um passo à frente, olhando diretamente para ele.
— Theo, você não precisa carregar isso sozinho. Eu sei o que aconteceu, mas isso não é quem você é agora. O Theo que eu conheço não é um monstro. E você não precisa esconder nada de mim.
Theo olhou para Liam, seus olhos cheios de dúvida. Como ele poderia ser aceito depois de tudo o que fez?
— Eu... — Theo respirou fundo. — Eu não sei se posso mudar. Eu manipulei, torturei, matei, machuquei tanta gente... até você, lobinho.
Liam se abaixou, colocando a mão no ombro de Theo, olhando nos olhos dele com seriedade.
— Eu não estou dizendo que o seu passado não importa. Mas o que importa é quem você é agora e o que você está tentando ser. Eu quero você, Theo. Com todos os seus erros, suas cicatrizes. Você não precisa ser perfeito. Eu não quero que você seja perfeito. Eu quero você do jeito que você é.
Theo olhou para Liam, o coração batendo forte. Ele queria acreditar, mas ainda sentia medo. Medo de que fosse tarde demais.
— Você me quer... mesmo eu sendo assim? Um caos perdido? — A voz de Theo estava rouca.
Liam sorriu, com sinceridade.
— Claro que sim. Eu estou aqui por você. Não estou atrás da perfeição. Eu quero você, exatamente como é.
Theo olhou para Liam, os olhos cheios de lágrimas. Ele queria acreditar, mas a dor ainda o prendia.
Liam estendeu a mão para ele, como se quisesse tirá-lo daquele lugar escuro.
— Vamos. Eu não vou te deixar aqui. Você precisa dormir num lugar melhor.
Theo hesitou por um momento, ainda carregando o peso do passado, mas ao olhar para Liam, viu algo em seus olhos: aceitação. Ele finalmente se permitiu acreditar.
— Você não vai me deixar sozinho? — perguntou, com a voz trêmula.
Liam sorriu, sem hesitar.
— Não. Não vou te deixar sozinho, Theo. Agora, vamos. Não importa onde você mora ou o que fez. O que importa é o que você vai fazer daqui para frente. E eu vou estar ao seu lado.
Theo, com o coração batendo forte e os olhos brilhando, inclinou-se para frente e seus lábios se encontraram.
O beijo foi suave, como um alívio. Algo que Theo não sentia há muito tempo. Não era o amor perfeito, mas era real. E isso era o que importava.
Eles se separaram um pouco, e Theo olhou para Liam, finalmente aceitando o que estava sentindo.
— Eu não sei como agradecer, Liam... — sussurrou, com a voz ainda rouca.
Liam colocou a mão no peito de Theo, com um sorriso.
— Não precisa agradecer. Só venha comigo. Eu não vou te deixar dormir na van. Você vai para a minha casa.
— E a sua mãe? — Theo perguntou.
— Eu dou um jeito nela. Não se preocupe.
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